"Simão Sabrosa é apenas a última vítima dos sucessivos erros de diagnóstico que o departamento médico do Benfica tem coleccionado. Mais grave ainda, esta é a segunda vez que o capitão encarnado é vítima de situações deste género, já que na época passada lhe foi diagnosticado um edema normal, quando na verdade estava a contas com uma fibrose e acabou por ser utilizado contra o Villarreal. Resultado disso, ficou dois meses sem jogar!
O site do clube fez saber que Simão tinha uma tendinite no joelho esquerdo e, afinal, o capitão foi operado a uma lesão do menisco interno, algo bem diferente do primeiro diagnóstico. Caricato foi o facto de Simão ter sido submetido a um teste físico na manhã do dérbi, a pensar na sua utilização, algo impensável se a avaliação da lesão tivesse sido a mais correcta. Segundo apurou o CM, Simão ter-se–á aconselhado com um especialista antes de dizer aos médicos que não estava em condições de jogar. Se antes deste incidente já se falava da remodelação do departamento, que não integra nenhum ortopedista ou fisioterapeuta, mais razões existem agora para se pensar que Vieira vai agir.
Polémico foi também o caso de Manuel Fernandes, que tinha sido operado na pré-época a uma hérnia inguinal. As queixas do jogador, que continuava a sofrer com dores de pubalgia, causaram profundo mal-estar no departamento médico, que o acusava de ser mau profissional, por ignorar o plano de trabalho que tinha sido elaborado. Certo é que muito mal impressionados ficaram os médicos do Portshmouth que disseram a Manuel Fernandes não perceber como pôde ter continuado a jogar naquele estado.
Já nesta época, Rui Costa protagonizou o caso mais alarmante, quando lhe foi diagnosticado um edema e afinal padecia de uma rotura. Foi utilizado no jogo da Liga frente ao D. Aves agravando a lesão e passou metade do campeonato no estaleiro. As culpas foram atiradas para o radiologista, um professor universitário habituado a trabalhar com o clube, mas a imagem do departamento voltou a ser afectada.
A apenas quatro jornadas do fim e num jogo decisivo para o acesso à Liga dos Campeões, foi a vez do jogador mais influente da equipa ser alvo do mesmo tipo de erros.
NUNO GOMES COM PUBLAGIA
Nuno Gomes é o mais recente cliente do departamento médico. O experiente avançado não conseguiu mostrar-se esta época ao nível daquilo que habituou os seus admiradores.
Sabe-se agora que tem jogado com enorme sacrifício, suportando dores que não lhe permitem render o máximo. Ontem, o jogador não participou no treino realizado no Seixal e aguarda-se a todo o momento que o departamento médico se pronuncie sobre os passos a tomar para debelar a lesão.
Ausente continua Luisão, que fez o último jogo no Parque dos Príncipes, frente ao Paris Saint-Germain. Há quase dois meses, tempo superior à recuperação de uma intervenção cirúrgica.
OUTROS CASOS
MANUEL FERNANDES
A intervenção cirúrgica ao médio internacional português foi realizada pela médica Ulrike Muschaweck, em Munique, e tratou-se de debelar uma hérnia inguinal, com princípio de pubalgia. As dores persistiram e gerou-se um conflito.
RUI COSTA
Um erro no primeiro diagnóstico precipitou o regresso do ‘Maestro’ aos relvados e o atleta agravou a lesão. Esta pequena distracção custou ao atleta uma paragem de três meses. Rui Costa chegou a admitir que teria abandonado o futebol.
NUNO ASSIS
O departamento médico e o Benfica abriram uma guerra com Luís Horta (responsável pelo Doping) e Laurentino Dias (secretário de Estado do Desporto) devido ao controlo anti-doping positivo efectuado ao jogador, que está suspenso.
António Pereira in Correio da Manha"