Lições de Braga?

Ponto prévio: acho o resultado obtido pelo Braga em Sevilha extraordinário. Vencer dois jogos frente a uma das melhores equipas de Espanha é o maior feito da história do clube minhoto e, por via da dimensão do próprio Braga, uma das grandes proezas da história do futebol português.

Também o seu treinador está a destacar-se do pelotão. Depois de um 7º lugar na Académica, Domingos conseguiu um 2º lugar em Braga e um grande feito europeu – cumprindo assim o tirocínio exigível a um treinador que queira liderar a equipa profissional de futebol de um “grande” (que será provavelmente o Porto, num futuro mais ou menos próximo).

Já vi na Centúria Leonina e no Leão da Estrela serem tecidas loas à gestão do Braga e a comparar-se-lhe a do Sporting. Eu percebo este entusiasmo momentâneo e reconheço-lhe algum razão de ser. Somos bombardeados quotidianamente com o argumento de que “lutamos com armas diferentes” do Benfica e do Porto – que é uma maneira de nos tentarem convencer que ficar atrás deles é o normal para o Sporting e que qualquer coisa mais (como um 2º lugar ou uma Taça de Portugal) é já um resultado notável que deve ser celebrado com toda a pompa. As vitórias do Braga na Liga dos Campeões vêm mais uma vez demonstrar o absurdo desse discurso e como a diferença de orçamentos não pode ser utilizada como desculpa para a negligência e a incompetência que têm grassado no Sporting nos últimos anos.

Mas preocupa-me quando se tenta ir um pouco mais além disto. Eu acho que o modelo do Braga que não é reproduzível num grande clube – e tentar fazê-lo seria uma péssima ideia. Se não vejamos:

- O modelo do Braga assenta na baixa exposição mediática. Veja-se, por exemplo, a diferença de tratamento entre os casos Possebom e Caicedo, dois flops vindos de Manchester. Ou imaginem se a frangalhada do Felipe ontem fosse cometida na baliza do Sporting ou do Benfica. Ou se a nossa pré-época contemplasse derrotas com o Varzim e em casa com o Athletic de Bilbau.

  • O modelo do Braga só funciona com uma massa adepta muito reduzida (quando comparada com a dos grandes) e pouco exigente. É assim que o Braga garante espaço para experiências e tempo para os jogadores se adaptarem ou desaparecerem, sem grande alarido – fundamental para uma política assente nas contratações de jogadores dispensados ou emprestados por grandes, de equipas portuguesas do meio e fundo da tabela e de sul-americanos desconhecidos.

  • O modelo do Braga funciona também porque as expectativas são baixas. Um 2º lugar é notável em Braga; mas, para um adepto de um grande, apenas significa que se falhou a conquista do título. Acabar em 6º ou 7º lugar será apenas sinal de uma época menos conseguida do Braga; num ‘grande’ é simplesmente impensável.

Podem dizer-me, seguindo uma teoria muito em voga em Alvalade, que a “culpa” é dos sócios e adeptos dos grandes que não são “realistas” nem “racionais”. Não posso discordar mais. Ser “grande” é saber viver com a exposição mediática e com a exigência de superação permanente, ser impiedoso na avaliação das contratações e do desempenho de treinadores e jogadores e exigir sempre resultados compatíveis com a dimensão do clube – leia-se, o título de campeão nacional. O dia em que isso deixa de acontecer, é o dia em que esse clube deixa de ser grande.

Conclusão, o modelo do Braga é um caminho interessante para o próprio Braga e para outras equipas médias – como o Vitória de Guimarães ou as equipas madeirenses. Mas está condenado ao fracasso num grande. E espero que não o olhem como alternativa à estagnação do Sporting dos últimos anos. Porque, sinceramente, do que não precisamos é de mais odes ao baixo investimento e à contratação de jogadores sem currículo.

a única coisa que lhes invejo é terem um bom treinador (e sabe deus o que me custa assumir isto - não gosto do domingos). :arrow:

Concordo plenamente com a tua analise :great:

Não existe nenhuma lição a retirar do Braga. São um caso de sucesso como sao centenas de outros ao longo dos anos no futebol europeu. São clubes com objectivos diferentes , realidades económicas diferentes , exigências diferentes , etc . Clubes como o Nacional ou o Paços , com os seus orçamento também têm dado autenticas lições de capacidade de atingir objectivos e nao me parece que sirvam de modelo para o que quer que seja.

Parabens ao Braga pois atingiu um marco na historia deles. Eles depois de eliminarem o Celtic foram recebidos como herois , os nosso depois de eliminarem o Twente foram insultados no aeroporto :lol:

Nao me parece que clubes como o Barça ou Real por exemplo tenham visto naquele Villareal do Pellegrini exemplo para algo. Uma patetice esta atitude de calimero que se lê e ouve por estes dias junto de “alguma” massa adepta do Sporting.

Se for para copiar alguma gestao prefiro o Barça ou o Real ou o United que ganham consecutivamente á 25 anos.

Daqui a 10 anos percebemos afinal o que atingiu o Braga. Se calhar á 10 anos diziam que o Joao Loureiro e o seu pai eram exemplo de gestao para benfas e Sporting. ::slight_smile:

O Domingos era uma das minhas apostas no ano passado para suceder ao Carvalhal, por isso estou à vontade para falar dele e também vejo ali um treinador com futuro, no entanto não descarto o Paulo Sérgio e assim me manterei durante algum tempo, ninguém faz equipas em 2 meses e o Domingos, quando chegou a Braga, com uma equipa praticamente feita, construída pelo Jorge Jesus, foi eliminado precocemente da Europa, depois foi o que todos sabemos, há que dar tempo aos treinadores e se o Domingos estivesse agora em Alvalade também necessitaria de tempo para implementar as suas ideias, tempo e jogadores! :idea:

Relativamente ao post do Petrovich, estou plenamente de acordo, o modelo do Braga é um bom modelo para equipas do nível do Braga, quando digo nível refiro-me ao número de associados, exigência, grandeza histórica, etc, não me parece um modelo adaptável a um Clube grande, basta relembrar o que foi dito cá no Fórum de jogadores como o Alan, Lima, Rodriguez, etc, na perspectiva de ingressarem no Sporting (contra mim falo em alguns casos!)! :arrow:

muito bem :great:

Uma observação pertinente e extremamente inteligente, concordo em absoluto.

De qualquer forma, entendo que algumas conclusões devem ser tiradas da equipa do Braga, nenhuma delas de gestão, falo apenas da componente desportiva.

A equipa do Braga, desde há bastante tempo, tem como base sólida dois bons centrais, que não são experiências. Em Braga também se arrisca pouco com Guarda Redes e não me lembro de ver um jovem guarda redes a ocupar a sua baliza exceptuando situações pontuais. O mesmo se passa ao lado no FCP. O mesmo no Benfica do último ano. Vejamos qual é a primeira coisa que o Mourinho faz mal chega a um clube: garantir guarda redes e centrais. Há posições em que não se arrisca, e essas são o núcleo duro da defesa. Tudo o resto é secundário enquanto a base não está garantida.

Olhamos para o nosso Sporting e o que vemos? Todas sabem a resposta e quanto tempo tem este problema, não vos vou maçar mais.

@ Petrovich

Para já, concordo com a tua análise, se o que se está a passar em Braga fôr simplesmente episódico.

O Braga, evidentemente, não tem a dimensão do Sporting. Ontem achei perfeitamente surrealista o extâse orgásmico dos comentadores da RTP1, LVB incluído, a proclamarem que o Braga era um dos grandes de Portugal.

Evidentemente que o Sporting, o foculporto e o carnide são grandes não só porque têm uma grande história. São grandes porque têm uma dimensão transnacional, porque, em algum momento da sua história, trilharam uma senda de sucesso, não só no futebol profissional mas também em outras modalidades.

Quando olhamos para a história dum Sporting, dum foculporto ou dum carnide, quer queiramos quer não, vemos títulos no futebol profissional (no Sporting cada vez menos, é verdade) mas também vemos títulos nas modalidades. Vemos atletas olímpicos medalhados e recordistas mundiais (só no Sporting), vemos recordistas nacionais, vemos ecletismo (muito mais no Sporting do que nos outros dois).

Isso para mim é que se enquadra no conceito de grande. É redutor balizar o conceito apenas olhando para as vitórias do futebol profissional.

Agora, se o projecto do Braga se tornar mais consistente, alicerçado em vitórias, nomeadamente, no campeonato da Liga e numa recorrentemente bem-sucedida carreira europeia, aí temos que olhar com outros olhos.

Com o sucesso vem o dinheiro. E o dinheiro dá meios, meios para comprar bons jogadores, daqueles que já não são os enjeitadinhos da sorte, jogadores com cultura vencedora.

Para que o Braga seja grande tem que alicerçar a trilha de sucesso não apenas na utilização massiva de jogadores estrangeiros. Há quanto tempo o Braga não lança um jovem da sua cantera? Só me lembro do Orlando Sá, verdade?

Como é a sua política de formação? Não tenho ideia de que as suas equipas jovens obtenham resultados por aí além. Aliás, penso que nem se chegam à frente e fazem frente às equipas dos 3 (os verdadeiros) grandes. Já o seu rival minhoto, o Vitória de Guimarães parece-me mais atento ao futebol jovem e com melhores resultados que os bracarenses.

Contudo, gostava de ver um homem como o Presidente do Braga sentado na cadeira de Presidente do Sporting ou então que JEB fosse ter umas aulas de formação com ele. Não há dúvida que há ali sagacidade, profissionalismo, olho para o negócio, saber futebol. E acima de tudo há dedicação e há identificação com a realidade do clube, um clube duma cidade, capital de distrito é verdade, mas apenas uma cidade, enquanto que, como já disse a nossa dimensão é transnacional.

Tudo isto só serve para valorizar o sucesso obtido pelo Braga. Mas também lhe traz mais responsabilidade.

O Braga tem que provar, por exemplo, que o seu sucesso se deve não ao facto dos 3 grandes estarem a jogar menos mas porque o Braga realmente é bom. Tem que provar, por exemplo, que é melhor do que um Rosemborg desta vida, assíduo frequentador das primeiras edições da Champions, porque desconhecido e visto como outsider, mas que agora simplesmente se eclipsou da Europa do futebol.

Quanto à questão da pressão, ela vai chegar. Com o hábito das vitórias, vai-se assistir a um aumento de sócios e a um aumento da exigência da parte deles.

Com o sucesso europeu vai aumentar a exposição. Os espanhóis da marca gozavam hoje com o significado do nome Braga e diziam que tem nome de chiste, ou piada, pois bragas em espanhol significa fralda. Hoje de certeza que já conhecem melhor quem é o Sporting Clube de Braga: é a equipa que eliminou o recente bi-campeão da Liga Europa e membro duma das ligas profissionais mais competitivas do mundo. Mas não só Espanha (Andaluzia) o sabe. Também a Europa o sabe. E isso traz responsabilidades e dificuldades acrescidas.

Esta época do Braga pode ser a época da sua afirmação. Pode até ser a época da menos pressão. Mas esta vai aumentar. Se esta época o Braga for campeão ou vice-campeão, para o ano a exigência dos sócios vai aumentar e o plantel já não poderá fazer-se com os mesmos jogadores. Aliás, parece-me até que o plantel actual do Braga é curto para os compromissos em que está envolvido.

Mais uma vez digo, concordo contigo em como o projeto Braga, para já, não é um projecto que se consiga decalcar no Sporting Clube de Portugal. Mas a ver vamos, como diz o ceguinho.

concordo com todo o texto. no entanto, há um pormaior que não se pode escamotear e que se aplica tanto a um clube como o braga como a um com a dimensão de um real madrid: a competência.
e se há algo que se pode aproveitar (e se deve aproveitar) desse modelo do braga é olhar para a competência do seu presidente.
nós, caso tivéssemos um presidente como deve ser e uma estrutura que não se contenta com a mediocridade, teríamos muito mais vitórias do que as que têm acontecido, e que ultimamente são cada vez menos.
enquanto tivermos no clube sócios que só olham para a gravata e para o currículo dentro de um banco, mesmo que não tenham feito nada para lá chegar, nunca vamos sair do buraco onde estamos metidos.

SPORTING ACORDA.

Quer queiramos ou não o Braga ao afastar o todo poderoso Sevilha, deu uma lição de futebol à Espanha e à Europa do futebol. E claro nós não estamos isentos dessa admiração e, como portugueses, regozijamo-nos com isso.
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Agora que lá por isso devamos seguir os seus métodos de política desportiva e/ou de direcção… parece-me que não terá sido essa a intenção principal do artigo do LdE, mas sim desmontar a tese maniqueista de que baixos orçamentos não podem competir com os de maior grandeza, PONDO EM CHEQUE A NOSSA POLÍTICA. Valeu-se(neste caso) do Braga para o provar, não provando nada porque o Braga nada ganhou(ainda). Mas que tem feito bom trabalho-enorme à sua escala, ninguém tem dúvidas. Dai a ser o 4º GRANDE como para aí se diz-é uma autêntica blasfémia.
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Tudo lhe serve para pôr em causa o trabalho que esta direcção desenvolve, e tal desiderato cega-o, caindo na defesa de um modelo mediano, honesto mas mediano que pode nesta ou naquela exibição neste ou naquele momento agradar-nos mas que
não é, nem pode ser ambicioso à escala de um clube que tem de INVESTIR MAIS MAIS E MELHOR de modo a poder ganhar o máximo possível.

Deviamos ter apostado no Domingos, já o tiha dito antes de vir o PS…o outro era AVB, que agr demonstra toda a sua imaturidade no FC porco :think:

Deixem-se dormir…grande quota de responsabilidade do Braga estar onde está pertence a esse homem, porque de nada adianta ter jogadores se depois não se sabe como os por a jogar…e não me venham dizer que o plantel do Braga é superior ao do SCP…estão é a anos-luz em termos taticos e psicologicos, fruto do trabalho tecnico…

:boohoo:

Lição de Braga:

  • Plano estruturado.
  • Gente competente.
  • Ambição.

:arrow: :arrow: :arrow: :arrow:

Também sou da opinião que não se deve reproduzir o que o Braga faz/fez num clube grande.

Aliás, a prova de fogo para o Braga, se aspirar entrar no círculo restrito dos 3 grandes, ainda está para vir. O que define um grande é a capacidade em estar quase sempre no pelotão da frente, é a cultura vitoriosa com conquista de títulos com alguma frequência, é gerir as sempre elevadas expectativas dos adeptos sem os defraudar, é resistir às ondas provocadas pelo aumento da exigência, é conviver diariamente com a pressão e com interesses pessoais e institucionais que se querem aproveitar do clube ao invés de o favorecer, é ter expressão e impacto na sociedade pela sua dimensão desportiva e também social.

O Braga não tem nada disto, ainda está na ante-câmara dos grandes clubes. Por isso, não faz sentido para mim dizer-se que Domingos ou Salvador seriam excelentes para o Sporting. Talvez sim, talvez não. A verdade é que nenhum deles sabe o que é trabalhar num grande (enquanto presidente e treinador, respectivamente), nenhum deles está sujeito aos diferentes factores que enumerei acima. É como um primo-divisionário, por vezes desenrascam-se bem logo na primeira temporada após subirem de divisão, mas o mais frequente é isso não acontecer e por razões óbvias - o patamar é outro, as dificuldades são outras. O Braga ainda só conseguiu assegurar a subida a essa divisão e ainda tem muito que “penar” para assegurar a “manutenção”.

O que o Sporting de Braga nos mostra é, à semelhança do que Mourinho mostrou no Porto, que é possível ser-se altamente competitivo sem ser preciso esbanjar imensos recursos. É difícil, requer grande controlo sobre as variáveis passíveis de serem alteradas e capacidade de pensar com lucidez “out of the box”, mas é possível, é até desejável caso queiramos assegurar um futuro risonho.

Invertendo um pouco o contexto das lições, acho que há uma a tirar.

É indirectamente para o Sporting mas muito directamente para o jogador português (e para o quadro competitivo do futebol de formação).

O jogador português na sua generalidade (e eu sei os perigos de falhar os alvos e ser injusto que as generalizações acarretam) tem na sua formação um quadro competitivo muito fraco aliado a uma imprensa que fácil e inconscientemente os põe nos píncaros. Se a isto se juntar uma formação social abaixo do desejado, temos o cocktail para o fracasso.

Quando chegam a seniores queixam-se do numero de estrangeiros, e das oportunidades que não lhes são dadas. Na realidade, eles pouco fizeram para as merecer, têm-se em muito melhor conta do que verdadeiramente são e, verdade seja dita, estão pouco aptos para o fazer. Pouco competiram, pouca concorreria tiveram e pouco suaram para vingar. Agravado que só pensam na próxima etapa: o estrangeiro

Do estrangeiro chegam então jogadores que potencialmente até lhes são inferiores, mas que assumem posturas de luta e combatividade. Mesmo os brasileiros que são tidos por mais “mandriões”.

E o que fazem os directores e presidentes dos clubes. Olham para os seus pares onde há aposta no jogador português e tiram ilações:

Na liga do ano passado o Leixões tinha 51.5% de portugueses no plantel, o Belenenses 55.9%, o Setubal 55.6%, etc. Mais acima o Leiria tinha 36.1%, a Naval 31% compare-se os resultados.

E ainda mais acima, o Sporting tinha 61.3%, os andrades 34.4%, o Braga 39.5% e o carnide 40%.

E nem vou às médias dos 11’s base.

A leitura que faço, e que acredito que os clubes também façam é que a aposta no jogador estrangeiro acaba por compensar. São geralmente investimentos mais baixos, chegam e fazem o que para fazer foram contratados. O português custa e pede mais, queixa-se e leva tempo a conseguir atingir objectivos!

Muito interessante, Petrovich (e do melhor que li neste Fórum nos últimos tempos).

Ainda não tinha analisado as coisas devidamente, mas concordo em absoluto contigo.

E quando as direcções, mesmo que não o digam oficialmente, pelo desinvestimento e falta de ambição deixam de considerar o título como o único resultado compatível com a dimensão do clube? Ainda estamos perante um grande?

Concordo em absoluto!
O Braga ainda não é grande? obviamente que não em termos de títulos e adeptos, mas se olharmos para o presente e para a competência evidente desde dirigentes, treinador e jogadores; olhando para os resultados actuais, é grande agora sim!
Faz experiências com jogadores que não podíamos fazer? OK
Não tem tanta pressão? claro que não…
Mas se calhar o plantel não é inferior ao nosso! E jogam bem melhor, essa é a verdade infelizmente.

É verdade que os dirigentes do Sporting pensam, falam e agem como se se tratasse de um clube médio ou pequeno, indesejado por treinadores e jogadores e sem futuro ou ambição. Mas os adeptos continuam - e bem - a vê-lo como um clube grande, que tem obrigação de ter os melhores jogadres e lutar para ganhar em todas as frentes. Daí deixarem de pagar quotas e desertarem do estádio - apenas 20 mil espectadores no primeiro jogo oficial da época dá que pensar.

Por isso, sim, o Sporting ainda é um grande. As suas elites dirigentes é que o mantêm temporariamente (ok, já há uns bons anos) em auto-negação.

O sucesso do Braga explicasse muito porque teve bons treinadores, Jesualdo foi quem começou um braga mais consistente no posto de grande dos pequenos, depois Jesus e agora Domingos. Toda a a gente se lembra de épocas em que o Braga teve 3 treinadores num ano, inclusive ficando fora das competições europeias, tendo de recorrer a intertoto. Alias, lembro sempre do Salvador como um treinador sem paciencia nenhuma para um projecto, tem o dado ao Domingos porque as coisas lhe tem corrido bem, se por exemplo no inicio perde-se o primeiro jogo do campeonato não tenho duvidas que o Salvador pensaria em despedi-lo.

Domingos tem para mim grande parte do merito deste braga europeu, também Carlos Freitas trouxe jogadores como Hugo Viana e Moises que foram muito importantes no titulo, e depois a aliança aos corruptos que lhes permitiu ter Alan e Luis Aguiar. Se há alguma coisa que o sporting tem a tirar do Braga é sobretudo olhando para a equipa em si a jogar. É claro que o Sevilha é muito melhor que o Braga, muito muito muito muito melhor, mas mesmo assim os jogadores do Braga em nenhum momento do jogo deixaram de acreditar que era possivel derrubar a equipa espanhola, mesmo depois de estar o jogo 2-2, a equipa soube ter a frieza de responder e a vontade de vencer a eliminatoria e acabou por marcar. É isso principalmente que não vejo nos jogadores do sporting, além de não terem capacidade de sacrificio, parece que muitas vezes deixam de acreditar em si mesmos, deixam de ter vontade e de querer dar a volta. Existe portanto merito, muito merito, do treinador em motivar a equipa e sobritudo faze-la acreditar que era possivel. Para mim foi impressionante ver o quanto corriam os jogadores do Braga, a raça com que abordavam cada lance, foi algo que me ficou na retina.

Talvez os problemas do Sporting a nivel de jogo jogado desapareciam se Domingos viesse para Alvalade, mas isso é demasiado relativo. Em Braga, Domingos não tem pressão mediatica, não tem grande público a assobiar a equipa se alguma coisa correr mal, não tem não maior parte dos jogos que disputa a obrigação de assumir o jogo e atacar continuamente. Por muito que o Braga ganhe, ainda esta longe de ser um grande

Isso não é bem verdade, relembro.te que na primeira época do Domingos foi logo eliminado na 1a pré-eliminatória para a liga europa, quando um dos objectivos era estar na fase de grupos