É com muito gosto que vejo que este tópico voltou a despertar interesse.
Mas não é a melhor altura para nos centrarmos neste tema, por poder ser mal aproveitado pelos nossos inimigos internos e externos.
Tenho comigo já alguns extractos de documentos que consultei em arquivos antigos e de entre eles, posso abrir mão aqui de alguns parágrafos que não encontrarão nos jornais nem na internet e que passo a transcrever:
[i][b]"Os campeonatos das ligas substituíram no Campeonato de Portugal de 1935 os torneios de classificação que até então se realizavam e, em rigor, tratou-se mesmo dum torneio de classificação, pois por ele se apuravam os concorrentes a esse campeonato na sua competição de honra, limitados aos 8 da 1ª Liga, aos quatro vencedores dos quatro grupos da 2ª Liga mais aos dois vencedores apurados de entre os seus quatro vencidos e ainda ao vencedor do torneio Madeira/Açores, ou sejam o todo 15 concorrentes.
É de notar, porém, que ainda mesmo quando já feito o apuramento, como no caso da 2ª Liga, o respectivo torneio ou campeonato prosseguia para apuramento do seu vencedor, o mesmo se observando em relação à 1ª Liga, apesar de de antemão se saber que todos os seus concorrentes, disputariam o Campeonato de Portugal.
Não é demais emitir a opinião de que a percurssora de tal sistema foi a AFL que na época de 1925/26 organizou o seu campeonato de promoção em bases semelhantes, embora menos ampla e com mais reduzido número de localidades concorrentes.
O primeiro campeonato das Ligas, jogado em 1935, não teve outro prémio além de medalhas para os jogadores vencedores, mas a partir desse ano o clube, o clube vencedor recebia para posse definitiva uma taça, isto até ao ano de 1938, no qual cessaram estes campeonatos, que sob o novo regimento passaram a denominar-se campeonatos nacionais."[/b][/i]
Este pequeno extracto na posse da AFL, explica que as Ligas de 1934–35, 1935–36, 1936–37, 1937–38 não só não tiveram qualquer validade como título nacional, como a sua função foi apenas substituírem o “Torneio de Classificação” para o Campeonato de Portugal, testando a viabilidade financeira deste tipo de prova.
Eis a gravidade da situação.
Os historiadores que nos atribuem 18 títulos de campeão nacional não foram só desonestos, foram baixos a este ponto.