Juniores: Sporting 1 - Belenenses 1 (Crónica)

Esteve uma tarde bem bonita na Academia. O céu estava limpo e o vento quase nem se dava por ele. Foi igualmente um dia muito concorrido, em virtude de muitos núcleos do Sporting terem aproveitado para ir conhecer a nossa fábrica de talentos, o que compôs a bancada do campo principal com uma impressionante moldura humana.

O Sporting recebeu o Belenenses em jornada que iniciou a 2ª volta do campeonato. A equipa do Restelo é treinada por Filgueira, antigo defesa central dos azuis. Na baliza esteve Marco Pinto, campeão nacional de juvenis pelo Sporting na época transacta.

Na bancada, para além de dirigentes e membros de vários núcleos leoninos, registámos as presenças de José Manuel Torcato, os juniores Marco Lança, André Pires, João Gonçalves e Zezinando, este acompanhado por Nani e João Moutinho. O habitual guarda-redes suplente, Tiago Jorge, esteve igualmente na bancada, dado estar lesionado (com o braço direito ao peito). O seleccionador nacional de sub-19, Carlos Dinis, também marcou presença. A equipa técnica dos seniores esteve toda ela a assistir ao jogo, tal como na semana passada.

O Sporting apresentou-se em 4-3-3, com Rui Patrício na baliza, Vasco Campos a defesa direito, Tiago Pires e Daniel Carriço como dupla de centrais e André Nogueira adaptado a defesa esquerdo. A linha de meio campo apresentou Paulo Renato a trinco (capitão), Pedro Celestino sobre a direita e Bruno Pereirinha sobre a esquerda. A linha de frente foi composta por Fábio Paim na direita, Diogo Tavares no meio e David Caiado na esquerda. No banco estiveram o guarda-redes André Martins (ainda juvenil), o defesa Simão Coutinho, o médio João Martins e os avançados Sebastião Nogueira, Tomané, Alison e Ricardo Nogueira. O trio de arbitragem veio de Lisboa.

Da esquerda para a direita: Paulo Renato (capitão), Rui Patrício, Daniel Carriço, André Nogueira, Fábio Paim, Pedro Celestino, Tiago Pires, Vasco Campos, Diogo Tavares, Bruno Pereirinha e David Caiado.

O jogo iniciou-se com ambas as equipas a procurarem ganhar rapidamente o controlo do meio campo. O primeiro sinal de perigo foi do Sporting aos 7 minutos, com um remate ao lado de David Caiado no lado direito da grande área. O Belenenses respondeu logo no minuto seguinte com o golo que inaugurou o marcador, na sua primeira jogada de perigo. O avançado azul fez um cruzamento da direita, os nossos centrais atrapalharam-se e não conseguiram interceptar a bola e esta sobrou para um jogador azul que, perante a saída de Rui Patrício, fez calmamente o 0-1, provocando a satisfação dos adeptos Belenenses presentes. O Sporting tentou reagir de pronto e Pedro Celestino atirou por cima, num livre directo. A nossa equipa começou a denotar muita intranquilidade e Luís Martins interveio no sentido de acalmar os nossos jogadores.

Aos 19 minutos, Daniel Carriço, após um desarme, lançou Fábio Paim em profundidade. Este isolou Diogo Tavares na grande área que tentou contornar Marco Pinto para rematar à baliza. O guarda-redes belenense foi mais rápido e afastou a bola com os punhos. De imediato começou uma fase de massacre que durou alguns minutos. Fábio Paim teve uma boa jogada de perigo com um cruzamento do lado direito que levou perigo à área adversária. Os cruzamentos e jogadas de Paim no flanco direito sucederam-se e a defensiva azul defendia como podia.

Entretanto, junto de nós apareceu o Leão d’Aveiro mais um amigo e escusado será dizer que o fiscal de linha e as chuteiras a descair para o vermelho foram alvos privilegiados da sua indignação. :mrgreen: O cerco leonino à baliza azul continuava e o Belém já quase não passava a linha do meio campo. André Nogueira rematou de longe ao minuto 26 mas ao lado. Os defesas leoninos, que não tinham muito trabalho nesta fase do jogo, aventuravam-se no ataque.

Aos 34 minutos, David Caiado rematou mas Marco Pinto defendeu para canto. Caiado voltou a rematar ao minuto 40, após um bom passe de Bruno Pereirinha. Chegámos ao intervalo em desvantagem no marcador.

O Belenenses entrou melhor no 2º tempo, provocando perigo num cruzamento pela direita a que Rui Patrício respondeu com segurança. Aos 52 minutos, Luís Martins substituiu Tiago Pires pelo ponta de lança Tomané. Paulo Renato passou a central e Diogo Tavares recuou para o apoio a Tomané. O Sporting tentava chegar ao empate. Bruno Pereirinha rematou de longe mas ao lado. Aos 57 minutos, Fábio Paim rematou para nova defesa de Marco Pinto para canto, tendo-se iniciado uns instantes de “tiro ao boneco” conforme a foto documenta.

Paulo Renato também se arriscou a rematar mas igualmente sem sucesso, numa tarde em que a pontaria leonina andava arredia. Bruno Pereirinha cabeceou por cima ao minuto 61. Sucediam-se os cantos, os cruzamentos e os remates mas sem consequências.

Ao caminhar para a parte final da partida, os jogadores do Belenenses começaram praticar anti-jogo de forma primária, contínua e vergonhosa. A demora nas reposições de bola, nas substituições e na assistência a jogadores supostamente lesionados foram uma constante. O árbitro foi demasiado complacente com estas situações, o que motivou ainda mais nervosismo aos jogadores leoninos. Fábio Paim viu o cartão amarelo por responder a uma provocação de um adversário. Este saiu ao minuto 74, dando lugar a João Martins, que se foi instalar no meio campo, passando Diogo Tavares para extremo direito.

À passagem do minuto 85, chegou o merecido golo do empate. João Martins cobrou um livre da esquerda, a bola sobrevoou a área, instalou-se alguma confusão com a bola a andar muito pelo ar até que Diogo Tavares a cabeceou certeira para o fundo das redes, fazendo o 1-1. Na sequência desse lance, Diogo Tavares após uma corrida desenfreada em direcção à bancada, para festejar com os adeptos, ressentiu-se numa das pernas, tendo sido assistido. Acabou por reentrar mas acabou o jogo visivelmente diminuído em termos físicos.

A Academia animou-se e ainda havia a esperança de se chegar à vitória. Dois minutos após o empate, Diogo Tavares cruzou da direita e Tomané falhou o possível 2-1. De seguida, Luís Martins arriscou tudo, tirando Vasco Campos e fazendo entrar Sebastião Nogueira para o extremo direito. Diogo Tavares foi colocar-se novamente junto de Tomané. André Nogueira passou para defesa direito e David Caiado encarregou-se de todo o corredor esquerdo.

O árbitro deu 5 minutos de desconto, manifestamente insuficientes para compensar todo o tempo perdido. A destacar dois lances de perigo do Belenenses. O primeiro num cruzamento da esquerda com remate à baliza e Rui Patrício a efectuar uma excelente defesa. O segundo foi na sequência de um canto, com um cabeceamento de um jogador azul, isolado, ao lado do poste esquerdo da nossa baliza.

Em suma, após o empate, o Belenenses lembrou-se de voltar a atacar. O resultado acaba por ser justo, dado que o Sporting mereceu chegar ao empate e revelou-se ineficaz para conseguir algo mais.

Trio de Arbitragem – Embora não tenha tido influência no resultado, cometeu alguns erros no aspecto técnico, ajuizando mal algumas faltas. No aspecto disciplinar foi muito permissivo com os jogadores do Belenenses que foram, por vezes, excessivamente duros. Permitiu igualmente o anti-jogo da equipa visitante. :evil:

Belenenses – É claramente uma das equipas mais fortes deste campeonato. A sua exibição foi conduzida em função da vantagem alcançada muito cedo, tendo apostado muitas vezes em defender e contra-atacar. À medida que o tempo ia passando, recorreram cada vez mais ao anti-jogo. O ex-leão Marco Pinto foi um dos melhores em campo.

Sporting – Voltou a não fazer uma boa exibição. As jogadas de bom futebol ocorreram a espaços. Na maior parte do jogo, corremos atrás do prejuízo, mais com o coração do que com a cabeça. Revelámos dificuldades em reagir à desvantagem, deixando-nos contagiar pela ansiedade.

Rui Patrício – Não podia fazer nada no golo que sofreu. Revelou-se sempre atento nos cruzamentos e cantos, tendo feito uma defesa que evitou a derrota, já em período de descontos.

Vasco Campos – Mais uma vez, deixou muito a desejar. Falhou muitos passes, colocando até a bola no adversário. Foi pelo seu flanco que o Belenenses mais atacou. Às dificuldades que revela no desarme, verificam-se igualmente carências ao nível do posicionamento, o que obriga os centrais a compensá-lo muitas vezes.

Tiago Pires – Esteve bem. Limitou-se a controlar a sua área de acção, quase sempre de forma eficaz.

Daniel Carriço – O MVP!! :slight_smile: Foi o mais regular ao longo de todo o encontro. Pese embora o golo sofrido, esteve sempre ao seu nível habitual a defender, revelando-se um dos mais inconformados no 2º tempo, tentando sempre que possível levar a equipa para a frente, invadindo o meio campo azul.

André Nogueira – Esteve um pouco abaixo do que sabe fazer, em virtude de ter jogado adaptado. Esteve algo nervoso, revelando dificuldades em travar as investidas dos azuis do Restelo. Quando passou para lateral direito, subiu de produção.

Paulo Renato – Jogou adaptado a trinco, o que desde logo condicionou o seu rendimento. Esforçado mas nem sempre eficaz.

Pedro Celestino – Exibição regular. Sem ter feito um grande jogo, trabalhou muito na luta a meio campo pela posse da bola.

Bruno Pereirinha – Esteve muito esforçado mas as suas iniciativas de ataque nem sempre saíram bem. Melhorou na segunda parte.

Fábio Paim – Fez meia hora de muita qualidade, como já há muito não o víamos fazer. Pôs a cabeça em água à defensiva azul. Rematador e desequilibrador, acabou por desaparecer do jogo no início da 2ª parte.

Diogo Tavares – Esteve muito trapalhão, sendo facilmente anulado pela defensiva contrária. Foi das piores exibições que o vimos fazer. Contudo, nunca virou a cara à luta e acabou por marcar o golo do empate. Acabou o jogo em inferioridade física.

David Caiado – Tal como o caso anterior, foi também das exibições menos conseguidas dos últimos tempos. Teve alguns remates e lances de perigo mas acabou por se deixar levar pelo nervosismo que a equipa revelou.

Tomané – Entrou bem no jogo, combinando com os companheiros do ataque. Fez um par de remates mas fracos e sem consequência.

João Martins – Entrou para fortalecer o meio campo. Procurou sempre levar a equipa para a frente, embora nem sempre da melhor forma. Bateu o livre que deu origem ao merecido golo do empate.

Sebastião Nogueira – Esteve pouco tempo em campo, não se tendo destacado.

As reportagens do costume, excelentes. Céu limpo, que maravilha, e que saudades…

mto obrigado Ricardo !

Dá um enorme prazer ler estas reportagens do Ricardo. Mais uma vez obrigado leão :wink:

Obrigado mais uma vez por esta excelente reportagem.

Ja deve ser doenca no Sporting a tremideira!

Mais um excelente trabalho.

E o André Pires?
Que se passa com o André?
Cá por cima correm umas estórias um bocado estranhas.

O André Pires está lesionado no joelho esquerdo. Vai estar parado mais umas semanas. Estava na Academia a ver o SCP-Belém. Que estórias são essas de que falas? :?

Vou consultar a minha fonte (sim, eu tb tenho :smiley: ) e depois digo alguma coisa, ok?