Nao posso concordar com o membro da Lista Independente ao incluir no afastamento todos os anteriores elementos sem excepção. Um exemplo é Paulo Andrade que embora ligado a um mandato roquettista (Dias da Cunha neste caso) foi dos poucos que encetou um trabalho de qualidade na redução efectiva dos custos da SAD em muitos milhões de euros deixando a papinha toda feita para o Soares Franco (que mesmo assim foi suficientemente burro para nao aproveitar). É claro que assim que o meteram a liderar a componente futebolística deu bronca com umas fantásticas pérolas pelo meio ( quem nao se recorda das declarações sobre o Deivid :twisted:), mas repito, nao me parece alguém de deitar fora no que respeita à analise e tomada de decisões a nível financeiro.
O que acontece, é que Paulo Andrade enquanto foi administrador da SAD entre 2004 e 2005 no mandato de Dias da Cunha, nunca ninguém lhe ouviu um pio, um lamento, uma discordância com o que se estava a passar.
Paulo Andrade, só “descobriu” que tudo estava errado, quando o seu amigo de infância, Filipe Soares Franco, que o tinha levado para o Sporting, lhe puxou o tapete, lhe preparou uma armadilha, e o deixou cair.
Ou seja, Paulo Andrade, só descobriu a verdade quando foi para a rua.
Enquanto lá esteve a mamar, tudo aquilo, eram maravilhas.
Recordo-me, de uma vez lhe ter sido dito particularmente, antes dum jogo em Alvalade, que a equipa precisava dum ponta-de-lança como de pão para a boca, uma vez que Liedson era pouco, e já havia problemas mal resolvidos com ele.
A resposta foi imediatamente no sentido de que não, que a política de redução de custos e de emagrecimento da massa salarial é que estava certa, que não era preciso mais nada, que tudo estava bem assim.
Os resultados viram-se depois, ainda por cima com um prejuízo da SAD em cerca de 10 milhões.
Está também ligado com Dias da Cunha, ao acordo criminoso feito com o BCP, em que o Sporting só poderia reforçar o plantel com compras de jogadores, depois de entregar ao BCP 5,5 milhões de euros anualmente.
Ora isto, não foi mais do que colocar um espartilho, um colete-de-forças, que estrangulou equipa do Sporting e não a deixou respirar.
Também estava na Administração da SAD e do futebol, quando Marinho Neves foi contratado (esteve lá 5 anos) para fazer um trabalho sobre os podres e os vícios do sistema.
Todos os relatórios foram cobardemente metidos na gaveta, e a única coisa que Dias da Cunha disse para o exterior, é que o sistema tinha dois rostos e duas cabeças.
O próprio Marinho Neves, mais tarde, referiu que ficou admirado, uma vez que alguns dos seus relatórios continham nomes de árbitros e situações que se iriam passar a seguir, nos jogos com o Sporting.
Também Paulo Andrade, esteve com Dias da Cunha, no célebre “Manifesto” feito com o benfica, que deu a bronca que deu.
Para além disso, Paulo Andrade sempre foi um admirador e um defensor de Roquette, de Dias da Cunha, e do conluio com a banca, nomeadamente com José Maria Ricciardi. É pois, um roquetteiro.
As suas “aparentes” críticas só surgem a partir do momento em que foi torpedeado por Soares Franco.
Quem hoje o ouve falar, poderá ficar iludido com o que diz, mas na verdade, tudo isso não passa de ressabiamento.
Em resumo, Paulo Andrade, pertence ao Lobby, pertence à Corja, é farinha do mesmo saco.
Uma vez mais, parece-me um erro. Responsabilizar sim, desperdiçar o valor intrínseco de algumas pessoas apenas por algumas opções tomadas no passado nao (obviamente que nao me estou a referir a Godinhos, Roquettes e afins, a gravidade e impunidade associadas aos seus actos ultrapassa o resto).
1980 anos atras (mais coisa menos coisa) tambem houve um senhor coitado que tambem nao tinha culpa nenhuma…acho que o ultimo nome dessa personagem desconhecida era Pilatos :shifty:
Dizer que todos os que colaboradores do Sporting nos últimos 17 anos são para ser corridos é um extremismo perigoso. É o mesmo que dizer que todos os novos rostos são aventureiros ou que todos os que saem do alinhamento betista são aldrabões. Ou seja, é a prosa roquetista invertida.
Mais do que extremismos, o Sporting precisa de racionalidade - coisa que não abundou nas decisões tomadas nos últimos anos. Confio no Bruno para levar a cabo a revolução necessária sem cair no polo oposto, que em nada irá beneficiar o Sporting.
E a historia recente do Sporting está repleta de reis fracos, neste caso reis falsos e incompetentes.
Investigação sim. Responsabilização Moral e criminal pelos danos causados sim. Mas ter cuidado com as generalizações.
Aquele que pode ter sido muito mau sob o reinado de Dias da Cunha ou Soares Franco, pode ser muito bom sob outro reinado, pode ser muito bom se bem orientado e num reinado com pessoas serias, competentes e trabalhadoras.
Concordo completamente. Não podemos generalizar, é fundamental individualizar e identificar todas as pessoas que tiveram ligação ao período negro em que o Clube foi definhando a nível financeiro e patrimonial.
Quem andou por lá e conhece o que se passou, ao denunciar as situações que levaram a este “crise” no Sporting terá sempre atenuantes em relação aos que conhecem, se aproveitaram e continuam calados a contar prazos de prescrição.
Será sempre interessante saber os que colaboraram ou quiseram colaborar com dirigentes que de forma activa ou passiva contribuíram para este estado.
São as generalizações que têm deixado a porta aberta para pessoas como o Carlos Freitas regressarem ao Sporting, como se fossem os salvadores.
Em relação à auditoria, não sei até que ponto não seria melhor recorrer a uma (ou duas) empresa(s) estrangeira(s).
Porque não sei se será fácil encontrar uma empresa em Portugal que não seja influenciável caso receba uns telefonemas dos donos do BES e do BCP, e que o auditor não receba instruções do cliente para não deixar nenhuma pedra por levantar, e do patrão para deixar algumas pedras sossegadas…