Vão ser os BANdidos!
Com tanta droga apreendida, o orelhas vai ter que prestar contas aos líderes dos cartéis.
Só para recordar que neste país tudo tem um preço ou uma comixão… uma das operações mais ilustrativas e sim também tem um agente/scout de jogadores colombianos português que distribuia jogo deste lado do continente… altos quadros da PJ…
E quem criou um erro processual que permitiu a saida do maior barão de droga em Portugal?
Ministerio Público… e juizes que á luz da lei ou do medo ou dos vicios permitem saidas precárias, anulações dos processos e se juntarmos a isto a facilidade … os rangeis desta vida…
Portugal pais de contrabandistas que habilmente consegue driblar portos, aeroportos através de comissionistas nos controlos alfandegarias, nos deapachantes, nos servicos dentro dos aeroportos, nas empresas de viação, transportes de mercadorias… e com apoio de advogados, contanilistas que através de empresas de construção, de imobiliário, sads de futebol, fundos de investimento opacos tudo lavam no Dubai… nas Arábias e nas ilhas Maurícias da vida…
Tudo se trafica em Portugal… decisões de obras públicas, licenças de terrenos , adjudicações de consórcios (vejam se a empresa do brasileiro lobista do avião que convidou o loureirinho a dar uma voltinha não concorreu ao metro do porto onde o major Valentim já andou por lá…)
Dias Loureiro… já foi acionista desta White… SLN (BPN) a seguir compra… oe estes novelos não têm fim…
Aveiro conetion… Bes… freeport… luandas gates…
E enquanto não existir um Portugal papers… nada mudará… talvez por isso as movimentações na compra das cofinas, Tvis da vida…, controlinveste… newsmedia… etc
Tudo bons rapazes
Cada cavadela, sua minhoca… dassssse!!
Vieira coincidentemente a ser apanhado nestas historias, coitado do homem é so azar
So neste pais o escobar nao é preso.
LOL, por acaso na altura achei piada ao facto do orelhas ter recebido militares no Seixal por altura do caso tancos. mas confesso que achei que era mera coincidência:
o caso Tancos foi dia 27 de Junho de 2017. esta fotografia do orelhas com os militares é de 28 de Junho de 2017, um dia depois:
btw, o sujeito ali ao lado do orelhudo acabou por demitir-se por causa deste caso, por “motivos pessoais”. mas querem ver?
Isso mostra que o dinheiro nao chegava para fazer a encomenda da branca.
Porque eventualmente, a montante, a fonte ou terá secado ou levou com dique e não mais jorra com a mesma cadência…
Coordenador da Polícia Federal sobre jato onde seguia João Loureiro: “A investigação começou com a apreensão, mas esse não é o nosso fim” /premium
“A investigação iniciou-se pela apreensão da meia tonelada cocaína, mas esse não é o nosso viés, o nosso fim “. Para a Polícia Federal, no caso do jato privado que transportava droga para Portugal e em que viajava João Loureiro, há muito mais a investigar do que aquele voo e “todos são suspeitos”, incluindo a tripulação . Não há exceções, nem uns são menos suspeitos do que outros.
Ao Observador, Elvis Secco, coordenador nacional de repressão às drogas, armas e fações criminosas da Polícia Federal brasileira, explicou que os investigadores estão a tentar determinar a origem da droga apreendida na fuselagem do Dassault Falcon 900 da Omni — terá vindo do Peru, Colômbia ou Bolívia — e clarificou mesmo o porquê de não ter havido detenções nesta fase inicial da investigação: as suspeitas que existem são circunstanciais. Uma das certezas que deixa também é que nem os sócios da empresa brasileira Lopes & Ferreira Assessoria Ltda — que na versão do antigo presidente do Boavista foi quem pagou a viagem — escaparão ao raide dos investigadores que, sabe o Observador, está a merecer a atenção especial das autoridades centrais brasileiras, dado o “modal aéreo” e a quantidade de droga encontrada.
A investigação é complexa, porque o Ministério Público brasileiro e a Polícia Federal têm de reconstituir tudo o que aconteceu antes da aterragem do Falcon 900 em Salvador da Bahia — onde a droga acabaria por ser apreendida –, perceber qual seria o seu destino final e quem lucraria com ela: “A partir da apreensão, outros factos mais são investigados”, começou por referir Elvis Secco, responsável daquela polícia com uma larga experiência no tráfico de droga e desmantelamento de redes criminosas. Secco não esconde ser um grande defensor da descapitalização patrimonial em casos de lavagem de dinheiro e da cooperação internacional, uma estratégia que, além de fazer escola em muitos países, tornou a Polícia Federal na que “mais sequestra património conseguido através de lavagem de dinheiro com o tráfico”.
O que aconteceu no dia 9 e porque não houve detenções?
O Falcon 900 tinha partido a 27 de janeiro para o Brasil, a partir de Tires, tendo feito uma paragem em Cabo Verde e outra em Salvador da Bahia, antes de chegar ao seu destino final, Jundiaí, interior de São Paulo, e onde se acredita que a cocaína tenha sido carregada. Na viagem seguiram João Loureiro, o espanhol Mansur Heredia e três tripulantes.
Foi já no regresso, a 9 de fevereiro, à chegada a Salvador da Bahia, que um alerta do piloto sobre a estabilidade do avião precipitou tudo. Primeiro chegaram os técnicos, depois as autoridades, alertadas por aqueles.
“Nós temos um avião carregado de cocaína, um avião particular, temos ali todas as pessoas que tinham relação com esse avião, piloto, passageiros… A princípio, se fosse numa outra circunstância, até por uma outra autoridade policial, conforme a decisão, poderia prender todo o mundo. Se tem um avião carregado de cocaína com uma pessoa dentro e se alguém achar que esse cara tem culpa”, disse ao Observador Elvis Secco, adiantando qual foi a linha seguida pela Polícia Federal da Bahia.
Só que nós optámos por fazer o quê? Segurar o avião e fazer toda a investigação já com o inquérito em andamento”, revela.
Ou seja, por enquanto, quando a polícia se refere a “suspeitos”, “não quer dizer que há provas contra ninguém, só quer dizer que em razão da circunstância todos são suspeitos”.
E foi o facto de as suspeitas serem resultado das circunstâncias e não de provas concretas que fez com que nem os passaportes fossem confiscados, podendo os suspeitos deixar o território brasileiro. Além de quem estava no avião, serão também passados a pente fino todos aqueles que possam estar ligados, como quem supostamente pagou a viagem: “Todos estão sendo investigados, todos. Os que estavam na aeronave e os que têm relação com a aeronave estão a ser investigados, sem exceção”.
Elvis Secco não responde sobre se foi a polícia a querer ouvir João Loureiro ou este a pedir para ser ouvido, porque diz que “isso poderia prejudicar tanto a investigação brasileira como a portuguesa”.
Questionado diretamente sobre a situação processual de João Loureiro, sobre quem afirma também recaírem suspeitas, assim como a ausência de medidas restritivas, Elvis Secco esclarece: “Ele foi ouvido, mas o passaporte dele não foi retido, então ele pode ficar aqui ou voltar para Portugal. Não tem qualquer decisão judicial, nem foi apreendido o documento e comunicado ao juiz”, diz, justificando novamente a decisão com a falta de provas materiais: “Justamente, isso acontece porque o nível de suspeição é pela circunstância e não por ter provas contra cada um. O avião ‘caiu’ ali com cocaína, há identificação das pessoas, os documentos. Começa-se a investigação pela apreensão e, quando isso acontece, necessita que sejam esclarecidos todos os factos, por isso que digo, o grau de suspeição é o mesmo”.
Mas isso significa que outras medidas não possam ser tomadas nos próximos dias? Não. “Se em relação a qualquer um dos suspeitos, no decorrer da investigação, tivermos provas, qualquer medida judicial pode ser tomada. Em relação a qualquer um deles. O que vai indicar isso é a investigação e, por enquanto, ela está muito no início para a gente falar qualquer coisa”, afirmou.
Está no início e vai demorar, avisa já este responsável da Polícia Federal: “Não porque nós demoramos para fazer [as coisas], mas porque leva tempo, fazer a identificação de cada um…” Nesse trabalho que está já a ser feito, de cruzamento de dados, conta, não foram ainda encontradas “relações anteriores comprovadas” com esquemas desmantelados naquele país. Mas “até isso está a ser investigado”.
“O padrão aqui é a cocaína vir do Peru, Bolívia ou Colômbia”, revela ao Observador o coordenador de repressão às drogas, armas e fações criminosas da Polícia Federal, esclarecendo que neste caso essa é “mais uma coisa que está sob observação”: “Temos aqui a análise em química que pode identificar a origem dessa cocaína, está sendo feito. É um projeto que nós temos, então temos a chance de verificar de que país veio. Isso ainda não foi concluído, porque a apreensão faz pouco tempo. Não é tão rápido assim”.
A experiência, porém, leva Elvis Secco a avançar já para duas origens mais prováveis: “Fazemos fronteira com estes três países produtores e pode ter vindo de qualquer um, mas geralmente [nestes casos] é Peru ou Bolívia”.
Sobre a cooperação entre a Polícia Federal e a Polícia Judiciária, nomeadamente sobre a possibilidade de deslocações da polícia portuguesa ao Brasil ou das autoridades brasileiras a Lisboa no âmbito das investigações em curso — recorde-se que o cidadão espanhol já estava a ser investigado pela Judiciária — Elvis Secco garante apenas que tudo está a ser trabalhado, sem excluir qualquer deslocação: “Isso aí está sendo analisado e não tenho nada para falar sobre isso, porque depende das circunstâncias”.
Elvis Secco confirmou ainda que, apesar de ninguém estar retido, a polícia pediu aos suspeitos para que fossem copiados dados dos seus telemóveis, como mensagens e fotografias, tal como o Observador já havia revelado, quando noticiou que o delegado da Bahia havia inclusivamente advertido João Loureiro a comunicar qualquer alteração de morada. Neste processo, ao contrário do que acontece em outros, nenhum dos investigados terá mostrado oposição à cópia de ficheiros para que sejam agora analisados na investigação.
“Todos os telemóveis são utilizados para extrair dados numa investigação, para você obter elementos de prova, então muitas vezes até o próprio investigado franqueia o seu telemóvel para que os seus dados sejam extraídos”, disse, concluindo: “Se não me engano, os próprios suspeitos neste casos franquearam os telemóveis para que os dados fossem extraídos. Não houve necessidade de qualquer ordem judicial”.
Ontem o sexta as 9 da rtp1 fez meio programa sobre o caso.
Agora o gajo quer voltar o mais rapido para Portugal porque teme pela vida no Brasil. Vai-se lá a saber porque…
Ainda não tinha visto essa entrevista do J Loureiro mas dá claramente para sentir que o gajo tem o rabo apertado.
Gagueja por todo lado, não constrói uma frase fluida em comparação com os outros dois empresários que falam no fim.
O empresário (dono) da OMNI é outro que já estava ali a ferver.
Duvido que se venha a saber de toda a gente envolvida porque para comprar tanta branca é preciso muito dinheiro e não é qualquer um que tem dinheiro para este volume.
Há muito gente de poder envolvida nisto, o espanhol e o J Loureiro são só peões dessa gente.
a justiça portuguesa é capaz de lhe ser mais simpática que a de cá. não sei se os tentáculos do polvo chegam às terras de vera cruz com a mesma força que tem aqui…
SOCIEDADE 27 de fevereiro 2021
João Loureiro: Telemóveis tramam suspeitos
A Polícia Federal brasileira está a usar os dados dos telemóveis dos suspeitos para avançar na investigação do caso da cocaína encontrada no jato privado onde viajava João Loureiro. O amigo brasileiro do ex-presidente do Boavista, que quer comprar a empresa dona do avião, forçou Loureiro a apresentar-se à Polícia. Em setembro, a PJ já tinha feito buscas à aeronave.
Por Felícia Cabrita e João Amaral Santos
A apreensão do telemóvel do comandante português do avião privado que foi apanhado pela Polícia Federal brasileira, no passado dia 9 de fevereiro, em Salvador da Baía, com 500 quilos de cocaína é um rude golpe para a estrutura da organização criminosa envolvida no tráfico de droga, apurou o Nascer do SOL junto de fonte conhecedora da investigação.
Esta não é, aliás, a primeira vez que aquela polícia utiliza este método para dar o golpe final numa megaoperação de narcotráfico. A polícia brasileira usa uma tecnologia israelita que permite, em poucas horas, extrair e analisar todos os dados guardados num aparelho, incluindo contactos, e-mails, ficheiros ou mensagens, mesmo depois de tudo ter sido apagado. Graças a esta poderosa ferramenta, é ainda possível aceder a contas bancárias e respetivos movimentos e reconstituir passo a passo o percurso dos suspeitos desde que aterraram naquele país.
Neste caso, foi através de uma primeira análise ao aparelho do comandante do jato que os investigadores brasileiros estabeleceram a sua relação com João Loureiro, antes ainda de este último se ter apresentado na superintendência de Salvador, na sexta-feira, dia 19, para prestar declarações. A conexão entre os dois foi fácil de estabelecer, uma vez que o ex-presidente do Boavista não só constava dos contactos pessoais do comandante como tinha trocado mensagens com ele. Nesse mesmo dia, o copiloto do avião, de nacionalidade holandesa, também foi ouvido, tal como a hospedeira de bordo portuguesa. E, mais tarde, o telemóvel do próprio João Loureiro seria alvo das mesmas perícias quando foi ouvido pelas autoridades.
Foi precisamente nesse primeiro interrogatório de quatro horas que João Loureiro levantou pela primeira vez o véu sobre a relação de amizade que mantém há vários anos com Rowles Magalhães, empresário e advogado brasileiro que tem assinado um contrato-promessa com o proprietário da Omni para a compra desta companhia aérea, dona do avião onde seguia a droga. Nas declarações prestadas à polícia, Loureiro admitiu ter sido ele a propor o negócio e a ter um papel ativo para que o mesmo se concretizasse. O ex-presidente do Boavista abriu caminho ao empresário brasileiro em Portugal, cedendo-lhe no ano passado a Aristopreference Lda, sociedade criada em 2019, com sede numa morada no Porto, onde chegou a funcionar o seu antigo escritório de advocacia. Ao contrário do que afirmou Loureiro, não foi através desta empresa que Rowles formalizou a compra da Omni, mas sim da Referencecastle, Lda, uma sociedade criada dias depois de ter entrado na Aristopreference. A compra da Omni estará pendente da aprovação de um crédito de uma instituição financeira portuguesa.
E foi esta ligação empresarial entre Rowles e Loureiro que levou este último a justificar o pedido para ser ouvido no inquérito pela Polícia Federal brasileira. Ao contrário do que Loureiro afirmou aos media portugueses, o seu pedido teve na origem uma decisão do próprio Rowles. É que a cobertura dada pela comunicação social nos dois países à absurda quantidade de cocaína encontrada fez soar os alarmes: qualquer ligação da apreensão da droga à Omni tornara-se perigosa. Rowles quis demarcar-se do caso desde a primeira hora, o mais rapidamente possível e fez entrar em cena a sua equipa de advogados. Enviou então a advogada Bárbara Monteiro, que reside em São Paulo, até Salvador da Baía, para consultar o inquérito. Mas, neste aspeto, a advogada faz declarações pouco coerentes: «Vi no depoimento do comandante do avião que ele se referia a um dos tripulantes, o João Loureiro, que eu não conhecia, e liguei ao meu cliente [Rowles Magalhães] a pedir-lhe para falar com ele, pois era conveniente que ele viesse ao inquérito prestar declarações», disse ao Nascer do SOL. O que acabou por acontecer.
Bárbara Monteiro admite que Rowles «ficou preocupado» com todo o ruído criado em torno do amigo João Loureiro e da empresa que pretende adquirir. Perante a possibilidade de a companhia de aviação passar à condição de suspeita de fazer parte da logística da organização criminosa para o transporte da cocaína, e temendo ver-se envolvido no caso, Rowles não quis esperar. Embora, segundo a sua advogada, tal cenário seja impossível. E apresenta as razões: «O negócio com a Omni ainda não está concluído. Nunca poderia ser o meu cliente porque ele não administra, não é gestor, não tem ainda qualquer poder na empresa e, claro, não tem poder para autorizar voos. Contratualmente, tem essa previsão. Isso está escrito contratualmente». O próprio Rowles Magalhães poderá esclarecer este e outros assuntos, pois os responsáveis pela investigação querem ouvi-lo nos próximos dias.
Uma das questões é precisamente a natureza dos negócios que possui em Portugal. O empresário brasileiro continuou a expandir o universo das suas empresas no país ao longo do ano passado: depois de passar a ser dono da Aristopreference Lda, em julho de 2020, Rowles e o sócio Ricardo Agostinho criaram poucos dias depois a acima referida sociedade Referencecastle Lda, que tem sede no Porto e também se dedica à consultoria de negócios e gestão. O capital social da empresa é de 100 mil euros, mas a sua atividade não é conhecida. Julga-se, porém, que esta sociedade tem vindo a gerir vários investimentos no ramo imobiliário. O nosso jornal tentou contactar a empresa. O telefone toca, mas do outro lado da linha ninguém atende.
Recorde-se que aos media portugueses João Loureiro justificou a presença no Brasil com uma entrevista de emprego para o cargo de consultor numa empresa brasileira interessada em efetuar investimentos em Portugal. E usou a mesma versão junto das autoridades brasileiras.
Loureiro partiu de Tires a 27 de janeiro, a bordo de um jato privado da Omni, empresa com sede no Aeródromo de Cascais (em Tires). A aeronave tinha sido fretada pela Lopes e Ferreira, Assessoria Lda, uma microempresa com capital social de apenas 20 mil reais (cerca de três mil euros), sediada numa sala de um modesto prédio de São Paulo, que pagou a pronto mais de 100 mil euros pelo serviço de transporte aéreo. E esta é apenas mais uma das (várias) empresas sem atividade conhecida que têm vindo à luz do dia neste processo.
PJ já suspeitava do avião desde setembro de 2020
A Omni e o jato privado onde os 500 quilos de cocaína foram encontrados já estavam sob o radar das autoridades portuguesas há vários meses. Fonte da PJ confirmou ao Nascer do SOL que este avião já tinha sido alvo de buscas em setembro de 2020, no âmbito de uma operação de combate ao tráfico de droga. Na altura, a PJ terá tido a indicação de que esta aeronave transportava uma grande quantidade de droga dissimulada na fuselagem. As buscas acabaram, porém, por não encontrar nada. Mas a apreensão de meia tonelada de cocaína feita no dia 9 de fevereiro, em Salvador da Baía, permite confirmar que a polícia portuguesa estava na pista certa.
O avião – Dassault Falcon 900B, com matrícula CS-DTP – cruzava o Atlântico com frequência, a partir de Tires, onde a Omni possui um hangar privado (o número seis), onde estaciona e faz a manutenção da sua frota. O grupo possui várias empresas que tornam a operação de transporte aéreo praticamente autossuficiente. Uma delas é a Aeromec, uma empresa de manutenção de aeronaves que atua em Portugal, Cabo Verde e Brasil, países por onde passou a aeronave no epicentro deste crime.
O avião saiu de Portugal a 27 de janeiro e, após escalas em Cabo Verde e São Paulo, preparava-se para regressar a Tires quando a droga foi descoberta. O comandante foi obrigado a chamar a manutenção devido a um problema técnico e terá sido um dos mecânicos a descobrir um pacote no interior de um painel, tendo, na hora, contactado com as autoridades brasileiras. O jato encontra-se agora retido, à ordem das investigações no Brasil.
A investigação está a dar os primeiros passos e, por enquanto, apenas os cinco elementos que iam no avião – os três tripulantes e os dois passageiros, João Loureiro e o espanhol Mansur Ben-barka Heredia – são considerados suspeitos de pertencerem a um esquema de tráfico de droga e lavagem de dinheiro. Falta ainda alcançar o topo da organização, mas o acesso aos dados dos dois telemóveis deram músculo ao inquérito.
Elvis Secco, o craque de vários desmantelamentos de droga de âmbito internacional, afirmou ao nosso jornal que «o dono da droga está sempre a milhas dela»: «Quando se trata de apreensões em aviões, o que é habitual é que um piloto, e geralmente alguém da tripulação, façam parte do esquema. O mesmo se passa se a droga for transportada num camião. O motorista tem sempre de saber». «Depois, é necessário chegar à pirâmide e verificar se o proprietário tem ligações com alguma organização criminosa na Europa ou no Brasil», explicou o coordenador-geral do departamento de Repressão a Drogas e Fações Criminosas da Polícia Federal brasileira.
Foi, aliás, sob a sua liderança que, com acesso apenas a um telemóvel apreendido em 2020 a um elemento de uma rede de tráfico, que a Polícia Federal percebeu como funcionava toda a pirâmide de uma importante organização criminosa. A investigação – batizada de operação Caixa Forte II –, através das mesmas soluções tecnológicas agora utilizadas, ficou na posse de informações como números de contas bancárias, ordens de pagamento do líder e os nomes de todas as pessoas envolvidas.
No final, o resultado foram 422 mandados de prisão, 201 mandados de busca e apreensão e o confisco de bens no valor total de 252 milhões de reais (cerca de 38 milhões de euros).
A Polícia Judiciária portuguesa tem vindo a colaborar com a sua congénere brasileira e já abriu um inquérito a este caso. Neste momento, está a fazer um levantamento de possíveis antecedentes e outras situações suspeitas da parte dos envolvidos, como viagens efetuadas anteriormente entre Portugal e o Brasil, o património que têm nos dois lados do Atlântico e, sobretudo, os movimentos financeiros realizados recentemente. Todos os elementos do grupo dos cinco visitam com frequência o Brasil – e, desta vez, viajaram juntos.
É mais os graudes lá no Brasil, os tais fornecedores da branca. Quem dirige a investigaão na PF, Elvis Secco, sendo mencionado num artigo postado logo acima no topico, é um perito em desmentelar redes de trafico de droga, logo isso implica pessoal lá como tambem cá.
“Escobar brasileiro” compra empresa aérea na Europa e foge no próprio avião
Josmar Jozino
Colunista do UOL
26/02/2021 04h00
O ex-policial militar do Mato Grosso do Sul, Sérgio Roberto de Carvalho, 62, o Major Carvalho, o maior narcotraficante procurado na Europa, comprou uma empresa aérea em Cascais, a 40 km de Lisboa, e fugiu com destino a Kiev, na Ucrânia, no próprio avião. Em Portugal, ele é conhecido como “Escobar brasileiro”, em referência ao colombiano Pablo Escobar.
Segundo as investigações, antes de fugir, em novembro do ano passado, ele deixou 11 milhões de euros (mais de R$ 73 milhões, na cotação atual) escondidos em malas dentro de uma van na garagem de um prédio onde havia alugado um apartamento, na avenida da Liberdade, em Lisboa, uma das mais famosas da cidade.
“Escobar brasileiro” vivia com identidade falsa em uma luxuosa mansão avaliada em 2,2 milhões de euros (quase R$ 15 milhões), em Marbella, região de Málaga, o mais belo balneário da Andaluzia, na Espanha. E também tinha dois apartamentos em Lisboa e uma empresa em Dubai, nos Emirados Árabes. Os bens foram bloqueados judicialmente.
Avião usado pelo “Escobar brasileiro”
Imagem: Polícia Judiciária de Portugal/Divulgação
A Polícia Judiciária de Portugal investiga se os 578 kg de cocaína apreendidos no Falcon 900 da empresa Táxi Aéreo Omni Aviação, no último dia 9, no Aeroporto Internacional de Salvador, na Bahia, foram encomendados pelo “Escobar brasileiro”.
A Operação Enterprise, deflagrada no fim do ano passado pela Polícia Federal concluiu que o “Escobar brasileiro” enviou 45 toneladas de cocaína do Brasil para a Europa, via portos brasileiros. A quantidade da droga foi avaliada em R$ 2,25 bilhões.
Segundo as autoridades lusitanas, o “Escobar brasileiro” comprou a Airjetsul, que também opera em Cascais, a partir do aeródromo de Tires, com uma finalidade: usar os jatos da companhia no transporte de droga para a Europa, África e Ásia.
A Polícia Judiciária também apura se o Major Carvalho está comprando a Omni, usando lobistas brasileiros e “cartolas” ligados ao futebol português. Segundo a imprensa portuguesa, um dos suspeitos de intermediar a negociação é o empresário João Loureiro, ex-presidente do Boavista, time da primeira divisão, campeão português em 2000/2001. À rede de televisão SIC, ele garantiu não ter qualquer envolvimento neste caso.
Depoimento à PF
João Loureiro embarcou no Falcon 900 com destino ao Brasil no dia 28 de janeiro deste ano. Além dele estavam na aeronave três tripulantes e o espanhol Mansur Mohamed Heredia. O carro desse último foi apreendido no aeródromo de Tires para ser periciado.
O avião pousou em Salvador e seguiu para o aeroporto de Jundiaí (SP), mesma cidade onde a quadrilha de “Escobar brasileiro” usava um hangar para o transporte de drogas. Alguns dias depois, no início de fevereiro, no retorno a Salvador, o piloto detectou problemas no trem de pouso e comunicou a torre de controle.
Mecânicos, policiais federais e civis de Salvador encontraram os 578 kg da droga escondidos na fuselagem da aeronave. A cocaína estava em pacotes com marcas de materiais esportivos famosos.
O depoimento de João Loureiro à Polícia Federal durou quatro horas. O telefone celular dele foi apreendido para análise e depois devolvido.
Empresa sediada em SP
O UOL teve acesso a documentos com a lista de sete passageiros que embarcariam no jato com destino a Cascais. A maioria é ligada ao futebol português. Um deles, Bruno Carvalho, participou das negociações do retorno do técnico Jorge Jesus ao Benfica. Já Bruno Macedo é o agente que levou o treinador Abel Ferreira ao Palmeiras.
Outra documentação obtida pelo UOL traz os nomes de uma pessoa e da empresa responsável pelo fretamento do jato da Omni. O custo foi de 130 mil euros (R$ 870 mil).
A empresa era sediada na Vila Santa Maria, bairro da zona norte de São Paulo, e um dos sócios é advogado. A reportagem não conseguiu falar com ele.
A Polícia Federal não quis se manifestar sobre o fretamento da aeronave portuguesa e explicou que as investigações continuam em andamento, mas são sigilosas.
O gajo já se sente morto… só ainda não sabe quando!