Mas no dia em que este s porting começar a jogar para o pontinho, fechadinho lá atrás, contra os Paços Ferreira desta liga (cenário que eu espero nunca ver nesta vida), deixa de perder jogos. Só descem 2, o Sporting não será um deles.
Vinha a pensar nisto, ao mesmo tempo que deva graças por actualmente só descerem duas equipas. Só que eu não diria “nunca na vida” - pelo contrário, diria “já!” É a única alternativa que nos resta esta época. É demasiado tarde para esperar. Sempre pensei que, com a qualidade dos jogadores, mesmo no meio da mediocridade se ganharia mais ou menos o que se perderia - ou seja, o que aconteceu nas últimas quatro ou cinco épocas. Ora, neste momento, temos duas vitórias em 13 jogos. Isto nem sequer é registo de meio da tabela - é mesmo de descida de divisão.
Se a equipa continua a abordar os jogos desta maneira durante muito mais tempo - diria que o ponto de não-retorno é a dupla jornada em casa com Beira Mar e Guimarães na viragem do calendário - o que é (ainda) uma probabilidade remotíssima pode rapidamente deixar de o ser.
Se nos deixamos cair numa luta pela manutenção, por paradoxal que possa parecer, estaremos em desvantagem contra clubes que estão mais do que batidos nessas lides - o Vitória de Setúbal, o Beira Mar, o Gil Vicente, a Académica, etc. Nem o público, nem os jogadores, nem o treinador, nem os dirigentes do Sporting têm qualquer experiência de luta pela manutenção. Enquanto os jogadores e adeptos daqueles clubes sabem que uma derrota fora não é o fim do mundo e que o mais importante é ser capaz de fazer um “bounce back” rápido para recuperar no jogo seguinte em casa, cada derrota do Sporting lança o caos e a desorientação e faz regressar tudo à estaca zero.
Ainda por cima, o calendário é traiçoeiro. Os últimos nove jogos são em “sanduiche”: incluem confrontos decisivos com o que serão rivais directos na luta pela manutenção intercalados com uma recepção ao Porto e saídas à Luz, a Braga e a Paços de Ferreira. Imagina o ambiente em Alvalade contra o Setúbal, o Moreirense, o Olhanense ou o Nacional depois de uma derrota desmoralizadora contra o Benfica ou o Porto, ou de mais uma visita “negra” a Braga ou à Mata Real. À mínima contrariedade (um golo sofrido primeiro ou até um 0-0 que se prolonga demasiado) e é o descalabro em campo e na bancada. Se chegamos aí a precisar desses pontos, estamos fritos.
Impedir isto implica ir buscar já um treinador tuga experiente (ou pôr o Jesualdo à frente da equipa) . Alguém que saiba de trás para frente as manhas da luta pela manutenção e que seja familiar até à medula com as equipas que a jogam. Implica se calhar deixar alguns jogadores mais talentosos no banco ou até na bancada, substituídos por aqueles que, tendo menos talento, são mais regulares e têm maior disponibilidade física e resistência mental. E, se calhar, trazer agora em Janeiro um ou dois jogadores com este perfil e com esta experiência.
Se o fizermos, acho que aí até será possível chegar ao 5º lugar (acho que o 4º morreu hoje). Está tudo tão indefinido que um par de vitórias consecutivas dá a volta à classificação. Agora, se não mudarmos nada, estaremos mesmo a testar a sorte.