Acho que toda a gente, que tem trabalho já se sentiu injustiçado pelas mais diversas razões, com/sem razão. Seja por questões emocionais ou ver trabalho a ser mal feito e ter de “comer e calar” ou deixar-se ficar porque “uma mão lava a outra”. Pessoas a subir na hierarquia sem capacidade, acerto salarial curto, horas extra não pagas etc…
Este tópico servirá, para partilhar histórias onde tenham sido o protagonista e como procederam.
Começo por partilhar a minha:
Fui recentemente promovido dentro de uma empresa automóvel. Era operador fabril e fazia horas extra. Tenho 55 horas a positivo.
Com esta nova mudança de função (trabalho no escritório de gestão logística), o meu horário mudou. Este horário permite flexibilidade, se faltar 2 horas, ou entrar mais tarde não sou prejudicado. Se trabalhar por teletrabalho (com aviso prévio), não picando o dedo, não se é prejudicado no final do mês. Ou seja o banco de horas aqui não existe.
Questionei os recursos humanos da minha fábrica, mais direto para os operadores, que tinha 55 horas e como se ia proceder.
Disseram que tinha de contactar os recursos humanos, mais direto para quem trabalha no escritório. Disse que tinha 55 horas e como iam proceder. “Vão pagar ou vou ficar em casa?”.
Disseram para entrar com os recursos humanos da fábrica, mais direto aos operadores. E eu disse “mas eles é que disseram para entrar em contacto com vocês” ao que me responderam “Ai sim? E quem é que lhe disse para entrar em contacto conosco sobre as suas horas extra”?
Eu disse o nome, disseram que ia entrar em contacto e que depois me dizia alguma coisa, que entrava em contacto comigo.
Passaram 2 semanas e não recebi nenhuma chamada. A senhora atendeu e pediu desculpa, que se tinha “esquecido”.
Voltei a questionar “Tenho 55 horas, vão pagá-las?” Ela respondeu para falar com a minha chefia para eu “gozar as horas de forma a que não prejudique a empresa e a equipa de trabalho”. Eu expliquei-lhe (como se ela não soubesse) que neste novo contrato o banco de horas não existe, pelo que na realidade não ia estar a gozar as horas, mesmo que fosse de “forma a que não prejudique a empresa e a equipa de trabalho”.
Perguntei-lhe “você não acha que é algo lógico e intuitivo pagar as horas extra laborais, depois do contrato ter terminado e agora ter assinado um novo?”
"Pois mas a empresa não procede assim…, você não é o único que está nessa situação. Entre em contacto com a sua chefia para usar essas horas. Mas olhe, não use tudo este ano. Guarde para o ano que vem, algumas horas. Uma pessoas não sabe o que pode acontecer. Você está numa fase inicial, tem de se aplicar. Veja da melhorar maneira com a sua nova chefia. "
Agradeceu por ter entrado em contacto de novo porque se tinha “esquecido”.
Eu respondi que ia ver a melhor maneira e agradeci o “apoio”.
Como isto é tudo muito recente, não sei como vou realmente proceder. Mas sinto que estão a aproveitar-se por ter sido um operador de máquina e por estar nesta nova função, tenho de comer e calar. As pessoas do meu escritório tinham-me dito que eu ia perder essas horas e para preparar-me. Eu não acreditei, por ser tão contra intuitivo.
Para mim faz zero sentido e tenciono mesmo entrar em contacto com um advogado para ver como posso proceder nesta situação.