Esteve bem uma vez mais a AAS ao organizar esta reunião, pelo 3º ano consecutivo, promovendo aquela que é, em minha opinião e sem a mais pequena margem de dúvida, a maior riqueza da Marca Sporting. A participação dos seus adeptos.
E eram várias as tendências representadas, além da participação individual de alguns sportinguistas (entre os quais me incluí).
Os grupos mais fortes eram, para lá da organizadora (representada ao mais alto nível), o Ser Sporting (com pelo menos 3 foristas cá da casa), a Centuria Leonina, com Varandas e João Pedro Silva pelo menos, e o Solar do Norte, com dois elementos. Presentes também sportinguistas mais “ligados” à “continuidade” (uso o termo de forma muito ligeira para rápido entendimento) como o conselheiro leonino Pedro Paulino ou o editor do Sangue Leonino Nelson Santos.
A manhã soalheira foi curta para se discutir o tema “Marca Sporting”, com uma apresentação da AAS sobre o tema, com especial incidência na potencialidade da Academia (como já prometido o trabalho será disponibilizado para a leitura de todos nós) e consequente discussão aberta à sala (como fui sobretudo para ouvir, quando me “apeteceu” comentar já o tempo era escasso para o fazer).
Quanto a mim importantes contributos de Pedro Ferreira, Baptista da Silva e João Pedro Varandas (mais pela postura critica, que olhando para o passado recente me surpreendeu) e sobretudo um participante chamado Bruno, que identifiquei como muito próximo da Centuria (senão fazendo mesmo parte dela) e que apontou a mentalidade em vigor no nosso clube (a falta de exigência) como aspecto mais forte na perda de influência da Marca Sporting.
Ainda antes do repasto (já agora uns bifinhos com molho de cogumelos que estavam bastante melhores do que se poderia esperar), tempo para apresentações individuais dos participantes.
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Ecletismo, por Hugo Malcato - Provavelmente a melhor, baseada no respeito pelas modalidades como forma de crescimento do clube (e com informação muito interessante relativamente ao real custo daquelas).
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Sentimento de Pertença, por Luis Pires (AAS - Conselheiro Leonino) - Quem o conhece percebe que esteve baseada na emotividade em detrimento da racionalidade irresponsável.
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Sporting, que futuro, pela Centuria Leonina - Com algumas boas ideias e com as quais concordo plenamente (revisão estatutária), outras a avaliar (curiosamente, e na senda surpreendente, o ponto REFUNDAÇÃO, que não é exactamente o que quer dizer) e uma com que não me identifico (Sporting como líder de um movimento de transparência do futebol).
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Lobby Sporting, por Verdão (e não sei se Nuno Paiva e Hugo Malcato, fiquei por entender) - Que como o nome indica defendeu o lobbying como arma de crescimento, assente numa ideia de associação de clubes sportinguistas (ACS), englobando um projecto TV e um processo de potenciação de sinergias individuais. Bastantes ideias com muito interesse (e pena que, uma vez que foi proposto fora dos prazos, com menos tempo de desenvolvimento).
Da parte da tarde os trabalhos incidiram na vertente Licenciamento e relação com os adeptos, com a presença de Luis Paulo Relógio (com ligações óbvias ao Sporting, basta notar a sua participação na APDD), que aliás me era familiar, embora tenha passado parte da tarde a tentar recordar qual foi o high profile case que há largos anos o “introduziu”, na sua qualidade de advogado, no mundo da bola (acho até que foi com o Sporting, mas não me recordo).
O meu conhecimento desta matéria é superficial, vejo-lhe aspectos muito positivos, mas tendo em conta o que conhecemos da forma como as “leis da bola” e seus intervenientes funcionam em Portugal, sou enormemente céptico relativamente à praticabilidade de tudo isto, sem ser desvirtuado pelas habituais manobras.
Aliás da participação do homem da FPF fiquei com a percepção de que ou o Sporting recupera rapidamente o seu estatuto de instituição a temer, ou o mais natural é passar por mexilhão na velha estória de cariz mais ou menos sexual.
Intervim nesta fase sobretudo numa óptica de deixar o registo de que os sportinguistas não permitirão que se brinque com o clube, mas como na primeira solicitação, com alusão ao tema acções/Benfica, o homem se me pareceu exaltar com a minha desconfiança ao seu trabalho, e como não estava em minha casa nem quis colocar em maus lençóis os organizadores, optei por não chegar à ameaça indirecta, que era basicamente o fim a que me propunha.
A seguir participou o Prof. Jorge Silvério, Ombudsman (Provedor, mas como a tarde foi em inglês e esta é uma das palavras mais cómicas da língua, não me contive :mrgreen:) da Liga para o adepto, pessoa que me pareceu extremamente simpática, mas que por vicissitudes linguísticas não promoveu a sua apresentação como ela mereceria, e portanto a discussão que se seguiu também não foi motivadora (nota para o facto do Prof. conseguir contactar o nosso Provedor do sócio, de forma oficial como fiz questão de clarificar ::), e também para o facto do actual contacto ainda ser, na gestão do dossier adeptos… Rogério de Brito :xock: :rotfl: :rotfl: :rotfl: e mais :rotfl: :rotfl: :rotfl:).
Finalmente, e para concluir, foi-nos apresentado o cenário do movimento de associações de adeptos por essa Europa fora, através da representante da Supporters Direct, Antonia Hagemann, com informação bastante relevante em termos de peso institucional que algumas delas já possuem em vários clubes, sobretudo em clubes fora da esfera associativa, trabalhando e sendo aceites como parte importante do crescimento daqueles por parte das próprias direcção e administrações.
Estamos a falar de associações com muitos milhares de associados, que promovem de forma participativa a sua marca, tendo-me ficado na memória um número absolutamente monstruoso.
Há algum tempo, em Sevilha, devido à péssima gestão da direcção, os adeptos verdiblancos (espero sinceramente que seja apenas uma coincidência :eh:) levaram para a rua o seu descontentamento. Foram só 60 mil alminhas. Na marcha do centenário do Sporting, quantos sportinguistas estiveram presentes?
Concluindo, que isto vai longo, foi um excelente dia de vivência leonina, de apoio TOTAL ao clube, de grande acção para a evolução e o crescimento do Sporting, que só ficou marcado negativamente pela ausência de representação oficial do clube, que em vez de incentivar, até por acção própria dos seus dirigentes, este tipo de iniciativas, as parece desprezar, mostrando bem a falta de respeito pelos sportinguistas e indirectamente pelo próprio Sporting.
PS. Desculpem lá o tamanho desta porra, comecei a escrever e foi de enfiada. :great: