Não foi por isso que foi criado. Se fosse assim, o Sporting teria de ficar obrigatoriamente na primeira divisão, porque Santa Luzia e Águias de Santa Marta, não têm sub 15. Têm só sub 19 no Nacional e sub 17, Distrital, e até podem estar em último da sua zona (como é o caso do Santa Luzia) ou nem se apurarem para a fase final (Santa Marta), mas cumprem o regulamento, têm mais de 20 atletas na formação.
Mas é ridículo esta classificação dos clubes na certificação. No feminino, na certificação de 2024, existiam 3 clubes com 5 estrelas. Sporting, Porto Salvo e Maia. Os três com cerca de 100 atletas. Mas depois Benfica, Nun’Alvares, Novasemente ou Feijó com mais de 60 atletas, têm 3 estrelas e clubes que têm 20 ou 30, que também têm 3 estrelas.
Mas dizem eles que são ações necessárias para desenvolver o Futsal Feminino. A redução de 12 para 10, dizem, vai aumentar a competitividade. Certamente, acham que as jogadoras do Sporting e do Povoense, por exemplo, vão sair de Lisboa para irem para Viana, Penafiel, Vila do Conde ou Ponte de Lima, para poder continuar na Liga Placard? Que Novasemente, Feijó ou Porto Salvo, vão reestruturar os seus planteis para encaixar estas atletas do Sporting e Povoense? Em Espanha, A primeira divisão, tem 30 jornadas, mais playoffs.
Vamos pensar no futuro. Vamos ser sérios. A Liga Placard, é equilibrada dentro do desiquilibrio. Tiramos Benfica, Nun’Alvares, Maia e Gondomar e existe um equilíbrio entre 8 equipas. Entre Porto Salvo e Povoense, qualquer uma disputa taco a taco um jogo. A questão de reduzir para aumentar a competitividade é uma falácia. Depois temos que, as jogadoras do Benfica, indiscutíveis na seleção A, têm uma média de 30 anos. As do Nun’Alvares, 33. Não vão durar para sempre ao mesmo nível. Se pensarmos que na seleção de sub 21 o Benfica, tem 2 jogadoras e o Nun’Alvares 1. Nas sub 19, o Benfica tem as mesmas 2 mais 3 jogadoras e o Nun’Alvares, a mesma, mais uma, sendo que destas 7 jogadoras ,que eventualmente jogarão a um nível mais elevado, 3 são GR. Onde é que reduzir de 22 para 18 jogos, vai aumentar a competitividade das restantes, ainda mais quando cerca de 20% das atletas já são estrangeiras e se prevê a chegada de mais. Vamos a uma competição internacional, as jogadoras portuguesas, têm menos uma dúzia de jogos de alto nível que as espanholas. Não sei o que passou pela cabeça dos responsáveis federativos, mas não vai ser a reduzir a Liga Placard que o Benfica e Nun’Alvares, vão deixar de passear sobre a concorrência.