O negócio de Fátima foi bem montado e tiro o chapéu a quem o pensou e estruturou. Aquilo funciona e devia ser motivo de estudos académicos. É também uma força de motivação para todos os crentes, mesmo que seja tudo irreal e falso, a verdade é que as pessoas acreditam e às vezes basta isso, que há uma força que lhes ajuda e isso é suficiente para terem um espírito positivo e acreditarem que os problemas se resolvem. É uma questão mental e de atitude perante a dificuldade que enfrentam.
Já fui a Fátima várias vezes. Sente-se uma áurea especial por ali. Pode bem ser algo que tenhamos já interiorizado, desconheço. É um lugar de culto, as pessoas sentem-se bem ali e é uma fuga aos problemas diários. Ajudou-me a ter motivação-extra, obviamente que aquilo que ali agradeci, foi fruto do meu trabalho, do meu esforço e que sem estas duas componentes, nada feito. Sou inteligente o suficiente para desconfiar e colocar em causa tudo aquilo, mas também sou inteligente o suficiente para utilizar em meu proveito, dando aquela confiança, aquela crença, extra para viver a vida. Muitas vezes, é preciso algo mais, um alento, um acreditar e Fátima, muitas vezes, consegue transmitir isso.
Hoje, é muito raro frequentar uma cerimónia religiosa. Acho tudo uma montagem, muita farsa e muita coisa por explicar. A devoção a um livro sagrado cuja a veracidade é questionável, levanta-me muitas dúvidas. Reconheço o papel da religião, nomeadamente o papel social, que tem sido importante nestes tempos difíceis, ajudam imensas famílias. Mais do que isso, tenho as minhas reticências, respeito quem acredita, quem é crente e tem fé. Cada um sabe de si. Mas, vejo a religião mais como um negócio, uma forma de conduzir espiritualmente os crentes, de acordo com determinados ideais, é trabalhar a mente de forma a servir os seus propósitos. A Igreja, a Religião Católica, está a perder fiéis porque tarda a inovar e outras religiões, nomeadamente a Islã, fruto dos abanões políticos que temos tido, tem vindo a desenvolver um trabalho de captação, perigoso e ao mesmo tempo interessante. Adaptou-se muito melhor ao tempos modernos utilizando a mesma ferramenta que os extremistas políticos utilizam: demagogia, populismo e um discurso ácido perante as questões políticas, económicas e sociais.