Estamos em Junho de 2005... este é o ano Zero!!!

No antigo Forum mtas vezes foi discutida esta data como sendo a de “viragem” no Clube (sobretudo na SAD).

Quem já cá anda sabe bem do que falo. Fim dos constrangimentos financeiros (pelo menos dos prementes e criticos), equilibrio nas contas (sistemático e regular), possibilidade da SAD viver através das suas receitas, inicio de uma estratégia de reforço daquilo que é afinal a mola real do Sporting… a sua equipa de futebol.

Durante anos penámos, sempre com a “cenoura” á frente do nariz… é a partir de 2005 que poderemos iniciar a recuperação desportiva que tanto ambicionamos, sem ter de vender jogadores e podendo fazer uma gracinha ou outra em termos de reforço efectivo do plantel.

Chegados a tão mitica data, qual é a nossa posição afinal?

Os indicios até este momento não são animadores… ao contrário do que tantos dos meus amigos Foristas ambicionavam e acreditavam… piamente.

Afinal depois de tanta discussão, quem se aproximava mais da realidade e quem conseguiu “ver” com mais clareza a situação em que nos encontrariamos?

No fundo gostava de perceber se tanta e tanta discussão (ás vezes um bocadinho mais ácida) neste Forum terá valido para alguma coisa?

“Ficou claro que o projeto Roquette nao pode ter exito enquanto nao houver uma concorrencia leal e transparente. Um Sporting isolado no meio disto tudo nao pode ir longe e levar os seus objectivos a bom porto.”

Este é um trecho que retirei de um post do Morpheus sobre a entrevista que o Sr. DC deu recentemente ao pasquim mor.

Não li a entrevista, mas faço fé nas palavras do Morpheus.

Assim, com tal ingenuidade, como é que podemos esperar que o “projecto” dê resultados?

[i]Ate esta a dar alguns resultados. Passivo aumentado, joias da coroa a jogar nos principais rivais, aposta sistematica no mercado brasileiro…

Nao sei aonde li que o plantel do Sporting esta composto por 37% de jogadores de formacao, muito bem dirao muitos, eu pergunto aonde estao os prometidos 75%. AHHH, talvez espalhados em Portugal (Quaresma, Simulao…e em breve HV, sem falar dos que fugiram para o Chelsea…).

O projetto Roquette, apesar de concordar que que nao pode ter exito sem transparencia, pecou por falta de flexibilidade e realismo. E levou a sua facada final quando o DC teve a brilhante ideia de se aliar aos FDP do outro lado.

DC JA NAO TEM CONDICOES PARA CONTINUAR.
DC FAZ-NOS UM FAVOR, UM FAVOR AO SPORTING…POE-TE NO …ALHO.

Os que vao a AG:

NAO SE CALEM, PORRA, NAO SE CALEM NUNCA! [/i]

Pois é caro Rui,

Quatro anos já la vão, desde que se chegou à conclusão que as ilações seriam tiradas nesta altura.

Muita coisa foi escrita, muita gente se chateou, muita gente entrou no forum, muitos sairam, o forum remodelou-se, fechou, reabriu e aqui estamos nós…

Basicamente e sucintamente.

Objectivos cumpridos;

Academia e Estádio, quebra do jejum dos 18 anos, aposta na formação.

Objectivos não cumpridos;

Fim dos constrangimentos financeiros, equilibrio nas contas, possibilidade da SAD viver através das suas receitas.
Continuação das convulsões directivas e da eterna luta pelo poder dentro do clube.

Danos colaterais;

Perda profunda de qualidade da equipa de futebol ainda que tenha obtido mais sucesso em 6 anos que nos 20 anteriores.

Completo desprezo pela parte dos profissionais em relação à instituição Sporting, ex: Jardel, Liedson, Polga, Enak, Douala, etc.

Paraíso de empresários, mercenários, dirigentes afectos a outros clubes e elementos estranhos ao Sporting que foram minando o chamado projecto.

Enfraquecimento na competitividade das amadoras, baixa geral no eclestismo sobretudo devido a falta de pavilhão proprio.

Passivo astronomico, que praticamente triplicou em relação à data de inicio do dito “projecto”.

Completa inoperancia e coerencia na escolha de treinadores para a equipa de futebol.

Mau “interface” entre as camadas jovens e a equipa principal, sendo que apesar da aposta na formação ter melhorado, continua a não existir um plano global no departamento de futebol na equipa.

Grande inépcia da parte dos dirigentes que têm passado, incluindo MRT, JEB, etc, sobre o que é o Mundo do futebol e como se mexer nesses meandros, levando a que oportunistas tenham ficado com o destino do clube nas mãos.

Má gestão de recursos humanos, má gestão na relação com sócios e adeptos, total desprezo pela massa apoiante do clube.

Completo “flop” do empreendimento Alvalaxia que não teve em conta o plano afectivo do “target”, tendo o clube ficado com um “elefante branco” nas mãos.

E podia continuar…

Sei que ha muita gente que terá muitas coisas positivas a escrever, ficarei a aguardar, eu não me orgulho de ter sido o primeiro a chamar-lhes oligarquia, antes pelo contrário, sinto-me estupido e sobretudo enganado por ter acreditado nisto.

Muito sucintamente, o projecto Roquette, já morreu ha muito, não passava afinal de um estádio e de uma academia que tanto nos orgulham, tirando isso, foi como um balão a perder gás.
Adorei ter estado na inauguração do estádio, continuarei a ter o meu lugar, continuarei a ir ver o meu Sporting como sempre, mas se pudesse voltar atras, preferia mil vezes ter o estádio antigo, continuar a ver os putos a treinarem nos pelados, e a ter uma equipa minimamente competitiva e com jogadores que faziam realmente a diferença, e não andar a passar vergonhas de não ter dinheiro para pagar ordenados, ou as contas da água e da luz na academia como no tempo de J.Gonçalves.
O malfadado projecto lançou o SCP numa crise ainda maior que antes e sobretudo deixou o clube nas mãos da banca.

O SCP avança para algo completamente indefinido e não se sabe para onde vai.

Todas as criticas que aqui lancei, todas os medos que aqui expressei, toda a revolta que sempre manifestei, nunca foram suficientes, vi que ia ser mau, nunca pensei que FOSSE TÃO MAU!

Os dirigentes do SCP vivem num autismo doentio, e nunca irão perceber que no futebol é preciso investir para tirar dividendos, escolheu-se o caminho da “tanga”, mas ninguém repara que quanto mais se poupa, mais prejuizo se tem, como tal é com grande apreensão que olho para o futuro…

Espero mais opiniões, que fale toda a gente é a minha esperança, gostava de saber realmente o que pensam

O meu “medo” já é de tal forma que prefiro começar a defender este “status quo” mesmo só na intenção de evitar mais danos, porque se vão começar tudo de novo, dentro de 8 anos estamos aqui a ter esta conversa outra vez.

Algumas coisas me terão passado no momento, se me lembrar de mais escreverei…

O famoso Projecto fez-nos sonhar, deu-nos infra-estruturas de topo, mas pouco mais. É como se o Sporting vivesse permanentemente voltado para o futuro, mas sempre sem um grande presente.

O grande problema do Sporting é mesmo a nível humano. Quem percebesse de futebol teria todas as condições para nos levar ao topo. O problema é que continuamos, ano após ano, a ser geridos por pessoas que pouco percebem do assunto. Os tais gestores que até têm jeito para manusear a calculadora, mas quando se trata de distinguir a diferença entre o jogador de futebol e o tratador de relva respondem que é o ordenado.

As permanentes convulsões a nível directivo são a prova de que a estabilidade está longe de ser conseguida. Não há projecto que resista a tanta mudança de nomes. Se antigamente era apenas o treinador o nome que mais variava no Sporting, hoje em dia os dirigentes mudam a uma velocidade alucinante. Estamos constantemente a começar do zero, nunca podendo usar a nosso favor a experiência que este ou aquele dirigente tenha amealhado no exercício das suas funções. Há uma constante reaprendizagem que não será benéfica para o clube.

Até rompemos o marasmo de títulos com dois campeonatos, mas fica a ideia de que não foram conseguidos fruto da tal estratégia do Projecto, mas antes pela conjuntura do momento. Se assim não fosse, nesta altura estaríamos bem mais seguros em relação à época que se segue, descansados por nos sentirmos fortes e estáveis. Rir-nos-íamos das convulsões dos outros clubes e aguardaríamos os títulos que iriam aparecendo com toda a lógica.

Infelizmente, continuamos com medo das decisões de quem manda, desconfiando que a todo o momento vem aí mais uma aliança absurda com os nossos rivais, um negócio desastroso com um dos nossos melhores atletas ou uma aquisição de um qualquer jogador sem qualidade. Esse receio permanente espelha o falhanço do Projecto. Esperemos que esteja apenas atrasado, mas temo que não.

Excelente análise incy, 100%, apenas uma correcção.

O estádio (e a academia?) poderiam surgir nos teus pontos positivos se estivessem PAGOS, viabilizados.

O estádio e a academia que tu referes como (dos poucos) pontos positivos fazem parte (grande parte, sobretudo o estádio) desse brutal passivo que explodiu com o projecto, à custa de uma megalomania a qual quiseram obrigar o Sporting e á qual o projecto não soube dizer que não de forma realística.

A ver vamos se não é fatal.

Eu sei Mauras,

por isso mesmo la esta escrito que se soubesse que este era o preço a pagar, preferia ter continuado na “minha” lateral ao frio e à chuva, e os putos continuariam a sair bem feitos dos pelados circundantes, tal como Futre, Ronaldo, Quaresma, Viana, e outros que me escapem.

É lógico que o passivo brutal se deve a megalomania do projecto, só não percebo é porque é que o SCP é o único dos grandes a tornar publica a poupança, e em relaçao aos outros que tb construiram estadios, vejo-os a ganhar provas europeias, a serem campeoes do Mundo, a comprarem Diegos, fabulosos, etc,

Ate a merda do glorias, dirigido por um borra botas mafioso com a 4ª classe (com todo o respeito que as pessoas com poucos estudos honestas merecem) consegue ser campeão depois de ja ter ganho uma taça, e agora falam em Zenden´s, Kezman´s e bla bla.
Até pode não vir nenhum, mas qdo começo a olhar para o plantel do SCP e vejo Silva reintegrado, logicamente tenho que ficar apreensivo.

Ainda por cima no ano do centenario, vão-se esconder todos…

Uma comissão directiva formada por alguns (nao eram precisos muitos) elementos deste fórum, faria bem melhor que a merda a que temos assistido.
A 1ª vez que disse isto riram-se de mim, agora tenho a certeza que ninguém em seu perfeito juizo duvidará do que digo.

Eu leio aqui pessoal com excelentes ideias de Marketing, outros com conhecimentos de gestão, outros de questões legais outros de economia e contabilidade, outros com profundo conhecimento dos valores que actuam na liga portuguesa, outros do futebol sul americano, outros das ligas europeias, outros com conhecimentos sobre tecnicos e suas competencias…

Enfim… Já me cansei de chover no molhado.

É como digo, em todas as discussões que aqui tive com muita gente, e cheguei ate a ser acusado de querer que o SCP perdesse só para ter razão, entre outras barbaridades, nunca mas nunca doeu tanto estar tão consciente do que se estava a passar.

A única coisa que o SCP pode fazer neste momento é minorar os estragos, tentar estancar as hemorragias e parar de adiar o futuro, mas sinceramente não vejo nada de positivo a ser feito nesse sentido.

Quando existe uma estrutura tri-partida a tomar conta de uma equipa de futebol, ja se sabe que vai quebrar por algum lado, e adivinhem lá onde vai ser… Basta o prejuizo de um falhanço de entrada na CL, e começa logo a confusão, está-se mesmo a ver…

Os dirigentes do SCP vivem num autismo doentio, e nunca irão perceber que no futebol é preciso investir para tirar dividendos, escolheu-se o caminho da "tanga", mas ninguém repara que quanto mais se poupa, mais prejuizo se tem, (...)

Destaco este trecho.
Poucas palavras que dizem muito.
Espero que o PA seja uma excepção à regra, a ver vamos.

Só uma nota: o “projecto” sem o estádio e sem a academia nao era “projecto”.
Incy, senão tivessemos o estádio estaríamos, em termos de condições para a prática do futebol e de assistência, ao nível de um belenenses ou setúbal. O estádio pode ser mal esxplorado, mas é essencial.
Já referi diversas vezes que nao acredito em contas equlibradas no futebol. É uma utopia. Face Às exigências salariais e às comissões k se pagam , é uma utopia. Acresce que se a equipa nao ganha os adeptos nao consomem. That simple! Solução? Limitar e controlar custos, especialmente com pessoal e comissões, e ter maior protagonismo (pressão) na estrutura decisória do futebol (exceptuando a asneirada do manifesto, o DC é ideal para essa tarefa) e estabilizar estrutura organizativa do clube que tem sido alterada todos os anos porque nao se ganha títulos.
Sinceramente, nao sei como se pode rentabilizar a academia senão for com a venda de jogadores. Não é com certeza com o arrendamento das instalaçoes para estágios de equipas estrangeiras.

Sinceramente, nao sei como se pode rentabilizar a academia senão for com a venda de jogadores. Não é com certeza com o arrendamento das instalaçoes para estágios de equipas estrangeiras.

A rentabilizaçao da academia é concerteza conseguida com a venda de jogadores; o problema é conseguir ter os jogadores no plantel, 4 ou 5 anos antes de os vender, porque para além de provavelmente conseguirmos tao bons ou melhores negocios, poderiamos ter uma equipa, muito mais competitiva.

Esse é o equilibrio que nos falta, podermos ser nós a ditar como, quando, e por que preço estariamos dispostos a libertar as nossas estrelas, sem estarmos sujeitos a golpes de teatro das “vedetas”, e dos seus empresários, ou à necessidade premente de cumprir as nossas obrigaçoes financeiras, que nos custam amrgos de boca.

Como chegar a esse equilibrio :roll: ??

O projecto Roquette acenta em três vectores: Desportivo, Financeiro e Imobiliário.
Destes 3 só o imobiliário pode ser considerado como cumprido. A construção da Academia foi sempre defendida como fulcral para o futuro do clube. È dela que se espera que saiam as principais referencias do clube, e de alguma delas o auxilio para se atingir o desejado equilíbrio financeiro, fruto das suas vendas.
O estádio foi sempre um desejo antigo de todos os sportinguistas. Diga-se para se ser justo, que nesta matéria o Drº Roquette foi sempre muito racional. Foi a ele que se deveu a ideia do estádio municipal, partilhado com o SLB, que contou com o apoio do presidente na época da CML. Foi Vale Azevedo que não permitiu que ela avançasse. A ideia era retirar de cima do clube o peso de uma obra avaliada em cerca de 25 Milhões de contos.

É verdade que nunca gerou grandes consensos dentro do Sporting, e com a impossibilidade de ela avançar, em assembleia geral do clube foi aprovada a construção do actual complexo Alvalade XXI. Todos sabíamos dos sacrifícios que o clube iria ter de fazer nos anos seguintes, para cumprir com a banca. Ninguém pode alegar desconhecimento nesta matéria. O clube individuou-se em cerca de 18 MContos, 90 MEuros. O resto foi pago com capitais próprios do clube, gerados pela venda dos terrenos do antigo estádio e da comparticipação do estado, fruto do protocolo assinado com o governo devido ao Euro 2004.

Mas o passivo oficial do Sporting ( e digo oficial por que é o assumido publicamente pelos actuais dirigentes ) ronda os 300 MEuros. Ou seja o triplo do que custou o estádio!
A Academia custou 15 MEuros e segundo a ultima entrevista do presidente DC ao jornal A Bola, foi paga com a venda do Cristiano Ronaldo ao MU.
Em conclusão não me parece que a vertente imobiliária seja o problema que impede o “projecto “ de ser realizado.

Por exclusão de partes o problema reside na vertente Financeira/Desportiva.

Desde 1995, ano em que Roquette chegou à liderança do Sporting, há 10 ano atrás, o clube só conheceu dois presidentes: ele próprio e Dias da Cunha.
Ainda que compreenda o termo oligarquia é preciso dizer que ambos são presidentes democraticamente eleitos. É verdade que DC chegou a líder do clube, ao ser cooptado, algo que está nos estatutos do clube, quando José Roquette abdicou da presidência. Mas depois disso já venceu umas eleições.

No entanto na SAD as coisas são muito diferentes. Desde 1995, já se conheceram várias formas de liderança. Desde a mais tradicional, presidente de clube o mesmo da SAD, que nomeia um administrador. Foi assim que lideraram a SAD, Simões de Almeida, Paulo Abreu e por um breve período Felipe Soares Franco. Mais tarde inovou-se para aquilo que foi baptizado, como gestão bicéfala, um presidente de clube diferente do presidente da SAD. Luís Duque e MRT, foram os homens que governaram nessa situação. E regressou-se ao inicio, como a nomeação de administradores, sendo o presidente comum ao clube e SAD, JEB e agora Paulo Andrade, são os exemplos. Pelo meio tivemos um director-geral, Carlos Freitas.

Ou seja, feitas as contas já vamos na oitava personalidade que lidera a SAD. Pior que isso é verificar que quem chega trás a sua própria “agenda”. Muitas vezes totalmente diferentes da anterior.

Só com a chegada de MRT à SAD é que se parou para pensar. Ou melhor foram obrigados a parar.
Gastou-se no futebol o que não se tinha e pagou-se o que não se podia durante anos. É por isso que hoje vivemos do “custo zero” e do mercado de saldos.

Pelo meio é verdade ganhamos 2 campeonatos, mas que não nos trouxeram estabilidade. Veja-se o que se passou sempre nos anos seguintes aos títulos, em 2000/2001 tivemos 3 treinadores: Inácio, Fernando Mendes, Manuel Fernandes.
Zero conquistas, Na ressaca do ultimo titulo, levamos com a novela Jardel e tivemos uma das mais patéticas épocas de que me recordo.

O que tem matado o projecto, não é o que ele propõem mas quem o tem executado.

Dá pena ver que pessoas como MRT ou JEB, ou até mesmo muito criticado por mim Luís Duque, por exemplo, não tenham lugar no Sporting de hoje. É esta a minha maior critica ao presidente DC, não ter sabido manter as pessoas que deram provas reais de qualidade e competência. É aqui que o projecto falha em toda a linha. Ao fim de 10 anos não se conseguiu criar dentro da SAD um grupo de pessoas coesa e prontas a servir o clube.

Respeito Paulo Andrade e desejo que faça um grande trabalho. Mas depois das pessoas que a SAD já conheceu num passado muito recentemente, chegarmos ao fim de 10 anos com a dupla Andrade/Meireles é porque alguma coisa correu muito mal.

Tenho dito. :wink:

O estádio foi sempre um desejo antigo de todos os sportinguistas. Diga-se para se ser justo, que nesta matéria o Drº Roquette foi sempre muito racional. Foi a ele que se deveu a ideia do estádio municipal, partilhado com o SLB, que contou com o apoio do presidente na época da CML. Foi Vale Azevedo que não permitiu que ela avançasse. A ideia era retirar de cima do clube o peso de uma obra avaliada em cerca de 25 Milhões de contos.

Pois era exactamente nesse momento que Roquette devia ter feito chantagem para avançar o estádio municipal. Metia-se governos, Uefas, quem fosse ao barulho fazendo perigar o pp euro 2004. O Sporting teria hoje à mesma um estádio muito bom, possivelmente maior, uma situação financeira muito diferente (venda dos terrenos do velho estádio poderiam esses sim pagar a academia e equilibrar o clube definitivamente).

Para mim foi essa a decisão que enterrou para todo o sempre o Sporting.
De que me interessa ter, como eu disse na altura, um estádio de reis e uma equipa de pedintes? Ou se calhar nem equipa nenhuma?
Veremos se não tenho razão.

Pois era exactamente nesse momento que Roquette devia ter feito chantagem para avançar o estádio municipal. O Sporting teria hoje à mesma um estádio muito bom, possivelmente maior, uma situação financeira muito diferente (venda dos terrenos do velho estádio poderiam esses sim pagar a academia e equilibrar o clube definitivamente).

As contas para justificar a última frase parecem-me no mínimo feitas em cima do joelho.

Não entrando em discussões sobre o carácter afectivo do estádio e o seu carácter potenciador de identificação da massa adepta com o clube (que sempre estimei muito importante em Portugal), sempre achei a opção de construir um novo estádio a melhor no sentido de proporcionar a sobrevivência do clube em termos financeiros a médio e a longo prazo. Não pelo potencial gerador de receitas - apesar de este poder ser maior que num estado partilhado, a diluição dos custos de manutenção também seria maior nesta solução -, patranha que nos foi impingida sem base em estudos de mercado realistas (algo que se tornou para mim praticamente evidente quando na revista publicada antes da inauguração do novo José Alvalade se avançava com uma previsão de receitas num intervalo em que o limite superior era o dobro do limite inferior), estilo Orçamento de Estado à Santana.

A grande vantagem que os compromissos financeiros derivados da construção do novo Estádio trouxe foi a exigência de racionalização de custos e de progressiva adequação à realidade do futebol português. Tivesse-se poupado o dinheiro do Estádio com a concretização do Estádio Municipal, dissipar-se-ia depois alegremente essas poupanças em contratações de risco, muitas delas redundando em flops como Tello, e no final acabaríamos de mão estendida à porta dos mesmos bancos e sem património (vejam aqui ao lado o exemplo do Espanhol de Barcelona). Contando também com a ainda assim importante ajuda financeira que a Administração Central e Local providenciariam, julgo que o novo José Alvalade foi mesmo uma das principais concretizações do Projecto Roquette, e juntamente com a Academia uma das menos criticáveis (apenas talvez na questão da dimensão, sobretudo quando o aumento da capacidade do Estádio fez abortar a possibilidade de termos um pavilhão para as modalidades amadoras, um grande prego no caixão do ecletismo que é - até quando? - uma das principais matrizes fundadoras do nosso Clube).

[quote=“Angel Lion”]

A grande vantagem que os compromissos financeiros derivados da construção do novo Estádio trouxe foi a exigência de racionalização de custos e de progressiva adequação à realidade do futebol português.

Não percebo como é que isto torna a minha leitura em “cima do joelho”.

Ao acreditarmos no “projecto” e na sua diferença face às gestões anteriores acreditamos que haveria obviamente capacidade de gerir a situação financeira diferente que a opção estado municipal com consequente rentabilização dos bens poderia trazer. Eu, não acreditando muito no “projecto” acredito bastante que as pessoas que têm gerido o Sporting saberiam gerir melhor um cenário de abundância que o cenário de miséria que se tem vivido.

Por outro lado, esquecendo o que fizeram fez este ano, após as vacas gordas, o Porto provou que investindo com cabeça é possível ir buscar proveitos acima da média posteriormente. Poderia ter acontecido isso com o Sportiong (houvesse cabeça) e sermos hoje um clube com um panorama presente e futuro completamente diferente. O dinheiro poderia ter sido ainda aplicado sabiamente no desenvolvimento do esquema de formação do Sporting, nomeadamente nos seus “tentáculos” possíveis em países onde deviamos estar mas não temos dinheiro (àfrica? ex-colónias? brasil? EUA?).

Existiam muitas formas de aplicar bem o dinheiro.

O que me parece muito em “cima do joelho”, como tu pp acabas por referir indirectamente, foram estas contas de futuro financeiro brilhante à custa de um estádio que demorará muito tempo a amortizar e a Alvaláxias de aproveitamento altamente duvidoso.

Estadio - Defendi aqui mtas vezes a solução Municipal (que foi do DC e nao do Roquette)… entendo a posição do Angel em termos “emocionais”, mas o peso desta não é suficiente para invalidar a referida solução.

Neste caso acho que não foi feita força suficiente para avançar nesse sentido, mas acabo por entender, dada a reacção dos Sportinguistas, a posição final da Adm. do Sporting.

Por outro lado já não concordo nada com o aumento da lotação de 42.000 para a actual, com o peso financeiro dai decorrente (creio que mais 20/25 milhoes) já para nao falar da questão pavilhão.

Alias a taxa de ocupação deste ano diz tudo… isto para quem achava (acha) que 42 mil lugares eram insuficientes!!!

Sempre achei a opção estádio a melhor e continuo com essa ideia.

A ver por outros exemplos por esse mundo, a opção estádio municipal poderia tornar-se um fiasco, essencialmente porque:

1º) Se houvesse um acordo neste sentido, provalvelmente os encargos para a camara de Lisboa seriam insuportáveis, com os consequentes problemas financeiros para a autarquia, que teria de repassar estes custos para os utilizadores, que veriam-se obrigados a pagar taxas avultadas para a sua utilização. Situação semelhante ocorreu com o Leiria e também com a Juventus.

2º) Com o estádio actual, a possibilidade de realizarem receitas extras é real. Foi com este sentido que surgiu a ideia do estádio, e se até agora isto não resultou, nada impede que uma inversão na estratégia adoptada não venha a dar resultados.

Se calhar aconteceram alguns erros durante o processo de construção do estádio, nomeadamente, a não construção de um pavilhão, que não sei se está relacionada com o aumento de capacidade do estádio.
Se estiver foi uma opção errada, principalmente se a razão principal foi tornar o estádio elegível para finais europeias.

De resto, a opção do estádio parece-me correcta e entrando agora no 3º ano de actividade, podem os dirigentes tirar conclusões sobre a rentabilidade do espaço comercial, e se calhar tormar algumas medidas no sentido de fazer com que aumente o numero de visitantes daquele espaço.

Pois eu não gostava nada de me sentar no mesmo lugar dum qualquer lampião bebedolas. Ainda bem que temos o nosso proprio estádio todo colorido
e muito bonito. Estamos endividados até a pescoço? Estamos sim sr. , mas não estamos todos nós, com prestações de carros e casas á perna?
Pois é, o que está mal não é o Sporting ou o projecto mas sim muita coisa em Portugal.
Olhando em promenor para o futebol Português, vejo todos os clubes falidos, sim todos até o Porto que apesar de transacionar jogadores a altas somas tem um passivo brutal.
Agora olhando para o Sporting que como muitos dizem é mal gerido tem uma equipa de merda não aproveita os talentos etc. (é outra vez o espelho de Portugal - mal gerido com dividas enormes , os talentos a fugirem para o estrangeiro com politicos de merda que só querem tachos etc?) mas que nos faz sonhar e andar quase 24 horar a pensar nele, nos dá alegrias e por quem nos batemos, faz-nos falta!!!

Faz falta na realidade é um pavilhão multiusos, mais milhão menos milhão de divida, tinha-se construido um.