[font=Tahoma]Sem querer ser polémico, gostaria de lembrar que a Justiça tem organismos, e que por muito mal que estes funcionem, lá vão tentando cumprir o seu papel.
Neste e noutros países, a Justiça tem regras, e segundo uma delas, só se pode condenar pessoas após se provar a sua culpa.
Ao que parece, muitos acham que basta uma notícia num jornal ou num noticiário, para se provar que alguém é culpado.
Acontece que (ainda) não é assim que as coisas funcionam. Vamos lá a ter calma.
As provas tem que ser convincentes. Por exemplo, não é por se repetir muitas vezes uma mentira que ela passa a ser verdade (um exemplo: há não sei quantos milhões de lampiões). Não é por alguém afirmar que viu ou deixou de ver alguma coisa que isso passa a ser verdade. As pessoas enganam-se, mentem, etc.
É a dura realidade.
Um juiz é treinado para lidar com essas situações. Foi ensinado a não condenar ninguém sem provas convincentes. E na ausência dessas provas tem que considerar o réu inocente. Tenham paciência, a culpa não é dele, são as regras do jogo.
Muitos gostariam que as regras fossem outras, e que houvesse julgamentos populares de mão no ar, etc., mas olhem que ao longo da história isso nunca deu bons resultados, muito pelo contrário, foram inúmeros os inocentes que sofreram com esse sistema.
Não se condenam pessoas por sondagem. Tenham paciência.
Além disso, as pessoas são imensamente manipuladas, para se tentar manipular por sua vez os tribunais. É a vida.
Até hoje não se conseguiu provar nadinha, nadinha mesmo, contra Pinto da Costa.
Houve imensos indícios de ilegalidades, sem dúvida, mas provar mesmo, nunca se conseguiu nada de jeito.
Todos viram e ouviram muita coisa, mas uma vez no tribunal não conseguiram convencer ninguém disso. E assim nada feito.
No célebre caso Casa Pia, as várias testemunhas não conseguiram convencer os juízes quanto à identificação dos suspeitos em geral, e nem por sombras alguns em particular (por exemplo P. Pedroso).
Troquem agora de lugar com um suspeito qualquer de qualquer crime. Queriam ser condenados com base em testemunhos não convincentes? Acham que uma testemunha que em privado diz que tem a certeza, e que à frente do juiz diz que afinal não tem a certeza, é credível?
Quando um juiz pergunta «tem a certeza absoluta que foi esta pessoa que fez isto e aquilo?», e a testemunha hesita, gagueja, e admite que não, não tem a certeza, o juiz não pode, não pode mesmo, são as regras, condenar o suspeito.
E é esta a realidade, e não o que a imprensa sensacionalista diz, dos casos polémicos da Justiça portuguesa.
Todos dizem que viram e ouviram Pinto da Costa e Valentim Loureiro fazerem todas as barbaridades possíveis e imaginárias. Assinam depoimentos nesse sentido, e vão a tribunal testemunhar. Aí encolhem-se, e admitem que afinal era só basófia, que podia ter sido outra pessoa que não um árbitro, etc., etc.
Tenham paciência. Ponham-se no lugar dos acusados. Ou bem que se prova, ou então estão inocentes. E até prova, prova real, convincente, em contrário, estão inocentes. É assim que funciona a justiça.
E, ainda de acordo com as regras, se estão inocentes têm direito a ser compensados pelo incómodo que tiveram.
É uma questão de lógica. Se são culpados é por assim dizer bem feito, se estiveram presos, ouviram insultos, etc., é problema deles, não infringissem a lei. Se são inocentes, não tinham nada que ter passado por aquilo tudo, e têm que ser indemnizados.
Concluindo: Querem que Pinto da Costa (e tantos outros) sejam condenados? Então apresentem provas. Mas provas a sério, não cenas do género «ouvi dizer» ou «toda a gente sabe», e outras tretas.
Não têm provas? Então parem de barafustar. Deixem a polícia trabalhar. Pode ser que com menos barulho se consigam provas…[/font]