[b]Dias da Cunha crítica Soares Franco e Roquette
NOTA ENVIADA À LUSA[/b]
Dias da Cunha assume, numa nota enviada à agência Lusa, a ruptura com Soares Franco. Ao mesmo tempo, critica José Roquette e reafirma que o entendimento entre bancos e o Sporting quanto à alienação de património “configurou-se sempre como uma operação financeira e não como uma venda sem retorno”.
O ex-presidente sugere a confirmação desse entendimento através da consulta das actas das “reuniões de acompanhamento efectuadas mensalmente a partir da assinatura dos acordos entre o Sporting e Bancos (Março de 2005) pelo menos até Setembro último, inclusive”.
A posição de Dias da Cunha surge uma semana antes da Assembleia Geral extraordinária que vai deliberar sobre a alienação de imóveis não afectos ao uso desportivo: Edifício Visconde de Alvalade, centro comercial Alvaláxia, “Health Club” e clínica.
O resultado da votação dos sócios deverá condicionar a candidatura de Soares Franco à presidência do Sporting, uma vez que o actual líder “leonino” defende a venda de propriedades como solução para o equilíbrio financeiro do clube.
Em resposta a esta posição, Dias da Cunha considera que “Filipe Soares Franco deveria deixar de jogar com as palavras e ater- se à realidade”.
Segundo o antigo presidente do Sporting, a solução para a tesouraria do clube passaria pela “colocação do património em fundos imobiliários”.
“Esses fundos incluiriam uma cláusula de recompra, que não permitiria aos fundos a venda do património”, acrescentou Dias da Cunha, em declarações à Lusa.
O entendimento entre as partes estipulava já prazos para a recompra do património pelo Sporting, quando o clube “voltasse a uma situação de poder amortizar o endividamento por meios próprios, ou através de outras formas”.
No comunicado à Lusa, Dias da Cunha insta Ferreira da Silva a esclarecer quando tomou conhecimento do “desvio da realização das contas 2005/06 do Sporting relativamente aos respectivos orçamentos”.
O ex-presidente pede ainda explicações sobre os “passos” que o presidente do Conselho Fiscal deu “como órgão de supervisão para que a direcção do Sporting a tempo e horas procurasse negociar a ultrapassagem de eventual défice de tesouraria”.
“(A) todos aqueles, José Roquette em particular, que ultimamente tem vindo a referir a iminente falência do Sporting”, Dias da Cunha acusa de “prestarem um mau serviço ao clube, visto que, sem fundamento, põem o seu bom nome em causa”.
“Ao procederem assim, José Roquette, em particular, esquecem ou fingem ignorar que o Sporting ficou a partir do fecho da negociação com os Bancos em muito melhor situação económico-financeira do que alguma vez esteve nos últimos dez anos”, argumenta.
Como soluções para “eventuais inesperados problemas de tesouraria”, o ex-presidente defende “rigor e transparência”.
“Rigor e transparência permitiram os acordos com os Bancos. Rigor e transparência continuam a ser o único remédio para resolver eventuais inesperados problemas de tesouraria”, remata.
Data: Quinta-feira, 16 Fevereiro de 2006 - 16:18