1 – Sabemos como serão repartidas as mais-valias das vendas de jogadores. E as menores-valias? Serão assumidas pelo fundo por inteiro?
Ou a análise de maiores/menores valias será feita numa base anual, tendo em conta o conjunto das operações efectuadas?
As declarações que já vi do BdC apontam para que as menores-valias serão assumidas pelo fundo.
Contudo admito que ainda não me sinto completamente esclarecido.
2 – O direito de opção que o SCP tem sobre o passes dos jogadores é exercido sobre o valor de compra do fundo? Ou existe um mecanismo de garantia de rentabilidade ao fundo? Pelo que percebi das declarações do BdC, o direito de opção será em relação às ofertas que outros clubes façam.
3 – O prazo mínimo de 2 anos pode ser encurtado por iniciativa do SCP? Sim.
4 – Após os dois anos, existe a obrigatoriedade de venda mediante a recepção de propostas? Ou só as que cubram uma cláusula de rescisão?
@tomané
5 - O Sporting cede algum jogador do seu actual plantel ao Fundo? Ou compromete-se a ceder no futuro jogadores vindos da Academia?
O Sporting não cede nenhum jogador do plantel ao fundo.
Segundo percebi, não existe o compromisso, mas a possibilidade de o Sporting ceder no futuro passes de jogadores.
@tomané
6 - Uma explicação sustentada que desmonte as dúvidas levantadas pelas outras candidaturas em relação à viabilidade deste fundo.
[b]7 - Qual o período mínimo de permanência de um investidor no fundo?
Imagine-se que o fundo foi criado, estão os EUR 50 milhões disponíveis e ainda por utilizar, e um ou mais investidores pretendem retirar a sua participação no fundo, podem fazê-lo unilateralmente ou não? E em que condições?
O fundo é válido por um período de quantos anos?[/b]
[b]8 - Pergunto eu. Havendo a impossibilidade de implementação do mesmo em tempo útil, será necessária a existência deste fundo? Porque o mais importante é que haverá investidores.... haverá dinheiro. A questão das mais valias e restantes condições poderá ser ultrapassada, em cada contrato com um jogador, por cláusulas que garantam aquilo que se pretende com o fundo.[/b]
Julgo que a citação que faço, acima, de um post do FLL responde a esta questão.
Acrescento que o BdC afirmou ontem que a forma jurídica do fundo e a sua sediação não serão entraves a que o fundo esteja disponível no início da época.
[b]9 - Mas onde é que o BdC vai arranjar os 30M€ para o fundo?[/b]
O fundo será de 50M€, totalmente subscrito pelos investidores russos. O Sporting terá os direitos desportivos dos jogadores e 60% das maiores-valias obtidas com a venda.
Não quero tirar ninguém do sério. Apenas que alguém que saíba, explique as palavras do BdC em que afirma que o Sporting entra com 60% de investimento no fundo de 50M.
Se irritar as pessoas por perguntar isto incomoda muita gente, esqueçam, não liguem.
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Durante a apresentação, Bruno Carvalho explicou, de forma resumida, como funcionará o fundo em causa, que irá chamar-se “Sporting Champions”.
“Conforme prometi, aqui estou sentado ao lado dos investidores para apresentar o denominado fundo ‘Sporting Champions’. Em traços gerais, o fundo será 60% de investimento direto do Sporting e 40% dos investidores.Trata-se de uma aplicação de 50 milhões de euros, onde os jogadores terão de estar no mínimo 2 anos no plantel. Um dos pontos importantes é que o clube poderá ter direito de opção sobre a venda de jogadores. Já a decisão sobre a compra de novos futebolistas será sempre do Sporting. E a opção de recomprar ao fundo o passe total do jogador também será do Sporting”, disse.
Eu citei essa nota num dos primeiros posts deste tópico. Foi a primeira notícia a ser lançada, ainda o BdC estava na Russia.
Entretanto a sua candidatura fez sair um comunicado que esclarece a composição do fundo. Sendo posterior, e sem jornalistas pelo meio, acho evidente que é muito mais credível a versão da própria candidatura. Até porque não é a primeira vez que os jornais, voluntariamente ou não, não fazem as citações com o rigor que deviam.
Por outro lado, em declarações públicas, BdC já esclareceu que a totalidade dos 50M€ vêm dos investidores externos.
Só faltam nove dias para isto acabar e voltarmos a ler livros
Comentário de um arquétipo ao post anterior:
«Anónimo disse…
Óbvio, entre isto e os russos que metem aqui 50 milhões por amor Sporting, venha o diabo e escolha.
Por amor de deus, tu queres o Inácio a director? Mais o Virgílio?
Eu percebo que gostem de ouvir o rapaz, que o rapaz anime o espírito num debate face ao iPdad do Godinho e o Ba ba baltazar. Mas russos? Com 50 milhões? Só porque sim? E não podem vir cá os russos a Lisboa se isto tanto lhes interessa? É preciso o Bruno ir a Moscovo? E a CMVC come o fundo sem chatices?
Mais o Inácio e o Virgílio na estrutura directiva? Não se arranja mais ninguém? Mais os gritos histéricos de defesa do Eduardo Barroso?
Isto tem pouco de Obama, pá.»
Isto é útil. Vamos respirar fundo e dialogar.
Antes de mais, e começando pelo fim, eu nunca participei em duas eleições pelos mesmos motivos. Umas eleições servem para eleger alguém espectacular, outras para eleger alguém adequado, outras para derrotar as Forças de Satanás, outras para impedir a vitória de um candidato deprimente, bastando para isso votar em alguém que seja um bocadinho menos deprimente. Não se vota só para eleger o Obama. Nem os meus quatro votos nestas eleições servem só para eleger o Bruno de Carvalho e “querer” o Inácio e o Virgílio na estrutura directiva; servem igualmente para não eleger os outros, e para “não querer” o Futre, o Zico, o Paulo Pereira Cristóvão, o Carlos Barbosa - e o Cunha e Vaz, que tem coordenado a campanha de Godinho Lopes com esta eloquência. Especialmente os últimos três, eu não os quero associados ao Sporting nem besuntados em maionese. Mas vamos às objecções.
«Mas russos? Com 50 milhões? Só porque sim?»
Um clube na situação do Sporting tem três maneiras de arranjar dinheiro para financiar uma equipa de futebol: ou consegue mais crédito da banca, agravando o passivo; ou vende 3 ou 4 activos por valores que lhe permitam reinvestir em 8 ou 9, com lucro financeiro e ganhos qualitativos; ou encontra investidores externos dispostos a fazer o que, nesta altura, não deixa de ser um investimento de risco. Activos valiosos não temos nem um, portanto sobram duas alternativas. Vejamos então como os três candidatos à presidência do Sporting propõem resolver o problema (digo três candidatos, porque o Abrantes Mendes é o Garcia Pereira, e porque, apesar de admitir a forte hipótese de o Pedro Baltazar não ser tão pateta como parece - ninguém pode ser tão pateta como ele parece - também acho que não deve andar muito longe):
Godinho Lopes - Disse que o Sporting precisa de 100 milhões a curto prazo, incluindo 40 para reforçar a equipa já no Verão. Garantiu também já ter esses 100 milhões. Explicou como? Não. Mas como nunca disse em voz alta a palavra “russos”, está tudo bem, e não vale a pena ter dúvidas sobre a palavra de alguém com tanta credibilidade.
Dias Ferreira - Começou por dizer que o Sporting “terá um orçamento”, que será feito por ele, ou por outras pessoas, não há crise, a malta desenrasca-se. Agora já veio dizer publicamente que a única solução realista passa por “investimento estrangeiro”. Há algum problema com isto? Evidentemente que não, pois a palavra “russos” nunca foi utilizada, e os investidores estrangeiros talvez sejam do Canadá ou das Ilhas Vanuatu.
Bruno de Carvalho - Anunciou muito cedo um fundo fechado de 50 milhões de euros para investir no futebol. Admitiu que palmou a ideia ao Braz da Silva, porque a ideia não só tem sido usada com sucesso por outros clubes, como é a única forma de financiar aquisições sem recorrer ao BES ou a um mecenas qualquer. Não inventou a pólvora. Estamos a falar de um método de financiamento semelhante (embora com algumas diferenças) ao que permitiu ao Benfica ter o Ramires durante 2 anos. É verdade que envolve russos, ao contrário do Benfica Stars Fund, que envolve iranianos e angolanos. Aqui compreendo a perturbação de muitas pessoas, pois como se sabe o Rasputine era russo, tal como o Lenine, o Beria, o Yuran, o Kulkov, o inventor do morteiro, e aquele soldado psicótico do Guerra e Paz que embriagava ursos em casa.
Isto não é solidariedade entre nações irmãs, nem é uma obra de caridade. É um investimento que, como qualquer investimento, implica perdas se correr mal e ganhos se correr bem. O sucesso do mesmo depende das mesmas variáveis de outros acordos semelhantes: os jogadores adquiridos terão de ser bons, e pelo menos alguns deles terão de ser revendidos por verbas superiores. É só isto.
«E não podem vir cá os russos a Lisboa se isto tanto lhes interessa? É preciso o Bruno ir a Moscovo?»
Outro mistério terrível. O Bruno de Carvalho prometeu com muita antecedência que ia apresentar os investidores no dia 16 de Março. Acontece que os investidores só teriam disponibilidade para estarem todos em Lisboa no dia 21. Não querendo falhar uma promessa, o Bruno de Carvalho decidiu ir a Moscovo para os apresentar no dia anunciado. Porquê? Epá, porque pode, tendo um passaporte. Ter um passaporte é muito útil nos dias que correm. O director-desportivo da lista do Godinho Lopes, por exemplo, não podia ter ido a Moscovo, pois está com termo de identidade e residência.
«E a CMVC come o fundo sem chatices?»
Presumo que a CMVC seja a Câmara Municipal de Vale de Cambra, mas não percebo o papel da mesma nesta questão. É possível que estejamos a falar da Comissão do Mercado de Valores Imobiliários, mas, ao contrário do que a excelente e ultra-competente imprensa desportiva tem dado a entender, esta também não tem qualquer relevância para isto. Descobriu-se agora que os “fundos” demoram 6 meses a ser mastigados, digeridos e aprovados pela CMVM, e o facto de o fundo conter essa tóxica substância pelo nome de “russos” talvez alargue o prazo para anos e anos.
Meia hora no google e no site da CMVM é suficiente para perceber que nada disto é relevante. O regime jurídico de facto fala nos prazos citados pelo Record, mas os mesmos referem-se a “organismos de investimento colectivo”, que são fundos de investimento abertos a subscrição pública por investidores indeterminados, que se dirijam a pelo menos 100 investidores, e precedidos por actividades de prospecção e promoção. Acho que o Benfica Stars Fund funciona nesses moldes, mas o “fundo” apresentado pelo Bruno de Carvalho não partilha nenhuma destas características. A recolha de capitais não se fez por subscrição pública. É um fundo “fechado”, só com três investidores, não estando por isso sujeito ao mesmo regulamento, nem precisando de autorização prévia da CMVM ou da Câmara Municipal de Vale de Cambra.
Admito que se tenham dúvidas sobre isto; eu próprio talvez tivesse mais dúvidas, não fosse a blindagem fornecida pela minha iliteracia económica. Mas no que diz respeito a métodos de financiamento, a candidatura do Bruno de Carvalho é a única sobre a qual é possível ter dúvidas, por ser a única que até agora deu pormenores concretos. Sobre as outras não há nada. Temos uma pessoa a falar em termos vagos em “investimento estrangeiro”; outra a falar em termos ainda mais vagos em 100 milhões de euros, sobre os quais se limita a explicar que “tem as condições necessárias para obter esse montante através da apresentação de um projecto credível”; e temos o Bruno de Carvalho que explicou quanto, como, de quem, e para quê. Mas ele é que é o problema, ele é que é um embuste e um aventureiro perigoso. Não percebo, juro que não percebo, mas estou aqui até dia 26, disponível para ser esclarecido.
Criei uma conta no Relvado que vai ser provavelmente banido após um comentário:
Queria revelar o profundo nojo que tenha pela sua pessoa! Tem um erro gravíssimo de interpretação que nem o mais fraco estudante de Economia que mais comete e em vez de o reconhecer insiste na mesma falácia!
É difícil de perceber que se o Sporting não precisa de gastar dinheiro em contratações (tipo 6,5 milhões por Pongolle) vai ter mais dinheiro para salários? E além disso, por ter de pagar salários fica com 60% dos lucros em vendas? Este é um acordo sensacional para o clube
Mas como você é benfiquista, quer que Godinho ganhe claro!
Passo-lhe assim o atestado de incompetência com um Muito Fraco na sua análise. Aproveite as Novas Oportunidades para aprender algo!
Há algumas pontas soltas relativamente ao fundo que não ouvi o BdC explicar e que seria interessante ver esclarecidas.
Em primeiro lugar, o interesse dos investidores. BdC usou como argumento a reputação das escolas do Sporting e a sua produção de jogadores. No entanto, tanto quanto me parece, o fundo funciona para contratação de jogadores. Algum dos jogadores da equipa ou da formação será vendido ao fundo? Ou este será exclusivamente para jogadores novos? A primeira hipótese não foi levantada, e é desinteressante para o clube. Mas se for a segunda hipótese, o argumento de termos uma Academia fantástica não trás qualquer vantagem a um investidor (em última análise, trás desvantagens, porque se é assim tão boa os miúdos vão tirar o lugar às contratações do fundo).
Em segundo lugar, não gostei da incongruência de BdC que, no início da campanha dizia que gostava de tudo claro e assinado por escrito e, em entrevista ao Expresso (http://aeiou.expresso.pt/fundo-e-acordo-fora-de-serie-para-o-sporting=f638917), diz que no caso do fundo não é necessário nada escrito. Se existe total transparência e compromisso (embora Leonid Tigashov tenha afirmado na apresentação do fundo que só teve conhecimento do mesmo na véspera), qual o impedimento para um compromisso escrito?
Finalmente, no debate da RTPN de ontem também não ouvi com agrado a tirada de BdC de “os investidores até investiriam com agrado com outro candidato, mas ouviram calúnias e agora não querem”. Não cola. Se é para ganhar dinheiro, não é uma tirada de desconfiança que os faz perder a vontade. E bem que Dias Ferreira tentou a sua sorte com os 50 milhões a dizer “eu não disse nada”!
Estas questões não colocam em causa o apoio da candidatura. Mas, em abono do Sporting, deviam ser clarificados.
Parece-me que ele falou na Academia para mostrar a capacidade do Sporting em potenciar jogadores…e esse é o interesse dos investidores (neste caso jogadores vindos de fora).
A expressão da academia veio em resposta a uma pergunta de que credibilidade tinha o Sporting para os investidores entrarem com dinheiro no clube, ao qual respondeu muito bem que “sairam 2 botas de ouro cristiano e figo, de uma academia que tinha o valor de criar jovens promessas, uma academia reconhecida mundialmente”…algo deste genero
Eu sei que a maioria do pessoal aqui do fórum está convencido em relação a este fundo, tal como muitos se babaram quando o Brás da Silva lançou a ideia, com outro fundo ainda mais vantajoso do que este, mas eu ainda tenho algumas dúvidas, para não dizer muitas.
É que eu já vi este filme algumas vezes e portanto só vou ficar convencido quando vir o fundo a funcionar, até permitam-me algum cepticismo pois não há nenhuma garantia para além de uma conferência de imprensa onde três russos se disseram dispostos a investir no Sporting se Bruno Carvalho ganhasse as eleições e este explicou o fundo.
Para mim está tudo ainda pouco claro, embora tenha de reconhecer que nesta matéria, dos outros candidatos apenas o Baltazar prometeu meter algum dinheiro seu lá.
Para além disso o fundo levantará outras questões, porque depois de haver dinheiro vai ser preciso saber escolher os jogadores em quem investir, e reparem que um fundo nestes moldes não pode ser para ir buscar jogadores feitos, tem de ser jovens com margens de valorização.
Vamos ver quem será a equipa que se irá responsabilizar por esse trabalho, e que ao que parece vai ser constituída por Inácio, Virgílio e mais um elemento a definir, isto para além de Couceiro também dado como provável nesta estrutura.
A questão aqui levantada sobre a Academia eu também já a tinha colocado. É evidente que a imagem de marca do Sporting de hoje é a excelência da formação, é isso que pode atrair investidores portanto também não me admiro que haja algumas cedências nesse aspecto, mas é como eu já disse, primeiro quero ver a coisa a funcionar e depois então é que posso opinar, até lá cautelas e caldos de galinha.