Drama do preço das rendas das casas em Lisboa

Acabas por me dar razão, aumento de utilizadores.

Aumento de utilizadores e redução da oferta de transporte colectivo.

O problema não é o aumento de utilizadores. É a diminuição da oferta. O que não faz qualquer sentido.

Na costa o arrendamento de um t1 está em média nos 500€. A maioria dos imóveis decentes só está disponível para arrendamento de curta duração.

Os arredores de Lisboa estão também inflacionados pois as pessoas que deixaram de conseguir arrendar em lx fizeram a procura disparar.

Estão para ser aprovados um conjunto de medidas fiscais para fomentar o arrendamento de longa duração. Benefícios ao nível do imi e dos impostos sobre renda para quem fizer arrendamento 20 % abaixo do valor médio da zona.

Sent from my Redmi Note 3 using Tapatalk

É um tópico interessante :wink:
Esta bolha imobiliária é diferente daquela de de 2004, pois quem está a comprar casas são estrangeiros que não precisam de credito para a aquisição de imóveis. Isso faz com que os preços disparem em flecha.
Já foram os Angolanos, os Chineses, agora são os Brasileiros e preferencialmente os Franceses a comprar casas e predios cá em POrtugal.
Nós Portugueses não conseguimos competir com este poder de compra. É impossivel.
Portugal é um paraíso para esta malta. Bom clima, condições economicas boas , baixa criminalidade, zero ataques de terrorismo, enfim um espectáculo !
Portanto vai piorar a falta de casas para os “portugueses”.

O caminho é mesmo o que já acontece nas principais capitais Europeias. Ninguém vive no centro das cidades, mas maioritariamente vem de transportes para o trabalho.
Ora aqui é um dos grandes problemas de LIsboa. Falta de rede de transportes adequada para o fluxo existente.
A rede de metro é escassa em termos de estações e carruagens.
A rede de autocarros emperra tb devido ao grande numeros de automoveis

Enfim, falta de casas a preços decentes e falta de transportes está a tornar Lisboa uma %$#%$% para um Portugues viver.

Toda a vida vivi em Lisboa numa zona agora nobre de LIsboa(Zona Principe Real), já lá não vivo desde que me juntei e tive filhos, mas ainda tenho sorte de viver em Lisboa. Mas sinceramente já não voltaria a viver onde cresci pois aquela zona parece uma feira popular muito por culpa dos Alojamentos Locais das lojas trendy e restaurantes Fancy :sick:

Acontece em todo o lado quando a procura é superior à oferta.

Vejam as grandes cidades onde é praticamente impossível viver no centro. Infelizmente temos de lidar com isso porque quem tem poder económico estará sempre na frente. Casas em Lisboa que há uns anos não valiam nem 150 mil estão a ser vendidas por 250/300 mil o que reflecte bem o que se passa em Lisboa.

Não tardará a chegar ao momento em que o Porto viva o mesmo

Percebo perfeitamente quem goste de viver dentro de Lisboa, nada contra, mas por mim falo e se me dessem uma casa em Lisboa alugava-a ou vendia-a na hora, minha rica aldeia a 25Km de cidade. 8)

Quem já andou por outras capitais europeias percebe facilmente que a nossa rede de transportes públicos é péssima. :menos:

Estou a trabalhar no Montijo desde Janeiro e já andei a espreitar possíveis opções que me permitissem “transferir” os gastos de ± 300€ mensais em transporte que dispendo no meu trajecto diário para uma habitação/quarto/wtv nessa zona.

Conselhos? Quando googlei encontrava T3 e T4 enormes a 400/500€ mas como tenciono viver sozinho numa primeira fase não achei o mercado muito rentável.

O último T1 que uma amiga da família foi ver aqui em Lagos estava por… 800€! Foi arrendado dias depois a um casal de suecos. São valores incomportáveis para a maioria das pessoas.

Uma simples pesquisa no OLX revela: 0 apartamentos e 0 moradias disponíveis para arrendamento anual em todo o concelho. É uma situação realmente desesperante para quem procura casa. Bendita hora em que resolvi comprar antes deste boom.

Isto tudo para frisar que este está longe de ser um problema específico de uma cidade.

Essas medidas parecem um início, mas não sei se serão suficientes.

É óbvio que há um antes e um depois do Airbnb e da lei/adenda sobre o alojamento local de curta duração, é óbvio que o tuga guloso com o boom turístico em Lisboa fez com que se chegasse a este ponto, já vi ai alguns argumentos que também é assim noutras cidades, não, não é, obviamente nas outras cidades também é mais caro viver no centro mas nas outras cidades não há tanto alojamento local como em Lisboa, segundo dados do Airbnb Lisboa é a 3º cidade do Mundo com mais casas no Airbnb por m2 acho que isto diz tudo, em Madrid as casas continuam a ser maioritariamente habitadas por espanhóis que trabalham em Madrid, em Berlin idem, em Londres idem, os ordenados nessas cidades compensam os preços mais elevados, mas nesses cidades não há medidas que são uma palhaçada que levam a que se chegue a este ponto como os vistos gold e não baixam as calcinhas em termos fiscais para ter estrangeiros a investir no seu imobiliário em detrimento dos locais.

Outra coisa que não é tida aqui em conta é que Lisboa está no top5 Mundial das cidades onde discrepância entre o salário médio vs renda de casa é mais elevado por isso não é assim tão linear como querem fazer parecer o problema, além disso o transporte público sempre foi sonegado e deixado para trás porque a cultura portuguesa é ter um carro aos 18 anos e a partir dai andar esporadicamente de transportes públicos ao longo da vida.

PS: Agora a vida corre bem, mas quando os estrangeiros passarem a ver só estrangeiros no centro, nos bairros típicos, quando os únicos portugueses que existirem nas redondezas são os que trabalham no ramo do turismo um pouco como acontece nas ilhas gregas com os gregos, Lisboa perde o interesse e acabou o boom porque a grande maioria dos turistas no turismo urbano ao contrário de destinos paradisíacos como as ilhas não está interessado em ir para um sitio conhecer uma cultura e ao andar nas ruas só ver camones como eles.

Pois, não… É óbvio que noutras cidades não é “igual a Lisboa”. É pior ainda, como ficou implícito no meu último post. Em Lisboa, de uma forma ou outra, continua a existir oferta, ainda que extremamente inflacionada. Há cidades em que até essa oferta com preços completamente desfasados do poder de compra dos locais é imediatamente absorvida. O que motiva a completa inexistência do mercado de arrendamento.

É um problema de âmbito nacional, que terá que ser resolvido como tal.

Estava a falar de outras cidades não no âmbito nacional mas sim lá fora.

Berlin estava a ter o mesmo problema de Lisboa e tomou medidas, não concordo com uma medida tão extrema mas que é preciso fazer alguma coisa é.


Estás desculpado então.

Em Portugal nunca se avançará com algo desse calibre. Além dos incentivos fiscais, não vejo muita margem para mudar as regras do arrendamento. Somos um país pouco dado a medidas radicais.

Mas há outras coisas que se poderiam explorar: no caso de um prédio interior de um único proprietário (o que não falta em Lisboa é casos desses, prédios adquiridos por Fundos Imobiliários, etc), implementar a obrigatoriedade de associar uma percentagem dos apartamentos ao arrendamento de longa duração.

A questão do aumento do valor das rendas é normal face ao crescimento da cidade enquanto um polo turístico mundial.
A menos que já se tenha casa comprada ou herdada no centro de Lisboa, a tendência é ver as pessoas de rendimento baixo e até médio a passar para bairros mais periféricos de Lisboa ou até para outras cidades da área metropolitana de Lisboa. Não sou conhecedor profundo do tema, mas aposto que perto do centro de Londres, Paris ou Berlim o fenómeno das rendas exorbitantes é igual e que as pessoas de rendimento mais baixo fixaram-se todas longe do centro dessa cidades. Este cenário, pelo que me têm dito, também já se verifica no Porto.

A questão com Lisboa é que a expansão e modernização da rede de metro não acompanha esta tendência. Em Lisboa temos logo metade da cidade sem cobertura da rede de metro e muitas das cidades dormitório que circundam Lisboa também não têm. Isto torna mais grave o problema das pessoas que saem do centro, pois um trajecto que devia ser de 10/15 min de metro torna-se de uma hora por carris ou ainda mais de carro.

Já foi anunciada a construção de duas estações ( em Santos acho eu) que vão unir a linha verde e amarela, mas vai continuar a ser pouco, Belém, por exemplo, continuará sem metro.

Antes de me alongar: bom tópico!

Claro que em Lisboa o problema é maior. Mas é derivado desse problema maior que as terras envolventes estão também elas a disparar no preço. Não é por acaso que o pessoal já diz na brincadeira:

  • Vou ter de ir para a periferia de Lisboa, tipo, Leiria. :smiley:

O que acontece é que o pessoal de Lisboa foge e consequentemente tenta arranjar casa nas zonas próximas, essas zonas disparam e quem lá vivia acaba também por ter de ir para outro lado.

No caso específico da Caparica, o Airbnb e o Uniplaces (para estudantes essencialmente) dominam o mercado de arrendamento (disponível) quase na totalidade. Só os buracos com pouco interesse aparecem no de longa duração.

Basta pesquisar e chega-se facilmente a essa conclusão. Percebo por isso que Lagos sofra do mesmo.

Edit: Sim, em vez de nos andarmos a comparar com Londres, cuja especificidade é grande, temos é de nos comparar com as cidades que foram sugadas pelo turismo, perdendo a alma (população) e acabando por isso, por se tornar menos interessantes.

Andei durante alguns anos em casas arrendadas até que me fartei e resolvi passar para habitação própria.
Nem pagava muito de renda na altura, primeiro 300 por um T2 na Amadora e mais tarde 350 por outro T2 em Odivelas.
Mas na casa própria pago um pouco menos que isto ao banco com a vantagem que a casa é minha.

Tive de ir para um imóvel da banca, fiquei agradavelmente surpreendido com a quantidade de imóveis da banca que havia no mercado (e acredito continuar a haver), alguns até com bastante qualidade. Precisam normalmente de obras mas algo que com tempo e paciência se vai fazendo. A casa que comprei nem chegou a entrar no mercado, tive sorte, estava num estado bastante razoavel e tinha acabado de ficar disponível, fui ver uma, perguntaram-me se queria ver esta que tinha acabado de ficar disponível e fiz logo proposta.

Menos de 100k em Rio de Mouro, 125 m2.

Na altura aqui facilmente se encontrava uma casa bastante razoável por 70 ou 80k. Não sei como está agora mas é algo que recomendo.

Em relação a acessibilidades uso o comboio, anda sempre cheio que nem um ovo, o IC19 dispensa apresentações. Eu sinceramente o que acho é que há gente a mais aqui, os tranportes andam à pinha, as estradas também, isto não tem solução, quando ouço apelos ao uso dos transportes públicos só me dá vontade de rir, não cabe lá mais ninguém!
Por exemplo os comboios para Sintra já passam de 5 em 5 minutos, não dá para meter mais!

Eu cá tenho quase a certeza que a coisa vai piorar.

É só olhar para o projecto urbanístico previsto para a área das freguesias unidas de Parede e Carcavelos e São Domingos de Rana, por exemplo, e para o prédio que vai ser construído em Campolide, mesmo à entrada de Lisboa, com 195 apartamentos, com quase todos já comprados em planta, com preços que variam entre os € 3500 e os € 10000 o m2… consta que a maior parte vendida a brasileiros.

Os portugueses estão a ser postos fora das suas cidades, qualquer dia vamos viver para habitações lacustres.

Sim, vai piorar, nós ainda nos vamos safando, os nossos filhos vão ter muito mais dificuldades.

Pois vai.
Franceses e Brasileiros estão a atacar em forte em Lisboa/Portugal, mas principalmente Lisboa.
Os Brasileiros estão fartos da criminalidade no Brail, quem tiver dinheiro vem tudo para cá.
Os Franceses fogem da carga fiscal e tb do terrorismo.

A minha mãe vendeu a casa dela agora no Principe Real por um preço absurdo, epá mas era uma oferta que não vale a pena não aceitar. Franceses.

Eu vivo no Saldanha e só na minha rua junto à maternidade Alfredo da Costa, em 7 prédios, são 2 hotéis, 3 hosteis e 2 residenciais. Só para encontrar um apartamento, andei 6 meses à procura e tive imensa sorte, porque consegui arrendá-lo antes de ir para os sites de arrendamento.

Mas acho que existem vários factores, e não só o turismo.
As taxas de juro estão baixissimas, o que torna fácil comprar a crédito e arrendar por valores superiores ao empréstimo bancário.
Cada vez as familias são muito mais pequenas, do que quando comparadas com o inicio do seculo. ( Existe demasiada malta a viver sozinha )
Por último a crise de 2008, fez com que jovens de todo o país tivessem vindo trabalhar para Lisboa pois era o único sitio do país onde havia empregos. ( As estatiscas dos censos, falam em cerca de 600k portugueses a viver em Lisboa… eu arrisco dizer que devem ser perto de 1.5M… pois a maior parte destas pessoas nunca mudou a morada de residência. )

Estas mudanças foram tão repentinas que nem a politica nem a sociedade conseguiram acompanhar a mudança.
Este é o verdadeiro para a politica portuguesa para os próximos 10 anos, mas a maioria dos politicos não têm a minina noção e capacidade para o resolver, pois nem sequer conseguem entender que existe um problema por estarem demasiado afastados da realidade.