1ª questão: de que modo esta associação obteve os IP’s? Também andou a partilhar ficheiros para poder sacá-los? Então também cometeu um crime!
2ª questão: porque não processam os MEO’s, as Vodafone’s e ZON’s por terem serviço de videoclube? É que também isso contribui para a falta de clientes nos vídeoclubes físicos.
3ª questão: as velocidades de download são elevadas? Vamos parar o desenvolvimento tecnológico e regressar à era da velhinha VHS e dos modems de 56kbs!
Concordo também com as observações que fazes sobre o mercado de filmes/DVDs, embora ainda hoje tenha gasto £18 em vários DVDs, admitindo porem que não é habito gastar essa quantia todas as semanas.
De sublinhar que as compras feitas hoje tiveram uma particularidade: Todos os DVDs eram oficiais e autorizados para venda no UK mas todos eles eram em segunda mão, sendo talvez pertinente referir que não paguei as £18 por inteiro, visto que levei uns quantos filmes que tinha comprado na semana passada no mesmo local (onde também há jogos de computador e consolas), servindo estes como troca, abatendo quase £6 ao preço inicial.
Talvez seja esse o futuro dos vídeo-clubes. Compra, venda e troca a preços mais baratos que as exorbitâncias cobradas anteriormente.
O valor em si interessa pouco, por exemplo para os produtores de cinema a crise dos videoclubes pode interessar pouco. Por sua vez para os videoclubes os downloads ilegais são há anos um grave problema. Os downloads ilegais são e serão também um problema para os forecedores de canais por cabo que dispoibilizam “videoclube virtuais” aos seus clientes, e estes últimos por sua vez corresponderão a um rombo ainda maior para a indústria porque é um serviço que será bastante mais abrangente.
Trata-se sobretudo de uma questão de legalidade. A comodidade e o custo de ir ao google, pesquisar “Forrest Gump” e fazer o download é bastante superior a ir a um videoclube, a ir a um cinema, ou alugar através da televisão ou do computador um filme.
EU duvido seriamente que as grandes produções sejam rentáveis a prazo se tudo continuar como está, viram-se vídeos em 3D no cinema hoje qualquer um de nós que adquira a tecnologia pode fazê-lo em casa, e cada vez mais rápido teremos acesso a tudo isto na comodidade do lar e a preços mais baixos.
Um filme vale por todo o valor acrescentado que cada um que trabalha nele lhe dá. Cada vez menos pessoas estarão dispostas a pagar o valor “justo” para ir ao cinema, porque ele deixa de ser justo quando há a possibilidade de ter a maioria da experiêcia em casa a 0€.
Fiz referência a isso na minha mensagem, embora não contenha detalhes técnicos por impreparação do autor.
VOD estar para os clubes de vídeo como os MP3 descarregáveis para as lojas de discos, talvez. Não tenho tanta certeza em relação ao grosso da facturação dos filmes ser nas salas - como pode ser se os filmes estão poucas semanas nas salas e logo depois chegam aos vídeo-clubes e outros canais? :think: No mínimo a quota das salas terá de ter descido nos últimos anos.
Para finalizar analogias em relação à música, as salas de cinema estarão para o vídeo como os concertos para os discos. São experiências diferentes, não dão para piratear, mas não sei se os rendimentos serão suficientes para os artistas (alguns) poderem levar uma vida desafogada com preocupações essencialmente artísticas.
Quem diz aí atrás que os filmes facturam pouco na venda directa (até fala em valor residual) sabe pouco do que fala. Basta ires ao Comingsoon.net ou ao RottenTomatoes e veres quanto cada filme factura só nos EUA por semana em vendas de dvd. Aliás, há produções que são directamente lançadas para video pois há quem entenda ser mais vantajoso.
De qualquer das formas, qualquer lei que se crie contra o abuso que actualmente acontece não sou contra. Sou contra é actuar contra um pequeno nicho e esquecer-se de 99% dos que efectuam este tipo de downloads, se é para um é para todos. E sim, faço downloads ilegais. De jogos (só do FM que é o único que jogo no pc) e de músicas. Não faço nem de séries nem de filmes porque prefiro ver em canais de cinema ou comprar (detesto todo o trabalho de colocar legendas para depois me sair algo abasileirado). E assumo responsabilidades por isso se todos passarem a assumir. Não sou contra leis anti-pirataria, mas também sou contra os preços de mercado abusivos, pois se há algo que a pirataria provou é que eles estão super inflacionados (apanha-se hoje filmes a 1,50 euros em promoção…).
eu saco praticamente de tudo, mas aquilo que gosto realmente compro sempre, seja um cd, um filme, uma série. de jogos também só jogo o FM e até não me importava de comprar, mas porra dar todos os anos 50€ por um jogo em que a base é sempre igual, só mudam o skin de 2 em 2 anos, acrescentam umas coisitas novas e está feito eh pah
Não penso que o futuro dos filmes vá mudar, muita gente esquece a maquina de dinheiro que corre por detrás da pirataria! Isto é tudo operações de charme para ninguém dizer “mas como é que vocês ficam aí parados e não se revoltam com os piratas?”
Não tenho a mínima dúvida que os próprios que vendem filmes a 30€ sejam os mesmos que lançam as releases nos sites torrents, de quem são donos e recolhem lucros da publicidade que lá colocam.
Se realmente lhes desse assim tanto prejuízo, os filmes eram muito mais baratos, como continuam a lucrar e chove dos dois lados, mantêm o preço porque alguém ingénuo o vai pagar!
O dinheiro está quase todo nas salas. Se reparares os estúdios reagem maioritariamente à pirataria tirar pessoas da sala de cinema, os ganhos com DVDs são substancialmente mais reduzidos. Um filme é considerado um sucesso por um estúdio se tiver bastantes espectadores não por vender muitos DVDs.
Quem tem de mudar, face à revolução que a internet proporcionou, são as editoras. No caso da música, por exemplo, traz muito mais rendimentos a uma banda a compra de uma t-shirt ou caneca no site do que de um disco. Os valores obtidos através da venda de CD’s são residuais e os contratos beneficiam muito mais as editoras do que os artistas. Aquilo que está a acontecer, no mundo de hoje, é uma espécie de justiça poética, onde os melómanos retiram de internet as músicas que gostam e compram artigos nos sites das bandas. E isto, ao contrário daquilo que se pensa, é mais rentável para as bandas. Para além do mais, o grosso das receitas não vem da venda de CD’s mas sim dos concertos, e a partilha de ficheiros ajuda à mediatização.
No caso do cinema passa-se o mesmo, com a diferença que estão muito mais pessoas envolvidas. As receitas principais não se obtêm apenas na venda de DVD’s, mas também nas salas de cinema, na venda dos direitos de passagem às televisões, no merchandising, etc. Caberá às grandes produtoras encontrar formas alternativas para rentabilizar os seus produtos. Porque esta mudança veio para ficar, com a massificação de internet existirão sempre formas de partilhar ficheiros entre utilizadores.
Por fim, ainda há a questão ideológica. Eu acho que a arte deve ser livre, existindo depois uma selecção sobre as coisas que gostamos. Obviamente que aqui não incluo os concertos e as projecções fílmicas, mas sim a venda de CD’s e DVD’s. Na minha opinião, não faz sentido nenhum comprarmos um disco e, quando o ouvimos em casa, ficarmos completamente desiludidos por termos gasto 15 euros. O que faz sentido é podermos escutar o disco livremente e, no caso de gostarmos, podermos comprar um bilhete para um concerto, uma caneca no site da banda ou mesmo o actual CD. Aliás, actualmente ocorre um fenómeno interessante: a venda dos vinis está a disparar em flecha enquanto que a dos CD’s definha. E porquê? Porque quem compra um vinil, está a comprar um produto de referência, com uma “artwork” maior e com um sentimento de ligação com o artista também maior. E é nisto que as editoras têm de apostar: na valorização qualitativa e individual ao invés da quantitativa e de massas.
Repara nas diferenças nas nossas intervenções. Eu admiti que não tinha certezas, tu vens fazer afirmações taxativas. Para já não falar que fora das salas só falas de DVDs, passando por cima de outros formatos e canais (ex. VOD). Não é por dizeres que sim que passa a ser verdade, até pode ser, mas por favor suporta-as com números de fontes credíveis, de preferência com referência à evolução nos últimos cerca de 10 anos. Caso contrário as tuas certezas valem tanto como as minhas incertezas.
Fui aos dois sites e apenas encontro os valores de ‘Box Office’, que são os valores de bilheteira de cinema… se me indicares onde estão os valores de venda directa eu gostava de ver para comparar os valores e saber do que estou a falar para a próxima.
E já agora também te desafio a encontrar um grande filme que não tenha passado (e facturado bem) pelas salas de cinema primeiro, já que toda a discussão começa na minha resposta ao romero sobre tudo isto levar ao fim das grandes produções de cinema.
Se reaprares, são normalmente os filmes que não estão a render o que se esperava nas bilheteiras… se não estão a dar lucro na bilheteira, mais vale passar o mais rápido possível para venda directa para ver se ainda entra mais algum.
Quando falei de poucas semanas estava a comparar com a situcao ha uns 10 anos. Nessa altura varios filmes passavam varios meses em exibicao. Hoje em dia poucos passam umas poucas semanas. Sempre pensei que isso fosse uma decisao tomada em funcao das alteracoes dos gostos dos consumidores.
Não me tens que desafiar a nada. A questão aqui passa pelo que consideras um grande filme. Provavelmente falas de um filme com um enorme orçamento e com um elenco conhecido. Aí é óbvio que passa sempre pelo cinema. Agora que há bons filmes directos para dvd não tenhas dúvidas. Segundo a tua lógica aí a receita seria próxima de zero logo não sei para que se iriam dar ai trabalho de fazer o filme.
Quanto aos números das vendas…tens razão. Ambos os sites apenas se limitam a apresentar as posições que os filmes ocupam actualmente, já houve tempos em que davam os números, mas agora não encontro.
Podes vê-los aqui: http://www.the-numbers.com/dvd/charts/weekly/thisweek.php
Não são valores parecidos aos do Box-Office e ninguém disse que o eram, mas estão muito longe de serem valores residuais.
Com um bom sistema de som, uma televisão decente (cada vez maiores e mais baratas) e a aplicação de 3D nas cadeias televisivas irão fragilizar o cinema. É necessário é um investimento considerável.