Juniores
Esta equipa é a menina dos nossos olhos, desde 2004/05. A “geração Carriço”, como carinhosamente a apelidamos, não conseguiu chegar ao bicampeonato. No entanto, tal não pode ser suficiente para considerar esta época como um fracasso. Ficar em 2º lugar a um escasso ponto do primeiro classificado não significa que o trabalho desenvolvido não tenha valido a pena, no que ao formar jogadores diz respeito.
Durante a época assistimos a vinte e sete jogos dos juniores (vinte e três na 1ª fase e quatro na fase final).
As razões para o facto de não termos conseguido vencer o campeonato este ano prendem-se mais com as opções de quem dirige os destinos da formação do que com a valia do plantel. Apesar de não termos contado este ano com Bruno Pereirinha e com Fábio Paim (a partir de Janeiro), tínhamos plantel mais que suficiente para alcançar o título. Infelizmente, durante a época e, sobretudo, na fase final, determinadas escolhas e preferências acabaram, no nosso entender, por não se revelar as mais adequadas. O que é pena, porque podíamos facilmente ter chegado à vitória, embora não descurando o valor da equipa que se sagrou campeã.
Do conjunto de jogadores que agora passam a seniores, e que iniciam uma nova fase da vida, urge fazer alguns considerandos.
Rui Patrício
O que podemos dizer é que após dois anos de observação regular, Rui Patrício evoluiu imenso. Desde sempre tido como uma promessa, tem cada vez mais as condições para se afirmar: talento, atitude e nervos de aço. Sobretudo no decorrer desta última temporada notámos que evoluiu muito, o que não pode deixar de estar correlacionado com o facto de ter integrado o plantel sénior e treinar diariamente com Ricardo Peres.
Daniel Carriço
É um predestinado. De longe o jogador deste plantel que está mais preparado para enfrentar os desafios do futebol profissional. Por mais que o tenhamos escrito e descrito só mesmo quando toda a gente tiver a possibilidade de o ver actuar, é que se irá compreender tudo o que temos dito nos últimos dois anos.
Marco Lança
Dos jogadores mais antigos na formação do SCP, onde joga desde os oito anos. A saída de Simão Coutinho em 2005/06 fez com que passasse a jogar a defesa central. Podemos dizer que foi uma das boas surpresas desta temporada, já que a sua adaptação foi muito bem conseguida (a que não é alheio o facto de Daniel Carriço ter sido o seu parceiro). A verdade é que Marco Lança passou de razoável defesa esquerdo para um bom defesa central. Mereceu o contrato que lhe foi oferecido, em virtude da época que fez.
Tiago Pinto
Outro jogador que evoluiu muito nos últimos dois anos e, cuja última temporada, deixa antever um jogador de futuro para uma posição em que Portugal se encontra actualmente deficitário. Não sabendo ainda qual será o seu futuro próximo, resta-nos esperar que continue de verde e branco.
João Martins
É um jogador de talento, embora irregular no seu nível exibicional. Quando está em forma é alguém com quem se pode contar para um meio campo bem oleado. O João Martins que acaba esta época está um pouco distante do jogador do início da temporada. Disciplinarmente precisa de controlar algum excesso de virilidade ao disputar os lances porque no futebol profissional arrisca-se a ser muito penalizado.
André Pires
Força, energia e vontade são três palavras que rimam com André Pires. Penalizado por não ser um jogador vistoso, é daqueles que desempenham um papel muito importante quase sem se dar por isso. Cresceu muito como jogador neste último ano e tem tudo para se afirmar no futebol sénior.
João Gonçalves
Tal como Marco Lança, joga no Sporting desde os oito anos e só muito recentemente lhe foi oferecido contrato profissional. A meio da temporada deixou de jogar a médio, tendo sido aposta regular a defesa direito. Acabou por se adaptar à posição muito melhor do que se esperava, mas isso pode ser resultante do facto dos ataques da maior parte das equipas adversárias não serem muito fortes. É preciso ver como reage perante as dificuldades de um nível competitivo mais exigente. Achamos que ele devia continuar a sua carreira como médio.
Yannick Pupo
Foi uma das novidades do plantel desta temporada. Mostrou potencial e boas qualidades para a prática do futebol mas precisa de perder alguma indolência e desenvolver capacidade de trabalho e de sacrifício. Não basta ter talento para se singrar numa actividade profissional.
Ricardo Nogueira
Começámos a vê-lo jogar quando era juvenil, tal como aos restantes colegas. Se há dois anos parecia que tínhamos um ponta de lança em potência, hoje diríamos algo diferente. Ricardo Nogueira mostra ser um jogador de colectivo, com técnica quanto baste, mas talvez a jogar numa posição mais recuada e não tanto como homem de área.
Alison
Nestes dois últimos anos não mostrou grande evolução. O estilo malabarista é a sua imagem de marca, mas a inconsequência também. O futebol é um jogo colectivo e Alison desenvolve muito jogo centrado nele mesmo.
Fábio Paim
Jogou a primeira metade da época, sendo posteriormente emprestado. Esteve em bom nível nos jogos que ainda jogou nos juniores. É um jogador de quem se fala há muito tempo mas que tarda em aparecer. Tem um talento indiscutível e raro mas falta-lhe ainda adquirir maturidade.
Se há jogadores que continuam ligados ao Sporting seja por terem contrato desde há muito tempo, seja por recentemente se terem vinculado, outros há que não foram contemplados com a mesma sorte. É altura de também falar um pouco sobre eles, agora que concluíram a sua formação e deixam de representar o clube.
Tiago Jorge
Recrutado aos 16 anos ao Pinhalnovense, não teve sorte. No primeiro ano (enquanto juvenil) não pôde jogar devido a um problema com a carta de desvinculação do Pinhalnovense. No primeiro ano de júnior teve uma lesão que o impossibilitou de jogar mais vezes, para além de estar sempre na sombra de Rui Patrício. É um guarda-redes com muito valor mas que poucas oportunidades teve de o mostrar. Sportinguista de coração, esperamos que consiga tornar-se futebolista profissional e agradecemos-lhe a dedicação com que sempre nos representou.
Vasco Campos
É um jogador que evoluiu bastante de juvenil para júnior, embora talvez não o suficiente para o nível de exigência do clube. A meio da época deixou de ser opção perante a adaptação de João Gonçalves, quando, racionalmente, não havia necessidade de o fazer. Esperamos igualmente que consiga ter um futuro no futebol profissional, pois também sempre deu o seu máximo com a nossa camisola vestida.
Sebastião Nogueira
Foi sempre considerado como a última opção a ter em conta, ou como um mero “tapa-buracos” para situações de emergência. A expressão não é simpática mas infelizmente, quem traça as directrizes da formação, declaradamente, mostrou que não contava muito com ele. Por essa razão, não foi uma surpresa a sua saída. Jogador de grande qualidade e garra, é quase escandaloso não lhe terem sido dadas mais oportunidades. Sportinguista de coração, esperamos que o futuro lhe sorria no que ao futebol profissional diz respeito. E também lhe agradecemos a dedicação que mostrou com a nossa camisola.
Em relação aos jogadores que têm mais um ano de júnior pela frente, há que destacar em primeiro lugar Adrien Silva. Foi o júnior de 1º ano mais utilizado e, tal como Daniel Carriço, está um passo à frente em relação aos colegas da sua geração em termos de maturidade desportiva. Outras boas referências devem ser feitas a André Santos e Marco Matias que realizaram bons jogos, prometendo um segundo ano de júnior ainda melhor. Quanto aos outros futebolistas terão mais um ano para mostrarem o melhor de si.
A todos eles agradecemos os momentos que nos proporcionaram e desejamos-lhes, do fundo do coração, muita boa sorte para o futuro, independentemente de continuarem no Sporting ou de prosseguirem as suas carreiras em outros clubes.
Ricardo e Susana