Como viveram o jogo em Manchester?

Há aqui várias descrições que davam uma bela curta sobre o tema do tópico. :great:

Dia 15, dia de aniversário do pai que é um crónico sportinguista, embora queira fazer parecer que nem não… Ao almoço telefono-lhe para dar os parabéns, e atiro-lhe em jeito de desafio: “vamos lá ver se o dia não acaba com uma grande alegria…”

Saio ligeiramente mais cedo do trabalho, sigo para casa dos pais, parabéns outra vez, e bora lá jantar fora para comemorar mais um aniversário. Escolhe-se um lugar decente com vista para a TV, e rola a bola em Manchester. Antes do jogo, tinha alguma fé, especialmente se aguentássemos a primeira meia horita sem sofrer, mas passei bastante tempo a tentar mentalizar-me de que “se calhar é melhor esperar a derrota” para depois a desilusão não ser maior (muitos anos de sportinguismo, mas mal sabia eu… :pray: )

Chegam as entradas, e escolhe-se a comida. O Sporting afinal de contas até se está a bater bastante bem, e estes artistas de azul clarinho parece que nem sabem jogar o futebol. Ao primeiro chutão do balotelli, já eu lhe pedia cartão amarelo, com o dono do restaurante a olhar para mim meio de lado. Segue o jogo, e eina, que os verdes estão mesmo a portar-se bem. Com um nadinha de sorte, o zero zero pode ser possível. Olha, mas este arruaceiro que nem uma camisola sabe vestir agora diz que o Insua tem os ombros entre as omoplatas? Se calhar está relacionado… Matias ajeita-se e eu comento com a família - vai ser golo. E foi! O empregado do restaurante, que se havia confessado benfiquista e crente num empate a 2, salta e grita GOLO! (nunca pensei que pudessem haver destes). A família deu-me os parabéns pelos dotes de Zandinga, e já o meu pai (ainda mais céptico do que eu) comentava o facto de o manchester ter de conseguir marcar 3 golos para passar. Vem o jantar, e no entretanto, o golo do Wolfs. Respirámos de alívio, porque cada vez mais eu acreditava que seria bastante difícil o shitty marcar 4 golos a um Sporting tão personalizado. Sem grande história até ao intervalo (excepto o jantar, as sobremesas e o digestivo), mesmo a tempo de voltar para casa.

Recomeça a partida. A confiança estava em níveis aceitáveis, depois de tão agradável primeira parte. Cantam-se os parabéns, faz-se o brinde da praxe, e nisto entra o 2-1. Sem problema, penso eu - será uma hecatombe sofrer mais 3 golos. Sento-me mais perto da TV. O meu pai impacienta-se e começa a questionar tudo. Eu digo-lhe para se acalmar, porque esta equipa não é a mesma que jogava há 2 meses. 2-2. O pai sai da sala e sobe ao primeiro andar. Faço uma festa ao gato que se encontrava calmamente a dormir em cima do tapete (afinal os animais tem o dom de nos fazer acalmar - pelo menos esperava eu). Vejo o manchester carregar, e marcar o 3-2, que me fez lembrar do que tinha dito antes ao empregado no restaurante perante a sua insistência de que o Sporting marcaria 2 golos: “até pode perder 3-2 que fico igualmente satisfeito”! Será que iria ficar mesmo 3-2? Por esta altura, já estava de pé a olhar para a tv. As pernas não queriam perder também a oportunidade de sofrer em solidariedade com os 11 bravos que lutavam lá tão longe. Vem os descontos, e perante o meu nervosismo e a imbecilidade do comentador da SIC, estava na incógnita. Quantos minutos seriam? 4? 5? talvez 6… afinal de contas o Patrício e o Pereirinha tinham passado um bom bocado no chão, e afinal de contas somos o Sporting - a nós não nos perdoam o anti-jogo. Paulo Garcia tem uma diarreia mental, e anuncia o final do jogo. Alegro-me, mas não acredito. Dois minutos e meio? Não pode ser. E não podiam ser mesmo. Jeffren aguenta, e Carrillo atira-se à queima. Falta-lhe realmente crescer um bocado para perceber como se segura um jogo destes. Chutão para o ar, e por esta altura a confiança aumentava novamente. Afinal é canto!? Que seja… afinal foi cortado. Chuveirinho oara a área, e vejo o Joe Hart atirar-se à bola. Queres ver? Queres ver!!! lá verbalizei alguma coisa com um PFFUUUUUU!!! de alívio, enquanto o coração continuava a pular desalmadamente. Lá vem mais um canto- Pronto, se não entrou esta, não entra mais nenhuma. Passam entretanto as imagens do Polga a cumprimentar o Hart, e fico na dúvida. Queres ver que acabou? Olha, aqueles são dos nossos, e estão todos aos pulos! PASSÁMOS!!! :victory: :victory: :victory:

No after match, mais uma festa ao gato, que continuava como se nada fosse, fui ver se o meu pai ainda estava inteiro, pois imaginava que ele tivesse sofrido a bom sofrer. Não podia estar mais certo :rotfl:

Eu estive em casa, quer no jogo de Lisboa, quer no jogo de Manchester e sabem que mais? Gravei os 2 jogos mas nem por 1 segundo me atrevi a passar os olhos pela televisão enquanto estava a dar em directo. No 2º jogo fiquei no quarto a ler até que, no intervalo, ouvi isto:

  • Mas que é que se passa? Estás doente? Está a dar o Sporting…
    E eu, já preparado para uma má notícia, respondi:
  • Este jogo não é muito importante e, para além disso, tenho que acabar de ler isto.
  • Ah, tudo bem. Como estão a ganhar 2 a 0 julguei que gostass…
  • Quê!? :o :o :o :o

Bom, é evidente que já não consegui ler mais nada, mas, nem mesmo assim, fui ver o jogo. Limitei-me, de 2 em 2 minutos a vir ao fórum ver os últimos posts. É engraçado, mas era aqui convosco o único sítio onde eu me sentia à vontade.
Quando tudo terminou lá acabei por deitar toda aquela tensão lá para fora. E cantei, gritei… imaginem a Juve, a Torcida e o Directivo concentradas numa só pessoa.

@don_jon

Excelente relato, o teu. Só te esqueceste de 2 pormenores para a história ficar mais rica: dizer qual foi o jantar (entradas incluídas) e se acabaste por maltratar o gato, à conta dos nervos.

Vi o jogo sofrendo ainda mais com os narradores daqui do Brasil torcendo descaradamente pelo Shitty e a verdadeira mão de deus foi a do Rui Patricio

È pá foi a loucura total com brutos berros, mais urros!, no festejo dos nossos 2 golos. Qualquer dia chamam a polícia.

Na 2ª parte a coisa estava a ficar encalacrada ainda por cima com os mongos da sick a ■■■■■*em-nos mais o juízo em conjunto com o árbitro cooptado.

Os últimos minutos foram à prova de enfarte!

No final foram mais uns valentes berroas e “desabafos”.

A explosão final de imensa alegria.

:rotfl: :rotfl:

A minha mãe diz que os vizinhos pensam que é uma casa de chanfrados. É só berros quando joga o Sporting. :-[

festejos dos golos!

eu: GOLOOOOOOOOOOOOO TOMAAAAAAAAA…
a mulher: é preciso de gritar assim?
o puto : pai assustaste-me! foi golo do spoting?
:rotfl:

Acabou com o meu pai a mandar um pirete para os adeptos do City e a dizer: TO-MA! (nunca o tinha visto assim) :lol:

Hoje tive um dia extremamente difícil e só agora consegui vir aqui um bocadinho para estar com os meus amigos.

Em primeiro lugar, quero dar os parabéns ao enorme @ Liurai não só por ter tido a humildade mas ao mesmo tempo a coragem de seguir uma conversa virtual que tivemos aqui e, também, ter tido a coragem de expor as suas emoções, duma maneira quase catártica, nessa jornada inesquecível que perdurará na memória de todos os verdadeiros Sportinguistas.

Bem, chegou a minha vez. Como é que eu vivi aquela noite gloriosa?

Cheguei do emprego cerca de 20 minutos antes do jogo começar. Animicamente, estava preocupado com o ambiente dentro e fora do campo com que os nossos heróis se iriam deparar.

Sorvi uma sopa rapidamente para ter alguma coisa no estomâgo e fui ter com a minha filha que já estava em frente à TV há um bom bocado.

Elogiei a SIC por ter comprado a transmissão e nos ter dado o prazer de ver o nosso Clube jogar (mal eu sabia… sr. Paulo Garcia :naughty: :naughty: :naughty:).

Deram as equipas e quando vi o alinhamento pensei que o Sá não estava bem da cabeça ao colocar o Daniel Carriço a defesa direito e o Pereirinha a jogar à frente dele. Depois de ver como os jogadores estavam dispostos no campo vi que tinha sido um erro da realização. O Carriço estava lá no seu lugar, a jogar a nº 5, a trinco, e o Pereirinha a jogar a DD.

Começou o jogo e vi o Sporting entrar muito personalizado. Aquele remate do Schaars, apesar de ao lado, encheu-me de esperança. Ia comentando com a minha filha que era bonito marcarmos um golo logo a abrir pois os shittyzens poderiam começar a enervar-se.

No entanto, estava preocupado com Balottelli, Silva e principalmente com o Aguero; não me esquecia do dia em que ele fez gato sapato do Marco Caneira em Alvalade, pelo Patético, e nos eliminou em pleno coração Sportinguista.

Mas o Shitty não estava a jogar nada. O Kolarov corria, corria, chegava lá à frente e chutava para fora. O Balottelli fazia cara de mau mas não dava uma para a caixa. O David Silva não se via, graças à carraça Carriço, e mesmo o Aguero estava muito adormecido.

Matías pegava no jogo e lançava perfume com as suas jogadas. Infelizmente, por ser um bocadinho anjinho viu-lhe ser mostrado um cartão amarelo e ignorado um penaltie pelo árbitro, depois de ter dado um nó cego num inglês.

E Pereirinha começava a surpreender-me pela atitude que demosntrava, a raça, que não me lembrava de lhe ter visto nunca.

Entretanto, os nossos jogadores ganhavam confiança e eu e a minha filha também. Até que chegou o momento, até à altura, mais importante do jogo. O Insúa arranca por ali fora, flecte para dentro e quase à entrada da área sofre falta por trás do Balotelli.

Quando vejo o Matías a pegar na bola, disse à minha filha que era mesmo ao seu jeito, que bonito que era ele marcar um golo naquela altura.

E não é que o Matías marcou um golão? Gritei, pulei, beijei a miúda, emocionámo-nos os dois. Ao mesmo tempo, gramei à brava a tromba com que essa besta do Balotelli ficou. :lol: Temos pena, meu caro. Incha.

Mas o melhor ainda estava para vir.

O Pereirinha, o bom, o da raça, pega na bola e isola o Marat lá no lado direito, este, com a muita classe que tem naqueles pés e naquela cabeça, avança e faz um maravilhoso passe a rasgar para o Ricky metê-la lá dentro. Fiquei histérico, admito. Gritei tanto, pulei tanto, que ainda estou rouco, desde 5º feira.

E emocionei-me a sério. Chorei. Chorei por ver o nosso Clube a conquistar respeito, a voltar ao lugar que merece por direito, o lugar entre os grandes clubes da Europa, como era desejo de José Alvalade.

Chorei por saber que, apesar de nos fazerem o funeral antecipado, os nossos jogadores demonstravam que eram heróis, que sabem jogar à bola, que são capazes de coisas lindas, que são enormes.

Emocionei-me também por ver o apoio que os cerca de mil Sportinguistas que estavam em Manchester, estavam a dar à esquipa, não se calando mas calando, por sua vez, a enorme massa de apoiantes do Shitty.

E que a sua dedicação estava a receber a plena recompensa por terem a possibilidade de assistirem in loco a uma das melhores jornadas europeias do nosso amado Clube.

E pensei a diferença que faz um Treinador de um treinador.

A minha filha estava eufórica, ainda por cima tinha sido o Ricky a marcar (ela tem um fraquinho por ele).

Chegou o intervalo e fiquei mais descansado. O Shitty agora, para passar, tinha que marcar quatro golos mas o Sporting estava a jogar muito bem, a eliminatória estava no papo. Tinhamos apenas que estar concentrados e trabalhar e saber sofrer.

Nunca pensei que fossemos sofrer tanto como sofremos.

To cut a long story short, convenci-me que não podiamos perder. Se havia justiça no mundo, não podiamos perder. O Shitty não podia querer ter a veleidade de nos eliminar quando só tinham jogado à bola em 1/4 da eliminatória.

Os últimos minutos de jogo já foram vividos completamente no limite. Eu já saltava, em casa, como se estivesse lá no relvado tentando repelir uma bola na sequência dum canto. Eu chamei nomes ao árbitro, ao Balotelli, ao Kun Aguero, ao Renato Neto por ser anjinho (desculpa lá, rapaz), ao Carrilo pela sua displicência e burrice.

Eu não sabia se havia de ficar na sala ou se me devia ir embora e voltar depois. A minha mulher, que percebe pouco de futebol, só dizia para termos calma. Num lance, no final do jogo, em que o árbitro marca um canto num lance em que o nosso jogador não toca na bola, em que tanto eu e a minha filha já estavamos completamente alterados, sem saber como haviamos de fazer, a ver que podiamos ser eliminados, diz a minha mulher: eh, pá tenham calma, eles não marcam, é um canto mas não se esqueçam que temos o Patrício na baliza (ela é fã do Rui).

A minha filha, completamente fora dela, diz: Oh mãe, tu não percebes nada disto! Tu não vês que é canto, mãe. E nós costumamos sofrer tantos golos nos cantos, mãe… Olha, até lá está o guarda redes dele, mãe. Ai, meu Deus…

E a emoção foi demais. Aquele lance com que o jogo acaba, pôs-me o coração a bater de tal forma que parecia que me saía do peito.

Ainda por cima, o anormal do comentador, começa a gritar golo, e que o jogo ainda não tinha acabado… Fui-me mesmo abaixo, por uns instantes… até que vi que a bola tinha saído porque o Rui tinha defendido… e vi o nosso staff e os jogadores suplentes abraçados.

Percebi então que o jogo tinha acabado; tinhamos matado o borrego. Tinhamos mostrado ao mundo do futebol que David vencera Golias, como eu sempre aqui no Fórum tinha dito. Tinhamos mostrado a toda a gente que têm que contar connosco, que têm que contar com o Sporting Clube de Portugal.

Acabou o jogo e eu estava completamente a tremer. As minhas mãos tremiam tanto que nem sequer consegui responder aos SMS que me tinham enviado. Se medisse a tensão, o aparelho rebentava a escala.

Ainda pensei em ir para o aeroporto mas já não sou nenhum menino e o dia seguinte ia trazer-me muito trabalho para o qual tinha que estar bem desperto. No entanto, ainda fiquei por aqui pelo Fórum até às 2 da matina.

Tinha valido a pena o sofrimento, vale a pena estar ainda rouco. Vale a pena estar a escrever estas palavras e ainda estar com o coração a bater desalmadamente.

Eu pedi a alguns cépticos aqui do Fórum que nos deixassem sonhar.

O sonho, aquilo que parecia improvável de acontecer, tornou-se realidade.

Agora, quero a final! Sim, porque o sonho comanda a vida.

Pensava que era a única pessoa a quem isso acontecia. :rotfl: ::slight_smile:


Pois, eu tinha pedido à minha mãe para jantarmos antes do jogo, precisamente para não ver um jogo tão importante e estar num ambiente tenso, mas acabou por não acontecer.

Então, durante a primeira parte estava a jantar e aquilo até começou a correr bastante bem. Fiquei logo supersticiosa (em relação ao Sporting acontece muito), pelo que fiquei na mesa o intervalo e depois na segunda parte também. Uma posição super desconfortável, mas lá me aguentei porque a primeira parte tinha sido excelente.

Quando as coisas começam a correr mal na segunda parte já não sabia se ia, se ficava ali… Acabei por ficar. Calada o jogo inteiro, com o coração apertado, a tremer, 25/30min com taquicárdia. Olhava constantemente para o relógio, o tempo não passava. A minha mãe pergunta-me várias vezes quanto tempo falta e parece que lhe dou sempre a mesma resposta.

E então começam aqueles cinco minutos de descontos. Uma pessoa está nervosa com o jogo, ainda tem de ouvir aquela gente (paga a peso de ouro) dizer as baboseiras que bem entendem o jogo inteiro… Aqueles cinco minutos foram de raiva mesmo. Passei o tempo todo a gritar com a televisão, tentando explicar ao paspalho que já tinha sido mostrada a placa e tinha aparecido no ecrã. Quando ele “acabou” o jogo (que não tinha acabado) levantei-me e fui para ao pé da televisão. Nunca mais passavam aqueles minutos. Houve o canto, não percebi como tinha sido canto, não tinha visto ninguém tocar na bola. Comecei a falar com o árbitro também. E então, vem o guarda-redes cabecear a bola… O paspalho grita golo e eu deixei-me cair. Afinal não foi golo… Levanto-me e uma alegria imensa invade-me por dentro! E a partir daí… O Sporting é o nosso grande amor!!!

A minha mãe mandou-me calar, no meu prédio não há mais sportinguistas, pelo menos que vivam o jogo como em minha casa. O meu pai lá veio em minha defesa, porque isto na hora de ver o jogo não corre bem, mas depois a festejar já não há cá diferenças! ;D

Para que fique para a história o repasto do dia em que o Sporting meteu o Shitty no bolso:

Entradas - Couvert do costume (pão e azeitonas), salpicão, queijinho, etc

Prato - Pampo escalado com batata assada (que belo peixinho, diga-se de passagem)

Sobremesa - pudim de ovos

Digestivo - Aguardente velha

Tudo rematado com 2 golos do Sporting :victory: :victory: :victory:

O gato, dormiu o tempo todo - não o ia fazer sofrer, para isso já chegava eu :lol:

Ah e faltou-me um pormenor: a gata entrou em parafuso.
Pobre bicha; não gosta de futebol como nós.

Já agora também falo de como foi essa tarde/noite 8)

Estava em Coimbra e tinha combinado com a rapaziada amiga ver o jogo com eles no Couraça (muito famoso para quem já passou pela cidade dos estudantes). Cheguei mesmo em cima da hora e vejo o alinhamento da equipa (erro da SIC) e pensei que com aquelas invenções do Sá Pinto as coisas poderiam correr mal mas, felizmente, percebi que a equipa não estava a jogar assim. Começa o jogo, acompanhado por 4 Sportinguistas e 3 lampiões (torceram pelo Sporting e até chamavam nomes ao arbitro :o), vamos bebendo qualquer coisa, juntamente com tremoços e amendoins que serviam para encher o estômago, já que tinha comido algo à pressa em casa. Vejo um começo muito bom do Sporting mas começo a ficar com algum medo quando houve lá duas valentes distracções no inicio. Falta sobre o Insua. O rapaz lampião que estava ao pé de mim vira-se para mim e diz que foi golo quando o Matias ainda estava a ajeitar a bola. Não acreditando, aponta para uma rapariga muda que já festeja ao fundo da sala e eu ao aperceber-me disto levanto-me e grito: “FOI GOLOOOO!”. Todos olharem para mim e de seguida para a televisão. Matias corre para a bola e PUMBA: explosão de alegria ! Festejo o golo com Sportinguistas e lampiões, todos contentes! :lol: O nervosismo habitual destes jogos era menor, já tínhamos alguma margem de erro. Depois veio a jogada de Izmailov: vejo-o a correr para a área, começo a levantar-me e quando vejo o Ricky a encostar o passe de morte salto feito maluco e grito mas rapidamente me calo e começo a pensar : “MEU DEUS, estamos a dar 2 ao City em Manchester!”. Nos minutos seguintes penso se seriamos mesmo capazes de dar mais mas rapidamente troco essa ideia por: temos que segurar isto, 2-0 já é bom. Chega o intervalo e todos dizem que está no papo (incluindo os lampiões). Eu estou mais prudente, digo que é preciso manter a concentração. Da segunda parte só me vem à memória os golos e os momentos finais. No 3º golo espeto um murro na mesa e despejo várias bebidas que estavam na mesa. A partir daí meti o capuz do casaco e calei-me, como a confiar que a minha concentração ajuda-se a equipa. Só falava ou gritava a cada corte da nossa equipa ou a cada perda de tempo que conseguíamos. No ultimo canto já estava em pé, de mãos na cabeça e quando vejo a bola a tomar aquele efeito quase me parou o coração. Quando vejo a equipa a festejar, só grito “JÁ ESTÁ!” durante 5 segundos e digo que tenho que ir apanhar ar e acalmar-me (demorou vários minutos). De seguida foi tudo para as ruas de Coimbra a cantar :victory:

PS: A minha alegria era tal que, já no final da noite, quando o meu estado já não era o melhor e conheci duas italianas de uma cidade perto de Roma que estavam cá de férias e só falavam inglês, as convenci a apoiar o Sporting, que tinha vencido o City nessa noite e era o melhor clube em Portugal. Ainda me lembro de estar a cantar “O Sporting é o nosso grande amor” com desconhecidos :lol:

Estive doente a semana toda, horários trocados, e com anti-depressivos a deixarem-me mais morto que vivo. Adormeci à tarde na quinta depois de 48h sem dormir e mesmo com o despertador acordei tarde. Vi as horas, liguei a TV, preparei a Antena 1 (não gosto de ouvir relatos dos mortos-vivos da Sic), estava no intervalo. Com as mãos a tremer fui ao livescore e quando vi o 0-2 julguei morrer, ir ao céu e voltar. Depois foi sofrer estupidamente com o pessimismo horrível que tenho (vão marcar, meu deus é agora, eles vão dar a volta, estava quase…), tenho que corrijir esta merda mesmo. Depois do apito final, já de joelhos, deitei-me no chão como se tivesse levado a maior porrada da minha vida, e sobrevivido.

Minutos antes do jogo, depois de jantar, trocava mensagens com um amigo meu que estava no Etihad. Ao mesmo tempo, chegava a minha mãe com o meu primo de 4 anos do colégio, cuja mãe não o conseguiu tirar de lá antes de fechar. O puto, filho de pai super lampião (daqueles que não dá para falar mesmo) e de mãe igualmente benfiquista, quando chega a minha casa começa logo a dizer: “benfica é mau, o Sporting é que é bom, não é?” E eu: claro, Tiago! Com isto dito, começámos eu e o meu pai a puxar ainda mais por ele, cantando músicas do nosso Sporting.

Entretanto, começa o jogo. E eu já não podia com o coitado do puto, levantado, irrequieto à frente da televisão. A sorte foi ter chegado a mãe dele aos 10 minutos de jogo. E eu interiormente só pedia que ela saísse de lá o mais rapidamente possível, já que, caso sofrêssemos golo, sabia que ela ia logo contar a minha figura de sofrimento ao marido. E saiu.

Pouco depois, livre de Matias. Segundos antes do chileno bater, pensei eu que, caso fosse na seleção dele, era golo. E foi. Levantei-me e gritei de raiva, abraçando o meu pai que correu para a varanda a gritar golo, levando a que soassem algumas buzinas na minha rua. A minha mãe só dizia: " É doido, é doido…" Já eu nem acreditava que estávamos a ganhar em Manchester. Todavia, o meu lado pessimista dizia-me que ainda havíamos de sofrer. Recebo então nova SMS de Inglaterra: “GRANDA GOLO”.

Estávamos a jogar como leões e o City não criava nada. Bola no Pererinha que passa para Izmailov. O russo cruza na ala direita. Wolfswinkel toca e eu NÃO ACREDITO. 2-0! Já não festejei com tanta intensidade. Fechei os olhos e aproveitei o momento. Ainda nas nuvens aproveitei para mandar o meu lado pessimista para o C… 4 golos era muito complicado e com o que eles estavam a fazer impossível. O telemóvel vibra: chamada direta para o Etihad. Ouço a nossa enorme festa em Manchester e canto também. SOMOS OS MAIORES. Depois brinco com a situação, pedindo ao meu amigo para que dizesse lá para assinalar falta que eu vi na televisão.

A bola continuava a rolar e eu digo que, se aguentássemos até aos 45 sem sofrer nenhum golo, o mais difícil estava feito. Os meus pais concordam. Nenhum de nós sabia o que aí vinha. Alguns minutos depois, chega o intervalo.

Recomeça a segunda parte e eu recordo o quanto é difícil ver jogos deste tipo ao lado da minha mãe, igualmente Sportinguista. Cada bola que passa ao pé da baliza a guardo do Patrício para ela é golo: “pronto já está!”. Peço para ela parar com isso e ela faz-me o favor. Curioso que depois disso é que elas começaram a entrar. 2-1 golo de Aguero e o meu lado pessimista volta, ansioso por vingança e retaliação. Digo baixinho: pronto, começou. Inclino-me o mais que posso para me aproximar da televisão. Queria ser o 12º.

Algum tempo depois, penalty e eu desespero: “PORQUÊ? Porque é que ele tinha que fazer aquele penalty?!” Passo-me com o Renato Neto. 2-2 e o meu lado pessimista avança confiante. Afirmo eu e os meus pais: “já fomos”.

Chegam os 80 minutos e ainda tínhamos dois de avanço. Gritava para eles aguentarem. De tão inclinado que estava, o meu pescoço doía-me. Mas Aguero faz o 3-2. Arranho a minha cara, arrepelo os cabelos e o meu pai bate com os punhos na mesa. A minha mãe questiona a minha sanidade mental primeiramente, mas, depois, revolta-se com o jogo: “Porque temos sempre de sofrer?!”

Na minha casa, o quarto golo do City era uma certeza. Estávamos desolados e pensávamos que era uma questão de tempo. O coração bate cada vez mais depressa, começo a suar e o pescoço dói cada vez mais. Silêncio ensurdecedor.

A ausência de barulho só é interrompida quando P. Garcia anuncia que o jogo já tinha acabado quando nós bem sabíamos que não. Chega a primeira dose de insultos para o palhaço. Tiro a camisola de manga comprida, ficando só com a interior. Falta pouco, pensava. Se sofrêssemos, nunca mais via uma bola na minha vida de igual forma. Canto e a câmara filma Joe Hart. A minha mãe pergunta quem é aquele e eu respondo: o guarda-redes. Mas quem as guardava verdadeiramente era o Rui. Paulo Garcia ainda a tentou meter lá dentro mas não conseguiu. Vejo a turma dos abraços, levanto-me e rasgo a t-shirt qual Hulk Hogan, insultando novamente o palhaço da SIC. ACABOU. Festejo com os meus pais.

Ajoelho-me e vejo o meu lado pessimista sair derrotado mas ameaçando que voltará. Recebo uma SMS mas não é de Manchester. Uma amiga lamp envia-me os parabéns mas diz que tivémos muita sorte. “És boa febra mas não mereces resposta, pensei.” Assim, contacto novamente o meu amigo no Etihad, escrevendo-lhe: WE WILL NEVER DIE.

Não vi in loco felizmente. Ouvi os ultimos 5 minutos no rádio.

Deixei a graavar e depois calmamente cheguei a casa e vi já sabendo o resultado. :mrgreen:

Penso que a história foi mais ou menos comum a todos!

Vi o jogo em casa com a minha mãe e amigo, ambos Sportinguistas. Estive todo o dia nervoso, com algum pessimismo, pois sabia que era preciso marcar lá, e mesmo assim… mas o jogo da 1a volta fez-me acreditar, daí o nervosismo.

De resto, foi tudo parecido com vocês. Eu em casa raramente costumo gritar golo, a não ser em jogos mais escaldantes e importantes. Quando foi o 1º golo do Matias, gritei bem, mas ao contrário do que alguns aqui disseram, foi no 2º golo que dei um berro monumental, deve-se ter ouvido no prédio todo! Tinha a noção que esse 2º golo podia ser muito importante, o que se veio a confirmar!

Ao intervalo, mantive controlada a euforia. Mostrei cautela, mesmo a falar ao telemóvel com outros Sportinguistas (e até benfiquistas a darem os parabéns), dizendo que só festejava no fim. Tinha a sensação que a coisa se podia complicar, conhecendo bem como é o Sporting. Mas estava feliz, muito orgulhoso, daquilo que o Sporting fazia em plena Inglaterra no palco onde jogam alguns dos melhores jogadores do mundo.

A segunda parte deve ter sido o jogo em que mais olhei para o relógio. Todos os minutos que passavam eram um alívio. O primeiro golo encarei com naturalidade, apesar de frustrado por ser a 1a oportunidade deles no jogo. O penalty já encarei com alguma fúria, até pela desnecessidade do mesmo (duvido que a jogada desse alguma coisa). O nervosismo voltou a atacar em força, e no 3º golo nem queria acreditar, e dei um muro na mesa. Tínhamos o jogo controlado, e aquele penalty idiota voltou a dar esperança ao City. Deixei de acreditar que podíamos passar. Só quando chegou aos 90’ voltei a sonhar… quando o idiota da sick diz que acabara o jogo não acreditei pois tinha visto que tinham sido dados 5 min de compensação. O lance do Hart foram dos segundos mais intensos que me lembro. Depois do alívio do canto, o medo do Carriço cometer penalty, depois a bola a passar à frente da baliza, o ■■■■■■ a gritar golo… tal como muitos, só quando vi o Sá Pinto a festejar, soube que tinha terminado, e depois uma alegria imensa…

É incrível isto, mas por mais que me queira alhear, não sofrer… é impossível. A minha mãe bem ralhava comigo por estar tão nervoso por causa de um jogo de futebol. Mas eu só lhe respondi:

" Desculpa mãe, mas o SPORTING não se explica, SENTE-SE!"

Li aqui histórias fantásticas, de grande fervor sportinguista que me fizeram sentir que somos uma grande família, que estamos vivos em torno do nosso grande amor. Assim vou também partilhar a forma como vivi este jogo…

Vi este jogo sentado no sofá com o meu companheiro de sempre, o meu pai. Temos maneiras diferentes de ver o jogo, o meu pai por vezes excessivamente pessimista quando as coisas começam a correr mal, eu mais racional e frio mas não menos apaixonado.

Começa o jogo, e o Sporting entra bem, rijo a defender as investidas do shitty e afoito nas saídas para o contra ataque com boa troca de bola. Aquele primeiro aviso do Schaars e logo de seguida, de Xandão num cabeceamento perto do poste, fez-me sentir que estávamos ali sem complexos, cientes da nossa missão e sem medos. Por isso dizia várias vezes ao meu pai, temos que marcar um golo. Precisamos de pelo menos um golo!

Até que Matias “El Crá”, de livre, me fez saltar do sofá: “TOMAAA CRLHOO!” Ai estava o tão importante golo fora!!

Quando se esperava uma avalanche ofensiva dos ingleses, mostramos muita personalidade. Aguentámos as investidas inglesas, mantivemos a atitude e organização e criámos ainda mais perigo. Os fantásticos adeptos leoninos iam entoando bem alto o nome do SPORTING, abafando por completo os ingleses, sentia-se ali muita crença.

Nisto, lance de ataque, Izma com arte e visão de jogo mete no Wolfswinkel… GOLOOOOOOOOO!
Festejei este golo como há muito não festejava um golo do Sporting. Maldisse quem nos menosprezou nos últimos tempos, senti um enorme orgulho no meu Sporting, naqueles jogadores e naqueles adeptos fantásticos, que davam um show em Manchester. Estávamos a ganhar 0-2, a elevar bem alto o nome de Portugal, contra uma das equipas mais fortes da Europa.

A segunda parte foi um sofrimento agoniante, principalmente aqueles 30 minutos finais. Acusámos muito a saída de Matias, recuámos em demasia e ficamos praticamente à mercê dos ingleses, que meteram a carne toda no assador. Penso que aqui poderíamos ter controlado o jogo de outra maneira.

Se por um lado continuava confiante na passagem - mesmo até quando levámos o primeiro e o segundo golo, pensei que conseguiríamos controlar a vantagem de outra maneira - não queria acreditar quando sofremos o 3º golo. Levantei-me do sofá e disse para o meu pai: “Fd@-se, eu já não consigo ver isto…”, “Como é que isto é possível?”. Aqui sinceramente fiquei descrente, mesmo em baixo, pensei que estava tudo acabado, não queria conceber que poderíamos neste 10 longos minutos finais ser eliminados depois de tudo o que se tinha passado em Alvalade e em Manchester na 1ª parte. Seria uma angústia enorme.

Fui dar um giro pela casa, incrédulo com o que estava a acontecer. Fui à casa de banho, mas logo voltei à sala para junto do meu pai. Foram minutos dramáticos, o tempo ia passando devagar mas nós íamos aguentando. Aquele incompetente comentador da SIC, ia mandando calinada atrás de calinada. Deu por terminada a partida aos 2 minutos e pouco de tempo extra, depois pensava que eram 4m de compensação e por fim, naquele último lance, saí-se com “e é golo do manchester”.

“Não é nada golo nada crlho, vai po clho!!! Comentador de mer… fdp…” e nisto olho para TV e vejo a turma dos abraços… e pronto… abracei o meu pai, de lágrimas nos olhos e em êxtase. Durante uma boa meia hora, andei a tremer por todos os lados mas valeu a pena.

Senti um enorme orgulho no SPORTING. Somos um clube diferente, somos adeptos diferentes. Soubemos ser humildes mas ambiciosos, acreditámos sempre, não tivemos medo e contra tudo e contra todos saímos vencedores. Um grande obrigado ao Sá Pinto, um verdadeiro líder.

Digam o que disserem, nós somos o Sporting, e muita gente não nos vai esquecer :beer:

Nervos, nervos, nervos. Parte pelo jogo em si, parte significativa pelo que ia ouvindo dos comentadores televisivos. Confesso que não retirei o som da tv por respeito aos magníficos 1100 que calaram o city of manchester. Tanto que passei o jogo em zapping.

Após o golaço de Matias que me fez berrar como há muito não fazia, reparti o zapping pelos canais sporttv e pelos simpsons. Entretanto, começo a receber sms de amigalhaços que quase só contacto nestas ocasiões.
Às tantas, toca o telemóvel:
“Tu estás a ver isto car*alho?”
“Sim Miguel, grande Matias!”
“Qual Matias qual quê, muda lá de canal que já marcamos outro!!” :mrgreen:

Antes demais digo que este tópico devia se alargar a outros jogos…muito interessante mesmo.
Tal como em outros jogos europeus vejo em Casa com os meus pais (lampiões :stuck_out_tongue: , que vêem o jogo com óculos vermelhos) e o meu irmão Sportinguista.
O dia inteiro foi com uma grande nervosismo. Cada vez mais perto do jogo menos confiante estava, afinal íamos enfrentar, para mim, a 3ª melhor equipa do mundo. Eu pensava no que o Shity podia fazer com um Treinador “a sério”.
Meia hora antes do jogo liguei a RR para ouvir as equipas titulares e análises ao jogo.
Começa o jogo, todos agarrados ao écran, cada vez mais perto, cada vez mais perto.
No relato que é 30 segundos antes da tv “Dizem Insua lançado, a preparar o remate, eeeeeeeeee falta de Balloteli” e eu a dizer todos os insultos que me vieram á cabeça, incluindo noutras linguas. Matias posicionou a bola rematou, e golo, os meus pais olham pra mim, lunático mas 30 segundos depois pularam, de alegria ( :o). Eu pensei, como muitos foristas, dificilmente somos eliminados. O Sporting marca outro, e eu nem queria acreditar, pensando que conseguiriamos marcar mais 1 ou 2 e golear o Shitty. Vai para o intervalo, fui comer. A segunda parte nao ouvi com relato, pois a bateria tinha acabado. Fui para a sala muito confiante, pois só com 4 golos marcariam. Eles marcam o primeiro e penso “Ainda precisam de três”. Marcam o 2º e penso “Ainda precisam de dois” e “o árbrito está cego”. Marcam o 3º e penso “Só precisam de mais um, tudo para a defesa”. Entre o 3º golo deles e o fim do jogo os segundos pareceram minutos e os minutos horas. Tempo de compensacao 5 minutos (e eu pensei “5 porquê? Nem devia haver” agora penso “só 5? Deviam ter sido 6/7”), O comentador diz “e acaba o jogo” e eu salto de alegria, e oiço “enganei-me, são só os ingleses com as mãos na cabeça” e eu nao me lembro muito bem dos outros minutos! Só me lembro de olhar para a Tv da cozinha que é 5 segundos mais rápida que a da sala, estando na sala! Acaba o jogo e grito até sair me sangue pela boca.
O hospital esteve cheio não, eu quase ia lá parar.

O SPORTING TIRA ME ANOS DE VIDA, E ADORO

P.S. sim os tempos das tv moem me o juizo.