Campeonatos portugueses mais competitivos - Alterações no modelo competitivo

Tenho pensado muito neste assunto e sinceramente acho que os nossos campeonatos são muito “monótonos” e que estes não transmitem qualquer emoção para quem assiste. Foi por isso que decidi pensar num modelo competitivo para os 3 primeiros escalões do nosso futebol (Primeira e Segunda ligas e Campeonato Prio) que as tornasse nisso mesmo, competitivas. Como base utilizei o formato do Futsal, mas elaborei um pouco mais.
Deixo em anexo as minhas ideias e gostava de saber quais as vossas opiniões.

PS: De referir que as restantes equipas que neste momento pertencem ao total de 122 nestes 3 escalões e que não estão inseridas neste modelo, passam para as divisões distritais.


Falas nos 4 primeiros e 4 últimos de cada série, e os que ficarem a meio da tabela na série? Deixam de competir em Março (se calhar, antes)?

Haveria equipas a fazer 22 jogos num campeonato, deixando de competir a meio de Fevereiro… achas mesmo que isso faz sentido?

Já para não falar que o Sporting deixaria de enfrentar 6 dos atuais 8 primeiros o que ainda menos sentido faz.

Dividir a primeira liga ao meio norte/sul não faz sentido nenhum.

Tenho que admitir que no que toca ao calendário isto ficou muito mal pensado, é o ponto mais fraco sem dúvida. Sendo assim altero os seguintes pontos:
• Retira-se a divisão da Primeira Liga, mantendo-se o formato atual, mas mantém o Play-off de Campeão mas com 6 equipas.
• Passam 8 equipas para a Segunda Liga que passa a ficar com 48 divididas em 3 Séries (De Norte para Sul). Apuram-se os 2 primeiros de cada série para o Play-off de Promoção e passam os 3 primeiros. (O 1º é campeão).

EDIT: Na Primeira Liga, as 12 restantes disputam um Play-off a eliminar, os vencedores mantém-se na competição e os 2 úlitmos a serem derrotados descem.

Estás a querer americanizar o futebol. Não vejo mais valia nenhuma nisso. Eu aliás sou contra o modelo do futsal. O carnide pode ser campeão sem jogar um cu 8 meses. Monótono é jogar a feijões 8 meses para se decidir tudo num mês.

Então mas afinal o Benfica joga? É que eu pensava que só punham um autocarro e mandavam umas bicas para a frente. Cheguei mesmo a pensar que eles eram campeões sem jogar “um cu” durante 8 ou 9 meses.

Fora de brincadeiras, entendo o teu ponto de vista, mas tens alguma sugestão melhor ou preferes o modelo atual? A minha perspectiva de competitivo era: Todos os clubes iam querer jogar para ganhar Porque o risco de descer era maior.

Sl

Estava a referir me ao futsal, onde devido ao playoff podem ser campeões depois de estarem a 10 pontos do Sporting. Quero com isto dizer que a fase regular do futsal é inútil. O Sporting podia acabar em oitavo que podia e secalhar até era campeão.

Tirando os Estados Unidos não conheço outro campeonato que tenha sistema de playoffs. O atual sistema é o correto, ou quanto muito fazer uma liga de apuramento de campeão como é o caso da Polónia, ou mais perto de nós o campeonato de andebol em Portugal. Esse sistema ainda aceito.

Pensei que estivesses a dizer que com este modelo o Benfica seria campeão sem jogar, mas estavas a referir-te ao futsal, peço desculpa.
Em relação ao apuramento de campeão, a minha ideia era mesmo uma liga de apuramento de campeão e vendo do ponto de vista que referiste é mais justo não haver play-off de manutenção e descem logo as últimas classificadas pois fazer uma liga de manutenção iria levar a maior desgaste.

Resumindo, se fosse implementado o sistema de PO na tua opinião o mais “justo” seria:

Liga regular com 18 equipas (Jogos Casa e Fora)
Um determinado número de equipas disputava o Play-off de Campeão (disse 6 mas pode variar para 8 conforme o nosso ranking na UEFA [Portugal], pois o número de equipas varia)
E desciam 2/3 equipas.

É isto?

O problema da primeira liga é a monotonia de 60% dos jogos, se nao mais.
Neste momento temos 34 jornadas na primeira liga e muitos poucos jogos interessantes. Precisamos de mais jogos e mais competivos.

Sugeria uma primeira liga com 12 equipas. A 4 voltas. Um total de 44 jogos por equipa. O que o nosso campeonato precisa é de 4 sportings-benficas e 4 bragas-guimares etc…

Segunda liga a 2 zonas, sobe o primeiro de cada zona. 22 equipas actuais mais as 8 que saiem da 1.a liga + 2 do campeonato prio

Campeonato prio fica igual, dividem-se as series actuais ao meio, e sobem pra serie correspondente (norte ou sul) da 2. liga

Reduziria o campeonato para 12 equipas no qual a fase regular teria 22 jornadas. Os 6 primeiros vão para o apuramento de campeão e os restantes para a manutenção. Com perca de pontos para metade tudo fica em aberto. Havendo mais 10 jornadas.

Ou seja no total teríamos 32 jornadas em vez de 34 atuais mas com um nível competitivo muito superior e mais assistências.

Para além disso com a redução de 2 jornadas, dava espaço no calendário para a taça da liga ser jogada no fim de semana do que a meio da semana como atualmente.

Para mim o modelo actual do campeonato de Andebol é o único que é melhor que o do campeonato de futebol.

Play-offs é para esquecer… Não chega esse sistema em todas as outras competições? Ainda querem adicionar a aleatoriedade de um ou dois jogos na definição do título de campeão?

O futsal como já disseram é o melhor exemplo e o ano passado uma das melhores equipas de sempre, que bateu vários recordes, esteve a 1 minuto de nem sequer ir à final.

Mais jogos entre os grandes? Sim.
Mais jogos entre os aflitos para definirem a manutenção entre eles? Sim.
Sistema de eliminatórias que podem eliminar as melhores equipas num jogo e sem hipóteses de recuperar? Não obrigado.
Sistema em que uma equipa banal pode ser campeã com uma série de 4/5 jogos bons nessa parte final? Não obrigado.

Totalmente de acordo contigo e defendeste muito bem a tua ideia! :arrow:
Faço apenas com uma ressalva em relação ao modelo do andebol:
Os pontos da fase regular deviam contar a 100% e não apenas a 50% para confirmar a grande importância de TODOS os jogos do campeonato desde o seu inicio.

O modelo devia ser este que já defendi no ano passado:

16 equipas

Fase regular à moda antiga com 30 jornadas todos contra todos.
A partir daí teríamos uma fase final nestes moldes:

Primeiros 4 (decisão do título):

6 jornadas todos contra todos com os pontos da 1ªfase a acumular a 100%.
Ou seja, o campeonato para estes passaria a ter 36 jornadas e terminaria com uma sucessão de derbies.
No fundo seria um campeonato de 36 jornadas com jogos repetidos entre si para os 4 primeiros.
Emoção e jogos de cortar a faca decisivos até ao fim!

Últimos 4 (decisão da descida):

6 jornadas todos contra todos com os pontos da 1ªfase a acumular a 100%.
Ou seja, o campeonato para estes também passaria a ter 36 jornadas e terminaria com uma sucessão de jogos entre as equipas que decidem entre si quem desce.
Emoção e jogos de cortar a faca decisivos também até ao fim!

Meio da Tabela (5º ao 12º):

Playofs a duas mãos a começar nos 4ºs de final para, em principio, atribuir classificação e lugares na Liga Europa.
Ou seja, para estas equipas, acabava aquela situação em que muitas cedo ficam em que já não estão a fazer nada no campeonato.
Aqui podia acontecer a situação algo injusta do 12º, com uma ponta final boa no playoff, ainda poder aspirar ao 5ºlugar.
Na especificidade do futebol português, acho que não seria grave e até seria interessante já que essas equipas não diferem assim tanto umas das outras.

Com este modelo teríamos emoção do principio ao fim com alguns momentos verdadeiramente criticos mesmo antes do próprio fim do campeonato.

Por exemplo, no final da fase regular, a luta pelo 4ºlugar que daria acesso à poole dos campeões e a luta pelo 12ºlugar que garantiria, logo ali, a manutenção e a luta pela Liga Europa seriam tremendas.
E depois, no final, terminariamos com:

Derbies sucessivos nos primeiros.
Eliminatórias decisivias de mata-mata nos do meio.
Jogos de vida ou de morte nos últimos.

Praticamente não haveria jogos para cumprir calendário com este modelo.
No atual modelo a percentagem de jogos sem nenhum interesse é enorme.
Chega a ser chato acompanhar o fim do campeonato.
Como é que ninguém se preocupa com isto?

Haveria muito mais jogos de cartaz e de interesse e, logo, mais receitas.
Muito, mas mesmo muito mais emoção durante TODA a época.

Única desvantagem:
Quem fosse longe nas competições europeias podia sofrer um bocadinho com a sucessão de jogos tremendos no final do campeonato.

Mas quem se preocupar muito com isto:
Que meta no cú esta preocupação de maricas…
É que a melhor forma de se evoluir e ganhar competitividade é tendo mais jogos de alto nível por ano.
E isto garante isso!

PS:
Aqui é que o Braga e o Guimarães se matavam um ao outro pelo 4ºlugar que daria CE’s garantidas logo ali e ainda direito a jogar 6 jogos com os grandes…

Gostei de ler, esta muito bem explicado, e é um modelo interessante.
Mas, corres o risco de ter uma fase final sem um ou dois dos grandes, o que retira logo todo o interesse.
Sejamos honestos. Como sportinguista num modelo desses, gostava muito que o 4. e o 5. se intrometessem e mandassem o porco e slbosta pra fora de uma suposta fase final. Como adepto de futebol teriamos apenas uma taca da liga glorificada… Mas, vamos la ser honestos e REALISTAS, o Sporting ia acabar varias vezes cirurgicamente em 5!

Um sistema a 4 voltas com menos equipas tem muitas vantagens:

  • Desde logo os derbies e classicos. 12 numa epoca - vai certamente haver mais de que um por mes. Jogos que decidem campeonatos todos os meses
  • Jogos onde é mais complicado por malas e comprar jogadores.
  • As equipas pequenas do meio da tabela tem 6 jogos em casa com os grandes, 6 casas cheias garantidas.
  • As equipas pequenas, por receberem mais vezes os grandes podem aumentar o volume de publicidade e vender os seus jogos mais caros as televisoes.
  • A luta pelo campeonato, accesso as competicoes europeias e luta ela manutencao serao muito mais exictantes, com equipas com valores de plantel muito proximo em cada um dos segmentos para que lutam.
  • Arrumar com 6 equipas da primeria divisao que so la estao a encher horario da sporttv e a auxiliar os corruptos a terem um campeonato mais facil.
  • Um sistema que acho que nao é utilizado em mais nenhum campeonato europeu, que pode trazer notoriedade e aumentar o interesse internacional, e por isso gerar mais venda de direitos.
  • Uma 2.a liga mais pequena, com menos jogos que actualmente, vai ajudar os clubes da primeira liga que tenham equipas B. Com um maior numero de jogos e competicoes europeias, taca e taca da liga, vai ser importante poder utilizar os recursos das equipas B, de modo a poder manter planteis razoaveis nas equias A.

O principal problema do campeonato português, nesta altura, é a falta de competitividade. A falta de competitividade pode dividir-se em duas vertentes: falta de competitividade entre as equipas no geral - há 3 grandes (Sporting, Porto e Benfica) e 2 equipas que pretendem sê-lo (Braga e Guimarães); falta de competitividade dentro das restantes equipas.

A primeira falta de competitividade, sendo problemática, é comum. Na maioria dos campeonatos europeus há 2/3/4 equipas que lutam pelo título. Em Espanha tens o Real, o Barcelona e, agora, tem surgido o Atlético. Na Itália tens a Juventus. Em França tens o PSG e o Mónaco. Na Alemanha tens o Bayern. Inglaterra é um caso mais atípico porque à entrada para o campeonato há 6 ou 7 clubes cuja aposta no título não é estapafúrdia.

A segunda falta de competitividade, essa sim, é problemática. Na temporada transata isso foi evidente. Mas nesta temporada também se arranja exemplo. Começamos por olhar para a tabela da Primeira Liga. A seguir começamos a adicionar fatores.

  1. Faltam 4 jogos, ou seja, há 12 pontos em disputa.
  2. Descem 2 equipas na primeira liga.
  3. Há 5 equipas que vão às competições europeias.

Ora, estas são as variáveis importantes relevantes da liga portuguesa. Pelo que, cabe preenchê-las.
Se vão 5 equipas às competições europeias e as idas à champions já estão entregues, falta a luta pela ida à Liga Europa. A luta pela Europa, neste momento, está entregue a duas equipas (Braga e Marítimo). Mas nesta variável também não podemos mexer.

Podemos mexer é na variável da descida de divisão. Aí o caso muda de figura. Uma vez que apenas descem 2 equipas, neste momento temos 3 candidatos à descida. Nacional, Tondela e Moreirense. O Nacional, neste momento, está aflito, a 5 pontos de se salvar. O Tondela aflito está, a 2 pontos da salvação. O Moreirense idem, porque é o candidato a abater.

Neste momento, a Liga portuguesa (que tem 18 equipas) reduz-se aos jogos do Moreirense, do Tondela, do Nacional, do Braga e do Marítimo. O resto está entregue. Os objetivos estão cumpridos.

Descendo 3 equipas (de maneira direta) e uma 4ª disputando o play-off com o 4º classificado da 2ª liga, o caso mudava de figura. Porquê? Porque embora os 3 últimos lugares (os da descida direta) já estivessem entregues, o 4º, o que levaria a play-off estaria ao rubro. Basta ver que, neste momento, em 15º lugar está o Arouca com 31 pontos. O Chaves está em 8º com 37. Ou seja, o fantasma da descida de divisão ainda não tinha passado para o Chaves.

Isto significa que a 4 jornadas do fim só há uma equipa para quem o campeonato perdeu interesse: o Rio Ave, pois é o único que não consegue já chegar à Europa, mas também não era assombrado pelo fantasma da descida de divisão.

Esta ideia ganha novos contornos se formos para a 2ª liga. Na 2ª liga a 4 jornadas do fim a subida de divisão está entregue. Teremos o Portimonense e o Aves de regresso à Primeira Liga. Retirando das contas as equipas B (que não sobem de divisão) temos em 3º lugar (lugar de subida) o Penafiel com 59 Pontos. Depois vêm o Varzim com 58, o Gil Vicente com 56, tal qual o Santa Clara, até ao 13º lugar que está entregue ao Sporting da Covilhã que neste momento tem 52 pontos. Ou seja, neste momento, existiriam umas 7 equipas a lutar pela subida de divisão na II Liga.

Basta ver que o fundo da tabela da 2ª liga está ao rubro.

Por isso, para mim, mais do que reduzirem o número de equipas que jogam na Primeira Liga ou adicionarem voltas, seria mesmo aumentar para 4 o número de equipas que desciam de divisão.

Naturalmente, se quiséssemos um campeonato português altamente competitivo, para mim, também seria simples. Redução da Liga a 10 equipas, 4 voltas, 36 jornadas. Receitas das transmissões televisivas ordenadas pela classificação no ano anterior. Descia diretamente o último classificado e o penúltimo ia a playoff. Problema: acabavam-se os resultados das equipas portuguesas nas competições europeias.

Sou desfavorável a grandes reduções do número de equipas porque o campeonato pretende-se NACIONAL.
Uma liga com 12 equipas a 4 voltas nunca mais seria nacional porque as equipas que iam aspirar a isso sabe-se bem quem são e estão situadas em 3 zonas muito específicas. Não gostaria nada dessa perspectiva.

Para o ano, por exemplo, teremos equipas até do Algarve e de trás-os-montes.
É assim que deve ser e não uma liga com equipas de Lisboa, Porto, Braga e Guimarães.

Isso para além de que uma liga não pode ter mais de 40 jornadas…

Assim, penso que o meu modelo é o mais equilibrado pois uma equipa não faz mais do que 36 jornadas, mantém-se um campeonato ainda bastante nacional (a quase todo o território) e não restrito a meia-dúzia de priviligiados em que praticamente todos os jogam contam a sério.

Um sistema de 12 equipas e 4 voltas é impraticável. Mas um sistema de 10 equipas e 4 voltas não o é. São 36 jogos por temporada. É o normal.

Não obstante, tal opção tem os seus (muitos) pontos negativos.

Fiquei satisfeito com o alargamento do campeonato para 18 equipas. Acho que, no geral, é o tamanho que o campeonato português deve ter. Falta acertar o resto e colocar mais competitividade na tabela.

Para mim o modelo do andebol é o ideal, mesmo com a redução a metade dos pontos.
O principal problema deste modelo seria a fase de relegação onde há equipas com a situação perfeitamente definida e a jogar para nada:
http://desporto.sapo.pt/andebol/campeonato_portugal/classificacao/

Talvez um beneficio monetário ou a criação de um troféu para esta liga resolvesse isso, mas aí criaria outro problema: o 7º classificado teria mais benefícios que o 6º.

O modelo do [member=3466]Strikerr também não é mau, mas acho que o problema da injustiça dos playoffs manteria-se. E aquele mini campeonato seria demasiado penalizador para as equipas que ainda disputam as competições europeias, nem sei se a UEFA aceitaria isso.

Mudava só algumas coisas.

Campeonato a 12 equipas, em vez de 16.

O último desce automaticamente.
O primeiro da segunda sobe automaticamente.

11º classificado da primeira liga faziam um jogo em campo neuto com 2º da segunda divisão.

1º,2º,3º,4º faziam o tal mini-campeonato a duas voltas. Pontos reduzidos a metade, dá mais pica ao campeonato pois aproxima as equipas.

5º,6º,7º,8º,9º,10º Campeonato a duas mãos com os pontos reduzidos tambem a metade. Luta pelo 5º lugar e lugar no playoff da liga europa

Centralização dos direitos televisivos, video-arbitro e arbitragem independente (outsourcing)

:clap: :venia:
Adorei as vossas sugestões.
Ficava com a ideia do @Smokin’Joe mas com 14 ou as 16 equipas que o [member=3466]Strikerr sugeriu.
Sem dúvida, um modelo muito melhor que o meu, tenho que admitir.

PS: Vou arranjar maneira de testar este formato no FM ahahah