O joaommx tem um ideia muito estranha de evolução e parece estar convencido que o vão deixar entrar nas comunidades fechadas ou nos super luxuosos paquetes… Aposto que nem clickaste nos links, já que chamas a isso evolução.
Um excelente exemplo dos que acreditam no deus Ciência serem tão ou mais perigosos que os fundamentalistas Cristãos ou Muçulmanos.
É o típico - It won’t happen to us though. como diz no site referido pelo jmlima. Já agora deixo o resto do texto que é curto e fácil de ler.
It won’t happen to us though. Developed countries suffer impacts too. The 2003 heat wave in western Europe, which caused 35,000 deaths (2,000 in the UK), is already twice as likely to happen again next year. By the 2040s Europe will consider such a summer normal. By 2060s they will consider it cool.
Infelizmente, nada está mais globalizado do que as alterações climatéricas. Se por um lado é possível assistir a fenómenos maravilhosos como uma zona desértica da Austrália transformar-se numa reserva animal e vegetal pululante de vida, devido às chuvas que têm caído copiosa e regularmente nos últimos 2/3 anos, isto não é a regra. E esta constatação que tomo a liberdade de citar e que foi gentilmente aqui colocada pelo Yazalde70, é sintomática.
Os países desenvolvidos não vivem numa rodoma de vidro que os torna imunes a todos os fenómenos decorrentes das alterações climatéricas. Os desenvolvidos US of A pagam bem caro o consumo desmesurado dos combustíveis fósseis.
Vejam os invernos rigorosíssimos da costa atlântica ou a funesta desgraça que se abateu sobre New Orleans. Ou as sucessivas vagas de incêndios na Califórnia. Tem caído neve em zonas onde esse fenómeno era raríssimo e zonas normalmente temperadas ou mesmo chuvosas, como a bem conhecida Cleveland estão a sofrer mutações no seu clima.
Na Europa, não nos podemos esquecer da vaga de incêncios que todos os anos percorre a zona mediterrânica. Ou das cheias e inundações que se abatem recorrentemente sobre França, Alemanha e a Europa Central.
Muitos podem dizer que isso são fenómenos normais. Eu direi que são tudo menos fenómenos normais. Normal é fazer sol quando tem que fazer sol e chover quando tem que chover. Mesmo no nosso cantinho à beira mar plantado, já há vários anos a esta parte estamos com estações completamente atípicas.
Dantes a seguir ao Inverno vinha a Primavera, a seguir vinha o Verão e finalmente chegava o Outono. Este ano, Primavera nem vê-la. Passámos logo do Inverno para o Verão e mesmo este é um Verão atípico, com uns poucos dias de muito calor e muitos dias de tempo chuvoso, ventoso, desagradável.
Onde estão os Verões de quando eu era pequeno, com noites cálidas mas agradáveis em que as pessoas conversavam umas com as outras nas entradas dos prédios ou sentadas em cadeiras de verga nas ruas (sim, mesmo em Lisboa) até altas horas da noite e nós miúdos brincavámos alegremente na rua. Porque o tempo permitia.
Mais grave do que tudo isto, é olhar para a degradação actual do comportamento humano. Tudo é justificado e justificável na sociedade actual. Desde que estejamos satisfeitos. Dantes havia o primado do espírito sobre a razão. Depois, veio o primado da razão sobre o espírito. Agora existe o primado da satisfação dos desejos carnais e materiais sobre a razão. “Sic transit gloria mundi.”
Perderam-se valores como o respeito pelo semelhante, a honestidade. Cada vez menos existe o conceito de família. Os miúdos crescem em familias mono-parentais, abandonados ao Deus dará, outros vivem em lares desfeitos pelo divórcio, chutados de um lado para o outro todas as semanas, muitos deles todos os dias. São vítimas de maus tratos físicos e psicológicos, muitos deles de abusos sexuais. Os pais encaram os filhos como uns embrulhos. Felizes os que ainda têm os avós, com idade e saúde, para tomarem conta deles.
Depois admiram-se que haja aumento de crimes violentos, que o insucesso escolar aumente, que haja um puto que entre numa escola com uma 9mm e desate a matar tudo e todos e depois ponha uma bala na cabeça.
As famílias, que dantes serviam de porto de abrigo a todos nós (evidentemente que havia excepções) agora são completamente disfuncionais.
O próprio casamento já não é o que era. Dantes casava-se para a vida. Para um casamento funcionar, tinha que haver esforço da parte dos dois conjuges, tinha que haver comprometimento. Era um vínculo que só a morte rompia.
Hoje a maior parte do pessoal, foge dos compromissos como o Diabo foge da cruz. Amancebam-se e se a coisa não funcionar, vai cada um para o seu lado e não se fala mais nisso. Os que casam, casam logo com a ideia de que, se a coisa não resultar, divorcio com ela que a coisa até está mais fácil agora, com o “simplex” e tudo.
Ironicamente, são os que dantes eram marginalizados pela sociedade que agora fazem finca pé para casarem de papel passado, só porque sim. Porque todos temos direitos. Agora, falarmos de deveres e responsabilidades, isso é outra coisa.
Hoje, alguém que seja temente a Deus, heterossexual, honesto, honrado, que ame o seu próximo, é considerado como uma aberração, digna de ser um “case study”, a ser dissecado numa mesa de autópsias ou a ser exposto num Zoo desta vida.
Sim meus caros, o problema é mais profundo do que o uso e abuso dos combustíveis fósseis, da destruição do meio-ambiente.
Meus caros, o problema está na natureza humana. Enquanto o ser humano não olhar para dentro dele e reconhecer que tem que mudar e reavaliar todas as suas prioridades, não há nada que nós possamos fazer.
Não corremos risco de extinção. Nós, meus caros, como seres pensantes (afinal o que nos distinguia dos animais), já estamos extintos.
Várias espécies foram dominantes ao longo dos tempos e o Homem não é mais que uma das fases. Como alguém disse uma vez, todos os impérios caem. Se é a Natureza ou a própria malvadez do Homem que irá assegurar isso é algo que não saberemos. Uma coisa é certa, tudo é finito.
Eu não disse em lado nenhum que concordava com essas ideias dos paquetes, e longe de mim, alguma vez chamar a isso solução!
E não, também não acredito que me deixassem viver num desses paquetes.
Mas lá por não ser solução, não quer dizer que não exista evolução. Se há uma coisa que não tenho dúvidas é que os mais estatisticamente mais preparados são os que sobrevivem, e neste caso, em termos estatísticos os que conseguirem lugar no paquete vão ser os mais preparados. Não, o conseguir lugar no paquete não é aleatório. E não, provavelmente não vão para lá os mais preparados de todos. Eu disse apenas, em termos estatísticos os que conseguirem lugar lá, vão estar mais preparados para sobreviver do que os que não conseguirem, isso é o que se chama evolução. A evolução é cruel? Sim, essa até é uma das principais razões para que muitos grupos cristãos se recusam a acreditar que ela exista. Mas lá por ser cruel, não quer dizer que não exista, a “desevolução” é que não existe.
Só existe evolução e estagnação. E a estagnação não pode existir quando há factores de selecção.
Eu sou perigoso por encarar isto com optimismo? Só podes estar a gozar comigo!
Não é por encarar isto com optimismo que deixo de fazer a minha parte, que como já disse antes, faço. Sou optimista, não quer dizer que seja despreocupado.
O que é que ganho em ser pessimista, em acreditar que não há soluções? Vai ser o meu pessimismo a ajudar a salvar o ambiente?
E deus Ciência?! Nem acredito que tu, que costumas ter ideias tão bem fundamentadas, possas estar a comparar a ciência à religião! A ciência cuja base é o método científico que assegura que todas as conclusões e teorias para serem validadas têm de ser provadas (ainda que existam por vezes erros) é incomparável à religião que se baseia exclusivamente na fé.
Eu não tenho fé na ciência, eu sei que a ciência está certa, porque é condição natural para a sua própria existência. Eu esperaria uma comparação dessas de algum creacionista ou algo do género, nunca pensei ouvir isso de ti!
Muita gente frequentemente labora num erro que é pensar que a religião e a ciência são incompatíveis e que nunca concordam uma com a outra.
Aliás, há muitos cientistas que são religiosos. Mais, muitos dos que não são, têm muitas vezes dificuldades em explicar certos fenómenos, coisas e acontecimentos naturais sem recorrer a expressões decalcadas da religião como “fé”, “dogma” e “lei”, por exemplo.
Eu sou religioso, tenho fé em Deus e na Biblia e não me considero uma pessoa irracional. Fiz os meus estudos até ao superior, tenho inúmeros cursos de formação e não sou daquelas pessoas que segue uma religião tipo uma ovelha.
Aliás, tenho fé em Deus e nas suas realizações porque frequentemente as descobertas científicas apoiam aquilo que a Bíblia diz. Agora, há coisas que obviamente não são explicáveis pela ciência nem podem ser reduzidas a equações ou integrais matemáticas.