Venho lançar a discussão sobre o último programa televisivo de Bruno Nogueira, não sei se já tiveram oportunidade de ver.
Chama-se “Tabu” e a premissa é a seguinte: o Bruno passa uns dias, penso que 1 semana, com 4 pessoas de cada vez, pessoas com grandes incapacidades, tais como tetraplegia, deformidades genéticas, doentes oncológicos terminais ou com doenças neurológicas progressivas cujo fim é o inevitável.
Intermitentemente, são introduzidas peças de stand up, em que ele diante de uma plateia, em que as 4 pessoas desse episódio são convidados de honra e ele vai “brincando” com as incapacidades e com o desfecho final.
As 4 pessoas estão avisadas e sabem o que as espera.
Pelo que tenho lido e ouvido, as opiniões dividem-se: há quem ache humor inteligente e corajoso pela forma como lida com temas tabu e desconfortáveis para a generalidade das pessoas, há quem ache atroz, impiedoso, de mau gosto.
Se os próprios permitem que se fale e brinque com o seu problema, não vejo motivo para grande celeuma, à volta do programa. Acredito que outros, nas mesmas condições, não consigam brincar com a sua condicionante.
“Aplaudo” quem vai ao programa, pela coragem e vontade de aliviar o seu interior. E, com certeza, já choraram e deprimiram durante centenas de dias.
Eu rio à gargalhada e, nos segundos seguintes, penso nas tormentas e na realidade que tanta gente tem que passar na vida, e o quanto abençoado eu sou.
Para quem fica melindrado, há um bom remédio : mudar de canal.
Já lá vai o tempo de 2 canais de TV, e em que 1 só funcionava das 16h às 22h.
Ao contrário de outros temas controversos, que nos atingem direta ou indiretamente, dos quais não temos como fugir e que ajudam a criar ódios entre pessoas pela diversidade de pontos de vista (Covid, vacinas, políticas, dinheiros, guerra) , este é um caso fácil de resolver, para quem não gosta.
Gosto de ver o Bruno e o RAP, que goza com os verdadeiros deficientes, que são os políticos, a Cmtv, e tudo o que faz apodrecer este país.
Que haja gargalhadas na nossa vida, porque senão…
É um programa controverso, sem dúvida, mas corajoso e assaz catártico para quem o ato de acordar cada dia é ainda uma luta maior do que para os restantes mortais ditos normais.
Quanto à performance do BN, ele trata o assunto com a elevação que o humor e a situação permitem, acho-o genial e, como todos os “génios”, será controverso e nem todos aceitarão, principalmente aqueles e aquelas que estão a viver os dramas na primeira pessoa ou os vêem em entes queridos ou amigos.
Mas é como dizes, quem se sente desconfortável ou melindrado(a), basta carregar no botão do comando.
Eu acho bastante bom.
Há que dar mérito e elogiar a coragem de quem pensou o programa, quem o apresenta e acima de tudo, às pessoas que riem da sua condição e com isso fazem rir os outros.
Claro que não nos podemos esquecer daquilo que é o mais importante, embora seja apresentado de forma subliminar: a mensagem. É extremamente importante alertar a sociedade para estas questões: doenças oncológicas, neurodegenerativas, cuidados paliativos, fim de vida, sofrimento, cuidadores informais, etc. No nosso país há muito a fazer neste âmbito, mas estas pessoas são exemplos de como é possível ver branco quando só parece ser possível ver preto!
Quando se aceita as limitacoes que possuimos, tambem aceitamos e ate’ protagonizamos piadas de nos proprios
No meu entender aquele que se sentir ofendido quer seja nisto quer seja noutros temas pessoais, e quando nao ha intencao de magoar a pessoa ou a rebaixar, e’ porque ainda nao ultrapassou e aceitou algo que tem que lidar todos os dias.
Para quem possua tais limitacoes, imagino que quando ande na rua, as pessoas com quem se cruza tentam a todo o esforco nao olhar para que este nao se sinta mal. Quando secalhar isso 'e que as pode magoar e onde deveriamos ter um comportamento natural como se qualquer outra pessoa se tratasse
Se eu tivesse numa das situações abordadas (até agora deficiência física, doença terminal ou dependência), o que eu queria mesmo eram motivos para rir da minha situação. Porque, para chorar, já teria suficientes.
Mas normalmente a tendência é as pessoas ‘de fora’ tomarem as dores inexistentes de quem realmente passa por ‘elas’.
Se o programa passasse em horário nobre, o Bruno já teria sido ‘cancelado’.
Eu adoro tudo o que o Bruno Nogueira tem feito. É alguém que verdadeiramente admiro por saltar para fora da zona de conforto com frequência quando, pelo estatuto que tem, não precisava de o fazer para obter reconhecimento.
Não tenho rigorosamente nada contra rir seja de que tema for. Aceito a teoria de que os limites do humor (a velha discussão!) são pessoais e intransmissíveis, que variem de pessoa para pessoa: para mim dá para rir de tudo, desde que o humor seja feito com inteligência (algo que, a meu ver, não acontece com muito dos arautos do “humor negro” portugueses).
Eu vi o primeiro episódio deste Tabu do Bruno Nogueira e não gostei. E não só não gostei, como me lembrei de uma crítica que o próprio Bruno Nogueira fez à série After Life, do Ricky Gervais (se não viram, vejam!). Sobre esta série, disse o Bruno que os momentos de humor eram geniais, mas a parte dramática era má e muito forçada (o que é verdade).
No primeiro episódio do Tabu, fiquei com sensação inversa dessa apreciação que ele fez do After Life: se por um lado a sensibilização para os problemas das pessoas em causa era bem feita e funcionava, por outro lado os momentos de humor eram extremamente metidos a ferros e muitas vezes com piadas que estamos cansados de ouvir sobre pessoas com limitações físicas.
Por isso, optei por não ver mais episódios depois desse. Talvez o venha a fazer um dia, mas para já não estou curioso…
Mau gosto é falar nas costas e contar piadas quando não estão presentes.
Nota-se que ele respeita muito todos os convidados. A forma como conversa com eles, como partilham experiências é um verdadeiro serviço público.
Já ouvi várias pessoas comentarem que acham de mau gosto. Nenhuma delas é deficiente ou está à beira da morte. Outros, que estão, infelizmente, nessa situação, ou a lutar contra cancros, têm gostado. Preferem que se fale, do que se finja não saber o que têm
Segundo um forista que está no tópico dos filmes o dever de qualquer português neste momento é espancar o nogueira pelo mal que anda a fazer patrocionado pela sic. É um verdadeiro terrorista. Aguardo declarações do André ventura, protetor dos portugueses de bem
Sou um confesso fã do programa “Tabu”, do Bruno Nogueira. Nos três primeiros episódios ri-me bastante, sem conhecer bem os temas ‘por dentro’ (deficiência fisica, doença terminal e dependências), e no quarto foi um tema que eu conheço muito bem: Obesidade Mórbida.
Da minha experiência pessoal, não diria que tenha estado doente, na acepção da palavra, porque sempre disse que, no dia em que quisesse ser magro, seria. E cumpri! Mas não há duas pessoas iguais, e sei que nem todos conseguem fazer igual.
Gostei de ver que se falou sem complexos. A sociedade gosta de fingir que não descrimina os obesos, que isso não conta nada, e que o importante é ser feliz. Nada mais falso! Nunca fui infeliz enquanto o fui. Quando me relacionei com raparigas, nenhuma era obesa. Mas a verdade é que havia muita gente que tinha vergonha de ser minha amiga, evitava ‘aparecer na fotografia comigo’ e, nos relacionamentos, tudo corria bem até à fase de ‘oficializar’. Tive quem não o quisesse e até quem me dissesse na cara que não porque ‘não és apresentável’. Bem, a coisa que mais abomino neste mundo é a hipocrisia, pelo que nem tudo foi mau.
Mas, voltando ao programa propriamente dito, gostava sincera e genuinamente dos momentos em que brincavam comigo por ser gordo. E até contribuía! Rir comigo é diferente de rir de mim. E eu tenho algumas saudades desses bons momentos de humor! Acredito que, no caso dos visados do Bruno no “Tabu” se têm divertido bastante com estes programas. Rir é do melhor que levamos desta vida!