Quem conhece o seu excelente site “Planeta do Futebol” se calhar já leu esta análise. Deixo-a aqui para todos os demais.
SPORTING
Dos três grandes, o Sporting é, neste momento, o único que quando se encontra a ganhar um jogo, segue com a intenção inicial de jogar melhor futebol que o adversário. Tanto o FC Porto como, principalmente, o Benfica, tendem a recuar linhas, instintivamente ou por expressa ordem do banco (caso de Trapattoni). O Sporting de Peseiro, em 4x4x2, mesmo sem muitas vezes a eficácia desejada, não se limita a especular com a vantagem e continua a jogar no mesmo ritmo.
O que falta a este Sporting?
Na defesa, Rogério cumpre como lateral-direito. Foi nessa posição que fez a sua melhor época no futebol brasileiro, no Corinthians. Na esquerda, Rui Jorge é o único elemento com capacidade para dar profundidade ofensiva ao flanco, visto que o médio que descaí para esse faixa, Hugo Viana, não tem essa vocação, para além de ser demasiado lento para esa tarefa. Por isso, os leões necessitam de contratar um jogador capaz de fazer todo o corredor esquerdo. Wome seria uma opção, mas é, tacticamente, mais de cariz defensivo, está sem rotina de jogo. Sabe posicionar-se bem nas linhas da bola, ganha duelos, chuta forte, mas não é rápido e falta-lhe alguns metros para ser um construtor na fase atacante.
Hugo Viana é um jogador que merece um debate. O seu futebol necessita de ir para o divã, urgentemente, sob pena de se perder um grande jogador como prometeu no inicio da carreira, como volante central. Ao contrário do que se esperava, nãoo se tornou mais rápido na Inglaterra, onde a sua lentidão até foi mais evidente e, por isso, passou a maior parte das duas ultimas épocas no banco. Necessita recuperar a confiança, ter mais vezes a bola nos pés e assumir as rédeas do jogo, mesmo que caindo para a esquerda.
Muito bem o trinco Custódio, corta, recupera, passa, um jogador todo terreno que se destaca mais devido ao facto de o Sporting jogar preferencialmente só com um trinco, enquanto Rochemback necessita de aumentar o seu ritmo de jogo para poder ser, na pleinitude, o grande jogador que muitos acreditam possa ser.
O grande ponto de reflexão resulta, porém, do facto do meio campo do Sporting ser um quando joga Carlos Martins (mais rápido, com capacidade para rasgar de trás e criativo) e outro quando Carlos Martins não joga (mais lento, lateralizado, previsivel e abusando do jogo directo)
No ataque, falta um ponta de lança de qualidade indiscutivel, o que, desde logo, aumentaria produtividade de Liedson, que é um grande jogador, rápido, lutador, forte no um para um, imprevisivel, criativo e frio na concretização, mas, claro, não consegue centrar e surgir a rematar na área na mesma jogada. Douala é um extremo como poucos no actual futebol português, mas também se sente a falta do tal «target-player».
in http://www.planetadofutebol.com, Luis Freitas Lobo