Alteração ato eleitoral - voto transparente

Boa noite a todos.

Abro este tópico para apresentar, debater e melhorar uma sugestão. A bem da transparência, começo por me dar a conhecer (embora esteja no tópico das apresentações) e às minhas opiniões.

O meu nome é João Carola. Tenho 39 anos.
Sou adepto do Sporting desde que me lembro (coisas de família!) mas não sou sócio. Como tal, poderá dizer-se que qualquer opinião minha tem menos peso, ou peso nenhum…

O cerne da minha posição face aos acontecimentos deste final de época:
Um Sporting, que se quer sólido e estruturado, não pode estar à mercê e ruir “apenas” porque 50 cidadãos cometem um ato criminoso sem qualquer ligação - provada juridicamente - aos que estão à frente dos destinos do clube. Esta fragilidade, qualquer que fosse a direção, torna o clube permeável.
Imputar culpa sem prova é ir contra o princípio basilar de que se é inocente até prova em contrário. É permitir que o boato seja facto. Se assim for, todos somos culpados de tudo o que alguém se lembre de acusar, só porque sim.
Você, que está a ler: é pedófilo! Agora… vá preso e prove o contrário.
Se este foi o princípio da assembleia destitutiva, parece-me um ato pouco Sportinguista.

Para que não subsistam dúvidas quanto à minha posição, a direção não deveria ter sido destituída quando, e da forma que foi. Quaisquer que fossem os nomes que a compusessem!
Tudo isto sem retirar a obrigatoriedade de se debater, internamente, no privado do universo Sportinguista, e declarar o ónus aos que fossem considerados imputáveis, independentemente do grau e razão.

Ainda que deste debate interno resultasse a destituição da direção, não deveríamos nunca permitir-nos, enquanto indivíduos, que uma comunicação social que se desnorteia entre “Je suis CharlieVS o seu código deontológico (http://www.jornalistas.eu/?n=10011) VS a sua necessidade de realizar capital VS supostos interesses pessoais, manipulasse um dos nossos direitos: direito à informação.
Não confundir notícia com artigo de opinião. A notícia dá-nos informação imparcial e vital, a opinião apresenta-nos a mesma informação, ou apenas parte dela, exposta segundo um critério pessoal. E quando todos os critérios pessoais que nos são apresentados como “notícias” se pautam pela mesma batuta, a nossa liberdade de pensamento é moldada… Outro direito fundamental que nos é retirado sem que queiramos, sem que nos apercebamos…

E isto não se limita ao “caso” Sporting. Abrange a nossa vida. Aconselho um pequeno exercício: independentemente de ter apoiado, ou não, a destituição da direção, vá ao YouTube, selecione um qualquer vídeo de uma “notícia informativa” sobre o Sporting que date desta época conturbada e substitua, na sua mente, o nome e a cara da pessoa que estiverem a falar (provavelmente, Bruno de Carvalho) pelo da pessoa que mais estima. A sua mãe, o seu pai, a sua mulher, o seu filho, ou até você mesmo… Já acabou o vídeo? Passe para o próximo… E para o próximo…

Embora entenda que, para alguns, o clube do qual se é adepto se assemelhe à chave do automóvel que pomos em cima da mesa como sinal da nossa (suposta!) qualidade de vida, que ninguém goste de ser achincalhado pelo próximo, e que a saturação da maledicência nos torve a visão até que não consigamos vislumbrar algo melhor do que o doce som do silêncio, deixar-nos abater desta forma, em qualquer área da nossa vida, é sermos fáceis de malear, manipuláveis… Isto, evitando adjetivação mais ofensiva.

Na minha – humilde - opinião, todo o sucedido é mais do que uma questão Sportinguista. Antes social, nacional, mundial, civilizacional, humana.

Para que entendam o porquê do que vou propor, sou, “por defeito”, contra as normas instituídas só porque há mais de um século se pensou ser melhor assim. A sociedade de hoje é diferente. Melhor, a forma como existimos e os meios que dispomos são diferente. Na realidade, não acho que sejamos assim tão diferentes…

E, não! Não é a minha posição que me leva a sugerir o abaixo. Muito menos é, popularmente falando, “Brunista VS Croquete”. Boa ou má, é uma sugestão para o Sporting, visando apenas a imparcialidade e transparência do ato eleitoral, visto subsistir a dúvida “a votação foi montada” desde há alguns atos eleitorais do universo Sportinguista.
Este, penso, é um problema transversal ao universo Sporting, e dos que mais impede a paz e agrava a divisão que existe. Debate argumentativo é saudável, discussão ofensiva é nociva.
Por muito que custasse aos que não se reviam na antiga direção, havendo uma maior certeza de que a votação que a mantinha em funções era real, só restava a resignação inerente à vida em democracia. E, agora, o mesmo seria aplicável aos que a defenderam.

Excertos de https://pt.wikipedia.org/wiki/Voto_secreto:
O voto secreto tem um valor essencial para garantir que o voto expresse realmente a vontade do eleitor.
A votação secreta, também tem o objetivo de proibir a compra de votos, garantindo democracia total.
Quando o voto era aberto, o voto de seu curral eleitoral, eram controlados pelos coronéis.
Ninguém votava em candidato diferente do coronel, pois, com certeza, sofreria algum tipo de represália. Isso ficou conhecido como Voto de cabresto.

Para os que se desenrascam em Inglês:

Poderia enumerar as falhas que vejo nas lógicas favoráveis ao voto secreto, no séc XXI, mas deixo ao critério de cada um. A minha intenção não é manipular, antes abrir o debate.

A sugestão
Finalmente, dada esta missa, e para todos (poucos?!?!) que tiveram a pachorra de ler até aqui, a minha sugestão:
Não existem sistemas perfeitos. Tudo tem espaço para aperfeiçoamento.
Neste momento, pesando os prós e os contras, sugeria que um “movimento” de sócios, apoiantes de quem forem, acima de tudo apoiantes do Sporting, se unissem para levar a AG (ou a quem de direito – não sou, nem quero ser, especialista em estatutos), ainda antes das eleições de Setembro, a proposta de passar toda e qualquer votação do universo Sportinguista a votação transparente, ou seja, NÃO secreta.
Ainda que o ato da votação, propriamente dita, fosse feito em surdina, os resultados deveriam ser expostos, publicamente, com o nº de sócio, a sua antiguidade, o seu status atual, o seu número de votos e a sua escolha. Não sei de que forma mas, também deveria ser exposto por quem e como foram pagas as últimas quotas de cada sócio. E mais qualquer dado que ajude a comprovar, inequivocamente, a veracidade dos resultados.

Sintam-se livres de aperfeiçoarem esta singela, talvez falhada, ideia.
Tudo para um Sporting mais livre, justo, unido e forte.

Um abraço a todos.
JC

Li tudo.

Começaste a perder-me quando poes links da wikipedia, mas vá, seguindo em frente…

E perdeste-me completamente quando escreveste isto:

Ainda que o ato da votação, propriamente dita, fosse feito em surdina, os resultados deveriam ser expostos, publicamente, com o nº de sócio, a sua antiguidade, o seu status atual, o seu número de votos e a sua escolha. Não sei de que forma mas, também deveria ser exposto por quem e como foram pagas as últimas quotas de cada sócio. E mais qualquer dado que ajude a comprovar, inequivocamente, a veracidade dos resultados.

Vou argumentar:
Eu sou sócio do Sporting e se calhar muita gente esquece-se mas ser-se socio é tipo uma espécie de contrato celebrado entre mim e o Sporting, eu confio ao Sporting dados pessoais e o Sporting guarda-os, utiliza-os dentro do que eu autorizei, e é so assim.

Recordas-te das eleições de 4 de Março de 2017?
Pesquisa por Cadernos Eleitorais no google, ve as noticias da altura.

Houve uma sede de ver quem estava nos cadernos e quantos votos tinham, e o Sporting disponibilizou segundo os estatutos, o Caderno na Sede do Clube. Gerou-se confusão (Como se tivessem sido as 1ªas eleições no Sporting) e o Sporting arranjou forma de cada socio atraves do site verificar se constava do Caderno. Mas isso tambem nao agradou a muita gente. Como vivemos na era em que o acesso a informação quer-se e ponto final custe o que custar, acabou por circular a lista de socios na net, com nome completo e numero de sócio, e o numero de votos, e com o nome completo e numero de socio ja consegues saber mais do que deverias saber o que é obviamente errado, ilegal a vários níveis.

Sabendo o nome completo, com não muitos conhecimentos, ate chegas a uma cara (com redes sociais hoje então…), com um numero de socios facilmente sabes quantos anos é socio e quantos votos tem. E não é teu direito nem meu nem de ninguém saber isso.

Em resumo, não concordo com a tua ideia, os dados estão na mao do Sporting acessíveis pela MAG e a eles compete gerir um acto eleitorial.

Agora, mostrar ao mundo em quem eu votei? Isso nunca vai acontecer.

[member=22242]moonstruck

Caro Moonstruck, obrigado por teres respondido ao meu post.
Espero que não te importes (ou qualquer outra pessoa a quem me dirija) que te trate pela 1ª pessoa do singular. Não interpretes como falta de respeito, muito pelo contrário.

Quanto à Wikipédia, poderás ter toda a razão. Não quis indicar títulos de livros “pesados”, antes uma “ligeira” abordagem ao assunto. Digo “pesados” porque temas como sistemas sociais, sistemas eleitorais, liberdade de expressão, política, sociologia, psicologia (e muitos outros que poderão estar englobados, direta ou indiretamente, na minha sugestão), são conteúdos “penosos” de se digerirem na sua totalidade, se é que ela existe. E nem é só ler um ou dois livros e “já está!”. Não é algo que se aprenda ou ensine (nunca terei essa intenção!) num simples post. Não quis, de forma alguma, tratar este assunto com leviandade.
Séculos e séculos, livros e livros, pensadores, estudiosos, líricos, cientistas, ditadores, mártires, capitães, Papas, santos, religiões, e, ainda assim, estamos longe de encontrar um sistema idílico, igualitário, justo, que abranja e respeite a vontade e liberdade existencial de cada um.
Depreendo que quem queira ter e emitir uma opinião, uma convicção, se tente informar. Eu vou tentado fazê-lo. Nem sempre com o sucesso que gostava, confesso… Por isso, muitas vezes, estou em silêncio.
Por me parecer que a colaboração em grupo (regra geral!) alcança melhores e mais diversificadas soluções que a individualidade, lancei a sugestão e o repto de a melhorarem, se achassem ser merecedora de tal.
Tenho pena que tenha começado por te perder aqui. Acabei por pecar, não por excesso, mas por falta.

Apenas uma curta nota a parte da tua resposta:
acessíveis pela MAG e a eles compete gerir um acto eleitorial
Concordo com a parte da gestão - enquanto organização - do ato eleitoral. A comprovação da veracidade dos resultados, enquanto a humanidade for como é (se é que algum dia muda), deverá ser melhorada usando qualquer recurso que a maioria aceite (redundância cíclica!) a interesse dos votantes, qualquer a “fação” que representem. A transparência e rigor de uma eleição deveriam ser elementos básicos e essenciais a qualquer ato democrático. A fé é um conceito que ainda não domino, independente da sapiência.
A exemplo recente, a dúvida que pairou no ar após a AG de dia 23 foi, e ainda é, bem audível.

Quanto à tua decisão pessoal de manter o teu voto secreto e seus porquê, não posso dizer que partilho dela.
Se me permites, não te tentando “convencer” de nada, partilho os porquê da minha.

A batalha, desde o início dos tempos e que perdurará além me ter transformado em húmus, pelos direitos humanos e sua liberdade (em toda a sua abrangência) tem sido sangrenta. No sentido figurado e literal. E, cada um de nós, quer queira, quer não queira, é mais um interveniente através das suas ações, só porque existe. Em cada gesto, influenciamos/permitimos que a liberdade de todos nós seja alargada ou restringida.
O poder das massas reside aqui. Quanto maior for o número de pessoas que não permita uma determinada restrição na sua liberdade, mais fácil será essa liberdade se tornar norma, deixando de a ser.
Os “direitos” que tomamos como normais, nos dias de hoje, não o eram até há bem pouco tempo. A exemplo, até há 44 anos (!!!) estarmos a ter esta conversa não nos era possível. Melhor, não nos era permitido. Com o bom e o mau que daí adveio. Foi o “evoluir” da sociedade, em massa, que obrigou a esta realidade. Com “cães pastores”, muitas vezes movidos por interesses pessoais… Concordo. Mas, mais ou menos, por vontade própria. (não vou estar aqui a opinar sobre o 25 de Abril – Revolução dos Cravos)

Por essa razão, enquanto jogador que não recebeu convocatória para esta partida, eu quero ter a liberdade de poder dizer no que acredito e porque acredito. É a minha palavra, respeitosa, e que pede respeito. E espero através desta liberdade poder debater com quem tenha opiniões dispares à minha, e com eles aprender de forma a que eu possa evoluir o meu pensamento, a minha forma de estar, a minha existência. Para bem pessoal, dos meus, de todos.
O dia em que pensar que já não preciso de ouvir ninguém, será o dia em que mais vou precisar de ouvir.
Espero também que a geração do meu filho já tenha esta liberdade como norma e seja para ele uma “não questão”. Outras se depararão para por elas “lutarem”.
Não quero existir com medo de que possam descobrir onde vivo, quem sou, ou o que faço, só porque votei nisto ou naquilo, porque sou do SCP ou do SLB, ou porque o cor de rosa é a minha cor favorita.
Porque devo ter medo daquilo em que acredito, se não ponho em causa a integridade ou liberdade de alguém?!
Se a sociedade está assim tão atrasada, então, penso que seja ainda mais premente que, em massa, exijamos a ampliação da nossa liberdade, no caso concreto, a de opinião. A ditadura e a opressão insinuam-se de várias formas e feitios…

Se “todos” falam online pelos cotovelos, como pode alguém não ter medo de expor as suas convicções online, por vezes até ofender o próximo e, simultaneamente, esconder-se na “vida real”? Pela impunidade da internet? Porque online não conta? É uma espécie de “coito”, ou, como dizíamos quando era miúdo, “é para os pardais”?
Quanto à segurança online, sei mais ou menos como é. A pequeno exemplo, já contribui um “poucochinho” para a programação do software usado neste fórum, que é também usado em milhares de outros. E por outro lado, numa “outra vida” profissional, fui “conhecido”, para não usar um termo mais depreciativo. Sei bem o valor que a invisibilidade tem.
Mas não acredito que deva ser dado como justificação. Não acho que devamos ter medo ou vergonha de ter uma opinião. Deveríamos querer debatê-la e aprender com os que pensam diferente de nós. Por vezes, numa convicção contrária encontramos argumentos que queremos fazer nossos.
Poderemos ter medo ou vergonha de ter uma opinião infundada. De resto… Só temos a aprender e melhorar.

Vamos ser ostracizados por ter uma opinião? Então, acho, isto tem mesmo de mudar! Em massa para que os que ostracizam deixem de ser a norma.

Eu, sou só um. Online ou em pessoa. Bom ou mau. Não ofendo porque não me leva a lado nenhum, mas não me coíbo de expor uma convicção por receio. Se estiver errado, assumo-o. Não é uma fraqueza.
E não é porque sou “muita forte”, porque não sou. E admito-o. Costumo dizer que numa luta a dois só levo uma chapada!
Mas há fraquezas que quero e tenho de ultrapassar.
Por mim, pelo meu filho, pela liberdade de todos.

Não esperando que concordes ou mudes a tua opinião, esta é a minha, e foi por ela que fiz esta sugestão, que sendo, no caso, para o Sporting, por mim, deveria ser global.

Um abraço.
JC

Também li tudo.

Até comentei no Twitter ( No post que o Fórum fez lá )

Para bem do Sporting, e para não haver suspeições, eu até iria mais longe.

Teria de haver, mesmo, alguma forma de se saber se o meu voto contou, MESMO, para a pessoa em quem votei.

Como o moonstruck refere, e bem, hoje em dia, em termos tecnológicos, é possível fazer muita falcatrua ( Exemplo da última AG, credenciações feitas/controladas de antemão… ), eu sei lá se não alteram o voto, ou se o “roubam”.

Confiariam em quem ?
Com tanto clima de suspeição e desconfiança.

Quero acreditar que o pessoal de Coimbra ou da Uminho iriam fazer as coisas bem, mas já nem sei.

E o moonstruck refere, ainda, os dados dos sócios.
Todos sabemos que esses dados andam por aí, incluindo os dados de menores.

Portanto, se da outra vez circulou uma lista de sócios, desta vez os “golpistas” têm acesso, facilitado, a todos os mesmos dados, podendo fazer o que quiserem.

Sabemos lá como eles vão utilizar isso.
Se é como na última AG, que dão boletins repetidos, e anda pessoal a votar e a sair, e a entrar e a sair.

Deveria haver uma forma de ver ( Já que fazem sondagens à boca de urnas, para tudo ) que o meu voto, contriubuiu mesmo para quem eu votei.

Fosse um visor electrónico para mim, ou para todos.
" x pessoa tinha 50 votos, eu tenho direito a 7, e aquela pessoa ficou com 57 votos "
Se houvesse falcatrua/alteração, eu poderia dizer logo na hora " Hey, eu votei e não contou, andam a brincar ? "

Reforço: A pen com os dados dos sócios, que anda por aí. Até por correspondência podem fazer falcatrua, e as pessoas nem sabem. ( Contar a mais, ou a menos. )
Alguém confia nas pessoas que lá andam agora ?
Alguem confia no Jaimão ?

Pois.

A matemática é uma coisa brilhante e está sempre certa. Façam contas ao tempo e ao número de pessoas que votaram e tirem as vossas próprias ilações.

[member=26579]OhDaeSu
Embora não me pareça que o visor, por si só, seja suficiente (caso dos que votam à distância), parece-me uma ótima mais valia. Obrigado pela sugestão! Agregado a um sistema de voto exclusivamente eletrónico, poderia fornecer os dados em tempo real. Seria bom que todas as “cabeças” interessadas vislumbrassem possíveis contras e como, se possível, solucioná-los.
Só me parece que, a existir, deveria ser “para todos”. Qualquer informação que seja individualizada poderá (ainda mais) ser manipulada. Um dos crescentes medos, com a introdução do IPv6, é que os resultados e conteúdos online possam ser manipulados e direcionados à individualidade.
O que é público é, um pouco mais, indesmentível.

[member=14394]Gluf
Embora entenda a simplicidade da tua resposta, a magnitude do impacto de uma votação não se coaduna com ilações. A sugestão visa retirar/reduzir a dúvida e a suspeição ao resultado de uma votação, limitando os recursos a quem possa ter intenção de a manipular.
Deixar a certeza de uma democracia ao “diz que disse” é apodrecer ainda mais um sistema que peca, logo à partida, por só ter de satisfazer +50% dos participantes.

Li tudo, e não estou de acordo.
O voto secreto tem que se manter :
1/ Para que o votador possa escolher sem pressão o candidato em que vai votar.
2/ Para evitar tentativas de corrupção durante o voto.
3/ Num mundo ideal, claro que seria bom que cada podesse votar em que quisesse sem levar com as consequencias dos adversarios. Mas não vivemos num tal mundo. Imagina que ha uma luta entre duas partes. A parte A ganha, deixando a parte B frustrada. Se os nomes dos socios aparecem para saber quem votou em quem, qual garantia é que ha que alguns membros mais zelados da equipa B não vai começar a fazer assédio ou pior a alguns votantes da A ? Parece absurdo, mas basta ver o clima de odio que habita neste mesmo forum (croquettes, brunistas, “obrigado 71”, “traidores”, “ratos”, “Sporting Bruno de Carvalho”, etc).

[member=25687]Liufeng
Entendo o medo que possas ter de represálias por acreditares em algo diferente das pessoas com quem privas. A humanidade tem muito que “melhorar”.
O teu receio não é novo nem singular. Muitos dos nossos antepassados, provavelmente um avô teu (o teu perfil não indica a tua idade), viveram nesse receio, de forma bem mais vincada e direta do que possas estar a sentir. E ainda hoje vivem, por habituação a uma opressão que moldou a sua existência.
Muitos tiveram de ir presos (no mínimo) para que hoje possamos falar “em liberdade”. Mártires?! Talvez… Mas, como escrevi atrás, por minha vontade, não é um receio que deixe vencer a minha liberdade. E, não é o facto de só falarmos com “amigos”, ou estarmos online que nos vai “proteger”. Saber quem somos, sem a nossa autorização, pela nossa presença online não é nada que não esteja ao alcance.
Então, o que nos resta? O silêncio? A escolha envergonhada? A proibição de partilharmos a nossa opinião e conhecimento por medo? Não evoluir?

Quanto à escolha sem pressão:
É quase impossível de suceder, para já. Essa pressão vem do próprio indivíduo que se deixa pressionar e apresenta-se de muitas formas além coação direta.
A comunicação social parece ter entendido mal o seu direito de liberdade de expressão e a sua função altruísta. A publicidade está cada vez mais agressiva e desregulada de princípios. As, supostas, entidades reguladoras também parecem ter perdido o Norte. O poder financeiro consegue cada vez mais direcionar as nossas decisões.
Porquê? Porque trocamos tudo isto pelo conforto de 60/100 anos, dependendo da sorte, de vida confortável.
Nos dias de hoje, o Homem tem de ter uma capacidade Hercúlea para discernir por conta própria, informando-se, debatendo, aprendendo, instruindo-se. Com abertura de espírito e caráter.
Por isto, a pressão direta talvez seja a que menos expressão tem pelo facto de ser diretamente punida por lei.

As tentativas de corrupção:
Seja durante ou pré voto, vão dos princípios de cada um, e, dificilmente, serão inexistentes sem uma boa dose de crescimento pessoal. E não é porque o voto é secreto ou transparente. Acredito que a obscuridade da votação só amplia as hipóteses de corrupção. São os “movimentos nas sombras” que causam mais dúvida e que permitem que os reais interesses sejam deturpados.

Mas, mais uma vez, num ponto, concordo contigo: para a extinção deste comportamento é necessária evolução pessoal, indissociavelmente global.