Alpinismo

[b]Alpinista luta pela vida nos Himalaias[/b]

15h29m


foto www.k2climb.com
Os alpinistas foram atingidos por avalanche no ponto conhecido como “Bottleneck”, gargalo

Um alpinista italiano está a lutar pela sobrevivência nos Himalaias. Marco Confortola sobreviveu à avalanche da passada sexta-feira no K2, que vitimou 11 pessoas, desce sem cordas de segurança e sofre de queimaduras graves.

Marco Confortola espera poder chegar ao acampamento-base e ser resgatado de helicóptero, como sucedeu já hoje com outros sobreviventes, os holandeses Wilco Van Rooijen e Cas Van de Gevel, que já estão no Paquistão.

O alpinista transalpino foi já localizado pelo helicóptero, que não encontrou condições para pousar. Confortola, que estava a cerca de sete mil metros de altitude às 9.30 horas desta manhã, fazia a descida ajudado por alpinistas da equipa de socorro. Regressa ao acampamento-base na esperança de ser resgatado pelo helicóptero, como sucedeu com os dois holandeses, anunciou a equipa do italiano.

A descida deve demorar várias horas, dado que ainda tem de passar pelo “caminho de Bill”, uma garganta estreita muito difícil, com a agravante de não ter as cordas de auxílio que os alpinistas haviam instalado, destruídas pela avalanche. Sabe-se, também, que Marco Confortola sofre de queimaduras graves, pelo que lhe é extremamente difícil movimentar-se.

No total, três alpinistas conseguiram regressar ao acampamento-base, mas sofrem de queimaduras graves. “Pelo menos a um deles deverá ser amputada uma mão e uma perna”, disse à France Press um dos elementos da equipa de salvamento, o alpinista sueco Fredrik Straeng.

Entre os três sobreviventes já resgatados, estão dois holandeses que chegaram ao acampamento-base e foram levados de helicóptero para o Paquistão. Os dois sobreviventes, Wilco Van Rooijen e Cas Van de Gevel estavam “presos no topo da montanha” desde a avalanche da passada sexta-feira, disse o porta-voz da expedição, Michel Schuurman, em declarações à CNN.

Os holandeses, que chegaram ao acampamento-base no sábado, foram levados de helicóptero para o hospital militar de Skardu, no Paquistão, de acordo com informações do Ministério do Turismo paquistanês. Segundo um diário web com actualizações frequentes sobre a operação de salvamento, Van Rooijen, um alpinista experimentado que escalou o Everest sem recurso a oxigénio, deve sofrer de “queimaduras” mas “está já” fora de perigo.

“Ainda assim, este caso de sobrevivência vai ficar como uma das grandes histórias do K2”, pode ler-se no sítio K2climb.net. Três coreanos, dois nepaleses, dois paquistaneses, um sérvio, um irlandês, um norueguês e um francês perderam a vida perto do cimo do K2, a segunda montanha mais alta do Mundo, com 8.611 metros de altitude, só superada pelo Everest (8.848m).

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=975085

[b]Alpinista italiano disse ao irmão que não vai desistir[/b]

20h22m
Augusto Correia

O alpinista italiano que sobreviveu à avalanche no K2 conseguiu falar com o irmão, via rádio. Ao fim de quatro dias de silêncio, Marco Confortola garantiu à família que não vai desistir de lutar, apesar de ter os pés queimados pelo frio.

“Claro que vou continuar a descer, nem pensem que desisto”, disse Marco Confortala em conversa com o irmão Luigi. Segundo Agostino de Polenza, chefe da missão italiana ao K2, nos Himalaias, os pés do alpinista italiano “estão em muito mau estado”, embora pareça ter conseguido preservar as mãos.


foto www.marcoconfortola.it

Já é noite no K2, pelo que o alpinista italiano vai deverá ficar mais uma noite na segunda montanha mais alta do Mundo. Segundo as últimas informações disponíveis, Marco Confortola já não está sozinho. “Confortola está a ser acompanhado por quatro elementos da equipa de salvamento e, provavelmente, ainda poderá ser trazido para o Campo Base Avançado (ABC) ainda esta noite”, disse à Reuters Sultam Alam, um guia paquistanês do Campo Base no K2.

Segundo informações na página oficial do alpinista italiano, Marco Confortola já chegou ao Campo 2 (C2) e superou o difícil “Caminho de Bill”. Em comunicação com a organização da expedição italiana ao K2, o alpinista especificou, de viva voz, o local exacto onde se encontra. Muitos alpinistas estão de vigia no Acampamento Base no K2, perscrutando os flancos da montanha a tentar detectar movimento.

“Foi cada um por si”

Um helicóptero do exército paquistanês resgatou, esta manhã, dois alpinistas holandeses, Wilco Van Rooijen e Cas Van de Gevel, que estavam “presos no cimo da montanha” desde a avalanche da passada sexta-feira, disse o porta-voz da expedição, Michel Schuurman, em declarações à CNN.

Os holandeses, que chegaram ao acampamento-base no sábado, foram levados de helicóptero para o hospital militar de Skardu, no Paquistão, de acordo com informações do Ministério do Turismo paquistanês. Em declarações Agência Reuters, da cama do hospital, o alpinista holandês disse que o instinto de sobrevivência se superou ao trabalho em grupo.

“Todos estavam a pensar no meu oxigénio, a minha corda, e assim”, disse. “Na verdade, foi cada qual por si e continuo a não compreender como foi possível todos se abandonarem uns aos outros”, disse.

“Havia gente a descer pela montanha, sem saber para onde iam, por isso muita gente perdeu-se no lado errado da montanha, na rota errada, e depois temos um grande problema e coisas destas acontecem”, disse van Rooijen, que perdeu três homens na expedição que liderava.

Febre da montanha

Um sobrevivente holandês, Fredrik Strang, já tinha contado à CNN como alguns alpinistas morreram congelados durante a noite e disse ter tido um pressentimento de que algo iria correr mal após a morte de um sérvio e um paquistanês ainda na subida.

Os restantes morreram já na descida, depois de conquistarem a segunda mais alta montanha do Mundo, considera a mais técnica e difícil de escalar. Alguns tiveram morte imediata quando um grande bloco de gelo desabou sobre os alpinistas, de várias expedições, que faziam a difícil descida juntos.

O acidente ocorreu numa zona conhecida como “Bottleneck”, gargalo. Segundo os relatos, a avalanche matou os três coreanos e dois nepaleses, deixando cerca de uma dúzia de alpinistas presos na montanha. Entre os que sobreviveram à queda do gelo, alguns viriam a morrer de frio ou por falta de oxigénio, presos numa zona do K2 conhecida por “Death Zone”, zona da morte.

As polémicas declarações de Fredrik Strang, já criticadas em alguns sítios da especialidade, na internet, levantam, no entanto, a questão de uma “febre da montanha” que parece ter-se apoderado dos alpinistas. Alguns iniciaram a subida já depois de anoitecer, às 8 horas, revelou Nazir Sabir, presidente do Clube Paquistanês de Alpinismo, e conhecedor dos perigos da cordilheira dos Himalaias.

Mais de 70 mortos

Segundo alguns alpinistas, a “febre da montanha” está relacionada com os piores acidentes no K2, onde já morreram 70 alpinistas, e recordam o que sucedeu a 13 de Agosto de 1995, quando seus pessoas desapareceram durante uma tempestade, incluindo a inglesa Alison Hargreaves.

Segundo o alpinista paquistanês Sher Khan, os riscos aumentam quando pequenas equipas tentam simultaneamente chegar ao topo, como parece ter sido o caso, naquele que é o mais mortal acidente no K2. Reinhold Messner, que foi companheiro de Khan, e uma lenda na modalidade, disse à Reuters que o montanhismo comercial aumenta o número de mortes, devido à falta de experiência de muitas pessoas.

“O nosso maior erro foi tentar fazer acordos. Todos tinham as suas responsabilidades mas depois alguns não cumpriram o que prometeram”, lamentou van Rooijen, um dos três sobreviventes.

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=975170

[b]As dificuldades que Confortola ainda tem de vencer[/b]

20h28m


foto www.montana.org

Marco Confortola desceu já do Acampamento 3, a 7300 metros de altitude, para o Acampamento 2, a 6700 metros. Ainda tem de descer ao Acampamento Base, a 5100 metros, para ser resgatado de helicóptero. Veja aqui o percurso.

Ajudado por quatro elementos de uma equipa de slavamento, um norte-americano e três paquistaneses, Marco Confortola tem os pés em muito mau estado, mas terá preservado as mãos.

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=975171

Denterranço do século.

Com a conversa do Conrad Harder, cada vez que oiço o nome do jogador só me lembro do Conrad Anker, lenda americana do alpinismo/escalada e das histórias que já li e vi dele.

De resto, como sou praticante recreativo de escalada desportiva e de bouldering além de me aventurar também no montanhismo e trekking de vez em quando, aproveito este tópico para retomar a discussão acerca destes desportos de montanha.

Há por aí malta que pratique ou tenha interesse?

Não sei se sabem mas nos últimos 5 anos passámos de 2 ginásios de escalada em Lisboa para pelo menos e segundo as minhas contas 5 ou 6. Mais um em Setúbal. No Porto também têm aberto alguns, numa trend de aumento da modalidade em Portugal, muito por força também de uma maior comunidade estrangeira em Portugal, nomeadamente de países com alguma tradição (EUA, UK, França, Ucrânia, Russia, etc).

Btw, a Escalada é modalidade olimpica em três das suas vertentes: desportiva (com cordas), speed climbing (com cordas) e bouldering (sem cordas).

Aproveito assim, e voltando ao Conrad Anker, dou o mote.

Conrad Anker e David Lama tentam atingir pela primeira vez o pico do Lunag Ri, Nepal, uma das ultimas grande montanhas por escalar. Tiveram uma tentativa em 2015 que falhou. Em 2016 voltaram a tentar, e desta vez Conrad Anker teve um ataque cardíaco que pôs fim à aventura. Sobreviveu mas reformou-se do alpinismo de alta altitude (deixo video abaixo desta tentativa).

Em Outubro de 2018 David Lama sozinho finalmente atingiu o pico do Lunag Ri. Morreu pouco depois em Abril de 2019 numa avalanche nas Montanhas Rochosas no Canada, com 28 anos.
https://www.nationalgeographic.com/adventure/article/david-lama-climbs-nepal-lunag-ri

Sugestão à moderação: alterar o título para Alpinismo / Montanhismo / Escalada

Aproveito para deixar aqui a sugestão de visionamento do documentário Free Solo que venceu o Óscar da categoria em 2019 (penso que está em algumas plataformas de streaming).

Vale bem a pena para amantes ou não da modalidade.

Free solo, para quem não sabe, é uma categoria de escalada de grandes paredes (incluindo multi pitch) sem recurso a cordas ou outro tipo de auxiliar ou segurança (além dos pés de gato e magnésio).

Este documentário conta a história do free soloist Alex Honnold na sua tentativa de escalar os 900 metros de parede do El Capitan, no Vale de Yosemite em tempo recorde e sem cordas.

Lamento mas do século foi o meu que desenterrei um com 19 anos ahahahha

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Sim eu sou treinador de escalada.
:slight_smile:

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O senhor que achou George Mallory, o GOAT a par do Meissner.

Só falta encontrarem o Sandy Irvine e a câmara dele para se saber a verdade e o mistério.

  • Because it’s there! O Mantra Alpinista.
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Ya, foi o Conrad que descobriu o corpo do Mallory.

O Messner é uma lenda do Alpinismo. O Mallory e o Irwine foram uns pioneiros e verdadeiros aventureiros como hoje em dia não haverá muitos, uma loucura com o equipamento da época o que essa rapaziada tentava fazer.

Edmund Hillary e Tenzing Norgay foram os primeiros a atingir o Everest apenas 29 anos depois da tentativa do Mallory e Irwine. Um feito atlético absolutamente brutal.

Hoje em dia quase que se vulgarizou chegar ao topo do Everest. Mercantilizou-se a coisa com várias empresas a operar no campo base e a proporcionar aos clientes, muitas vezes gajos endinheirados dos quatro cantos do mundo sem grande experiência em alpinismo de altitude, a hipótese de atingir a montanha mais alta do planeta. Os sherpas fazem tudo, desde o campo base aos restantes 3 campos até ao topo - colocam cordas, escadas no campo de gelo, carregam equipamento e carradas de botijas de oxigénio. Esses sim os verdadeiros GOAT’S do alpinismo himalaiano.

Foi isto no que se transformou o Everest:

Nem por isso deixou de ser perigoso. Acima dos 8mil metros o teu corpo começa a morrer aos poucos. A janela de tempo para subir e descer, “exceto” para um punhado de “aliens” - onde se incluem gajos como o João Garcia ou o trail runner Kylian Jornet que numa semana subiu ao topo do Everest quase sem equipamento duas vezes - é muito reduzida e é “fácil” ficar a fazer companhia ao número crescente de corpos congelados que estão pelo caminho.

Tudo isto valoriza ainda mais o feito do “nosso” João Garcia que o subiu sem oxigénio e sem sherpas, e fez o mesmo nas restantes 13 montanhas acima dos 8000 metros. Na altura em que completou esse desafio, tinham sido menos os alpinistas a fazê-lo do que o nº de humanos que puseram o pé na Lua.

Por falar no Kylian Jornet, aqui fica o registo. Esse é outro extraterreste. Bateu o record de tempo de subida e descida do Matterhorn na Suiça apenas de calçoes, ténis e t-shirt. O Matterhorn é só dos picos mais perigosos do mundo.

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Em algum ginásio de escalada ou apenas em rocha?

Já agora, deixo aqui outro registo de outro extraterreste da escalada, que já sucumbiu há uns anos no Nupse, Himalaias, o suiço: Ueli Steck.

O gajo vivia em Grindelwald mesmo com a tríade alpina à porta de casa - Eiger, Monch e Jungfrau - e a sua escalada caracterizava-se por ser a muitas vezes a solo (quer sem cordas, quer sozinho) e muito rápida. Estabeleceu o record de ascensão do Eiger pela sua face norte, uma das mais complicadas e perigosas do mundo em 2015. O tipo basicamente saia de casa para comprar o pão, subia ao Eiger, e voltava para casa para tomar o pequeno almoço. :rofl: :rofl:

Num ginásio em Braga e também com algumas selecções Nacionais

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