Acabar com a ditadura dos fumadores e das tabaqueiras

Portugal é uma país onde impera a falta de respeito, logo um paraíso para fumadores.

Os fumadores acendem o seu garrett onde quer que estejam e, num gesto de generosidade, mudam o cigarro de mão quando se apercebem que não gostamos do fedor a papel queimado. Para logo a seguir voltarem a falar connosco de tocha na mão, passeando-a à frente dos nossos olhos enquanto falam e gesticulam.

A noite é deles, em verdadeiras saunas de tabaco, ninguém tem direito a desfrutar de uma discoteca se não estiver habituado ao fumeiro. No dia seguinte, de laringe irritada, tomamos banho, lavamos o cabelo e o pestilento cheiro continua presente. Imagine-se os pulmões.

Se alguém chama a atenção de um fumador, geralmente não gostam. Para eles o cheiro do cigarro queimado é tão natural que geralmente não compreendem que os outros se incomodem tanto com o incomodativo vapor. Na paragem do autocarro nem pensar em chamar a atenção dum fumador. Quem se lembra do tempo em que entrar num autocarro (urbano até) poderia ser um convite desafiar os ditadores do banco de trás e andar à pancadaria?

Quando se ouviu falar da Lei do Tabaco em 2007, os donos de cafés, bares e discotecas entraram em fúria; os fumadores entraram em pânico. Em Janeiro de 2008 era vê-los amontoados à porta dos bares, chateados, ansiosos, matando o vício. Finalmente o governo recua e fica quase tudo na mesma. O lobby é forte demais, o negócio das tabaqueiras demasiadamente poderoso, a noite pertence aos fumadores o vício dá a volta à cabeça de meio-mundo e tolda-lhe o bom senso.

O que fazer a este flagelo que solta o pequeno ditador que há em cada um de nós?

Claro que o único voto na 1ª opção até agora é meu.

Se eu for para uma esplanada queimar incenso, o pessoal resmunga não é? Não gostam, eu sei, é chato.

Não percebi muito bem as escolhas por isso não votei (deve ser já do sono).

Mas posso dar a minha opinião.
Sou a favor da proibição de fumar em locais fechados. Na minha opinião, nem sequer deveria haver discussão, neste ponto.
Em restaurantes, abertos ou fechados, fumar deve ser proibido.
Noutros locais abertos, sinceramente, não me chateia assim tanto desde que, como é óbvio, não me venha nenhum(a) marmanjo(a) a mandar o fumo para cima de mim…

Acho que é isto…

É!

Não coloquei outras opções porque a questão é só quão restritiva deve ser a proibição.

Claro que se for permitido fumar nas esplanadas, enquanto for possível, vão mandar-nos fumo para cima. Meter os óculos escuros e fumar para cima dos outros é um acto muito apreciado em Portugal, todo aquele elegante acto de tirar o cigarro, esticar os 2 dedinhos, acender e mandar fumo dá um estilo supremo, imperturbável. :wink:

Condicionar os fumadores? Mais ainda? :xock:

para mim fumarem ao ar livre não tem problema nenhum, excepto a poluição das beatas espalhadas pelo chão, então na praia… mas a culpa é nossa que não criticamos publicamente nem ostracizamos esse comportamento

Caro Viridis, no final do teu discurso, em tudo comovente, referes a palavra ditador em que sentido?

A ti por exemplo, se te sentires visado pelo meu discurso comovente.

Sou a favor da completa proibição de fumar em espaços fechados (sem qqr tipo de excepçoes) mas nao consigo perceber qual a logica de se proibir uma pessoa de fumar num espaço aberto.

Pode haver algumas exepçoes nos espaços abertos por exemplo no estadio apesar de ser 1 espaço aberto é muito incomodativo ter de levar com a chamine do vizinho da fila de baixo

Ora aí está! Bingo!

Um agradecimento sincero pelo esclarecimento. :great:

Subscrevo.

Agora analisando de forma mais específica e com um base argumentativa mais sólida:

Podes dividir e encontar dois conceitos de liberdade que, embora semelhantes na aparência, acabam por evoluir em sentido contrário. De um lado, o conceito de liberdade ‘negativa’ que procura definir o espaço onde eu posso agir sem a coação de terceiros. Do outro, o conceito de liberdade ‘positiva’, onde a precoupação já não está no espaço do agente, mas na acção do agente: uma acção considerada livre se for racional.”
Ora, tu consideras um fumador, alguém com uma vertente ditatorial em si – logo, estás de acordo que o Estado imponha proibições a quem fuma.

No entanto, numa sociedade banalizada com práticas como por exemplo “sacar” coisas da internet(um em infímos exemplos) revela o lado cívico intrínseco ao ccidadão exemplar. Direitos de autor? O que é isso?
O conceito de liberdade modifica-se, para ti, consoante a acção.
Um dos exemplos mais explícitos do abuso está, naturalmente, no combate ao tabaco. E não é por acaso que a Alemanha nazi – um regime totaltário e ateu – se notabilizou nas campanhas anti-tabágicas, que sobreviveram ao Reich e são hoje repetidas por papagaios sem vergonha. Mas o combate aos fumadores, e as medidas iliberais que o Parlamento aprovou sem um espirro de hesitação, é também a forma mais velha de negar aos seres humanos o que é autenticamente deles: a possibilidade de viverem por sua conta e risco, assumindo as rédeas da sua própria mortalidade.

A exclusão e o mau olhado que um fumador sofre (ex: num centro comercial- com lugares em formato “sala de chuto”) já é suficientemente constrangedora. O cerne da questão é a falta de civismo e respeito das pessoas (fumadoras ou não), e não propriemente o tabaco em si, que prejudica exclusivamente a saúde do próprio fumador. Sou incapaz de fumar com alguém a comer (mesmo numa esplanada).

Penso que textos de cariz puritano , como o caso deste, são totalmente dispensáveis. Mas como a liberdade de expressão faz parte do direito civil, compreendo que a exerças. :great:

Mais sólida… no teu raciocínio.

Não há relativismo nenhum no conceito de fumador que ainda permanece activo na sociedade portuguesa.

O fumador em Portugal (não sei como é noutros países) acha que tem uma necessidade especial e actualmente sente-se “perseguido”. Como já disse, até há anos atrás era comum o fumador reagir agressivamente quando chamado à atenção por estar a incomodar.

Comparar actos fraudulentos e economicamente lesivos com práticas perturbadoras da saúde pública e do bem-estar quotidiano, é algo de que eu nunca me lembraria. Sem dúvida original.

Este tópico não assume que eu seja favorável ao download ilegal pois não? não vejo a pertinência da questão, a não ser escarafunchar, para tentar retirar credibilidade ao interlocutor com uns tiros de salva.

Não há nada como empregar o Reductio Ad-Hitlerum* quando menos se espera!!

Vive por tua conta e risco, fuma onde quiseres, mas também quero poder sentar-me um pouco no café (onde nunca imcomodo ninguém), conviver, divertir-me, sem sair de lá a tussir, a cheirar mal, adoentado, mal-disposto.

Ou será que posso levar bombinhas de mau cheiro para dentro de um café?

É o retorno por décadas de ditadura e imposição da lei do mais forte, ostracização dos não-fumadores. Que eu saiba um não-fumador não incomoda os outros, não lhe empesta a roupa, o cabelo, os olhos, a garganta, não?

Obrigado pela atenção. É muito generoso da tua parte mas eu também não gosto que me defumem quando não estou a comer. É extremamente desagradável.

Aqui há 30 anos pessoas como eu seriam apelidadas de puritanas se se insurgissem contra o fumo nos transportes públicos. Hoje é uma questão que nem se põe. Espero que a pouco e pouco seja impensável haver sequer “salas de fumo”, como se estivéssemos a falar de pessoas com necessidades especiais.

PS:
[b]*Reductio ad Hitlerum, também conhecida como argumentum ad Hitlerum, reductio (ou argumentum) ad Nazium – latim macarrónico para “redução (ou argumento) a Hitler (ou aos nazis)” – é uma moderna lógica falaciosa. A expressão Reductio ad Hitlerum foi cunhada pelo filósofo político Leo Strauss, em 1950. A adopção dessa falácia também é conhecida como “playing the nazi card”-

A falácia geralmente assume a seguinte forma:

"Se Hitler (ou os nazistas) apoiaram X, então X deve ser maligno/indesejável/ruim".

O argumento carrega um forte peso emocional e retórico, uma vez que em muitas culturas qualquer relação com Hitler ou nazistas é automaticamente condenada. A táctica é muitas vezes utilizada para desqualificar argumentos ou mesmo utilizada quando não há mais argumentos, e tende a produzir efeitos mais agressivos do que racionais nas respostas, desviando o foco do oponente.[/b]

O egocentrismo no seu máximo esplendor Viridis. :great:

Não saias de casa que eles “andem aí” :whistle:

LOL…

Realmente não consegues perceber que fumar é uma prática intrusiva porque o fumo vai para cima dos outros e é incomodativo, não?

Que é que eu devo fazer se me mandares fumo para cima? Aliás, porque é que eu devo fazer alguma coisa? Não és tu que me vais estar a incomodar?

Toma nicotina em pastilhas! Ora esta.

Deve ser das poucas situações em que concordo com o Viridis. Também votei na 1ª opção.

Eu sou daqueles “extremistas” que condenam até quem fuma… Se as pessoas sabem que fumar faz mal que cada vez está mais caro e tudo mais porque raio fumam? Gostam de ter algo na boca é? :stuck_out_tongue:

Agora mais a sério, eu não fumo, nunca fumei e não gosto minimamente de ser incomodado pelo fumo, posto isto, obvio que votei na 1ª opção, querem fumar? Tudo bem façam-no na vossa casa ou em espaços exclusivos para fumadores, agora não venham com a treta, “é publico”, é público o caraças, tão eu sou saudável e tenho que andar a levar com as chaminés dos outros? Era o que mais faltava… Até vou mais longe, quem fosse apanhado a fumar em espaços públicos devia levar 1 multa que até largasse as cuecas ali no momento, aprendiam logo o que era bom…

Ora, cá vamos nós outra vez (estou a brincar, os intervenientes são diferentes, o debate é que é sobre o mesmo assunto)…

Eu venho propor outra coisa: E que tal uma estátua na capital do País em homenagem aos fumadores e aos seus impostos? Vai em quanto anualmente? Novecentos milhões? Mil milhões? Há uns 4 anos eram cerca de mil e quatrocentos milhões. Bravo! :clap:

Ora, todas as coisas que me chateiam e colocam a minha vida em perigo… Automóveis que não param nas passadeiras, automóveis que estacionam mesmo antes das passadeiras impedindo a visibilidade, pessoal que conduz (poluição), pessoal que não recicla, pessoal que gasta água a mais, pessoal que gasta energia a mais (e obriga à queima de carvão), vegetarianos (impacto ambiental do cultivo de vegetais), omníveros (pegada ambiental - as vaquinhas, os porcos, os frangos e os perus ocupam espaço e devassam campos para a sua alimentação), todos os que vão à casa de banho em cidades sem tratamento de esgotos… e se for necessário, posso continuar horas.

Inclusive todos aqueles que tenham um doença, que potencialmente possa levar à morte de outro por contaminação (como a simples gripe) devem ser proibidos de estar junto de todos os saudáveis!

Já agora, vamos banir os seropositivos que tenho de atender. Afinal, podem contaminar-me. Vamos ser radicais a esse ponto. Vamos abolir também os toxicodependentes. Quem gosta de os aturar? Ou não, porque só trabalha com essas populações quem quer. E nem recebem, subsidio de risco! Que se lixe. Fazem-no porque querem, fossem para direito ou contabilidade. Vamos é banir o fumo, porque “incomoda”. E porque põe a saúde dos portugueses em risco. Sabem o que é que provoca cancro, logo põe a saúde em risco: sair de casa! Vamos proibir o sol!

Como já devem ter percebido, eu fumo. Sou um “agarrado”, um viciado, um… o que quiserem, já ouvi muita coisa semelhante. Também sou suficientemente “livre” para passar sem fumar 10 ou 12 horas enquanto faço uma viagem de avião. Ou quando estou doente. Ou durante as horas em que conduzo o meu automóvel. Ou, e era aqui que queria chegar, quando vou a um restaurante, pois sei que é incomodativo para as outras pessoas. Pois é, os meus pais deram-me educação. Suficiente para eu saber estar.

Agora não me lixem, eu fumar o meu cigarro em frente a um edifício, ao ar livre, não é crime! Não sou criminoso! E não chateio ninguém, pois não me vou enfiar onde estão outros. Se outros vierem “para cima” de mim (salvo seja), devo eu ser banido, ostracizado, incomodado? Devo eu apagar o cigarro? Devo ser proibido? Não venham, há mais passeio, há mais rua, há mais espaço sem ser aquele.

Querem criar espaços diferenciados? Óptimo, criem. Querem pôr uma bancada para fumadores? Ponham. Será preciso pagar mais. Ok, já estou habituado. Já estou habituado a pagar 80% de imposto em quase tudo. Também estou habituado a pagar para chulos andarem a jogar poquer com dinheiro escondido em offshores (pelo qual não pagam impostos e ainda recebem “ajudas”, pois os desgraçados não têm emprego) , enquanto aguardam (em liberdade) por julgamentos (demorados) pelas suas ilegalidades. E depois, ainda continuaram em liberdade, pois a justiça em Portugal é assim. E recurso, e recurso, e recurso. Mas vamos engaiolar os fumadores.

Vamos multá-los até eles ficarem sem cuecas. Até porque mais ninguém paga multas neste país. Mas os fumadores é que são culpados de tudo. Quando forem assim e fizerem esses discursos em relação a tudo o resto, venham falar comigo de fumos e cigarros. Até lá… Vou continuar a fumar ao ar livre, em espaços que mo permitiam (não vou a espaços que banem fumadores, mesmo que acabe por não fumar). Quando mo proibirem, fumo em casa, compro tabaco no estrangeiro ou no “dealer” local. E começo a fugir aos impostos, porque isso já é boa educação. E a cuspir para o chão, ou mandar a pastilha para o passeio. Os “tugas” gostam muito disso. E berrar em tudo quanto é lado (raio de povo, não sabe falar baixo).

Gostam. Chama-se “fixação oral”! Qual será a tua? Ora temos a oral, a anal… :stuck_out_tongue:

Bom texto Rabanelli. Poupaste-me mais um discurso aborrecido :great:

Vamos supor que num estádio, tu compras bilhete para um sitio, e tens um individuo à tua frente a fumar, ficas o jogo todo a apanhar com o fumo dele… Uma explanada ainda vá que não vá. Acho que deveria haver espaços ao ar livre para fumadores… isso sim, não proibir expressamente. Ou então já que estamos numa de impostos, aumentar severamente os impostos nesta área. Acho deplorável sempre que quero sair à noite ter que mamar com fumo dos outros, não só pela questão da saúde mas também porque detesto ficar com a roupa a cheirar àquela m****.

Sou a favor de proibirem expressamente o tabaco em locais públicos fechados, e alguns abertos(concertos, estádios, qualquer tipo de recinto onde haja “disputa” por um lugar)

Hhhééé pá, eu cá olha: detesto o cheiro de perfumes, águas de colonia, after-shaves e outras mariquices do género. não dá pra proibir isso também?

não fumo, mas sou a favor da liberdade de se fumar em ambientes ao ar livre. quem está mal, faz como eu sempre que apanho um/uma gaijo/gaija infestado em perfume: desvia-se.