Derby»: memórias de um jogo eterno
[ 2007/12/01 | 10:50 ] Redacção MaisFutebol
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De 1 de Dezembro de 1907 até à actualidade
De Cosme Damião e Francisco Stromp a João Pinto Foi a 1 de Dezembro de 1907 que começou a História do jogo mais mítico do futebol português. Benfica-Sporting, Sporting-Benfica: um dos dérbis mais empolgantes em todo o planeta. Lisboa, e Portugal inteiro, em suspenso do desfecho de um jogo de bola. Mesmo que, a rigor, só em 1908 se tenha fixado a designação definitiva de Sport Lisboa e Benfica (até então o clube era o Sport Lisboa, fundado em 1904 por um grupo de casapianos) é consensual que o primeiro capítulo da história do derby lisboeta se escreveu há exactamente cem anos.
Em Carcavelos
Desde esse encontro fundador, em Carcavelos, à actual era dos novos estádios e centros de estágio distantes dos adeptos, águias e leões defrontaram-se em 274 encontros oficiais: para a I Liga, Taça de Portugal, Supertaça e os já extintos Campeonatos de Lisboa e de Portugal. Fora das contas ficam os inúmeros particulares e torneios de pré-temporada que reforçaram o estatuto do dérbi como navio-almirante do futebol português.
Uma das chaves para manter viva a chama do clássico é o equilíbrio: o Benfica leva vantagem, sim, mas de forma ténue, 117 vitórias contra 102 do Sporting e 55 empates. O outro aspecto decisivo para acentuar a sua importância foi o facto de, durante décadas, os dois grandes de Lisboa terem repartido entre si os títulos nacionais, deixando apenas migalhas para a concorrência. O período áureo do clássico coincidiu com as décadas de 30, 40 e 50, quando os famosos «violinos» ajudavam a consolidar um período de supremacia leonina como nunca mais se voltou a registar. Ainda não havia TV: eram os gloriosos dias da rádio a levar as emoções a todo o país, com os jornais, nos dias seguintes, a inundarem os seus leitores com artigos apaixonados que descreviam as incidências à imensa maioria que não podia ir ao estádio.
E chega Eusébio
Depois chegou um fenómeno chamado Eusébio, e a balança do derby inclinou-se de forma decisiva para o lado encarnado. Chegou também a televisão, a levar a paixão pelo clássico a todo o país, de forma ainda mais acesa, mas a retirar igualmente, pouco a pouco, adeptos às bancadas.
As coisas mudaram ainda mais no final da década de 70, com o aparecimento do F.C. Porto, indiscutível dominador do futebol português nos últimos 30 anos, e o gradual eclipse do Sporting, que nesse período conquistou apenas quatro títulos de campeão.
Daí que no final do século XX, do ponto de vista puramente competitivo, os jogos entre Benfica e F.C. Porto tenham, até certo ponto, substituído a importância do dérbi como cimeira mais decisiva do futebol português. Uma realidade que, no entanto, não apaga a certeza de que nenhum outro jogo desperta em jogadores, técnicos, adeptos e comunicação social uma febre tão intensa: a febre reservada aos jogos que são eternos.
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Agora pergunto eu sera sera que os benfiquistas nao leem estas coisas?