Todos nós já pensámos e já ouvimos pessoas que dizem que a situação do Sporting é muito parecida ou faz lembrar a situação do país…
Ora isto não é nada de estranho, principalmente quando percebemos quem são as caras/interesses/famílias que puxam os cordéis nos bastidores, tanto no clube como no país.
Nós somos realmente o clube de Portugal, até no aspecto dos verdadeiros cancros que afectam tanto o país como o clube.
Para quem nunca viu, aconselho fortemente que vejam este documentário (Donos de Portugal). Vão ficar a perceber como é que o nosso país e o nosso clube chegaram a este estado. Com este documentário, dá mesmo para confundir as duas identidades (Sporting e Portugal), basta apenas substituir alguns conceitos e moldes de “jogadas de bastidores” que são expostas no documentário.
http://www.donosdeportugal.net/
Fica aqui também uma “árvore” das famílias que mandam em Portugal, das suas caras e ligações entre elas.
Quem não tiver tempo para ver o documentário, pode pegar nesta imagem para perceber o que se passa de maneira “resumida”.
E vamos jogar um jogo… Quantas caras conseguem contar, nessa “árvore”, de pessoas (ou familiares de pessoas) que já estiveram ou estão ligadas ao Sporting ?
http://www.donosdeportugal.net/p/grande-familia.html
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Agora pergunto… Com todas essas caras/famílias/interesses enfiados no Sporting, seria possível que o clube estivesse noutra situação ?
Claro que não seria possível… tal como o nosso país, nós estamos exactamente no estado que seria de esperar, se analisarmos bem todas estas coisas e sabendo que, apesar de eu acreditar que nós Sportinguistas temos algo de especial, continuamos a ser, na nossa maioria, Portugueses que vivem em Portugal. No momento da história de Portugal em que muitas pessoas viram as portas abertas para começarem a usar e abusar da liberdade e da confiança dos Portugueses, nesse mesmo momento ou um pouco mais tarde, aconteceu a mesma coisa no Sporting.
Na realidade, até podemos dizer que o maior problema do nosso clube começou logo na sua fundação (basta pegar num dos ramos dessa tal árvore aí em cima)… de certa maneira até é verdade, até por causa de um certo tipo de pessoas que andava mais preocupada com “bailes e festas” (O jet7 dos “notáveis” de tempos passados). E está à vista que não os conseguimos “eliminar” totalmente, mesmo após o desprezar ao Campo Grande Football Club e a fundação do Sporting Clube de Portugal.
Mas podemos ir mais longe… e até posso dizer (não muito, porque não quero deixar ninguém ofendido), que com aquilo que sei hoje, concordaria que se mudasse o nome do nosso Estádio para Estádio Francisco Stromp, em vez de Estádio José Alvalade.
Porque uma coisa é ter mérito por ter uma convicção/ideia e ter dinheiro/poder na família para se conseguir cumprir um desejo e outra coisa é ter o mérito de criar uma identidade, uma maneira de estar e uma maneira de viver o clube, que nós Sportinguistas sentimos. Tanto uma coisa como outra, têm mérito, mas uma delas tem muito mais, por ser mais difícil.
Por muito “elitistas” que tenham sido as origens do nosso clube, o mesmo só conseguiu cumprir o seu desígnio de se transformar “tão grande como os maiores da Europa”, pela força popular… pela força da multidão, pela força do Sportinguismo. E não pela força de qualquer “grupo restrito” de gente de elite ou de pseudo-elite. E é isto que muitos “iluminados”/pseudo-burgueses não percebem, nem querem perceber.
Se o Sporting quiser continuar a cumprir o seu desígnio, não pode abandonar o “povo” que sustenta a sua grandeza, não pode abandonar o Sportinguismo que o Francisco Stromp lhe deu.
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Tal como não podemos abdicar do nosso país, também não podemos abdicar do nosso clube.
E sabendo que sofrem os dois do “mesmo mal”, ao tentar curar um deles, estamos também a ajudar a curar o outro.
p.s: Por favor, não venham para aqui discutir politica, de esquerda ou direita ou outra coisa qualquer…
E isto pode parecer algum “manifesto” politico, mas não é… e se alguém achar que é, então provavelmente não tem outros argumentos para explicar o que se passa tanto no país como no clube.