A Onda

Dou toda a razão ao alemid,

O Governo de Sócrates governa claramente à centro-direita, tentado deixar mais satisfeitas as ‘empresas’ que os ‘empregados’. Ele é projectos mirabolantes de milhões e milhões de euros, campanhas para denegrir o sistema nacional de saúde de modo a dar entrada suave ao Grupo Mello na saúde e aos seguros privados, lógica de aumentos de salários dos funcionários públicos cada vez mais selectivos (o único real objectivo da avaliação dos professores) e por aífora.

Um governo de esquerda no poder começava por aumentar o salário mínimo em muitos ‘porcento’, fazer aumentos de salários com quantias fixas em vez de percentagem, aumentar os escalões máximos de impostos, recorrer à nacionalização da saúde, farmácias, educação e justiça e aumentar o peso da segurança social para diminuir as ‘selectividades’ que ocorrem quando se consegue ganhar mais que outro (por razões diversas, como trabalhar mais que outrém, ter sido mais competente que outrém, etc). É claro que um governo destes ia ter os empresários e os directores das multinacionais a ameaçar dia sim dia sim a falência ou então a saída de Portugal devido à perda da capacidade competitiva das empresas, mas isso são outros 500.

Portugal paga antes de mais os efeitos de ter pessoas pouco competentes e empreendedoras em lugares estratégicos e sobretudo a falta de pessoas que sejam capazes de mudar em massa a mentalidade dos portugueses para que estes, fruto da sua vontade, mudem para sempre as suas vidas.

Paracelsus, estou de acordo contigo em quase tudo…excepto na vontade de mudança dos portugueses, isso seria quase que contra-natura, mas também acho que é a única saida possível para este branqueamento sistemático da verdade e de uma global sobrevivência diária.
O conceito CRISE dá para tudo e mais alguma coisa, até para camuflar verdadeiramente o caos a que se chegou.
Tempos muito piores ainda estão para vir, quando a verdade vier ao de cima.

…o novo código de trabalho…
…o trabalho que fazem cada vez que há uma deslocação ao estrangeiro, levando atrás uma catrefada de empresas e fazendo o trabalho quase de comerciais avançados dessas empresas…

Note-se que até aprovo algumas das medidas tomadas, não se pode é dizer que este é um governo de esquerda, porque está muito mais à direita do que à esquerda. Isto acontece por motivos muito simples e já discutidos aqui: a promiscuidade entre política e economia (grandes grupos económicos), que da mesma forma que infiltraram os governos PSD, também já infiltraram os governos PS; ou melhor, antes de serem governo já estão infiltrados e depois é difícil ir contra os amiguinhos.

Julgo que há aí uma confusão que é recorrente quando se fala nesta coisa de “beneficiar” empresas: estão a confundir ideologia com pura e simples moscambilha, promiscuidade, negociatas, corrupção, etc. Isso pode existir em qualquer sistema ideológico. Troca de favores entre estadistas e empresas/empresários não é direita ou de esquerda, é crime, é caso de polícia.

Presumo que sejas (sejam) de esquerda ou centro-esquerda; eu sou de direita, e por isso vou defender a minha dama ;D.

Essa ideia de que ser de esquerda é defender a classe operária e ser de direita é defender o patronato é uma coisa obtusa e completamente anacrónica que fazia sentido até ao século XIX naquela dicotomia clássica de explorados/exploradores, quando só existiam duas grandes classes sociais determinadas no nascimento. A partir do momento em que apareceram as correntes liberais, as economias de mercado e por consequência a classe média, esse discurso só passou a fazer sentido ou em países que ainda permanecem “mediavalistas” ou na cabeça dos que insistem em levar Marx a sério.

Desde então, em traços gerais, numa visão a preto e branco esquecendo todas as nuances existentes pelo meio, a questão principal que faz a separação entre ser de esquerda e ser de direita, é que ser de esquerda é acreditar que deve ser o Estado a comandar a economia e a sociedade, e ser direita é acreditar que a economia e a sociedade devem estar na mão dos cidadãos.

[hr]

Falando ideologicamente do actual governo, perguntemos objectivamente: este Estado foi mais para a direita ou mais para esquerda?, o mesmo é dizer, diminuiu a intervenção do Estado na economia e na sociedade, ou aumentou? Na minha opinião, aumentou. Por isso não posso dizer que este governo tinha ido para a direita.

Obviamente que para o PCP ou o BE, o PS será sempre direita e o PSD e o CDS fascistas. Mas em rigor, nos últimos 4 anos, o Estado aumentou a intervenção na economia (desde a era pré-Cavaco que o Estado não tinha tanto peso directo e indirecto no PIB, e que não interferia tanto nos conselhos de administração de grandes empresas privadas), e na sociedade pode-se dizer que quase que desde o PREC que o Estado não interferia tanto na comunicação social, ou mesmo na vida das suas “pequenas repartições” como o Ministério Público, ou nas Direcções-Regionais de Saúde e Educação, por exemplo.

Isto é ser de direita? De forma nenhuma. Direita é o que vem nos livros de gente como o Adam Smith, Edmund Burke, Tocqueville, Isaiah Berlin, entre outros, que é quase o contrário do que o Estado implementou em Portugal nos últimos 4 anos. É verdade que a “ideologia” tende a desaparecer da política actual, com o surgimento de “shallows” do nível do Sócrates e tantos outros. Mas ainda assim, se existe uma ideologia neste PS, é o centro-esquerda. Mas obviamente que num país que nunca teve uma revolução industrial nem sombras de um período verdadeiramente liberal, e onde a extrema-esquerda representa 20% do eleitorado, o centro-esquerda corresponde à direita, e a extrema-esquerda é só “esquerda” (excepto para o Augusto Santos Silva que acha o PCP e o BE a direita :lol:).

A crise não tem apenas 2/3 anos como muitos empoleiram. Só há poucos meses se fala nela por causa da falencia dos grandes bancos e o mundo ficou assustado, mas a crise, a verdadeira crise começou a ser criada a partir de 2002. A crise do zé povinho, do pequeno empregado. E falo por experiencia propria. Eu tenho uma empresa de familia ligada à contrução civil. Antes da era Barroso, antes de ele dizer a grande frase “o país está de tanga” e começar com medidas de contenção, tinha 6 empregados, trabalhava 12 horas por dia de segunda a sexta e 8 ao sabado. Como proprietario, depois de jantar iamos levar obras e entrega-las, chegando por vezes por volta da meia noite a casa. Era cansativo, é verdade, mas ganhava-se muito dinheiro e como tal pagava-se bem aos empregados, 180/200 contos na altura fora as horas, todos os dias construiam-se casas, apartamentos, os juros eram elevados mas a taxa de desemprego era baixa e o dinheiro circulava. Subitamente fica 5, depois 4 e nos ultimos 3 anos apenas mantenho um empregado. Faz-se 8 horas diarias, 40 horas semanais, os ordenados baixaram para os valores que se pagam actualmnente na construção civil, o dinheiro diminui, os encargos mantem-se pois a qualidade de vida é alto que rapidamente aquire-se mas demora tempo a deixar, vai a tvcabo, reduz-se na net etc… os calotes aumentam, não por 1,2,3 meses mas por vezes 6,12 meses e as empresas fecham. No meu ramo no espaço de 4 meses fecharam 3 empresas aqui perto (infelizmente para eles, mas para mim menos concorrencia e teoricamente mais trabalho). Por isso quando vocês falam em melhorar a qualidade de vida, aumentando os ordenados pensem duas vezes. É muito facil ser empregado, ganhar 1000 euros por mes (e actualmente é um grande ordenado) sem pensar nas consequencias que pode trazer. Seria mais digno chegar aos 600 euros de ordenado minimo? Claro! Mas existe condições? Sim, para Belmiros, Martins e outros. Mas para quem tem o pequeno restaurante, o cafe, a mercearia, a loja de ferragens, a as pequenas empresas de construção civil, é impossivel! Eu já trabalhei e estive nos dois lados, do empregado e do patrão e actualmente não existe diferença em muitos casos, alias, por vezes o empregado ganha mais que o patrão ao final do mês.
Voltando ao tópico, a Onda, eu vi o filme (até antes de sair no cinema até :mrgreen:) e é quase impossivel acontecer, não impossivel pois nada é impossivel. A liberdade ganha-se com a educação e livre liberdade de pensamento, algo que as sociedades ocidentais cultam. Se fosse no medio oriente ou algo desse genero, com uma taxa de analfabetização a rondar os 95% com governos ditatoriais aí era outra coisa. No caso português, o grande problema é que o portugues é masoquista. Tem sempre os mesmos governos (ps ou psd), sempre os mesmos politicos, mesmo se os politicos são corruptos (fatima felgueiras) votam sempre neles, e de certo modo os governos sabem como os portugueses são. Acomodados, não reinvidicam, não lutam, não mostram sinal por mudança. Num país nordico, nao me recordo qual, os enfermeiros exigiram um aumento salarial de 24%!!! e conseguiram! Como? Demissão em bloco! Era possivel aqui? Não! Os portugueses são acomodados, indiferentes. Vibram apenas com a selecção e clubes (mas no sofá com a bejeca pois claro! Ai não! ir ao estadio? deslocar-me? Apanhar aquela rajada de frio ou estar naquele braseiro? Vai la vai! ainda mais os bilhetes estão carotes! gente parvinha!) e com o jornal 24 horas. E os governos apertam, fazem o que querem, são corruptos, mas eu não recrimino. Vejam só! Caso freeport. “Ó Socrates, arranja aí maneira de fazer este investimento e tal, que dizes? humm?” ou “Olha lá pa… consegues aí tacho pró meu sobrinho ai na camara?” Conversas do zé povinho: “Sr engenheiro tudo bem? Olhe podia dar lá uma vista no PDM pra eu fazer o meu estaminé, dou-lhe depois uns leitões assadinhos, e vou lá a sua casa lavrar o quintal pra plantar couve e alface todos os anos, que diz?” Ou “olhe, podia arranjar um lugar no escritório lá na empresa ao meu filhote? Coitado, acabou a licenciatura e não tem emprego, veja lá tá bem sôtôr?” Qual a diferença entre nós e eles? Por eles movimentarem milhoes e nós tostões, por eles fazerem freeport e nós casinhas e barracões? A proporção é abismal mas o crime é o mesmo. Eu sou honesto! Se lá tivesse roubava até não poder mais! E atenção, nunca roubei na minha vida! A onda não é possivel por tudo o que disse, somos um povo muito fraco, muito acomodado, muito macio. Leem Ensaio sobre a lucides e depois digam qualquer coisa…

Pois é. Muito gozo me deu ver e ouvir o Prof. Medina Carreira a malhar no Bloco Central, há bocado na SIC. Estes de certeza que não têm o meu voto.

Quanto ao Die Welle, continuo à espera de umas legendas decentes para poder gravar e ver o filme. :frowning:

Edit: repetição agora na SIC Notícias.

Mas Ricardo, tu também fazes confusão entre ideologia e moscambilha nos exemplos que dás de aumento de influência do governo na economia (interferência nos CA das grandes empresas - eu diria antes que é ao contrário, os CA das grandes empresas é que intervêm no governo; interferência na CS). Objectivamente o que vemos é o peso do Estado a diminuir: menos intervenção na Saúde e nas Escolas, na Segurança Social, retirar apoios a deficientes, são tudo medidas de direita e são as mais emblemáticas deste governo. Acho que estás a confundir “esquerda” com “autoritarismo”, nesse aspecto o governo Sócrates é um dos piores nos últimos 20 anos, vemos como facilmente se “abespinha” com qualquer crítica e as acusações das redações de receberem telefonemas de governantes assim que sai alguma peça menos positiva, a preocupação com a imagem…

Stunner, o que aconteceu na tua actividade foi “apenas” que sentiste na pele a crise do sector de construção, e até acho estranho teres sentido tão cedo, porque ela só se notou efectivamente nos últimos 3 anos, até aí o motor da nossa economia, e das grandes falcatruas e corrupção, foi a construção. Sobre os aumentos, cada empresa tem que saber da sua vida, há quem possa pagar bem e aumentar os ordenados dos seus colaboradores, há quem não o consiga, não pode é haver é gajos de fora (como ex-governantes do Banco de Portugal) a mandar postas de pescadas sobre o que as empresas devem fazer, lá está, isso sim é política de esquerda. Concordo com o que dizes sobre os portugueses, é essa passividade que faz com que sejamos tão fracos a todos os níveis.

Já tinha pensado nisso há cerca de 2 anos atrás… Sócrates tornou o “seu” PS um enorme “polvo” que influencia praticamente todo e qualquer sector da sociedade, directa ou indirectamente. Agora, também me parece que as outras forças políticas ficaram à sombra da bananeira a deixá-lo expandir a sua influência a torto e a direito. Ainda assim, não vejo esta estratégia como um “esquerdismo”, mas sim como uma ideologia política própria de Sócrates, i.e., acho que foi a estratégia por ele arranjada para conseguir estabelecer um equilíbrio com as outras grandes forças do país que o favorecesse e lhe permitisse concretizar lá as ideias ou concepção de país que ele gostava de ter em Portugal (independentemente da sua razoabilidade).

Continuo a achar que um governo de esquerda nunca iria permitir que as assimetrias do país continuassem como estão, são demasiadas. Seja como for, apesar de achar que Sócrates governa um bocado à direita, estou convencido que, como já disse acima, ele governa mesmo é sem raizes ideológicas - está convencido que a ideia dele é a melhor e gere as situações da forma que mais lhe convier tendo em conta o seu objectivo, seja essa gestão mais à esquerda ou à direita… um pragmático portanto (o que não significa que o que faça seja realmente acertado).

O Medina Carreira é óptimo a fazer o diagnóstico, mas daí a apresentar soluções… :eh: Desde logo, porque não se quer meter na chafurdeira que são os partidos. Mas não há Democracia sem partidos. Não há volta a dar. O problema de Portugal é que não é uma Democracia, é uma Partidocracia. As instituições não funcionam. O Parlamento não cumpre o que deveria ser o seu dever de fiscalizar o poder executivo, e o poder judicial também não cumpre a sua obrigação (quanto mais não seja para limpar a má moeda política, que consegue sempre voltar ao sistema) porque está demasiado dependente do poder político. Melhor, há uma promiscuidade total entre o poder judicial e o poder político. E isto não se resolve com a presidencialização do regime.

Uma espécie de “presidencialização” já existe, mas a partir de São Bento. Nunca um político como Sócrates teve tanto poder desde Salazar. E de que nos vale isso? Ele governa-se bem e aos dele, mas Portugal está cada vez mais pobre e decadente. Há para aí uns sectores que defendem essa presidencialização que não estão a ver bem as coisas. Essa presidencialização seria feita à medida de Cavaco Silva, calculo. Um homem no final da carreira política. Porreiro… ::slight_smile: E depois? Mudava-se a Constituição, para que mais nenhum presidente tivesse tantos poderes? E se não se mudasse, estão a ver, num país em que o Estado tem tanto poder, o que seria tanto poder nas mãos erradas? Repito, veja-se o que está a acontecer com o actual PM, e só isso deveria pôr cobro a qualquer ideia de querer presidencializar o regime. :naughty:

:offtopic:

Tens legendas do filme no legendas.tv

Deves andar a ler o Francis Fukuyama e as suas belas teses do fim da história. :mrgreen:

É claro que essa dicotomia que referes do séc.XiX era preto no branco uma perfeita divisão de classes , isso está claramente esbatido na nossa sociedade , mas atenção , não se sabe como vai acabar esta crise , o homem é um ser insatisfeito por natureza , se houver alguem que tenha mais que nós , mesmo que tenhamos o suficiente haverá sempre quem queira e ambicione a parte do outro , por isso não é preciso haver essa dicotomia clara.

Quanto à questão da Direita , falas da Direita Liberal que tem poucas tradições em Portugal , e esqueces-te da outra , a direita portuguesa é bastante diferente , é conservadora , autoritária e pouco atraída por jogos de risco a que chamamos empreendorismos , a mão invísivel deles , é a mão do estado , a prova disso é como o Alemid referiu , os dois principais partidos estarem nas mão deles , isto é dos interesses económicos , ou seja a direita mais conservadora e autoritária , ou acreditas que estes gajos são liberais.

“Procura beneficiar as empresas”. Em que história leste isso? Não inventes…
As empresas portuguesas vivem asfixiadas por este governo. A maioria dos foristas daqui, “sábios” como sempre, têm uma tendência orgásmica para confundir direita com ultra-liberalismo económico e laissez-faire no seu melhor. Muitos, diria quase todos, dos grandes defensores do mercado livre, do liberalismo económico, são mais anti-socialistas, ou seja, presença de estado forte, do que propriamente defensores do mercado não socializante. Vejam o caso de Friedman. Sempre que ouvia falar em Serviço Nacional de Saúde quase que lhe dava um AVC.

O Medina Carreira já avançou com várias soluções, tentativas de contrariar este portuguesismo político. Não falem do que não sabem. O último capitulo do livro “O dever da Verdade” é isso mesmo, ou seja, soluções para os problemas que ele identifica ao longo de 130 páginas. Entre outros, fica uma, a mais importante: não asfixiar o principal agente económico de qualquer Economia, isto é, as empresas. As empresas são o motor do desenvolvimento nacional e não podem estar constantemente sobrecarregadas de impostos.

Em Portugal, especialmente, nunca houve ideologia na criação e aplicação de políticas, seja na vertente social ou económica. O que existe é uma politiquice total, com medidas criadas para suprimir os efeitos - e nunca os prevenir - da crise que, desde sempre, vivemos.

Além disso, em jeito de conclusão, para quem sabe um pouco da nossa história, sabe muito bem que sempre cometemos erros gravíssimos e infantis na condução do país. Com o tecido empresarial composto por 90% de PME’s, devemos ser o único país do mundo, nestas circunstâncias, a não possuir uma política clara para as PME’s, sendo estas englobadas no chamado market share empresarial global, ou seja, é tudo igual, não há especificidades entre empresas.

Aumenta o salário mínimo em não-sei-quantos-porcento para depois veres as empresas, que mal conseguem pagar os impostos e as matérias primas, a colapsar, engrossando a taxa de desemprego em não-sei-quantos-porcento.

Essa agregação gigantesca, pela via da nacionalização, de que falas (PARACELSUS) é ilusória. Todos sabemos que é extremamente difícil garantir a sustentabilidade de empresas públicas, excluindo do sistema bancário.

Mais do que ver pela Esquerda ou pela Direita, há que ter em conta as circunstâncias do país, as especificidades da economia, e as necessidades mais básicas do povo. Podes ter a certeza que nacionalizar não iria resolver absolutamente nada.

Capitalismo? Sim. Capitalismo regulado, supervisionado? Sim, claro! O sistema capitalista, tal como todos os outros, é gerido e dirigido pelo Homem. O Homem é um ser ganancioso, portanto, exige-se supervisão e responsabilização…severa!!

A ESQUERDA, ideologicamente falando, viu o seu apogeu no New Labour de Tony Blair. Uma Esquerda moderna, aberta à constante evolução do mundo, cortando com dogmas do passado que não serviam ninguém a não ser ás bases partidárias, impossíveis de alterar, conservadoras do ponto de vista evolutivo. No Reino Unido, a direita (Os Conservadores) terão que seguir, obrigatoriamente, a via da Esquerda de Tony Blair, isto é, modernizar a sua base ideológica, dando mais atenção à causa social e à obrigatoriedade de ter um Estado presente na Economia, apenas servindo como regulador.

Depois da intervenção deste ultimo forista já podiamos fechar o tópico e fundar uma nova religião de agradecimento por haver um génio tão grande entre nós. Sinto-me louvado por estar na Tua Presença, Mestre. ::slight_smile: :wall:

danielw,

Não estou a defender o modelo socialista aplicado à realidade portuguesa, simplesmente a descrever o que faria de facto um governo de esquerda. Vais-me dizer “Ah e tal não é possível” e eu respondo-te “Ah e tal é!”, porque ele já o foi implementado em vários países e não foi o fim do mundo.

Retive sobretudo esta tua frase: "Entre outros, fica uma, a mais importante: não asfixiar o principal agente económico de qualquer Economia, isto é, as empresas. As empresas são o motor do desenvolvimento nacional e não podem estar constantemente sobrecarregadas de impostos." Não posso estar mais em desacordo. Não são os impostos o problema com que as empresas se debatem, i.e., o dinheiro ou falta dele. É sim o seu empreendedorismo e a vontade em fazer as coisas bem feitas, em cumprir os objectivos da empresa (que não é o de ganhar dinheiro, porque não existe empresa com esse fim).

Exemplo (muito ridículo e simplista): o objectivo da TVCabo (ou ZON ou lá o que é) é o de fornecer um serviço de TV Cabo às suas populações. É a qualidade da prestação desse serviço, quer a nível de instalação, manutenção, adaptação às necessidades do cliente, resolução rápida e simples de problemas e por aí fora e também a função social que desempenha por dar emprego a muitos funcionários e permitir ou abrir oportunidades para a realização profissional destes, etc e tal que são realmente importantes.

Não é se o IRC da empresa é de 20% ou só de 16% e se essa diferença a faz ter menos dinheiro para comprar umas acções aqui e acolá e apresentar uns números mais bonitinhos aqui e acolá, deixando os seus directores todos satisfeitos com o desempenho ou então se tem menos 500 empregados e assim poupa um “x” por ano. Isso é o mundo do faz-de-conta, da empresa que existe para nada a não ser criar desequilíbrios sociais e deixar a sociedade mais pobre, uma vez que absorve a sua riqueza e esta não beneficia de um serviço em condições nem emprega pessoas que, fruto do seu ordenado, poderiam ter um agregado familiar muito mais estável e feliz e participar economicamente na sociedade tornando-a também ela mais estável, produtiva e funcionante.

http://sic.aeiou.pt/online/video/informacao/mariocrespoentrevista/2009/3/mario-crespo-entrevista.htm

Só ontem tive oportunidade de ver mais esta enorme lição de Medina Carreira. Explica uma vez mais como Portugal caminha alegremente para o abismo.

Adorei quando o Mário Crespo lhe perguntou “Já pensou em formar um novo partido político?” e ele responde mais ou menos isto: “Já me fizeram vários convites para isso, mas já existem muitas casas de mulheres da má vida, não é preciso mais nenhuma”. :twisted: Delicioso.

Para ver, rever, e tirar notas.

Também adorei essa. :lol:

E já agora, para quem se queixa que Medina Carreira só critica mas não apresenta soluções, ele ontem foi bem claro ao defender a transição momentânea para um sistema presidencialista que pusesse fim ao regabofe da partidocracia actual.

18 Março 2009 - 22h00

Banca: De vogal da CGD para vice-presidente do Millennium

Vara duplicou salário no BCP

Armando Vara duplicou o rendimento ao passar de vogal do conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) para vice-presidente do Millennium/BCP.

De acordo com o Relatório do Bom Governo da CGD referente a 2007, Armando Vara recebeu uma remuneração-base de 244 441 euros/ano. Um montante que fica muito aquém daquele que foi pago pelo BCP em 2008: mais de 480 mil euros. Trata-se, no entanto, de um valor que é mais de cinco vezes inferior àquele que ganhava a administração liderada por Paulo Teixeira Pinto.

Vara assumiu funções no BCP no dia 16 de Janeiro de 2008 e tem sobre a sua alçada a rede de empresas, o crédito especializado, a promoção imobiliária, o aprovisionamento e património, a Fundação Millennium BCP e o Millennium Moçambique.

O CM sabe que a actual administração do Millennium decidiu devolver 1/3 do seus salários ao banco. Esta percentagem corresponde às remunerações recebidas por cargos em empresas participadas do grupo.

Entretanto, o Conselho de Remunerações e Previdência, presidido por Joe Berardo, decidiu fixar como cálculo para a reforma dos administradores o ordenado-base referente a 2009. Esta decisão contraria o regime que se encontrava em vigor e que calculava a reforma dos administradores do Millennium/BCP com base nos dois últimos anos de salário e que resultava num valor 50 vezes superior ao actualmente definido.

PERFIL

Armando AntónioMartins VARA nasceu a 27 de Março de 1954 em Vinhais. Começou como empregado bancário na CGD. Foi vereador, deputado, secretário de Estado de Guterres e administrador da CGD.

Miguel Alexandre Ganhão

http://www.correiodamanha.pt/Noticia.aspx?channelid=00000181-0000-0000-0000-000000000181&contentid=1DDBC605-5107-4334-8275-F14BEF2CD921

:whistle:

Ver o glorioso trajecto de vida de Armando Vara, esse insigne representante da política de aparelhismo que tomou conta de Portugal nos últimos anos:

http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=618369

http://jumento.blogspot.com/2009/02/um-curriculo-vitae-para-maiores-de-18.html

O problema disto é que na sociedade estes começam a ser vistos como os verdadeiros homens de sucesso: aqueles que tiram umas licenciaturas às três pancadas (ou mesmo forjadas) na Universidade Independente, que se metem na política local e vão subindo no dentro do aparelho partidário com uns truques manhosos e uns recados bem feitos, chegam à alta política nacional baixam as calcinhas sempre que lhes pedem e mais tarde recebem a recompensa em forma de lugar na liderança do partido ou de uma colocação do partido num cargo qualquer para o qual não têm qualificações numa empresa de topo onde são remunerados principescamente.

É o regime que temos, e o incrível é que se há uns anos era suposto sermos uma nação atrasada cheia de analfabetos era impensável o povo eleger para o governar gente desta, hoje que supostamente saímos da obscuridão são estes espécimes de fezes partidárias que elegemos para nos governar. Curioso paradoxo.

Licenciatura em 2005 , o trabalho na CGD não deveria ser cansativo para ele conseguir tirar a licenciatura. >:D

E uma Pós-graduação antes de ter a licenciatura. :rotfl:

O problema da Pós-Graduação, mestrado, seja o que queres chamar, antes do tempo, é que não tem qualquer utilidade fazer uma tese numa área em que podes não exercer. Só no fim de teres trabalho é que é seguro aprofundar a área em que estás a trabalhar. Por outro lado uma colega minha acabou a licenciatura com uma excelente nota e teve direito, na altura, a 180 contos mensais para ela fazer o doutoramento. Adiou o trabalho, especializou-se e agora tem qualificações a mais para exercer determinadas profissões. Resumindo, está desempregada com um currículo académico invejável. Quando se cotou como umas das melhores alunas a nível nacional no seu tempo e com doutoramento e outras cenas… Pessoalmente é preferível arranjar trabalho e depois de estares lá saberes qual a área que te é mais útil, especializar-te de modo a que possas evoluir na carreira, caso contrário só vais perder tempo.