A malta que sabe tudo

Nota: Eu queria colocar este tópico na Redacção mas como não consegui fica aqui, depois mudam se quiserem.

Se há uma coisa de que eu nunca gostei, é daqueles treinadores que falam de futebol como se estivessem a falar duma ciência oculta, de que só eles podem falar porque mais ninguém percebe nada daquilo.

No entanto às vezes até os compreendo, pois o que não faltam para aí são aqueles adeptos que os criticam como se fossem os donos da verdade e soubessem tudo o que se passa nos treinos, no balneário e nos jogos, e pior do que isso fazem-no depois dos jogos, ou seja na segurança de já saberem tudo o que se passou antes, durante, e depois.

Um exemplo disto que acabei de referir, é o artigo que um tal Nicolau Santos escreveu no Expresso e que aqui foi citado e aplaudido. Este Nicolau é um economista que costuma aparecer nos média e que tal como nós gosta de futebol e do Sporting e portanto terá a sua opinião de treinador de bancada como todos nós.

Ele começa por aplaudir a política de contratações levada a cabo esta época e o apoio forte ao Treinador, mas depois do alto da sua sabedoria conclui que o Paulo Bento´"tem limitações de flexibilidade e de conhecimentos".

De flexibilidade porque ainda segundo ele, Stojkovic e Vukcevic “quer Bento queira quer não, têm lugar garantido nesta equipa do Sporting”

De conhecimentos porque “as concepções de Bento sobre os esquemas tácticos e as substituições são extremamente rígidas. Logo, o adversário nunca é surpreendido”

E Finaliza afirmando categoricamente que “Fica evidente que Bento é muito limitado. E ou aprende rapidamente a ser mais flexível tacticamente e a lidar melhor com os jogadores ou não será o Alex Ferguson que o Sporting procura.”

Eu não sei o que é que este economista entende por flexibilidade, mas tenho a certeza de que o Paulo Bento conhece muito bem as especificidades próprias de um grupo de 25 jogadores de futebol, com as suas vaidades, manias e diferentes personalidades, pelo que não abdica de certos princípios e na minha opinião faz muito bem.

Quanto aos conhecimentos tácticos e às substituições remeto-vos para outro artigo este que saiu hoje no “Jogo” de autoria de António Tadeia, um jornalista especializado em futebol e na minha opinião um dos melhores, porque não só sabe do que fala, como o faz de uma forma construtiva.

O melão de Bento "[As substituições são] como os melões. Só quando os abrimos é que percebemos se são bons ou maus"

Paulo Bento

Não creio em homens providenciais, em treinadores que nunca falham no banco, que dali ganham ou perdem os jogos. A leitura de jogo é a súmula de um conjunto de variáveis que não são apenas tácticas. Exemplos? Quando Carlos Queiroz meteu João Moutinho em campo, contra a Dinamarca, estava a obedecer a um princípio básico, que era o de ter a bola o mais à frente possível, mas como Portugal acabou por perder o jogo, sofrendo pelo meio um golo de cabeça, logo se reclama que devia ter entrado Bruno Alves, que tinha mais estatura para suportar o futebol aéreo dos dinamarqueses.

Os que falam, contudo, seriam os mesmos a assobiar a entrada do defesa do FC Porto, porque nesse caso Portugal estaria a defender, a mostrar cobardia, e os primeiros a atirar pedras caso a derrota sucedesse na mesma. “Então não se estava mesmo a ver que a meter defesas convidávamos a equipa a recuar e o adversário a aproximar-se da nossa baliza”, diriam. É esse o problema da leitura de jogo: só por si, pode dar para os dois lados. No papel, a passagem de Veloso para a esquerda da defesa, dando profundidade às duas alas do Sporting em Camp Nou, é tão defensável como qualquer outra tese. Na prática, matou a equipa, não em nome de qualquer princípio táctico iluminado, mas devido ao desrespeito por outras duas regras básicas, uma das quais também falhara no jogo da Selecção: a avaliação da condição da equipa e do momento para a agitar.

É que, se começa por ser duvidosa a eficácia de proceder a uma revolução numa equipa que estava na mó de cima (momento), o que condenou a troca foram erros de avaliação da condição de Abel, Izmailov (que já não conseguiam juntar-se a Pereirinha e Veloso nas alas, tal como na Selecção os extremos tinham deixado de auxiliar os laterais) e sobretudo de Moutinho e Rochemback, que passaram a ter de se haver ao meio com Keita, Touré e Xavi ou Iniesta. Bento enganou-se, assumiu, mas desenganem-se os que acham que o Sporting perdeu o jogo no banco.

Não estão em causa as criticas, que muitas vezes até tem alguma razão de ser, mas apenas a forma como as fazem do alto de certezas que evidentemente não existem, e baseadas em conclusões resultantes de uma derrota em Nou Camp, frente ao Barcelona e em teoremas pouco sustentáveis, como a questão do factor surpresa, que no futebol de hoje praticamente não existe, pois toda a gente sabe como é que as grandes equipas jogam, porque estas equipas tem trabalho feito e sistematizado e obviamente que na altura dos jogos, não se vão pôr a inventar e a jogar duma forma diferente daquela que trabalham, o que por acaso foi o que aconteceu com o Sporting em Barcelona, mas evidentemente não porque o treinador o pediu, isso apenas aconteceu devido à superioridade do adversário, à incapacidade e alguma passividade dos nossos jogadores, para a qual também terão contribuido algumas decisões do treinador, que não resultaram.

Concluindo: O Sporting pode e deve fazer muito melhor do que o que fez em Barcelona, já o demonstrou em Milão, Munique, Manchester e Roma, mas não será por causa do Stojkovic e do Vukcevic terem ficado de fora, ou do losango, das substituições e da inexistência de tácticas surpreendentes que deixou de o fazer, mas o que não se pode pedir é que o Sporting vá a Nou Camp esmagar o Bardelona.

O mesmo se aplica aqui no fórum e à generalidade dos adeptos.

Dá-me ideia que muitos sabem o que se passa no balneário do SCP.

Quer dizer, se o SCP não blinda o balneário é porque tem uma liderança fraca, se as coisas não transparecem para fora é porque o treinador é casmurro e teimoso, porque os sócios têm de saber o que se passa, etc etc Os acho que PB não deve abdicar dos seus principios, há quem goste e há quem não goste. Eu faço parte do primeiro grupo.

O PB já deu provas que é um bom gestor de balneário, e mesmo assim duvida-se das suas competências, e discute-se incessantemente e reclama-se pela escolha de Vuk. Não entendo sinceramente o que vai na cabeça de muitos adeptos, sedentos, de vitórias ou boas exibições. Se ele fica de fora é porque há motivos para isso.

A conclusão a que chego é que qualquer argumento serve para atacar quem está no leme da equipa. Isto é histórico, e creio que deva ser objecto de estudo sociológico. A verdade é que as opiniões de cada um, variam de uma forma estonteante, já ouvi assobios ao Nani em Alvalade, já ouvi assobios ao Djaló e agora é quase endeusado. Mais duas jornadas e estará a ser assobiado novamente. A estes não dou credibilidade nenhuma, fico feliz pelo SCP ter finalmente e após muitos anos, alguém competente.

Concordo com tudo o que tu dizes ! -E acrescento em relaçao ao descalabro que foi a nossa exibiçao, o factor: paragem exageradamente longa na liga interna ! Aquilo mais bem oleadinho e com mais ritmo competitivo , nao teria sido o massacre que foi !

Infelizmente, o que me faz concordar com o tal economista é o facto da minha opinião - e provavelmente a dele também - não se apoiar apenas num jogo ou num par de substituições menos felizes, mas em anos de sinais óbvios de “limitações de flexibilidade e conhecimentos” (seja lá o que isso for).

Bom texto To-mane, e sao essas as razoes porque nem comentei o jogo no topico proprio.
Chega a um ponto que as criticas sao tantas que até me aborrece abrir certos topicos. Parece
que ha vontade em sublinhar tudo o que é mal feito, mas nunca em elogiar aquilo que de positivo
se faz.

Continuo a concordar com o Nicolau, não concordo com o Tadeia, aliás tenho alguma dificuldade em considerar que o António Tadeia perceba assim tanto de futebol só porque aparece na TV. Está a anos-luz de Luís Freitas Lobo!

Quanto ao facto de Paul Bento ter mudado Veloso para a esquerda e ter feito entrar Pereirinha, o que contesto é ele ter mudado! Ter feito uma substituição numa altura em que o Sporting tinha chegado ao golo e estava a causar problemas a um Barça que já só queria que o jogo acabasse. Para quê mudar naquela altura, quando faltavam pouco mais de 10minutos para o fim e estávamos “na mó de cima”???

Não tinha nada que mexer na equipa. Não tinha nada que fazer a 3ª substituição e re-organizar dramaticamente a equipa. A equipa nem teve tempo de se reorganizar. O jogo acabou ali para nós.

:clap:
Muito bom texto, Tomané…

Erros todos os treinadores cometem, uns mais que outros, mas este de PBento é crasso, MVeloso estava a fazer um bom jogo naquela posição, porquê mudar?

Acima de tudo a minha critica para PBento neste jogo é igual á que faço aos jogadores, falta de ambição. Falta de estofo de campeão, de pragmatismo, de vontade, de garra. Com este treinador, que acha que Tiuis e Ronnys podem jogar em Madrid só porque correm muito nos treinos e que deixa 2 bons jogadores na bancada sem explicar porquê dificilmente o sporting deixará de ser um clube de 2ª linha na Europa.

Quando se afirma que neste forum só se sublinha o que PB faz mal feito, tem a sua lógica, ele é pago para fazer as coisas bem feitas e para fazer as coisas certas…ou no vosso trabalho isso não acontece?

Como diz o Belmiro de Azevedo, só se devem elogiar comportamentos excepcionais…

Atenção que para consumo interno acredito neste sporting desde que se mudem algumas atitudes!

Não concordo. E estou (ao contrário de muitos) completamente à vontade. Primeiro, porque eu, devo pertencer provavelmente ao grupo restrictíssimo de pessoas que neste forum desde muito cedo manisfestaram a sua admiração pelo técnico actual do Sporting Clube de Portugal, ainda por cima, admiração essa consubstanciada em observações concretas inloco, que altura aqui relatei. Segundo, porque adorei o artigo do Nicolau. Acho extremamente pertinente, e se não conseguem ver no artigo crítica construtiva, não sei o que vos diga. Chamar-lhe “um economista qualquer” não me parece elegante e não compreendo a relevância. Se calhar podia dizer-se o mesmo a tantos e tantos que por cá andam. Economistas ou não.

Das duas uma, ou se assume que o treinador do Sporting é um treinador em formação, e aí podemos como é evidente apontar caminhos, ou assume-se que é um treinador “feito”, e então do meu ponto de vista como treinador “feito” tem algumas limitações comprometedoras. Ao sabor do vento é que não dá.

Dizer que é pouco flexível, parece-me uma evidência tão grande que, sinceramente, me custa discuti-la. Para o bem e para o mal o treinador do Sporting é claramente um treinador “rígido”. E se para uns do ponto de vista da disciplina (fundamental) do rigôr e da exigência isso é claramente bom, do ponto de vista da gestão dos recursos humanos e da estratégia e destreza táctica, pode levantar algumas (legítimas) questões.

Depois, das duas outra. Se achamos que um futebol não é uma ciência escondida, e se nos permitimos todos opinar, não nos podemos escudar à nossa própria opinião e maneira de ver e encarar o próprio Clube. Há muitas vezes, quando as conversas azedam, a tentação do “não conhecemos o que se passa no balneário”. Pois não. So what??? Também conhecemos o que se passa nos mercados financeiros? Também conhecemos o que se passa com a especulação energética? Também conhecemos o que se passa com o novo paradigma ambiental? Não. Pelo menos com total propriedade. E não temos o direito (e o dever by the way) de ter uma opinião? De olhar atentamente para estas questões? E apontar problemas, e salientar preocupações, e sugerir soluções.

É evidente que há crítica mais apaixonada, eu próprio não me excluo dela. O Sporting para mim, e ainda bem, continua a ser uma paixão. Também é evidente que há crítica mal intencionada, o Sporting continua a ter muitos inimigos, alguns deles e infelizmente, dentro do próprio Clube. Mas nada disto nos deve impedir, de manter o sentido crítico e principalmente lançar alertas, quando as coisas não estão bem. E no Sporting é legítimo as pessoas apontarem a falta de futebol ofensivo, é legítimo as pessoas ficarem descabeladas (Presente!!) com as perdas de bola sucessivas e a incapacidade que a equipa amíude revela para circular e preservar a posse de bola, é legítimo as pessoas ficaram doidas com o “chutão” pra frente a toda à hora, e é legítimo as pessoas levantarem a questão de como em 3 anos, tirando o esquema táctico habitual que o Sporting utiliza, não se consegue arranjar antídotos para problemas antigos.

Quem não quiser perceber isto, não perceba. O difícil na vida é muitas vezes dizer que não, ser dissonante, sair fora do rebanho (e atenção que não estou a chamar cordeiro a ninguém, ok!!!). E em Portugal, e não é só no futebol, as pessoas têm sempre muita dificuldade em encaixar críticas. Mesmo as construtivas.

Parece, não. É mesmo assim! Se fores ver, há pessoas que só comentam quando é para falar mal, não tem comentários a fazer sequer um elogio a quem tem ideias diferentes das deles…

Mas o negativismo é inerente aos portugueses em geral, não é exclusividade sportinguista. Principalmente quando essa negatividade já está instituída há uns bons anos.

:arrow:

Percebo a irritação do To-mane com os Rui Santos deste mundo que se contradizem constantemente sem se desmancharem. Mas é também por isso que o futebol tem a projecção que tem - porque qualquer um pode largar as suas postas de pescada sem ter para isso de tirar um curso. Na linha da (excelente) réplica do Toca, se tivessemos de conhecer todos os ângulos de um problema que nos afecta para podermos falar sobre ele, passaríamos toda a vida calados, não? Afinal, não é também para isso - para conhecermos perspectivas em que não tinhamos pensado - que discutimos?

Depois o argumento do Tadeia é uma trivialidade. É óbvio que é muito mais fácil para nós dizer a posteriori que a decisão do Queiroz de fazer entrar o João Moutinho ou a decisão do PB de fazer entrar o Pereirinha foram erros, porque sabemos o que acontecemos a seguir e nem Queiroz nem Bento sabiam. Mas essas decisões não deixam de ser erros por isso!. Bolas, se me põem à minha frente duas portas, me dizem que o prémio está atrás de uma delas e e eu escolho a porta errada, é claro que cometi erro e que esse erro me levou a perder o prémio - ainda que a decisão fosse difícilima (era 50-50). O facto de não terem o benefício do conhecimento a posteriori não transforma Queiroz, Bento ou qualquer outro treinador em inimputáveis nem tira razão a quem aponta o erro.

Eu não lhe chamei “um economista qualquer”, apenas disse que ele era um economista que costumava aparecer nos média e que portanto em relação a futebol era um adepto como todos nós, e neste caso mais um dos que sabem tudo e que aproveitou o espaço que tem naquele jornal para dar as suas opiniões sobre o Sporting e o seu treinador.

É claro que todos podemos falar sobre aquilo que quisermos, agora num assunto sujeito a tantas variantes tão aleatórias como o futebol, dar palpites na base de “quer Bento queira quer não” ou “Fica evidente que Bento é muito limitado” é colocar-se numa posição de superior entendido que provavelmente nem ele nem nenhum de nós é

Bom Post To-Mané & Toca Lobo.

Começo onde acaba o post inicial do To-Mané. Conta-se pelos dedos de uma mão as equipas que neste mundo vão a Camp Nou mandar no jogo. Para ajudar a imprensa alimentou a ideia de um Barcelona supostamente diminuído e fragilizado, o que criou falsa expectativas.

O Sporting foi a Barcelona jogar com as armas que tinha, e sofreu como sofrem 95% das equipas que por lá passam. Não acredito que a equipa não fosse preparada ou o adversário estudado, mas lá dentro as coisas piam mais fino e quer se queira quer não levámos com 35 minutos diabólicos, que na minha opinião foram muito mais fruto da qualidade do adversário do que da falta de qualidade dos nossos jogadores. É claro que ninguém ficou contente com aquela primeira (ao intervalo também chamei nomes a eles todos) mas depois a frio temos de saber olhar para a realidade, e eu ficaria muito mais preocupado se aquela primeira parte fosse, por exemplo, contra um Basileia.

Também sou treinador de bancada e tenho a minha opinião, sobre o trabalho do PB. Também eu discordei da última alteração dele naquele jogo e concordo quando dizem, porquê mexer naquela altura do jogo se estávamos pela primeira vez na partida por cima do adversário? Foi claramente um erro, reconhecido pelo treinador. Mas o que me chateia é chegar aqui no dia seguinte ao jogo e começar e descobrir que afinal no Sporting ninguém se aproveita, até o Moutinho já é banal um produto da imprensa. Para mim fica difícil ter uma discussão séria quando se chega a este ponto.

Infelizmente esta jornada europeia veio mais uma vez mostrar a realidade da competitividade do nosso futebol em termos de equipas. Sete jogos europeus e só duas vitórias, por sinal contra equipas de campeonatos que estão a nosso nível ( Fenerbache) ou muito abaixo (Artemedia) o resto derrotas e um honroso empate do Setúbal. Curiosamente as derrotas contra equipas que disputam os mais importantes campeonatos do Mundo: Inglaterra ( Portsmouth), Espanha ( Barcelona e Valência), Itália ( Nápoles).

Para clubes fora destes campeonatos brilharem na Europa, é preciso uma conjugação excepcional de factores, por alguma razão equipas, por exemplo, do campeonato Francês ou Alemão que tem uma capacidade de investimento muito maior que a nossa também não chegam lá, Lyon e Bayern Munique são a prova viva do que acabo de afirmar. E isto não é resignação ou falta de ambição, é realismo. Eu sempre apreendi que se nos queremos superar, primeiro temos que conhecer a realidade que nos rodeia, sem mentiras ou vaidades.

Regressando ao Sporting, por muito que custe é preciso por vezes recordar isto, em 25 anos ganhou-se dois campeonatos, foi preciso esperar 50 anos para se estar novamente numa final europeia (que infelizmente perdemos), foi com PB que conseguimos a primeira vitoria fora Liga dos Campeões , isto não são registos de um clube habituado a vencer. Custa escrever isto mas é a nossa realidade.

Por isso quando se desdenha o facto de com PB se ter ganho duas Supertaças e duas Taças de Portugal e ter conseguido a qualificação directa para a LC por 3 vezes consecutivas eu fico espantado. Como fico espantado quando se tecem loas ao facto de antes “é que éramos grandes na Europa.” Antes quando? No tempo dos cinco violinos? Porque depois disso, eu lembro-me das humilhações com equipas poderosas como Grasshopers, Vikings, Casino Salzburgo, Gessabirliçi, etc…

Dou valor ao trabalho feito, dou valor à aposta na continuidade e na tentativa de mudar o velho hábito de despedir o treinador, porque era a saída mais fácil que os dirigentes tinham para salvar a pele.

O Nicolau Santos, faz o seu papel de adepto, critica ou aplaude conforme dita a sua consciência, mas é a prova de que toda a gente acha que sabe de futebol, e acha que sabe mais do que os profissionais que lá estão dentro e viveram toda uma vida nessa actividade. O que seria se o PB ou outro treinador, escreve-se um artigo a opinar sobre a forma como o Nicolau Santos, exerce as suas funções no Expresso? Certamente achariam que estava maluco. Mas um jornalista de que de futebol sabe o mesmo que nós, opinar sobre o trabalho de um treinador já é normal.

O futebol é o desporto-rei, todos sabemos alguma coisa, todos opinamos e todos achamos que temos a verdade. Temos no entanto a felicidade de não termos de provar nada. A minha substituição e o meu onze ideal nunca terão de ir para o campo provar alguma coisa, por isso estou tranquilo e tenho a razão sempre do meu lado.

A substituição do PB e o seu onze são testados de oito em oito dias, e como ele não é infalível às vezes falha. Para meu
contentamento são mais as vezes que acerta do que as que falha e não tenho duvida que no futuro essa relação ser-lhe-á cada vez mais favorável.

Termino dizendo o seguinte, o drama não é o jogo com o Barcelona. Primeiro vamos apreender a ganhar aos Trofenses, Bragas e Nacionais desta vida, vamos ser fortes cá dentro. Depois ,talvez um dia, conseguiremos o ser também lá fora.

:arrow: :arrow:

Não o teria conseguido dizer melhor.

Muito bem dito. :arrow:

Excelente topico, ja nem ha muito mais acrescentar depois dos ultimos posts.

Mas é verdade, até apostava que os topicos de jogos que perdemos sao sempre maiores que aqueles
que ganhamos.

Eu não aposto contra ti, porque ganhas a aposta, de caras! :lol:

Enfim, só gente feliz com a atitude revelada em Barcelona.
Continuem!

Subscrevo o post do Toca, que disse praticamente tudo. Apenas acrescento isto:

Provavelmente nem te apercebeste, mas apesar de fazeres a ressalva de que o futebol não é uma ciência oculta, acabas por embarcar na ideia contrária, sendo sintomático disso mesmo a dupla referência que fazes à profissão do colunista. Porque ao contrário do que insinuas, o facto de ele ser economista e não outra coisa qualquer, não faz dele um adepto “como todos nós”: não sabes há quanto tempo ele acompanha futebol nem os conhecimentos que tem e não podes tirar nenhuma conclusão a esse respeito do que ele escreveu. Mas faze-lo, baseando-te meramente no facto de ele ser economista.

De resto, os economistas - e atenção, que estou a falar de economistas e não de gestores da treta como os que circulam pelo EVA - mesmo nunca tendo dado um toque numa bola, têm uma formação e qualificação que se calhar lhes permite dar bitaites com mais fundamento do que os tais “adeptos como todos nós”. E um bom exemplo disso é o trabalho que podes ver em anexo, feito precisamente por uma economista.


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