A internacionalização do plantel do SCP / o ocaso do jogador português

Se bem que o termo internacionalização não tenha uma conotação negativa ou positiva à 1.ª vista, pode, consoante a conjuntura e as circunstâncias, os ciclos ou fases, ser interpretada de formas distintas. Neste caso, aplicado ao futebol do Sporting e à sua estrutura do plantel principal de futebolistas profissionais, levanta algumas questões ou pelo menos dá que pensar.

Desde logo porque o modelo defendido até à bem pouco tempo era a aposta na formação de futebolistas da casa, nas escolas do Sporting, que apostou bastante na criação de uma Academia que pudesse melhorar as condições da já prestigiada “cantera” (não gosto do estrangeirismo, mas à falta de outra expressão tão habitual e elucidativa, lá terá de ser). A aposta era também, a nível não só de formação, como de futebol profissional, a aposta no jogador português, e o Sporting orgulhava-se de, num sistema tão agreste para o jogador nacional (como na generalidade da sociedade portuguesa actual, onde só o que vem de fora e nos é imposto de círculos extra-fronteiriços é que é bom e tem valor e é válido), ser o único Clube de grande dimensão que fazia a defesa e a promoção desse jogador. Havia não só uma habitual maioria de jogadores portugueses na equipa principal, como penso que também no plantel.

Por vezes dizia-se que um dos principais motivos para isso era a desorçamentação do futebol do Sporting e da falta de recursos para investir, além de uma mais racional e menos onerosa e arriscada gestão de recursos humanos e financeiros. Esse factor também deve ter o seu peso na avaliação da política para o futebol seguida até então, se bem que a formação e a promoção dos jovens atletas nacionais seja um traço característico e transversal a quase todo o Clube, nas suas várias valências e modalidades desportivas.

  Mas de repente, de uma época para outra, tudo mudou. Com esta direcção e estrutura de futebol, aparentemente, numa época, tudo mudou. O dinheiro parece abundar - só pode, com tanta reestruturação financeira, [i]project finances[/i], fundos, investimento angolano, parcerias, antecipação de receitas, empréstimos obrigacionistas, etc, só tem que haver investimento no plantel, não esbanjamento, mas investimento sério e aposta no sucesso a curto prazo do Sporting. Porque o Sporting tem obrigação de ser Campeão todos os anos, mas nestes próximos mais do que nunca, dada a nova estrutura totalmente feita à medida da nova direcção empossada, com um treinador escolhido a dedo, com tudo feito ao seu critério. Mesmo assim há que convir que ainda estamos aquém no que toca a ter um plantel completo, fechado e suficientemente apetrechado e capaz. Alguns passos foram bem dados, outros deixam muito a desejar. Há um novo ciclo que tem de começar e ser sustentado, ter solidez mas ao mesmo tempo ter capacidade de adaptação, de melhoramento, de evolução e rentabilização. Joga-se muito, nos próximos tempos. E muito há que definir.

O Sporting já contratou “uma nova equipa”, hipérbole que se aplica relativamente ao número de aquisições feitas (cerca de 11 jogadores, todos eles estrangeiros), o que necessariamente implica a saída de outros tantos, pelo menos, aproximadamente. O que é facto é que saíram ainda mais alguns e outros serão emprestados. E dos que saíram, há alguns portugueses, além de que os júniores aparentemente ficaram (ficarão ?) tapados no plantel: Cédric, Wilson Eduardo, para citar bons exemplos, mas há mais 2 ou 3 que até estão a trabalhar no arranque de época na Academia, mas que vou preservar a estas andanças, além de que alguns séniores já formados vão ser dispensados ou cedidos por empréstimo (Salomão - apesar de não ser das escolas, é aposta no jogador português, Saleiro, mais 2 bons exemplos). Além disso há séniores de carreira feita que também vão sair, uns por não se terem imposto no Sporting, outros por algumas limitações que apresentam e problemas com lesões ou falta de forma, além de outros motivos. Falo de Maniche, Caneira (nada a obstar, não é por serem portugueses que têm lugar no plantel) Pedro Mendes (parece que não fica, para renovação do plantel e porque as exigências competitivas talvez sejam demasiado elevadas para um jogador que tem tido algumas lesões impeditivas). Fora jogadores que têm rodado, são da formação, e mais uma vez não terão lugar no plantel, para que venham estrangeiros mais novos, menos adaptados e rotinados ao nosso futebol, de reduzida experiência. Falo de Adrien, Pereirinha, e mais exemplos poderia dar. É muito jogador português, de todas as idades, perfis e posições, dos júniores aos veteranos, de principiantes a “finalistas”, no plantel, emprestados ou recém-adquiridos ou formados, a ficar fora das contas. E são aproximadamente 11 os novos jogadores, todos estrangeiros, que entram.

Também é verdade que parece que vão sair vários jogadores estrangeiros, porém, não sairão certamente 11, directamente do actual plantel.

A “internacionalização” ou “estrangeirismo” do novo SCP faz-se com uma mescla de jogadores de potencial elevado, muito novos e promissores, mas inexperientes e que terão de se adaptar, com jogadores mais experientes e evoluídos, já maturados, que poderão dar um bom contributo. Todos, excepto Rodríguez e Luís Aguiar, vindos de Braga, ingressam pela 1.ª vez no futebol português. Muitas questões se levantam, há muito para (re)pensar.

Conseguirá a “nova equipa contratada”, o reforço que representa a “guarnição estrangeira”, harmonizar-se a curto médio e longo prazo com a essência formadora e de promoção, traço da cultura desportiva do Sporting? Ou este é o primeiro passo para inverter essa tradição e esse carácter ímpar em Portugal?

Será que estamos a assistir à construção e fortalecimento de um Sporting Clube de Portugal mais dominador, mais audaz, mais vencedor, que honre os pergaminhos do Clube, como grande Clube Português, Europeu e Mundial, ou pelo contrário, se prepara uma nova “machadada” no tronco da estrutura desportiva e futebolística do Sporting?

Estamos perante a desvalorização interna e o abandono do trabalho desenvolvido pela Academia, ou estaremos perante uma fase transitória de readaptação da equipa?

Estamos a garantir o futuro ao jogador português e formado na Academia Sporting, ao mesmo tempo que garantimos o futuro do SCP e a sua competitividade e capacidade, ou estaremos a formá-los para depois os dispensar, para que outros os aproveitem, continuando a delapidação desportiva, financeira e patrimonial do Clube que dura à várias épocas e tem responsáveis identificados?

A Academia é encarada como lugar por excelência da formação e promoção leonina do jogador português, da cultura e tradição Sportinguista, de reforço do Clube e do seu papel na sociedade e no desporto, ou agora é um activo imobiliário a trespassar, à primeira oportunidade, como foi outro património imobiliário que era do Clube e foi alienado, mesmo no âmago do Reino do Leão, ao Estádio José Alvalade?

bom, e oportuno, tema.

não tou com muito tempo agora vou só lançar mais umas achas.

vou-me situar: uma das situações que me causam mais tristeza é ver esta descaracterização da equipa
do sporting. não sou fã do futebol moderno e desta suposta globalização que, no fundo, se trata
apenas do que chamo de capitalismo futebolista.

julgo que este é motivado por uma vontade de ter sucesso imediato e de possivelmente agradar desta
forma a adeptos descontentes. mas isto assim não ganha quem forma melhor, quem tem melhor estrutura,
ganha quem compra melhor, portanto, quem tem mais papel. o que conta é ter dinheiro.

não concebo que se ponha a rodar jogadores formados na nossa academia e depois se vá buscar outros
sul-americanos, ainda mais novos, para o plantel principal. compreendo que clubes sul-americanos,
grandes exportadores de jogadores principalmente para a europa, tenham necessidade de ter plantéis e
titulares cada vez mais jovens, e que estes jogadores ganhem assim maturidade competitiva mais cedo
que os europeus.

mas para jogadores como rinaudo (p.ex., só para citar um recente, não tenho nada contra ele) vestir
a camisola do sporting, a dos lampiões ou a dos tripeiros, é exactamente igual. e, para mim, olhar
para uma equipa do sporting, com nove jogadores estrangeiros por exemplo, enfim ver depois os
sul-americanos do benfica e os do porto… estamos a copiá-los outra vez? é uma fórmula de sucesso
e, como o que importa é ganhar, queremos fazer igual, à custa da nossa personalidade?

de facto, quem sofre com isto é o jogador português e, em ultima instância, a selecção nacional.

… só uma questão que me parece relevante… e para o jogador “português” qual é a diferença entre as camisolas?

Perguntem ao Moneytinho; ao Bêbado Martins; ao Simão ■■■■■■ e outros que tais…

O Sporting era o último bastião do jogador portugues, e para ser honesto nunca ganhamos nada com isso, isso nunca foi devidamente reconhecido. A nossa história esta cheia de estrangeiros que sentiam a camisola muito mais so que os meninos da academia, basta comparar Acosta, Iordanov, André Cruz, Balakov e tantos outros com simão, futre, moutinho e por ai fora e peço ja desculpa aos primeiros pela comparação.

Para mim o Sporting até pode jogar com 11 iranianos ou islandeses, se sentirem e honrarem a camisola e respeitarem os sócios por mim tudo bem.

Já tive uma opinião diferente e achava que a aposta ideal seria uma equipa de jogadores Portugueses ou tendencialmente só de Portugueses, no entanto parece-me que tal desígnio não se coaduna com os objectivos que o Sporting tem necessariamente que ter, quando estamos perante uma revolução deste género é impossível ter uma equipa competitiva com jogadores Portugueses, a aposta tem que ser no estrangeiro e agrada-me que não se aposte somente na América do Sul, contratar jogadores Europeus, neste caso na Holanda, revela uma visão diferente do habitual e vai no sentido que acho ser o melhor para o Sporting, uma equipa formadora mas que tem que contar com um 11 base experiente, competitivo e minimamente identificado com o futebol Europeu, a aposta nos estrangeiros mais jovens é uma boa opção e pode servir para mostrar aos miúdos da Academia que se querem chegar a seniores tem que dar o litro! :arrow:

É pena para Portugal e para o desporto português que cada vez menos se aposte nos jogadores portugueses. Mas sinceramente estou-me nas tintas. Se trazer mais estrangeiros é do interesse do Sporting, então siga a marinha. Preocupa-me mais a qualidade dos nossos jogadores do que a sua nacionalidade.

Sporting >>> Portugal :slight_smile:

Tal como não me interessa se são negros, brancos ou amarelos… Não me interessa se são Argentinos, Brasileiros ou Portugueses. Quero é ver o Sporting a ganhar com jogadores que respeitem e honrem a nossa camisola.

Acho que há que distinguir dois níveis, um estrutural e outro conjuntural.

A nível conjuntural, é preciso ver que o plantel herdado pelo Domingos era um dos piores da história do clube. Era impossível voltar a construir uma equipa minimamente competitiva em tão pouco tempo recorrendo apenas ao mercado nacional e à cantera. Quão competitiva ela é, só poderemos ver mais à frente; mas que o plantel é neste momento bastante superior ao do ano passado, isso parece-me incontestável.

Isto leva-nos ao nível estrutural. O plantel de 2010/11 era, de facto, um dos piores de que há memória. Mas foi apenas o culminar de um declínio de qualidade que se sentia desde 2005. Esse declínio comprova que um certo modo de pensar a relação entre a equipa principal e a Academia falhou e que seria cegueira insistir nele.

Estes últimos 5-6 anos demonstraram que um clube de topo como o Sporting não pode permanecer competitivo hoje em dia dependendo apenas ou sequer principalmente de jogadores da cantera. Esta ideia - que também serviu para camuflar a incompetência ao nível financeiro e do mercado de transferências nos mandatos de Franco e JEB - acabou por gerar vários efeitos perversos:

  • A ideia de que basta um jogador vir das escolas para ter direito a um lugar no plantel. Enraizou-se a ideia de que entre um jogador das escolas mediano e um jogador de fora mediano, se devia optar pelo primeiro - quando a resposta é que, perante dois jogadores medianos, se deve procurar um terceiro que seja melhor, independentemente de onde ele venha!

  • A inibição do desenvolvimento dos jogadores que acediam ao plantel. Perante o declínio de qualidade do plantel, mesmo os melhores jogadores que vinham da cantera tendiam a estagnar, puxados para baixo pela falta de qualidade dos que o rodeavam.

  • O abandono do mercado nacional, que é também contribuiu para a perda de influência do Sporting nos bastidores do futebol português. Quando se tentou regressar a este mercado após anos de negligência, os resultados oscilaram entre a capacidade negocial nula - com pagamentos pela cláusula de rescisão por João Pereira ou Evaldo, p.ex. - e a humilhação pura e simples - como no caso Ruben Micael.

Não estou a defender que se passe de 80 para o 8. Apenas que já era tempo de se expectativas mais realistas sobre a cantera. No fundo, é apenas fazer as contas. Por um lado, não é expectável que a Academia produza todos os anos mais do que um jogador com qualidade para integrar o plantel de uma equipa candidata ao título - e alguns haverá em que não produzirá nenhum. Por outro, e dada a posição semi-periférica da Liga Portuguesa no contexto do futebol europeu, não é expectável que se consiga segurar os nossos melhores valores durante mais do que 2-3 épocas. Logo, é matematicamente impossível ter uma equipa predominantemente composta por jogadores originários da cantera sem ter lá muita gente sem qualidade para jogar num candidato ao título.

@ dorian, mas também uma reflexão geral que o teu comentário proporcionou

Não ganhámos nada com isso por vários motivos: primeiro que tudo porque não temos defendido os nossos interesses no campo desportivo, a nível do futebol, e como tal não valorizamos desportivamente os jogadores nem conseguimos retirar mais deles do que ganhar algumas taças (falando dos tempos mais recentes), apesar de termos disputado alguns campeonatos, perdidos na última jornada ou muito perto do fim, e chegado a uma final europeia.

Pode-se dizer que a “nacionalização” da equipa do Sporting teve o seu culminar nas épocas mais recentes, anteriores a esta. Mas já antes disso, formámos grandes jogadores que mais uma vez não soubemos blindar e que vieram a tornar-se os melhores do mundo. Foram poucos aqueles que foram campeões com a nossa camisola, falando nos maiores expoentes da formação. Os 2 Bolas de Ouro que formámos, por exemplo, não o foram, e podiam perfeitamente tê-lo sido. Ainda hoje não sabemos blindar, proteger, motivar e apoiar os nossos jogadores mais valiosos vindos da formação. Temos o exemplo recente de um que foi vendido directamente a um rival directo que tanto nos tem prejudicado época após época, prosperando e enriquecendo muito à custa disso enquanto nós vamos tendo tantos problemas e dificuldades, apoiados num sistema corrompido, falido e adulterado. A preços de saldo. Por menos de metade da cláusula. Com um jogador deles em troca que pouca valia acrescentava ao Sporting, e lá era 4.ª ou 5.ª opção mas aqui foi logo titular indiscutível.

Falando disso, não esquecer as estruturas para o futebol que têm sido montadas, e os treinadores que têm sido escolhidos para orientar os jogadores, que depois acabam por ser quem paga na pele tamanha displicência, inconsequência e mesmo dolo. São mercadorias, não homens, atletas, artistas e profissionais. Chegam os Cristianos desta vida e só para se justificar estes contratos, são logo titulares. Mas o Saleiro não serve e é para entrar nos descontos, para queimar tempo (e o jogador).

Com esta lógica, o jogador português é apenas e só a “marioneta” nas mãos de quem mexe os cordelinhos, e a almofada de impacto de toda e qualquer perturbação, convulsão ou problema, o bode expiatório. Serve para tudo: para gabar a política de defesa do jogador nacional e a aposta nele, que é económico, racional e proveitoso, mas também para dizer que é insuficiente, que não ganha títulos, que fica aquém dos sul-americanos, africanos, e outros europeus que vão buscar (sendo que o mercado asiático está a começar a ser explorado).

Finalmente, as comissões disciplinares, os patrocinadores, os árbitros, os autores dos regulamentos, com a sua hipocrisia, quais Platinis e Blatters, têm muita responsabilidade nisto, além do mercantilismo exacerbado e exagerado do futebol moderno. Protege-se a vedeta estrangeira, o “zé-ninguém” português leva logo por tabela e paga a factura com juros. Se responde, fica marcado, se fala demais nas flash-interviews ou conferências de imprensa encosta, leva castigo. Respira, joga mais duro - é castigado. A vedeta dos clubes do sistema é sempre protegida, faça o que fizer, mesmo que se tenha de alterar as leis e regras do jogo num segundo, ou fazer vista grossa. O cúmulo é que há treinadores que por vezes dizem que os melhores têm de ser mais protegidos e defendidos pelas arbitragens, quando nada disso vem expresso nos regulamentos, que são iguais para todos, universais e impessoais.

Mesmo a nível de comunicação social essa discriminação acontece. É a todos os níveis, e até nos próprios adeptos e sócios, como vemos por aqui em tópicos como o dos devaneios (e fetiches do FM, entre vários ouitros)…

Como pode um jogador desprotegido, mal apoiado, por vezes sem formação escolar, sem um crescimento acompanhado, nas mãos de todos estes interesses e com todos estes handicaps, conseguir afirmar-se se é chutado para o lado à primeira oportunidade para que um sul-americano que faz uns dribles e tem um estilo cool tenha à força, por variados motivos e interesses alheios ao futebol praticado e demonstrado, que singrar no seu lugar e beneficiar de prioridade?

Ao menos que negociassem em proi dos Clubes, mas nem isso, por vezes é só para encher o bolso a comissionistas, empresários, directores de futebol, técnicos, investidores privados e seus fundos, contas em offshores (que parece que escapam, e passam. como sempre, ao lado da crise e dos sacrifícios que os mais pobres, desprotegidos e necessitados, e mesmo a classe média, têm de enfrentar.

Saudações Leoninas

Sendo uma questão importante de discutir, a verdade é que se o Sporting ganhar o campeonato este ano, ninguém se vai chatear muito com o numero de estrangeiros que temos na equipa. Enquanto a Liga não colocar limites ao numero de jogadores não nacionais nos planteis a nossa liga está condenada a ser anualmente invadida por sul-americanos e africanos. Quem sofre com isso é a nossa selecção que a cada ano que passa vai sendo mais fraca. E nem com nacionalizações melhora…

É também um sinal para os que dão o litro, de que tal não vale a pena e mais vale deixar a bola rolar até ao fim do contrato . . .

Também me parece que se é necessária essa medida para motivar os jovens jogadores a dar o litro, muito mal vai a formação.

Eu não tenho nada contra a aposta em jovens estrangeiros, para posições em que os jogadores que saem da nossa formação não apresentam qualidade suficiente.

Mas acho estranho que se contratem jogadores para posições onde temos jovens promessas que assim ficam tapadas! Os casos de lateral direito e esquerdo são bons exemplos disso! O facto de os nossos jogadores de 18 anos serem sistematicamente colocados noutros clubes e serem contratados jogadores com a mesma idade com entrada directa no plantel é outro factor de potencial desmoralização dos jogadores da casa!

Também me parece que o objectivo anunciado pelo GL de que nos próximos anos quer reduzir a zero os custos com jogadores emprestados é mais um sintoma de que os próximos tempos são de desinvestimento na formação, e de que as prioridades serão o fast-food sul americano e o mercado de usados europeu . . . :inde:

Eu acredito sinceramente de que é possível ter uma equipa competitiva com base em jogadores da formação, mas esse nunca pode ser um objectivo em si mesmo!

Como escrevi atrás, existem sempre posições em que os jogadores da formação não estão no ponto para entrar na equipa, seja por falta de qualidade, seja por falta de maturidade. Existem também oportunidades de negócio, detectadas pelo scouting, e que devem ser aproveitadas.

Depois existe o complemento à base da formação, que deve ser constituído por jogadores, portugueses ou não, com experiência e capacidade de liderança, que possam servir de referência aos mais jovens. Mas não podem ser pré-reformados que nem tenham possibilidade de discutir a titularidade com os jovens! Têm que ser jogadores competitivos que mostrem aos jovens que não sabem tudo e têm que lutar para ser alguém.

Finalmente existem as chamadas trutas. Um ou dois jogadores que tragam valor acrescentado imediato e capazes de ‘vender camisolas’.

para o jogador que é português (julgo não ser preciso aspas), há uma boa probabilidade de ser de um desses três clubes. agora se é ganancioso, ressabiado ou tem outro problema qualquer, isso já é outra questão.

também há gajos como o manel fernandes, como o benedito, etc.

:arrow: exactamente

Acho que a internacionalização em si, não é um problema.

O problema é quando a mesma afecta directamente a evolução de jovens talentos vindos da Academia.

Eu acho que independemente da nacionalidade, o SCP deve ter um 11 sólido e que proporcione estabilidade e uma melhor integração dos nossos jovens valores. Eles são e serão o nosso futuro.

Agora, eu gostava de saber como funcionam os fundos com que fomos buscar Rubio, Arias, Carrillo, e outros. Será que eles deixam o SCP dispensar o Carrillo caso o W.Eduardo prove ser melhor e caso Bruma ou Iuri sejam integrados com a idade do CR? Será que deixam que Arias perca o lugar para Cédric e J.Gonçalves? Ou que Rinaudo acabe por perder lugar para A.Santos e Adrien? Que Rubio perca para o Betinho?

Os nossos jovens continuam a ser dos mais talentosos do mundo. Muitos deles não dão nada por uma simples razão:

Esses são para aproveitar! :wink:

Discordo, bigfoot. A minha preocupação não é que as “jovens promessas” fiquem tapadas. A minha preocupação é chegar a Dezembro a precisar de virar um jogo crítico que está a correr mal – e olhar para o banco e ver lá o Pereirinha, o Adrien, o Saleiro e o Djaló. Porque diabo um clube candidato ao título há-de meter todas as fichas numa “jovem promessa” (que pode não passar disso) só porque ela vem das escolas do clube? Para quê limitar-se assim? O que acontece se a promessa não se cumpre? Vamos em Janeiro em pânico contratar um jogador?

Nota que eu acho importantíssimo o acompanhamento aos jogadores jovens – e por isso sou a favor de uma equipa B, do cuidado extremo nos empréstimos e da manutenção de contactos com o jogador mesmo depois de os contratos cessarem. Além da responsabilidade moral do clube, um jogador pode não ter lugar num grande aos 22 anos, mas fazer uma carreira interessante que justifique uma nova contratação mais tarde (lembro-me sempre do Tonel).

Mas não é fazendo crer aos jovens que têm direito a um lugar no plantel só porque vêm das escolas que se chega a algum lado. Só os melhores entre os melhores é que têm lugar no plantel principal do Sporting Clube de Portugal. Esta deve ser a regra de ouro para todos – jogadores, treinadores e dirigentes. Quebrá-la (entre outras coisas pelo desinvestimento combinado com o louvar de parolices como o “título” de “equipa com mais jogadores portugueses”) é que nos levou onde estamos hoje.

Mais uma vez, discordo. O complemento – importante, mas complemento na mesma – são os jovens da formação, não os outros. Olha para a última equipa que foi campeã pelo Sporting. Babb, Beto, André Cruz, Rui Jorge, Pedro Barbosa, Paulo Bento, João Pinto e Jardel foram o seu esteio. Destes apenas Beto tinha vindo das escolas do clube. O que os unia era a qualidade como jogadores, não o sítio de onde vinham. Foi nestas condições que Quaresma ou Viana puderam brilhar. O seu contributo foi importante em vários jogos, mas poucos diriam que foram os jogadores-chave desse ano.

O que teria acontecido se, em vez daquele esqueleto tivéssemos pedido ao Quaresma e ao Viana para liderarem uma mescla de jovens de menor qualidade e de jogadores de segunda ou terceira linha que não os ofuscassem – como foi a estratégia de Soares Franco depois de 2005? Provavelmente menos um título de campeão no palmarés do clube.

E o mesmo exercício se pode fazer para a equipa que ganhou em 2000 ou para a que chegou à final da Taça UEFA de 2005 (provavelmente a última grande equipa do Sporting até ao momento).

Quantos “alunos” tem a academia entre todos os escalões somados?

Quaresma e Viana, foram lançados numa grande equipa, e concordo perfeitamente isso permitiu com que dessem nas vistas.
A formação tem sido enganadora no clube ultimamente, o clube tem formado, porque lhe fica mais barato. Não concordo nada com a ideia de que os jogadores estrangeiros tiram o lugar aos portugueses, um bom jogador é um bom jogador se tiver que ter lugar na equipa, tem lugar.

Que se siga o exemplo do barça, comprem craques e o resto da equipa complementa-se com jovens da cantera. Depois chegará a altura em que os jovens da cantera serão tão bons ou melhores que os craques estrangeiros e serão eles a passar o testemunho aos mais jovens.

Acreditem que me estou a c… borrifar para as Selecções Nacionais. A FPF ou a Gestifute que os forme para esse efeito!

Mas este assunto interessa-me porque também eu defendo a existência de um número considerável de jogadores portugueses no nosso plantel. E a vassourada que está a ser feita inviabiliza isto, tem-se verificado um aumento brutal no número de estrangeiros e os portugueses serão, a partir desta época, uma clara minoria dentro do plantel.

Não gosto dessa situação mas, a curto prazo, entendo-a. O Sporting precisava de um corte com o passado, um choque no seu plantel e é isso que está a ser feito. Posso considerar que é bem ou mal feito mas não posso negar que o estão a fazer, como era necessário. E, nesse sentido, como já alguém disse, era quase impossível fazer este corte com o passado recorrendo apenas ao mercado nacional.

Eu compreendo que nesta época o número de portugueses seja uma minoria dentro do plantel. Mas espero que, a partir da próxima, este número comece a aumentar novamente. Até pelos jogadores que o Sporting tem emprestados que considero que podem voltar ao plantel a médio prazo (como Salomão, Nuno Reis, Wilson Eduardo ou Adrien Silva, por exemplo). Mas também espero que o Sporting esteja atento ao mercado de jogadores portugueses porque existem, e continuarão a existir, jogadores nacionais com capacidade para integrar o nosso plantel, mesmo que não sejam estrelas. Claro que aceito que o Sporting contrate portugueses como estrelas (ouviste, Quaresma? :mrgreen:) mas também há jogadores que se vão destacando em equipas médias do nosso campeonato que considero que poderão ter utilidade para formar plantel no Sporting. Assim de repente, lembro-me de um que está actualmente no nosso campeonato. Mas existirão outros, por mais que anualmente se verifique a chegada de contentores de sul-americanos.