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A Presidência de Jorge Gonçalves foi curta e muito tumultuosa, pois a sua vitória nas eleições de Junho de 1988, significou uma rotura total com o passado, assentando essencialmente num grande apoio popular, resultante de uma natural vontade de mudar, numa altura em que o futebol do Sporting se começava a atrasar em relação aos seus dois maiores rivais, que viviam momentos de grande pujança.

Jorge Gonçalves ao hostilizar as elites que sempre tinham dirigido o Sporting, provocou uma irremediável cisão no Clube, e quando a sua aposta na construção de uma grande equipa de futebol, falhou, principalmente devido à falta de sustentabilidade financeira do seu projecto, verificou que estava praticamente sozinho, sem ninguém para amparar uma queda inevitável.

A 17 de Outubro de 1988 realizou-se uma dramática Assembleia-geral, que foi interrompida depois da intervenção da Policia para pôr termo aos insultos e agressões entre sócios leoninos, com a facção de João Rocha a ser particularmente visada pelos apoiantes da Direcção. Esta reunião magna seria retomada no dia 18 de Fevereiro de 1989, altura em que finalmente foram aprovadas as alterações estatutárias, que reduziram substancialmente os poderes do Conselho Leonino, mas que mais uma vez não chegou ao fim.

Entretanto os problemas avolumavam-se e as demissões sucediam-se, numa altura em que já não havia dinheiro para nada, até que no dia 17 de Abril, o Conselho Fiscal e Disciplinar, apresentou a sua demissão colectiva, acusando a Direcção de "actos de gestão considerados pouco claros, anómalos, ou mesmo danosos para os interesses do Clube".

Nessa mesma altura o Presidente da Mesa da Assembleia Geral, Sérgio Abrantes Mendes, convidou Jorge Gonçalves e a sua Direcção a demitirem-se, por não terem condições para o cumprimento do seu mandato, considerando "um falhanço total" o projecto de mudança iniciado em Junho de 1988, ao mesmo tempo que dava por encerrada a Assembleia Geral já duas vezes anteriormente interrompida, e aceitava o pedido de demissão do Conselho Fiscal, prometendo iniciar contactos no sentido de se encontrar uma solução transitória, até à realização de novas eleições.

Jorge Gonçalves que nessa altura estava na Holanda à procura de financiamento, respondeu que se encontrava naquele país a tentar abrir as portas que se tinham fechado em Portugal, queixando-se de ter sido abandonado por todos, mas manifestando ainda acreditar na sua capacidade de dar a volta por cima.

No dia 16 de Maio aconteceu o inevitável, a Direcção e a Mesa da Assembleia-Geral apresentaram os seus pedidos de demissão colectiva, ficando determinado que todos se mantinham em funções para efeitos de meros actos de gestão da vida corrente do Clube, até à realização de novas eleições que foram marcadas para o dia 23 de Junho.

To-mane 12h15min de 7 de Outubro de 2011 (WEST)