Vamos lá a animar as hostes

Hoje, apontamos o dedo à aliança promovida com o porto e abominamos a ideia de uma aliança com a orcalhada, mas sem uma intervenção governamental, não vejo outra alternativa para a solução deste imbróglio, por muito que nos custe e por muitos riscos que se corram.

De uma coisa estou convicto, se há clube que tem lutado pela mudança do actual ‘status quo’ do nosso futebol, esse clube é o SCP e seus dirigentes, este mérito ninguém lhes pode tirar.
Hoje constata-se que os métodos não foram os mais eficazes, mas a verdade é que o assunto é complicado, mas diz o povo 'água mole em pedra dura…"


Também há já bastante tempo que acho que só uma intervenção do governo poderá por ordem no futebol. Não se pode esperar que a medida mais urgente (redução para 10 ou 12 clubes, 10 na minha opinião) venha a ser votada pelos mesmos dirigentes que, em resultado dela, perderiam o direito a pavonear-se nos jornais como presidentes de clubes de primeira.

O futebol é um mercado, tem uma relevância social ímpar e um impacto económico muito apreciável. Nesse sentido, deve ser regulamentado como tantos outros mercados o são. Mas quando um ministro recebe dirigentes de um clube e se dispõe a assistir a um DVD com erros de arbitragem, tenho que concluir que não há esperança para os adeptos do futebol bem jogado e organizado.

Quanto à luta do Sporting, penso que de facto ela é sincera e genuína. O problema tem sido a forma. O Sporting não tem sabido resistir aos recorrentes cantos de sereia do PC (como se fosse possível reformar alguma coisa no mesmo barco que ele), enveredou por manobras folclóricas como o “luto”, aproximou-se dos lamps aparentemente na sequência de um momento emocional (morte do Feher), quando apenas duas semanas antes eles não eram sequer considerados civilizados. Pior que tudo, através do presidente DC e do seu discurso do sistema (usado tanto para fins de verdadeiro alerta como de simples branqueamento desportivo), o Sporting desbaratou um grande capital junto da opinião pública, que se revê nas críticas de fundo mas não confere credibilidade ao que parecem ser simples desculpas de mau pagador.

Mais do que alertas casuísticos sobre erros de arbitragem, mais do que insinuações cabalísticas na Bola Quadrada, gostava de ver o Sporting movimentar-se em três vectores:

  • Batendo-se contra a projectada redução para 16 clubes, que não é mais que uma medida cosmética e de damage control, que faz perder duas receitas em casa sem acrescentar coisa nenhuma;

  • Apresentando um projecto concreto quanto à profissionalização dos árbitros;

  • Pugnando pela introdução, mesmo que a nível experimental (como já aconteceu noutras competições), de meios tecnológicos de auxílio à arbitragem.

A passagem de um clube português para uma liga estrangeira é algo exequível de acordo com as leis do futebol internacional?