Pouco dado às lides carnavalescas, à folia do gelado Carnaval de Torres Vedras ou do chuvoso desfile do Carnaval de Ovar, dei comigo a pensar na escolha de treinador da candidatura de Dias Ferreira. De uma coisa estou certo: subiu a fasquia de qualidade pressionando os demais candidatos a esforçarem-se mais do que telefonar a um Paulo Sérgio, Carlos Carvalhal ou Carlos Azenha do nosso burgo. Por si só, é um facto de enaltecer. Isto se os outros candidatos não entrarem em loucuras e hipotecarem o bom senso só para não ficar atrás.
Depois de uma fase de euforia com o anúncio do nome de Frank Rijkaard, fui pesquisar o que tem sido a sua carreira como treinador. E o que descobri foi bem menos positivo do que esperava encontrar.
Pelo lado positivo, venceu duas ligas espanholas e uma liga dos campeões, colocando-o num lote restrito de individualidades que conseguiram estas conquistas. Da sua passagem pelo Barcelona pouco mais me lembro, para além do lançamento das bases para a equipa maravilhosa que hoje amadureceu e da ideia de ter uma personalidade relativamente conflituosa com jogadores. Mas sejamos justos: teve um saldo francamente positivo.
O pré e pós Barça é que não me parece tão positivo. A carreira começou com uma descida de divisão na Holanda, com o Sparta, da qual sei muito pouco: a equipa seria assim tão mais fraca do que as mais fracas que não desceram? Não sei. Mas - e vou cair num lugar comum a roçar a demagogia, é certo - o Leiria também não era uma equipa de topo e andou pelo Top 6 quando o Mourinho lá esteve.
Mais recentemente, Frank Rijkaard esteve no Galatasaray, de onde foi despedido em Outubro. O Galatasaray terminou em 3º no ano passado e ia em 9º quando Rijkaard saiu (vai em 11º neste momento), conforme relato de um desencantado adepto do clube turco em http://galatasaray.theoffside.com/2010-2011-season/galatasaray-sack-frank-rijkaard.html:
We had an abysmal start this season. We were eliminated from the Europa League in the qualification round. We now sit at a lovely 9th place on the table, and just lost to the likes of Ankaragucu and Karabukspor.Rijkaard was brought in with high hopes. He led Barcelona to win the Champions League, and had experience with star players like Ronaldinho, Messi, and Eto. Taking Galatasaray to the top of the league with Milan Baros, Harry Kewell, Arda Turan and Elano Blumer shouldnt have been a problem.(…) Yet every game it seems like everyone on the pitch has no direction and plays with no heart. I was a fan of Rijkaard, but I havent seen him do anything spectacular with this team. We need someone who can wake this team up and motivate them to go out there and play their hearts out.
Não consegui deixar de comparar o que será este Galatasaray e o que é o nosso Sporting. Sim, a minha imaginação fervilhou com o romanticismo desta escolha: o jogador que nunca o foi volta para ser o treinador que poderá ser. Uns dias depois, a razão – sempre ela - deixou-me bocadinho mais desapaixonado em relação a Rijkaard. Mas, que diabo, é O Rijkaard!