Este tópico podia ser inserido na política nacional mas decidi abri-lo separadamente. E decidi faze-lo para denunciar uma situação que hoje faz capa no DN mas que já tinha conhecimento faz muito tempo e só os mais desatentos é que não têm conhecimento.
Obviamente que a mim é um assunto que me toca pois uma das pessoas da noticia seguindo é nem mais nem menos que a pessoa que mais me é próxima. Pessoa esta que contraiu a doença nos anos 80 por meio de uma transfusão de sangue não controlado, prática da altura.
Vivemos num país que prefere matar os seus, deixar aqueles que estão doentes morram, em vez de ajuda-los a ultrapassar aquilo que os vai debilitando.
Vivemos num país de merda!
Deixo uma simples questão e posteriormente a notícia: É humano deixarmos morrer a população portuguesa de modo a pouparmos alguns euros? Falamos de uma cura que foi aprovada para 80 doente que obtiveram uma autorização especial. Os restantes milhares de doente infectados ou arranjam uma autorização especial…ou morrem! É que isto a mim cheira-me a assassinato.
[quote=http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3817550&page=-1]
O bastonário da Ordem dos Médicos considerou hoje inaceitável que cerca de 80 doentes graves estejam à espera de um dos novos medicamentos contra a hepatite C e apelou aos médicos que informem a Ordem da situação.
O Diário de Notícias adianta, na sua edição de hoje, que há cerca de 80 doentes graves em todo o país que estão à espera há meses de um novo medicamento contra a hepatite C que tem uma taxa de cura de 90% e que foi aprovado na Europa a 17 de janeiro.
Em causa está o medicamento Sofosbuvir, cuja introdução em Portugal já foi aprovada, mas que ainda não tem concluído o estudo relativo à comparticipação concluído, o que obriga as unidades hospitalares a recorrer a pedidos de autorização excecionais (AE). Estes AE são feitos nos hospitais, mas têm que ser aceites também pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed).
Em declarações à agência Lusa, o bastonário da Ordem dos Médicos disse que a situação “não é normal, nem aceitável”, uma vez que a vida dos doentes está a ser posta em causa.
“Não sabia que estavam tantos doentes à espera da AE. Este medicamento quase que permite erradicar a hepatite C e há doentes que têm indicação para o fazer. Não se compreende que haja este desfasamento de resposta. Não se pode fazer veto de gaveta com a saúde das pessoas”, disse.
José Manuel Oliveira afirmou ser inaceitável atrasar o tratamento das pessoas quando existem medicamentos que as podem curar.
“O apelo que temos feito, e que reitero, é que os médicos enviem para a Ordem cópias dos pedidos de AE para que a Ordem possa interpelar o Infarmed, exigir uma resposta e fazer o acompanhamento da situação. Aos doentes que tenham indicação formal para tomar o medicamento não lhes pode ser negado tratamento”, frisou.
José Manuel Silva lembrou que, no final do ano passado, já tinha chamado a atenção para esta situação.
“A hepatite C mata por evolução para cirrose ou cancro do fígado e não se sabe quando é que faz essa passagem de uma doença crónica curável para uma doença irreversivelmente progressiva até à morte”, sublinhou, acrescentando que a taxa de cura com o novo medicamento é de 90%.
“Não sei quais são as negociações que estão a decorrer entre o ministério da Saúde e os laboratórios, nem de tenho de saber, mas não é aceitável esta demora na resposta a pedidos feitos, fundamentadamente, para doentes que precisam desta terapêutica, que já está a aprovada como terapêutica de primeira linha e com uma taxa de cura de 90%”, concluiu.
Os dados divulgados hoje no Diário de Notícias têm por base informação recolhida pela SOS hepatites.
Em dezembro, o bastonário da Ordem dos Médicos tinha avançado que havia doentes com hepatite C “condenados à morte” por ainda não ter sido autorizada a comparticipação de novos medicamentos para combater a doença.
No início do ano, o Infarmed revelou que tinha chegado a acordo com a indústria farmacêutica para a comparticipação do tratamento da hepatite C, depois de meses de negociação.