[b]EUA: Tiroteio em massa em torneio de videojogos em Jacksonville, na Flórida, faz vários mortos. Atirador morreu no local[/b]Várias pessoas morreram este domingo num tiroteio em massa durante um torneio de videojogos em Jacksonville, no nordeste da Flórida, de acordo com o departamento do xerife da cidade, que revelou esta noite que o atirador - um homem branco, ainda não identificado - agiu sozinho e morreu no local.
O xerife de Jacksonville, Mike Williams, confirmou em conferência de imprensa que o tiroteio em massa fez vários mortos e feridos, mas evitou, por enquanto, dar um balanço oficial. A única certeza dada por Williams foi que o suspeito “morreu na cena do crime” e que a Polícia não procura outro suspeito.
O suspeito “é um homem branco e ainda estamos a trabalhar para confirmar a sua identidade”, acrescentou.
O canal de notícias local News4Jax afirma, com base em fontes policiais anónimas, que quatro pessoas morreram e outras 9 ficaram feridas.
O tiroteio ocorreu no Jacksonville Landing, um centro comercial a céu aberto nas margens do rio Saint John, no centro da cidade de Jacksonville, onde estava a ser disputada uma prova de qualificação para um torneio de Madden 19, a nova versão do videojogo da liga de futebol americano (NFL).
O torneio valia um lugar para as finais em Las Vegas - com prémio de 25 mil dólares em cima da mesa - a serem disputadas no restaurante GHLF Game Bar.
De acordo com o LA Times, que cita um jogador identificado como Steven “Steveyj” Javaruski, o atirador seria um jogador que estava competindo no torneio e perdeu.
O xerife Williams confirmou que o ataque ocorreu no Jacksonville Landing, mas não deu mais detalhes, confirmando apenas que o local do crime já estava desobstruído.
Pouco antes, o seu gabinete utilizou a rede social Twitter para solicitar aos moradores de Jacksonville que se mantivessem longe da área e pedir às pessoas que estivessem escondidas a permanecerem abrigadas e ligarem para 911, o serviço de emergência nos Estados Unidos, para assim informar sobre a sua localização e aguardarem por ser resgatadas por membros da SWAT.
“Chocado e entristecido”
Num vídeo perturbador, aparentemente captado como parte de uma transmissão em streaming do site Twitch, são ouvidos vários disparos de uma arma de fogo, antes de a conexão cair. O site Twitch retirou o vídeo, mas este permanece disponível nas redes sociais.
“Esta é uma situação horrível e enviamos os nossos mais profundos pêsames a todos os envolvidos”, afirmou a EA Sports, empresa autora do Madden, em um comunicado.
Uma das equipas que participavam do torneio, a CompLexity Gaming, informou que o seu jogador, Young Drini, foi ferido de raspão numa das mãos.
“Obviamente que estamos chocados e entristecidos com os eventos desta tarde. O nosso jogador, Drini, foi atingido no polegar, mas ficará bem. Ele conseguiu escapar e correr até uma academia de ginástica nas proximidades”, disse o diretor da equipa, Jason Lake, à AFP.
“Nunca mais vou dar nada como certo. A vida pode ser interrompida num segundo”, escreveu o jogador na rede social Twitter.
Vários utilizadores de redes sociais, inclusive uma que se apresentou como sua mãe, informaram que o proeminente ‘gamer’ profissional conhecido como “oLARRY2K” tinha sido baleado no peito.
“Tenho sorte por estar vivo, sinto-me enjoado e ainda estou a tremer”, escreveu SirusTheVirus, que se identifica como um jogador profissional de Madden. “Não posso acreditar que uma bala atingiu a parede ao meu lado… Ver corpos no chão… É um pesadelo total”.
“Fui levado ao hospital”, escreveu outro jogador, DubDotDUBBY. “Uma bala passou de raspão na minha cabeça. Sinto-me bem, só tenho um arranhão na cabeça. Traumatizado e devastado”.
Epidemia nacional
Este é o episódio mais recente de uma série de atos de violência armada registados nos Estados Unidos, onde o porte de armas é constantemente discutido entre quem pede um controlo maior da sua venda e quem defende o direito constitucional de ter acesso a elas.
Nos últimos anos, a Flórida foi alvo de uma série de ataques a tiros. A 12 de junho de 2016, 49 pessoas foram mortas numa discoteca em Orlando. Em 2017, outras seis pessoas morreram num tiroteio no aeroporto de Fort Lauderdale.
E em 14 de fevereiro deste ano, 17 pessoas morreram num massacre na escola Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, no norte de Miami.
Este ataque já renovou as discussões em todo o país sobre a necessidade de um maior controlo no acesso às armas no país.
David Hogg, um dos sobreviventes de Parkland que lidera agora um movimento nacional contra as armas, participava num protesto em frente à sede da fabricante de armas de fogo Smith and Wesson em Springfield, Massachusetts, quando soube do massacre.
“Saberemos que não haverá uma mudança até que a exijamos em novembro e depois”, escreveu Hogg, de 18 anos, incentivando à participação nas eleições de novembro para contrabalançar os conservadores que apoiam a poderosa Associação Nacional do Rifle (NRA, em inglês).
“Mais uma vez, dói-me o coração e cada parte de mim sente raiva. Nós não podemos aceitar isto como a nossa realidade”, escreveu no Twitter Delaney Tarr, outra sobrevivente de Parkland e uma das organizadoras do movimento Marcha pelas nossas Vidas, liderada por estudantes, em março.
“A violência armada é uma epidemia nacional”, escreveu.
O governador da Flórida, Rick Scott, confirmou ter oferecido o apoio do estado após o massacre.
O senador republicano pela Flórida Marco Rubio disse que o FBI e o departamento de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos estão a investigar o tiroteio.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders, confirmou que o presidente Donald Trump foi informado sobre o incidente.
“Nós estamos a monitorizar a situação”, afirmou.
Fonte: Sapo.pt