O filho mais velho do SS-Obergruppenführer Karl Wolff, Thorisman, foi batizado de acordo com o ritual neopagão do Irminismo, celebrado pelo ocultista e vidente Karl Maria Wiligut (conhecido como Weisthor) em 4 de janeiro de 1937, na presença dos dignitários das SS Reinhard Heydrich e Karl Diebitsch.
O SS-Obergruppenführer Karl Wolff
Durante a cerimónia, Weisthor pegou numa taça e proferiu a seguinte oração: “A fonte de toda a Vida é Got! De Got vem o nosso conhecimento, os nossos deveres, a nossa razão de viver, toda a nossa compreensão da Vida. Cada gota desta taça prova que estás ligado a Got!"
Cerimónia batismal de acordo com o ritual neopagão das SS (1936).
Sob a liderança do SS-Obergruppenführer Reinhard Heydrich, a Gestapo e o SD (Serviço de Segurança) investigaram e produziram relatórios sobre as diferenças entre “ocultismo científico” e “charlatanismo”.
O SS-Obergruppenführer Reinhard Heydrich
Himmler apoiou essa política numa carta, de janeiro de 1939, endereçada ao seu subordinado Heydrich: “Como sabe, não considero a Astrologia uma pura falsidade, porque acredito que existe algo por detrás dela. Devemos fazer muito mais para impedir os charlatães, de forma a que só apenas grupos específicos investiguem esse domínio”.
No outono de 1939, Heydrich declarou que o regime nazi não deveria interferir com os que pesquisavam “forças cósmicas”, através de métodos científicos.
Cerimónia noturna, em 1 de julho de 1938, na majestosa catedral de Quedlinburg, em homenagem ao rei Henrique I da Saxónia, na presença de Himmler e Heydrich. Himmler acreditava ser a reencarnação desse monarca medieval.
Isto sâo coisas que já sâo faladas há muito tempo em muitos meios científicos e aos poucos a tecnologia para as tornar realidade está ai a bater à porta, e vâo acontecer, claro.
O Spielberg e o Cameron nâo imaginaram nada (ou pouco).
No âmbito administrativo da Chancelaria do Führer, o SS-Obergruppenführer Philipp Bouhler exercia a função de presidente da Comissão de Controlo Oficial do Partido para a Proteção da Literatura Nacional-Socialista, que fiscalizava os livros a publicar na Alemanha.
O SS-Obergruppenführer Philipp Bouhler
Em março de 1939, os assuntos relativos à publicação de livros sobre Astrologia foram atribuídos a essa Comissão, composta por Karl Heinz Hederich (amigo do místico e ocultista Rudolf von Sebottendorf, fundador da misteriosa Sociedade Thule), um dedicado astrólogo que usou o seu cargo para promover a literatura astrológica, e por Werner Kittler, um astrólogo profissional especializado em Cosmobiologia.
O astrólogo suíço Karl Ernst Krafft. Foi o criador do conceito da Cosmobiologia, para designar o ramo da Astrologia que trabalha com princípios científicos e se relaciona com as ciências naturais.
Na suas memórias (publicadas postumamente em 1956), o SS-Brigadeführer Walter Schellenberg revelou que Himmler se inspirara nos Jesuítas para organizar as SS e que o castelo de Wewelsburg era o grande “mosteiro SS”, onde um “consistório secreto” se reunia todos os anos.
O SS-Brigadeführer Walter Schellenberg
Afirmou também que “todos os que pertenciam à direção da Ordem tinham de praticar exercícios espirituais e de meditação”.
Exercício espiritual e de meditação no Castelo de Wewelsburg (reconstituição).
Depois da 2.ª Guerra Mundial, nos anos 50, o SS-Oberscharführer Wilhelm Landig promoveu a mitologia ariosófica de Thule, a pátria polar dos antigos Arianos, divulgando o culto do Sol Negro, enquanto suástica substituta e fonte mística de energia regenerativa da raça ariana.
O SS-Oberscharführer Wilhelm Landig
Este veterano das SS estudou a história das origens do ocultismo nazi, designadamente o movimento völkisch , a Atlântida, a Teoria do Gelo Cósmico, as inundações pré-históricas e as doutrinas raciais secretas do Tibete. Também chamou a atenção para o interesse nazi pelas tradições medievais dos Cátaros e do Graal, interpretadas como uma religião germânica alternativa de natureza dualista.
As obras de Wilhelm Landig: Ídolos Contra Thule (1971); O Tempo dos Lobos em Thule (1980); Rebeldes por Thule (1991).
Em 1958, Rudolf J. Mund ingressou na Ordem dos Novos Templários (Ordo Novi Templi, ONT), fundada pelo místico Jörg Lanz von Liebenfels, uma sociedade iniciática que cultivava uma teologia herética dualista ario-cristã de heróis louros em eterna luta contra as raças inferiores.
O SS-Untersturmführer Rudolf J. Mund
Rudolf Mund estudou os arquivos do culto ariano, assim como os textos escritos pelos Pais da Igreja, a história dos Cavaleiros Templários e as teorias místicas das runas, tendo mais tarde, escrito as biografias de Jörg Lanz von Liebenfels e de Karl Maria Wiligut.
Jörg Lanz von Liebenfels e a Ordem dos Novos Templários
Alegadamente dotado de poderes de clarividência e adepto fervoroso da espiritualidade germânica, Karl Maria Wiligut ( também conhecido como Weisthor, Jarl Widar ou Lobesam) declarava ser descendente direto dos deuses do Ar e da Água, Aesir e Vanir da mitologia nórdica.
O SS-Brigadeführer Karl Maria Wiligut
Foi o autor do SS-Ehrenring, o anel cerimonial da Ordem Negra das SS, também conhecido como Totenkopfring (“anel da cabeça da morte”).
O Totenkopfring, símbolo do ocultismo ariosófico e rúnico
Fascinado pela Ariosofia e pelo mito do Santo Graal, o aventureiro Otto Rahn colaborou com esotéricos franceses (os “Polaires”) que estudavam a ligação entre a heresia cátara, o Santo Graal e a lendária cidade de Shambhala , no contexto de uma antiga civilização ariana conhecida como Atlântida ou Thule.
O SS-Obersturmführer Otto Rahn
Essa pesquisa culminou em dois livros, que argumentavam que a heresia cátara, a religião budista e o Santo Graal estavam entrelaçados por uma tradição gnóstica indo-europeia (“luciferismo”) transmitida aos germânicos pelos celtas, que anteriormente se apropriaram de tradições religiosas do noroeste da Índia e da antiga Pérsia. O Santo Graal, segundo Rahn, era uma pedra preciosa caída do céu e trazida dos Himalaias para a Europa.
Convicto defensor da Teoria do Gelo Cósmico, antes de ingressar nas SS, Edmund Kiss já tinha viajado até ao Peru e à Bolívia, onde buscou evidências de uma civilização atlante-ariana nos Andes.
O SS-Obersturmbannführer Edmund Kiss
Estudou as antigas ruínas de Tiahuanaco, perto do lago Titicaca (Bolívia), e estava convencido de que o relevo esculpido na Porta do Sol era um calendário astronómico, confirmando a experiência humana pré-histórica da mais recente de uma série de catástrofes lunares e do dilúvio subsequente.
A misteriosa Porta do Sol em Tiahuanaco.
Acreditou ter descoberto a escultura gigantesca de uma cabeça nórdica, para ele a evidência clara da migração e da colonização atlante-ariana após o Dilúvio, quando os oceanos cercaram o planalto andino.
Um dos livros de Edmund Kiss: A Porta do Sol de Tiahuanaco e a Doutrina do Gelo Cósmico de Hörbiger.
Como decano do conceito do Blut und Boden (“Sangue e da Terra”), o SS-Obergruppenführer Walther Darré subscreveu grande parte da escatologia irminista de Karl Maria Wiligut, mais precisamente a crença numa “religião de sangue” ario-germânica, nas raízes nórdicas de Jesus e na Atlântida como a pátria ancestral da raça ariana.
O SS-Obergruppenführer Walther Darré
Partilhava também com Wiligut a convicção de que a Igreja Católica tinha inicialmente adotado os ensinamentos do Cristo ariano (Krist), mas que depois se afastara da verdadeira missão racial de Deus, assente na ideia do “Sangue e da Terra”. Da mesma forma, Darré investigou as runas, incluindo aquelas que aparentemente adornavam o martelo de Thor, e divulgou uma religião baseada no paganismo ario-germânico.
Um dos livros de Walther Darré: A Nova Nobreza do Sangue e da Terra
Comandante do castelo de Wewelsburg, Manfred von Knobelsdorf foi responsável pela organização e condução de vários rituais e celebrações neopagãs em Wewelsburg e no complexo megalítico de Externsteine, como casamentos, batizados e o Festival de Verão, o Mittsommerfest.
O SS-Obersturmbannführer Manfred von Knobelsdorff
Amigo de Karl Maria Wiligut e adepto das suas ideias sobre o Irminismo. Knobelsdorf escreveu cartas a Wiligut assegurando-lhe “devoção irminista”, testemunhando constantemente o seu interesse pela antiga religião ariano-germânica.
Celebração noturna do Mittsommerfest em Externsteine (1938).
