Super Mário Jardel

tava lá!! Viemos no comboio de regresso a cantar a musica “Mario Jardel. Mario Jardel! Super Mário, Mário Jardel”

Penso o mesmo.
Há jogadores que dizem que amam a bola …mas poucos são aqueles em que é a bola que os ama, e Jardel era um destes casos.

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Disse o que disse porque ele sabe (como nós, Sportinguistas, sabemos também, diga-se) que no Porto ele não teria oferecido o seu nariz ao passatempo de snifar droga. Que a estrutura e disciplina do Porto te-lo-iam mantido à margem dos vícios que destruíram o jogador mais letal que eu vi jogar. Ainda hoje penso tanto nos golos que ele marcou no Sporting (contrariando os que juravam que ele não ia marcar mais de 30 porque não tinha o Drulovic) como no facto de o Sporting ter conseguido ganhar um campeonato a um Porto que tinha este gajo na sua equipa. Nos anos 90. A um Porto que, além do Super Mário, tinha todos aqueles que não vale a pena nomear. Isto enaltece a conquista do título 99/00.

Qualquer opinião que diga que o jogo de pés não era tão sobrenaturalmente bom quanto o seu jogo de cabeça não merece ser tida em conta. Vão lá ver os golinhos do homem e vejam lá se a maneira como ele colocava a bola na baliza com o pé (afastando-a sempre do guarda-redes, fosse qual fosse a circunstância, tivesse ele sozinho ou pressionado por vários adversários) não indicam que nos pés daquele gajo estava uma qualidade desumana para o golo. O homem era muito mais do que um gajo que marcava golos fáceis porque tinha o dom de estar no sítio correcto. Ele fazia muitos golos de toda a variedade: chapéus, colocações exímias em situações de 1 para 1, remates de longe, remates por entre montes de adversários, receber a bola, aguentar o defesa e rematar. A malta deixa-se é ludibriar pelo jogo de cabeça dele (esse sim estava num patamar que nem os melhores jogadores do mundo conhecem) e pela maneira desengonçada, de barriga para fora, como ele andava). Um gajo que conhecia o campo de futebol, os defesas e a dinâmica da bola como nenhum outro, por isso é que podia, quando a bola estava nos pés do adversário, andar como se estivesse a jogar o minuto 97 de um jogo entre amigos. Quando era preciso acelerar e ir para ali, lá ia ele.
Era imparável, mesmo quando a marcação se baseava no 1 para 1 e em puxar, agarrar, etc. Indefensável.
Lembro-me da tese até aquele momento inovadora que surgiu sobre como parar o Jardel: ele é imparável, esqueçam-no, nem vale a pena marcar o gajo, etc. Preocupemo-nos antes em marcar os outros, sobretudo aquele que o assistem. Esta merda foi radical naquele tempo.
Como é óbvio, funcionou como sabemos: mal.

Merece que lhe seja dedicado um capítulo só para si num livro sobre a história do futebol português. Nunca se viu nada como ele.
Sabem, de vez em quando, assim de 8 em 8 meses, pergunto-me, quando me cruzo com uma imagem dele com a verde-e-branca vestida, se não seria possível um investimento megalómano no departamento de scouting reunir um conjunto de gajos capaz de detectar um Jardel antes de ele ser um Mário Jardel.

Apareceu nas minhas sugestões do YT um vídeo feito há menos de um ano que compila os golos que ele marcou na Champions. Vi uma parte do vídeo porque o Jardel que aparece na thumbnail tem a verde-e-branca, apesar de ele nunca ter marcado na CL enquanto jogador do Sporting. Nesse vídeo, e eu nem sequer o vi todo, fica cristalino que o jogo de pés dele era tudo excepto “simples”. O gajo tinha sempre noção de onde estavam os adversários, a baliza, a bola, o guarda-redes. Incrível.
O Jardel, assim que a bola voava dos pés do, por ex, João Pinto, conseguia, em segundo e meio, ver tudo e todas os adversários, o espaço disponível, e por isso é que muitos golos pareciam “fáceis”, “de merda”, de encostar.

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Totalmente de acordo.

Acrescentaria apenas uma coisa: só mesmo Fernando Santos conseguiria perder um campeonato com o Jardel, aquela equipa do Porto em 99/2000, assim como as ajudas arbitrais.

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Eu dizia muitas vezes, até o proprio João Pinto disse de maneira mais simples, o Jardel podia estar atado sentado numa cadeira na grande area que bastava mandar a bola que ele marcava.

Lembro-me numa entrevista o olhar e reação do João Pinto a contar isso, um ar incredulo e meio parvo, tal era a qualidade do Jardel.

Tambem não foi qualquer um que marcou 2 golos em pleno São Siro ao Milão em 1996, quando o Milão era realmente um tubarão que dominava a Europa. Eu vi esse jogo dos porcos e a Europa ficou a conhecer o Jardel.

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Para mim, existem 2 jogos que definem jardel como goleador e jogador e, para mim, possivelmente o melhor avançado centro cabeceador que vi jogar…

isto enquanto jogador do Sporting… enquanto jogador do porto não conta

para além da sua qualidade no jogo aéreo, o gajo parecia q tinha himan…

e neste jogo ele jogou lesionado… vejam os 2 primeiros golos deste jogo

o outro jogo é contra o belenenses nessa mesma época em alvalade

n encontrei video

O Jardel era um jogador extremamente inteligente em campo. Tinha o dom de conseguir ver o jogo muito antes dos demais. Uma capacidade incrível de antecipar o que ia acontecer. Era um mago. Acho que sofreu um bocado com o estereótipo do jogador brasileiro que era um virtuoso driblador de bola nos pés e este era o oposto. Era um gajo que sabia tudo o que havia para saber acerca do seu posicionamento em campo.

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