Sudamericano Sub20 - Argentina 2013

Quanto a destaques do torneio, dos que já conhecia gostei de ver:

Bryan Rabello (Chile - Sevilla), um médio ofensivo, que também pode andar pelas alas, pequenito e sempre muito activo no jogo da equipa, e que é muito bom tecnicamente e também ao nível do passe.
Diego Rubio (Chile - Sporting). Bons jogos iniciais, principalmente na 1ª fase, sempre muito activo e lutador no ataque do Chile. Teve claramente o ponto alto do torneio na vitória por 4-1 ao Ecuador, em que teve uma assistência fantástica para o primeiro golo, e depois conquistou e converteu ele mesmo o penalti do segundo. Gostava de o ter visto a marcar mais golos, mas esse papel esteve bem entregue ao Nicolás Castillo. Acabou depois por perder a titularidade nas duas últimas jornadas.
Cristian Bonilla (Colômbia - Atl. Nacional). Já conhecia de outros torneios jovens como o Mundial de Sub-20 de há dois anos. Muito bom GR, e com apenas 19 anos, mas que parece já muito mais maduro e experiente.
Andy Polo (Perú - Genova). Um avançado que descai para as alas, podendo jogar também como extremo, e com qualidade técnica. Mostrou alguns pormenores, mas fiquei muito mais impressionado com outros colegas de equipa.
Derlis González (Paraguai - Lamps). Só o conhecia de nome, faltava-me ver o que valia realmente, e admito que fiquei impressionado, pelo menos a este nível. Já falei dele ontem, é um avançado solto, ou segundo avançado, mas que também aparece em zonas mais recuadas, e que aparece bem a finalizar. Bom tecnicamente e com um remate fácil, fez um grande jogo na vitória por 5-1 contra a Bolívia.
Quintero (Colômbia - Atl. Nacional/Pescara) claro, o motor da Colômbia campeã.

Dos que não conhecia:

.Uruguai: O Trio da frente, Nicolás López, Diego Laxalt e Diego Rolán.
Diego Rolán (Defensor Sporting) um avançado móvel, e com boa capacidade física, que também descai para as alas e aparece bem em zonas de finalização, e acabou o torneio com 4 golos. Acabou de ser contratado pelo Bordéus. Diego Laxalt (Defensor Sporting), médio ofensivo/ala, rápido e também bom tecnicamente. Acabou por ser decisivo na eliminação do Brasil, graças a uma arrancada e assistência para o López, já nos descontos, que deu a vitória por 3-2 ao Uruguai. Dizia-se que o Benfas estava interessado nele, mas entretanto também apareceu o Inter. Nicolás López (Roma), o ponta de lança da equipa, rápido e bastante móvel, com grande à vontade à frente do GR. Acabou por ser o melhor marcador do torneio, com 6 golos, embora tenha estado melhor na 1ª fase do que na 2ª.

.Colômbia: Miguel Borja, Balanta, John Córdoba, Juan Nieto e Maurício Cuero.
Maurício Cuero (La Equidad), um extremo, muito possante e rápido, sempre em constantes arrancadas pelo lado direito. Não foi sempre titular, mas quando foi deu muito trabalho a quem tinha pela frente.
Deivy Balanta (Alianza Petrolera), central alto e forte fisicamente, embora magro. Mostrou qualidade no jogo aéreo, e também capacidade para sair a jogar sem problema. Chegou a aparecer várias vezes nas laterais.
Miguel Borja (CD Tuluá). Avançado. Não era sempre o titular, mas foi contra a Bolívia e fez um jogão em que marcou três golos, um deles um golaço num chapéu de primeira. Acabou por não dar continuidade ao que fez nesse jogo, mas mostrou alguma qualidade.
John Córdoba (Jaguares). Avançado muito forte fisicamente e possante, capaz de criar perigo quando segue embalado, embora algo trapalhão em alguns momentos. Misturou bons momentos, com outros desastrosos, como contra a Bolívia, em que marcou dois golos, mas falhou três completamente isolado por se armar em vedeta. Os comentadores estavam sempre a dizer que é conhecido como o Drogba da Colômbia, mas não sei bem em quê…
Juan Nieto (Alianza Petrolera). Um médio ofensivo que também aparecia pela esquerda. Foi quase sempre titular, bons pés e com qualidade a aparecer em zonas de finalização.

.Perú: Yordy Reyna, Jean Deza e Cristian Benavente.
Benavente (Real Madrid). O nº14 que na prática funcionava como 10, um médio ofensivo, que também anda pelas alas, com qualidade técnica e de passe. Não começou como titular mas rapidamente se assumiu como tal, por norma o jogo do Peru passava pelos pés dele. Fez um grande jogo na vitória por 2-0 contra o Brasil. Jean Deza (MSK Zilina), não foi sempre titular, mas quando entrava por norma mexia com o jogo. Extremo/avançado muito rápido e bom tecnicamente, sempre a dar trabalho às defesas. Por vezes faz lembrar o estilo do Carrillo, embora mais pequeno, até na forma como faz a diagonal para o meio e remata em arco. Também esteve muito bem na segunda parte contra o Brasil, e ia marcando um golaço num remate à barra que acabou por resultar no 2-0. Yordy Reyna (Alianza Lima), avançado baixinho e muito rápido, e que mostrou qualidade na finalização. Acabou o torneio com 5 golos, e esteve em grande contra o Brasil e o Equador.

Chile: Nicolás Castillo (U. Católica), avançado que foi claramente um dos maiores destaques do torneio, e acabou por marcar 5 golos. Não é alto mas é possante e aguenta bem o choque. Tem qualidade técnica, movimenta-se bem e é muito frio na finalização, como demonstrou o golo de chapéu contra o Equador, a passe do Rubio.

.Argentina: Luciano Vietto (Racing) era difícil fazer grande coisa nesta fraca selecção Argentina, mas ele foi provavelmente o melhor argentino no torneio. Um avançado ou segundo avançado que mostrou bons pormenores, e muita qualidade no remate. Acabou por marcar dois golos no torneio.

[hr]

Desilusão: As estrelas do Brasil, com uma equipa cheia de supostos craques do futuro como Adryan, Ademílson, Wallace, Felipe Anderson, Rafinha e outros, passaram completamente ao lado da prova. Ninguém se destacou verdadeiramente. A estes também se juntam o Iturbe que ainda marcou um golinho, mas também não deu para mostrar grande coisa numa Argentina muito fraca e sem soluções. Ainda assim esperava-se mais dele, tal como do outro suposto craque, Adrián Centurión.

Estrela: Juan Fernando Quintero. O jogo da Colômbia passa todo pelos pés dele, seja pelo meio, onde passa a maior parte do tempo, ou também por vezes encostado às alas (ontem preferencialmente à direita) e a comandar as tropas a partir daí. Bom tecnicamente, mas sem se perder em fintinhas inúteis, e dono de um pé esquerdo fantástico que faz o que quer. Mete a bola onde quer, e são constantes os passes a rasgar as defesas e a isolar os colegas na cara do GR, seja pelo chão ou pelo ar, e ainda tem um excelente remate, muito forte e colocado, como demonstrou no golaço de livre que marcou à Argentina do meio da rua. Acaba o torneio com 5 golos (melhor só Nicolás López) e 4 ou 5 assistências, que podiam ser 9 ou 10, tantos foram os golos “dados” que os colegas falharam. É um médio ofensivo/Nº 10 de grande classe, e que tem um futuro muito promissor pela frente.