No entanto, fiquei com uma dúvida! Em que anos é que ficámos fora das competições europeias?
É que eu lembro-me dos lampiões terem ficado 2 vezes consecutivas fora há meia dúzia de anos. E no 1º ano em que houve Taça dos Campeões, nós participámos por convite e julgo que mais ninguém português participou. Se nao estou em erro, até foi mesmo o 1º jogo que houve da Taça dos Campeões (julgo que contra o Magdeburgo).
Se assim for como é que temos apenas mais uma participação que o Benfica? Não devíamos ter mais 3?
Ok, thanks. Portanto, nessa altura o 5º classificado ainda não ia à competições europeias, é isso?
É que já nos anos 80 ou 90 tb ficámos em 5º, mas aí fomos à UEFA.
Fomos convidados para a 1ª edição, em 56, mas ficamos de fora em 1957 e 1958.
Em 1957 o participante foi o FCP, acho que por convite
Em 1958 o participante foi o fifica, não sei se por convite ou por classificação.
Voltamos a ficar de fora em 1959/60, provavelmente por classificação, apenas o campeão ia à Taça dos Campeões, havia também a Taça das Cidades com Feira mas acho que Portugal não participou nesta nos primeiros anos.
Idem no ano 1960/61.
Ficamos de fora por motivos classificativos em 1976/77.
5 falhas, portanto. Acho que houve 54 edições. Não há nenhum clube totalista.
O Sporting foi convidado para participar na primeira edição da Taça dos Campeões porque a UEFA considerou que era o melhor clube português. O campeão fora o Benfica, mas a UEFA queria reunir os melhores clubes da Europa e achou que o Benfica “não tinha categoria” ;D e convidou o Sporting. É certo que ganhámos menos do que os nossos rivais. Porém, não caímos no ridículo de nos considerarmos um grande clube europeu quando já há 40 anos que não o somos e acreditarmos que pertencemos à mesma categoria do que o Milan, Real, Barça, Man U, etc., como faz certo clube cujo estádio também fica junto à 2ª circular.
Para variar, perdemos o encontro com a história…estávamos no local certo no momento errado. As competições europeias começaram no final do domínio em Portugal dos 5 violinos. O Sporting foi convidado precisamente por isso, dominava a seu bel-prazer o campeonato português. Tivessem as compeitções europeias começado 5 anos antes…
O mesmo se pode dizer do St Etienne. A Taça dos Campeões foi “imaginada” e promovida por um jornalista francês, convicto que os verdes franceses, com uma grande equipa, conseguiriam provar na europa a sua mais valia. Mas enganou-se tanto que apenas 50 anos depois um clube francês (Marselha) conseguiu ganhar uma Taça dos Campeões, com a vergonha de terem perdido o título na secretaria por corrupção.
Sim, um dos grandes “ses” da nossa história é mesmo esse. Durante o tempo dos violinos obtivemos grandes vitórias em jogos particulares, incluindo um 6-3 em Madrid ao Atlético Aviación (Atl. Madrid, que nos anos 40 e 50 era uma das melhores equipas espanholas, campeão em 40, 41, 50 e 51) com seis golos do Jesus Correia, para além de vitórias contra o Lille (uma das melhores equipas de França no pós-guerra, campeão em 46 e 54, vice-campeão em 48, 49, 50 e 51) e contra o Norrköping da Suécia, com 8 golos marcados (esta vitória se calhar com menor valor).
Estes clubes são plurivencedores/finalistas de taças com melhor posição no ranking histórico do que nós (inclusivamente quando os defrontámos). O Newcastle Utd. tem um estatuto inferior ao nosso. Oito ocasiões boas, portanto.
Quanto a mim, Real Madrid, Inter Milão, Bayer Leverkusen, Partizan Belgrado, Spartak Moscovo e Vasas Budapeste são os nossos inimigos históricos a nível europeu.
Discordo aqui e ali das classificações das equipas que fazes, mas a conclusão é indiscutível: é raríssimo o Sporting transcender-se na Europa e é demasiado frequente deixar-se bater por equipas mais fracas. Passar o Ano Novo ainda nas competições europeias deveria ser, para um clube com a dimensão do Sporting, a regra - e não a excepção, como acontece. Não que digo que um azar não aconteça de vez em quando - agora conseguir chegar a Fevereiro-Março ainda em competição apenas 3 vezes nas últimas 20 épocas é um score muito, muito fraco.
Já agora, cuidado ao avaliar adversários do passado. Vencer clubes com “nome” em períodos de crise (Ajax no final dos anos 80, Feyenoord há quatro épocas, Dínamo de Kiev no ano passado) não vale o mesmo do que vencê-los no seu apogeu. Da mesma forma que o feito de eliminar clubes como menos nome mas num momento alto da sua história (o Southampton de Kevin Keegan, o KV Mechelen de Preud’Homme e mesmo o AZ Alkmaar de há quatro épocas) não deve ser desvalorizado.