[b]Os jogos em que o Sporting era o clube para "martelar"LEÕES CAPTURADOS NAS MALHAS DO SISTEMA[/b]
No mês em que Dias da Cunha, então presidente do Sporting, disse que o sistema estava em todo o esplendor e que o poder no futebol português tinha os rostos de Valentim Loureiro e Pinto da Costa, o Sporting hipotecou as possibilidades de ser campeão, na época de 2003/2004, ao empatar três jogos: com o FC Porto, em casa, e com o Nacional da Madeira e o Gil Vicente, fora.
O último jogo caiu nas malhas do Apito Dourado, bem como outro disputado pelo Sporting no mesmo mês, com o Moreirense, em Alvalade.
O Relatório Final da Polícia Judiciária entendeu que os jogos Sporting-Moreirense e Gil Vicente-Sporting tinham indícios de manipulação de resultados praticada pelo FC Porto, mas de tal não resultou qualquer acusação.
O mês de Fevereiro de 2004 começou com o Sporting no 2.º lugar, a 5 pontos do líder FC Porto, depois de Janeiro ter fechado com uma igualdade a uma bola entre as duas equipas, em Alvalade, no jogo da camisola rasgada. Se o Sporting tivesse ganho ficaria a 2 pontos, com 14 jornadas pela frente e os dragões a terem de ir à Luz, onde acabaram por empatar. Lucilio Baptista foi o árbitro do primeiro clássico, no qual Rochemback desperdiçou uma grande penalidade ainda na primeira parte, com os leões a reclamarem que Baía nesse lance devia ter visto o cartão vermelho e não o amarelo.
Após empatar na Madeira a três bolas, num jogo arbitrado por João Ferreira, o Sporting venceu o Moreirense por 1-0, em Alvalade, e voltou a aproximar-se do FC Porto. As intercepções telefónicas, porém, registaram factos que a PJ considerou anormais, tendo-se apurado que no dia a seguir o empresário António Araújo telefonou ao árbitro dizendo-lhe que o Moreirense se tinha queixado. Ao que Duarte respondeu que quem se queixou “devia ser maluco”. Das palavras resulta o entendimento de que até beneficiou o Moreirense. Segundo o árbitro, “os jogadores do Moreirense falharam golos que não deviam ter falhado”. No mesmo dia Araújo telefonou a Duarte a oferecer-lhe bilhetes para o FC Porto-Manchester United…
Defesa
Duarte defendeu-se afirmando que, quando disse que quem se queixou devia estar maluco, estava a referir-se às declarações do treinador Manuel Machado, para quem a arbitragem foi “à antiga portuguesa”. Na conversa entre Duarte e Araújo foi também usada a expressão “reunir o rebanho”, mas Duarte não a conseguiu explicar. Quanto aos bilhetes, disse que não foi para a zona VIP, mas para a bancada. “Nunca me foi feito qualquer pedido de favorecimento, quando muito já me foram feito pedidos para que não tivesse medo, no sentido de não me deixar influenciar pela comunicação social ou ambiente do estádio”, disse aos investigadores. Duarte afirmou também nunca ter recebido cheques, dinheiro ou transferências bancárias e que nunca lhe ofereceram prostitutas. As únicas ofertas de que tem memória são galhardetes e camisolas de jogadores.
O Ministério Público entendeu que neste caso não foi conseguido o resultado pretendido, “pois o Sporting acabou por ganhar o jogo”, embora fosse pretensão do FC Porto, através de António Araújo, que perdesse. Tal circunstância torna-se relevante porque faz diminuir a moldura penal do crime de corrupção para prisão até um ano, “tornando-o privilegiado relativamente ao crime base”.
in Pasquim II
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS
Data: Segunda-feira, 22 Outubro de 2007
Quantos casos mais de “martelar” ao longo dos anos?
E, pelos vistos, quantos desses casos não foram tidos em conta porque a equipa que era para prejudicar ganhou?
Que nojo de futebol, e ainda há trips que defendem esta pouca-vergonha.