Sismo

Foi uma operação especial vibratória

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4ª Feira

Agosto 28, 2024 ~ Paulo Guinote

Na sequência do terramoto, o recente canal noticioso NOW convidou o cientista Carlos Fiolhais e uma espécie de astrólogo para comentar o tema. O segundo apresentou umas cartas de geometria astral ou lunar ou o que raio seja, para explicar os terramotos com base no alinhamento dos planetas. Com a sua habitual intolerância à pseudo-ciência, o Carlos replicou, sem receio de ficar mal na televisão, que aquilo não passavam de disparates, Assim mesmo, sem aqueles pruridos de quem acha que deve entrar em compromisso com a patetice e o relativismo para parecer sensato, flexível e respeitador das opiniões alheias, quando não passam de treta.

Claro que haverá quem diga que não existem certezas absolutas, que a Ciência é transitória, que tudo é muito relativo, mas, que raios, é tempo de alguém não ter medo de resistir aos avanços de uma nova idade das trevas que pretende fazer regressar o pensamento sobre a realidade a épocas pré-científicas, principal, mas não exclusivamente, com duas origens: o pensamento religioso (islâmico ou judaico-cristão, com destaque para o evangélico) e as modas dos tempos que passam, em nome de uma pretensa “modernidade” que tem mais de pensamento mágico e danças da chuva do que qualquer base empírica verificável.

Lá por fora, com epicentro nos EUA, há uma deriva fortíssima para substituir conteúdos científicos por proclanações religiosas. No Oklahoma, num tpc, no âmbito de uma “pesquisa” sobre o início do mundo, colocaram-se duas questões como “Deus é real?” e “Satanás é real?” no que até poderia ser um debate filosófico, se não fizesse parte de uma estratégia de voltar a colocar a Bíblia no centro do processo educativo. Diz-se que é como fonte de História, mas vai-se mais além. No Texas, uma reforma curricular, de autoria desconhecida, vai no mesmo sentido: a Bíblia como fonte primordial da nossa visão da realidade. Acabando mesmo por entrar em choque com outras visões religiosas. Na Florida, promove-se o recurso a capelães para aconselhamento dos alunos. Tudo isto, enquanto aumentam as restrições censórias sobre as obras que podem ser permitidas em bibliotecas escolares.

Neste último caso, cruzam-se duas tendências: a dos sectores religiosos ultra-conservadores, de um lado, e a do wokismo pretensamente progressista. O ponto comum é a atitude de censura e probição das opiniões que entram em choque com as crenças ou as fés de grupos particulares. Dos dois lados, clama-se pela “liberdade de expressão”, praticando o oposto. Pratica-se a repressão, alegadamente em defesa de princípios defensores da liberdade e do respeito pelas crenças ou condições individuais.

Usam-se casos de fraude na Ciência para a desacreditar, quando é a própria comunidade científica que acaba por denunciá-los, através do seu processo interno de verificação.

Por cá, tem sido mais comum a nem sequer subtil tentativa de fragmentação e atomização do Conhecimento com base na Ciência, quando se afirma a necessidade de promover abordagens que permitam a transdisciplinaridade. Critica-se o currículo por ser extenso e desarticulado, mas criam-se novas disciplinas, reservando tempo para matérias que teoricamente deveriam fazer parte de aprendizagens do quotidiano extra-escolar. A História é anacrónica, porque o empreendedorismo é que está a dar. A Filosofia ficou reduzida a dois anos esqueléticos, mas há que financiar as academias ubuntus. A Matemática deve ser “divertida”, como se fosse uma actividade de lazer e talvez seja melhor ensinar a petizada a andar de bicicleta, porque lá em casa ninguém tem tempo ou paciência para o fazer. Línguas estrangeiras? Vamos lá usar micro-textos com as estrelas pop do momento, que a Gramática é muito chata.

Diz-se que é isto a “inclusão” dos saberes e interesses dos alunos, que a escola deve “seguir os tempos”, quando a função essencial da Educação sempre foi algo muito mais profundo do que aproveitar os salpicos das ondas de passagem. A Educação moderna e contemporânea (quase) sempre visou a combinação entre a transmissão dos conhecimentos acumulados com a Humanidade, ao nível da escolaridade primária ou básica, com o desenvolvimento da capacidade de desenvolver novos caminhos para o conhecimento (nos níveis mais avançados). Isso tem vindo a ser abandonado em nome de visões críticas do Conhecimento como se fosse algo com origem em tenebrosas teorias da conspiração, sejam as que a direita religiosa pretensamente denuncia como “guerras culturais”, sejam as que a esquerda wokista considera serem paradigmas de matriz racista, sexista e intolerante.

Um dos resultados é que em prime-time se coloca um cientista e uma variante de astrólogo a debaterem um assunto como se as suas visões tivessem o mesmo capital explicativo. E quem vê e ouve que escolha o que mais lhe agrada, em nome de uma “liberdade” enganadora. Porque não é livre quem não sabe distinguir o verdadeiro do falso. E não é livre quem escolhe o que lhe parece mais “interessante” ou “divertido”.

Nesse sentido, a Educação é uma escola para a liberdade que só funciona se antes de “pensamento crítico” se tiverem as ferramentas e conhecimentos indispensáveis para o exercer.

Astronomia e Astrologia não são equivalentes.

Geologia e Tarot cósmico também não.

E andam há anos a querer fazer-nos acreditar que sim. Pior, anda-se a dizer aos alunos que sim, que fazer cânticos e abanar as mãozinhas tem o mesmo potencial que perceber os mecanismos da vida na Terra. Pior ainda, há professores (e decisores políticos) que embarcam alegremente nesta deriva, quiçá para preencherem algum vazio existencial ou lidarem com um eventual trauma pessoal.

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Apanhei a meio, andei a missão para trás para ver.

https://www.reddit.com/r/interestingasfuck/comments/1f9kc2x/dashcam_footage_of_an_earthquake/?utm_source=share&utm_medium=web3x&utm_name=web3xcss&utm_term=1&utm_content=share_button

Parece que na última madrugada houve outro, desta vez muito fraco felizmente.

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Tb senti. Ainda tive dúvidas mas hoje já ouvi mais fontes.
Sentiu-se bem, ou então sou eu que estou com tiques

Em rigor, não é um fenómeno falso.

Despite their unnerving appearance, the red scars criss-crossing Europa are, of course, not biological. They are actually cracks and ridges marking weak lines within the moon’s ice crust, emphasised and exacerbated by the swelling and falling of tides due to Jupiter’s gravitational pull. Some of these ridges are thousands of kilometres long. The startling colour is due to contaminating minerals rising from beneath the icy crust, possibly salts from the underground ocean.

No caso da Terra, o movimento das placas é maioritariamente devido a outras forças, sendo que as contribuições do Sol, da Lua, ou Júpiter (o único que realmente “interessa” para estes cálculos) a existirem serão relativamente pequenos.

A referir que as distâncias entre a Terra e esses corpos celestes varia com o tempo, e que em agosto até estavam ambos mais afastados do que a média e não estavam de todo alinhados. ETA: aparentemente, o alinhamento a que o astrólogo se refere é Vénus - Úrano - Lua o que é absolutamente estúpido. Não há qualquer tipo de forças relevantes neste “alinhamento”.

Portanto tudo o que o astrólogo disse é tanga, exceto aquele detalhe em particular. É um fenómeno possível, consegue ser visto em outros corpos celestes, e até pode ter uma influência mínima na tectónica de placas da Terra. No entanto, não é por isso que os sismos acontecem.

Isto é inaceitável.

Mais uma vez… não dei conta de nada… tenho sono bem pesado… lol

Pensava que o sismo tinha sido em Carnide… No Seixal!

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usam muito o sistema de construção da linha casa, LSF.
devo ter sido das pessoas que mais sentiu o sismo, exatamente por isso. a minha casa treme que é um abuso, sendo propositado. que trema mas não caia. :sweat_smile:

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