Sem tempo e sem condições para crises parvas!

Estamos todos desiludidos.
Eu também. E mais do que desiludido, estou zangado com a forma como perdemos o jogo de ontem.

Como já disse, não me custa perder um jogo em que tivemos azar, estivemos desinspirados ou até mesmo fomos prejudicados pela arbitragem. Mas perder um jogo em que marcamos um golo e nos encolhemos em casa, mostrando uma falta de ambição (e até mesmo de auto-confiança) e uma falta de garra incríveis no pior momento possível, isso custa-me.

Não gosto de perder por falta de atitude e de coragem!
E, para mim, essa foi a verdadeira razão pelo mau resultado de ontem!
É algo que a equipa deve analisar e resolver no futuro!
Tem tudo para o conseguir!
Na minha opinião, neste momento, temos o melhor treinador e também o melhor plantel do país mesmo que nas últimas semanas não esteja a parecer.

Agora… vamos lá ver:
Apontar esta crítica é uma coisa.
Outra é entrar em modo auto-destrutivo.

Num momento como este, a última coisa que podemos fazer é por tudo em causa por culpa de umas semanas menos felizes. Temos que olhar para a big picture!
O SCP esteve desligado durante grande parte dos últimos 20 anos e, na verdade, desde que o Amorim chegou, entrámos numa das melhores fases, senão mesmo a melhor fase do clube, desde que vejo futebol há mais de 30 anos.

Passámos de um clube arruinado com um plantel fraco e desvalorizado para um clube Campeão e com um excelente plantel capaz de nos trazer sucesso desportivo e sucesso financeiro nos próximos anos.

Mesmo este ano já ganhámos 2 títulos (Supertaça e Taça da Liga) e, estando em Março, ainda continuamos na luta pelo título e pela Taça.

Pergunto:
Há quantos anos não tínhamos um biénio assim?

Nós não estamos numa má fase da história do clube. Aliás, pelo contrário.
Nós estamos numa boa fase. Das melhores…
Nós estamos num mau momento dentro de uma boa fase e aquilo que não podemos alimentar é uma crise artificial que depois se pode tornar real.
Alimentar isso é uma atitude anti-Sporting que é o sonho dos nossos rivais…

Devemos criticar o que deve ser criticado com sentido de perspetiva.

O nosso treinador, independentemente de um ou outro erro, é um claro trunfo do SCP.
Não é, não foi e nem nunca será um problema para nós!
Nós é que podemos ser um problema para nós próprios…
Aquilo que temos que fazer é com que se sinta bem connosco.
E devemos ser solidários num ou noutro mau momento como é o caso deste.

Repito:
A critica construtiva pode e até deve ser feita.
Mas com sentido de perspetiva em relação a um profissional que nos colocou a um nível completamente diferente daquele em que estávamos.

Vivemos um momento perigoso.
Conquistamos muita coisa nos últimos 2 anos.
Não foi só títulos…

Conquistamos um plantel forte que nos recolocou no mapa!
Não podemos voltar para trás abrindo uma crise sem sentido.

Temos que estar unidos e concentrados e não ir pela ribanceira abaixo numa altura destas.
Estamos muito bem posicionados para, de forma sustentável, termos um plantel fortíssimo no próximo ano que nos coloque como o mais forte candidato a ganhar tudo.

Mas para isto ser uma realidade, temos que garantir que esta época é minimamente positiva.
Já ganhámos uma Supertaça e uma Taça da Liga.
Para a época ser minimamente positiva temos que, pelo menos, garantir também o 2ºlugar e a Champions com tudo o que isso significa para a manutenção do nosso plantel.
É nisto que temos que nos concentrar de forma motivada neste momento!
Está aqui muita coisa em causa!

Isto tem que ser motivador para nós!
Isto é muito importante para o nosso futuro!
Não temos tempo e nem condições para andar a brincar às crises numa altura destas…
ATENÇAO!

PS:

Obviamente que, se alguma coisa vier por acréscimo em relação a estes objetivos mínimos, melhor.

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Concordo, não há razão absolutamente nenhuma para crises, mas também não pode faltar o espírito crítico e, acima de tudo, a responsabilização. Este treinador e esta equipa conquistaram, por mérito próprio, muito crédito. E por isso mesmo, são merecedores de tolerância em momentos menos bons. Mas isso também não significa aplausos apoteóticos aconteça o que acontecer.

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Nunca vou pôr em causa a qualidade destes jogadores/treinadores e o que podem fazer enquanto equipa, nunca.

Mas caramba… Esta fase demonstra um descontrolo emocional e psicológico tremendo. Têm de trabalhar muito para o recuperarem.

Ponho em causa sim as palmas da massa associativa/adepta quando perdemos 5-0 e não demonstramos garra, ambição e personalidade em campo.
Não, não temos de insultar ou assobiar de forma severa quando isso acontece, mas, eles também têm de perceber quando estamos chateados e tristes com a equipa, faz parte.

Eu não concordo que nesse jogo tenham tido falta de garra, ambição ou personalidade. Eu acho que essas coisas são consequência da falta de traquejo da maioria dos jogadores, que entram ali borraditos.

Quanto aos adeptos… os jogadores têm de atinar. Se consideraram aqueles aplausos e cânticos como motivo para relaxarem, então não peçam apoio nas horas más. Ou é para apoiar, ou é para assobiar. Se assobiam, é porque vão abaixo. Se aplaudem, é porque podem relaxar. Assim é complicado. Eu sentiria o desejo de retribuir o apoio. Continuo a achar que a maioria deles também.

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Nos tempos áureos de Mourinho, tenho ideia de que, quando vai buscar jogadores como Derlei, Paulo Ferreira, Nuno Valente e outros diz, numa qualquer declaração/conferência de imprensa, que quer jogadores jovens, que ainda não tenham ganho nada, que tenham sangue na guelra, vontade de conquista. Algo dentro deste género.

Ora, se os nossos jovens jogadores, em vez disso tudo, têm falta de traquejo e entram borraditos, o que podemos fazer? Ir buscar craques a peso de ouro que já tenham anos de experiência na Champions?

Não me parece que seja por aí, sinceramente. A vontade, querer, garra e confiança tem de vir dos próprios jogadores e treinador, tenham 20 jogos em cima ou 200.

A análise contínua de que temos falta de traquejo não me convence. E, como já escrevi hoje, do contínuo “ano zero” também não me agrada. Para a próxima época saem 3 ou 4 jogadores, entra um ou outro da formação, vamos à Champions se tudo correr bem e a desculpa volta a ser a mesma. O que há é falta de “evolução” e falta de maturidade também na forma como o treinador abordou e preparou essas situações. Que para o próximo ano aprenda com os erros e faça mais e melhor, é o que espero.

O povo quis aplaudir após um 5-0. Não me revejo, não condeno. Podia ter vários efeitos. A verdade é que, na senda de “vamos apoiar porque já nos deram tanto e não podemos deixar a equipa ir abaixo” o resultado disso foi… praticamente nulo. Vem-se assistindo a um decair físico e da qualidade colocada em campo e, infelizmente, parece-me que quanto mais se mexe, melhor.

Na época passada, quando entra Paulinho (poderá ser coincidência), na procura de algumas alterações a nível de dinâmicas de jogo, caímos de qualidade no nosso jogo.

Esta época volta a acontecer, sem se mexer o 3x4x3, mas com jogadores com características diferentes, como o é, obrigatoriamente um Matheus Reis na ala ou um Matheus Nunes no centro do terreno. Mas com queda abrupta do rendimento de jogadores como Adan, Inácio, Coates, Feddal, Palhinha, ou Pote.
Mercado de Inverno e rapidamente passamos de um “ganhamos novas soluções no ataque e vamos ficar melhor do que com Jovane e TT”, para um "Slimani não serve, não dá para jogar com Paulinho (e aqui ainda falta dar o espaço para Slimani fazer 2 ou 3 jogos como titular na frente de ataque) e o Edwards não tem confiança, é tímido, está com medo, etc. Podemos jogar com um sistema com 2 avançados mas os 2 não têm características para jogar juntos e não se mexe num meio-campo, nem a meio do jogo, para reforçar com um 3º médio.

Preocupa-me (não uma entrada em crise), mas esta tendência para que, cada vez que se mexe, sair asneira, descer o nível e não se ver qualquer tipo de evolução.

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Os aplausos aquando da derrota em casa por 5-0 foram, na minha opinião, justos dado o que a equipa tinha feito nos últimos meses, inclusivamente também poucos dias antes no Dragão. Afectaram zero os jogos seguintes.
Não há essa relação de causa-efeito.
Nem tudo está relacionado com tudo.
Na minha opinião, quanto muito, isso até devia ter tido efeito positivo.
A equipa bem que agradeceu esse gesto aos adeptos.

E atenção que os aplausos não foram exactamente para a exibição.
O aplausos foram uma forma dos adeptos dizerem:
“Pá… Hoje vocês esforçaram-se mas correu mal contra uma grande equipa mas foram vocês que, em condições heróicas nos ofereceram um Campeonato no ano passado e ainda há 4 dias foram ao Dragão fazer uma exibição épica que só um roubo descomunal fez com que não terminasse em vitória. Merecem este acto de solidariedade e de força para o futuro!”

Repito:
Fizeram muito bem em aplaudir quem estava a sofrer num mau momento depois de antes terem feito tanto pelo nosso clube.
Chama-se gratidão!
Chama-se solidariedade!
Eu, se lá tivesse estado, também tinha feito questão de aplaudir.
Nada teve a ver com falta de ambição ou exigência.

Aliás, eu sou o mesmo que teria aplaudido mas que ontem insultei a equipa ainda o resultado estava em 1-0. Não posso admitir a atitude da equipa depois do 1-0. Não posso!

Mas também é preciso contextualizar a nossa época.
Há 2 factores tremendos que nos têm condicionado:
O 1º é a quantidade absolutamente incrível de lesões em jogadores fundamentais.
Já chegámos a ir para jogos importantes com 7 e 8 ausências.
O 2º são alguns roubos estratégicos que, realmente, fizeram muita diferença pontual.
Aliás, desde logo os 2 jogos contra o FCP.

Isto fez uma diferença BRUTAL na nossa época!
E depois obviamente que também desequilibra a equipa do ponto de vista emocional.

Os principais problemas têm sido estes.
Tudo o resto que se diga é um bocado palha.
E muito menos sentido faz virem-se agora criticar jogadores que ainda agora acabaram de entrar no clube.

A única coisa para a qual não acho que exista boa justificação é para a atitude dos jogadores em alguns jogos.
Consigo aceitar um mau jogo onde tivemos algum azar como foi o jogo em casa com o Braga.
Não consigo aceitar a displicência e a falta de atitude nos jogos nas ilhas e ontem a seguir ao 1-0 em casa contra o FCP.
Para mim, estes 3 jogos foram o grande pecado desta equipa. Ficou muito trabalho por fazer.
Ficamos a dever muito a nós próprios.
E agora vamos ficar com a sensação que podia ter sido diferente se nos tivessemos esforçado mais. É uma das piores sensação que um profissional pode ter…
Aliás, sou da opinião que a displicência no jogo dos Açores nos deu cabo da época…

Posto isto, volto a frisar:
O SCP tem o que é preciso para ter sucesso no futuro!
E é nisto que nos devemos focar!

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O Zé Mourinho na sua primeira época não jogou contra um City, nem lá perto. Sequer contra um Ajax. O jogo mais complicado foi contra a Lazio e foi como foi. Mesmo na época seguinte, já na Champions, voltou a não jogar contra um City. Aliás, não é à toa que ainda hoje aquela edição é vista como uma das edições mais fracas da competição.

Não estou a falar de ano zero, estava a falar de uma situação especifica e de um resultado especifico. Nós já ganhámos ao City. A diferença foi que desta vez o City, mesmo não jogando em todo o seu potencial, não andou a dormir 160 minutos na eliminatória.

Quanto ao aplaudir o 5-0, não é questão de me rever ou não. É a tal questão de agora dizerem que os aplausos relaxaram a equipa. É uma questão de coerência. Ou querem apoio ou não querem.

Quanto ao resto, eu não concordo que a equipa tenha piorado com o Paulinho em vez do Sporar. Por muito que o Paulinho não seja a cereja no topo do bolo, não é o manco do Sporar que melhora o que seja.

Quanto ao Slimani, aos dois avançados e coisa e tal, mantenho o que escrevi e que até tinha dito antes. As equipas não mudam de chip (rotinas, entrosamento, filosofia, chamem o que quiserem) por dá cá aquela palha. Há jogadores que o podem fazer e que se readaptam a diferentes ideias. Nem todos. Quanto aos jogadores em especifico, eu percebo um Edwards, porque quando não há espaço e as marcações estão cerradas, alguém tem de jogar na cabine telefónica e desequilibrar. Ou alguém tem de aguentar a bola, sacar faltas e cartões. Ou até atacar as costas em rapidez. Vamos ver é se é capaz. Quanto ao Slimani, percebo se a ideia for fazer de Coates nos finais dos jogos e com o adversário em 30 metros. No resto do tempo, acho que a equipa precisava de um upgrade (versão golos) do Paulinho, não propriamente um poste de área. As coisas pioram com os dois em campo, pois se o meio-campo já se ressente com falta de gente, ainda é menos pessoal a ajudar. Se metes ali 3 médios, perdes a largura, porque os laterais ficam sozinhos contra 2. Solução? Cruzam a 40 metros, quando ainda têm espaço. Como é óbvio, não dá grande resultado.