Interessante artigo, diria mais, fulcral. Porém, encerra em si mesmo, para além do título, uma certa angústia e incapacidade dos Sportinguistas. E isso é algo que não resolverá o problema.
Este é um problema que tem de ser encarado de frente. Para mim, era apurar as responsabilidades da situação actual, estudá-la em profundidade e actuar em conformidade. Não sou optimista (relativamente a este assunto em concreto), mas também não sou catastrofista, pois isso não nos irá ajudar em nada.
Para mim, é imperativo que o SCP seja salvo enquanto Clube e Instituição, pela representatividade que tem em Portugal, na Europa e no Mundo. É da maior importância preservar um Clube centenário, com um forte espírito desportivo e competitivo, mas que tem sido dirigido e gerido em rumos incertos, inadequados ao seu prestígio e verdadeira grandeza.
Os problemas têm de ser identificados e resolvidos. Com frontalidade, com atitude, sem reservas. É o futuro do SCP que está em causa.
O Clube foi delapidado e espolidado de várias formas ao longo dos últimos anos: no património imobiliário, na capacidade competitiva, na capacidade financeira, na imagem, nos centros de poder. O SCP tem vivido sob ataques variados, e nem todos são fruto de acções externas ao Clube, pois a própria inépcia e inércia de quem o dirige tem sido contraproducente, para não falar dos tiros nos pés e de gestões indecorosas e não consentâneas com os pergaminhos do Clube e a sua história vitoriosa.
Assim, é o Clube que tem de ter primazia sobre todo o seu património, e não as SAD que o vão esbulhando.
P.S: existem outras hipóteses que te esqueceste de referir, no meio de tanto pessimismo e negativismo, que têm razão de ser mas não resolverão nada. Uma delas é a aquisição do Clube por algum milionário ou empresa, outra uma “Fanshare”, em moldes semelhantes ou distintos dos que por exemplo estão a utilizar no Arsenal. Claramente não me agrada a 1.ª, a não ser que estivéssemos na presença de alguém que de corpo e alma sentisse o SCP, e o espírito do Clube à imagem e semelhança do que tiveram os fundadores e os nossos melhores dirigentes, congregando o positivismo e o crescimento do SCP perante as adversidades, trabalhando em prol do Clube incansavelmente em busca do sucesso e da glória. A 2.ª seria uma opção mais interessante, que tem de ser aprofundada, mas me parece interessante e viável, até certo ponto. Pelo menos, os sócios poderiam voltar a ser agentes do Clube, e não apenas “clientes”, como na dicotomia do modelo actual, de Clube e SAD, sócios e accionistas.
Talvez mais tarde possa ter algo mais a dizer, mas por agora ficam estes meus pensamentos. Bom tópico (infeliz a nossa situação, mas a responsabilidade tem de voltar a ser nossa e os caminhos do SCP outros, a bem do Clube e de tudo o que representa).