Ricardo Sá Pinto - Treinador do Sporting Clube de Portugal

Lion73, por pontos:

O posicionamento:

Há dois problemas em ter extremos a jogar por fora: o primeiro é o de que o lateral é obrigado a atacar espaços interiores, ao invés de poder explorar os espaços na linha de fundo (que não estão assim vazios); o segundo é que acaba por ser uma tentativa de criar superioridade numérica em zonas pouco perigosas (zonas laterais), com a presença do extremo e lateral ali. O que por norma acontece é o médio ter de ir buscar a bola a esse espaço. O que não faz sentido algum (devia trabalhar para receber em zonas centrais, e não estar obrigado a ir buscar a bola no pé junto á linha lateral).

A contenção:

Há dois momentos nos jogos com Sá Pinto: o primeiro engloba os jogos com o Legia, fora, e o Paços de Ferreira, em casa, e depois a partida com o Légia em casa, e este jogo com o Setúbal. Sabes o que é que os separou? Os assobios da bancada… Nos primeiros, o Sá Pinto, a nível de posicionamentos, tentou colocar a equipa a atacar de forma apoiada e curta desde trás, progredindo colectivamente. Mais recentemente, subiu os médios, abriu os extremos (para não chocarem com os médios, agora mais subidos) e voltamos a ter os problemas de construção que tínhamos com DP.

Seria a primeira estratégia mais arriscada que esta mais recente, com os médios mais subidos? Curiosamente, talvez fosse. A equipa poderia ter perdas de bola em zonas recuadas, sendo que agora dificilmente as têm. Ou seja, baixar os jogadores mais ofensivos não foi estratégia de contenção (caso contrário, as grandes equipas nacionais e internacionais seriam de contenção, porque jogam com os jogadores juntos/próximos e jogam apoiado desde trás).

O problema é que houve um conjunto de atrasados mentais, que por certo sportinguistas não devem ser, que, na primeira semana de trabalho do treinador, e três dias depois de um jogo tremendamente desgastante (física e emocionalmente) na Polónia, além da equipa ter os jogadores nas zonas certas, além de exigirem que a equipa já não se sentisse desconfortável tendo a bola e que tivesse as suas peças nas zonas certas, exigiam também que houvesse fluidez, velocidade e dinâmicas bem oleadas! Numa combinação fantástica que nunca tínhamos visto este ano, mas que se exigia ao Sá Pinto na primeira semana…

O Ricardo Sá Pinto foi contratado para pôr em prática, na equipa sénior, as fantásticas ideias e dinâmicas de jogo que incutiu nos miúdos de 17 e 18 anos dos Juniores. O Domingos Paciência foi despedido por ter posto em prática ideias perfeitamente opostas, a nível de posicionamento dos jogadores (sobretudo) e de movimentos ofensivos. Posto isto, o que é que é mais arriscado: apostar nas ideias que o levaram onde está, ou nas ideias que levaram o DP ao desemprego? E quem é que já pôs em causa as boas ideias que ele estava a tentar implementar? Foi a estrutura nos gabinetes ou os assobiadores no estádio?

Quanto ao gosto pelo risco, conheço e sei o que queres dizer com isso. Ainda assim, foi pela forma como pôs a equipa de júniores a jogar - uma equipa que gostava de gerir a bola com critério, que gostava de combinações curtas, cujos principais movimentos não eram as iniciativas individuais dos seus jogadores e que controlava os jogos do início ao fim -, que foi contratado para o lugar. E foram essas ideias que levaram, por exemplo, o AVB a dizimar adversários no FCP. Faz sentido apostar no contrário?

Em relação ás oportunidades de golo, é uma coisa interessante que vem sendo muito discutida. Aparentemente, o SCP não criar oportunidades é péssimo. Eu acho que depende. O que vi no jogo fora contra o Légia, e no jogo em casa contra o Paços, deu-me confiança para o futuro. A equipa revelava-se pouco dinâmica, o que era natural, mas as alterações (que foram tremendas) garantiam-me boas ideias para um futuro com sucesso (e, sim, com oportunidades de golo). Como começámos a jogar depois dos assobios, é que não temos nem Presente nem Futuro.

A estrutura:

Primeiro, gostava de perceber o que é que o Domingos teve de fazer, no Clube, que o distraiu das suas principais competências, face aos rivais, claro. Como acho que não foi ele que fez os comunicados, como acho que não andou em discussões com os patrocinadores, como acho que não andou a planear a Gamebox e como acho que não andou pelas reuniões com candidatos da Liga e da Federação, a única coisa que lhe vi fazer, fora das suas competências de treinador, foi ter de criticar o árbitro e defender-se de críticas a si dirigidas.

Bom, se é pelo último aspecto, um profissional que seja incapaz de conviver com as críticas (qual o treinador, director ou jogador que nunca se viu atacado - e no caso de Domingos até era com alguma razão…-), não me interessa nem para lavar o chão. E se os problemas foram as arbitragens… é ver o que têm sido as acções dos treinadores adversários, nas últimas semanas, quanto a este aspecto.

Para mim, o problema nas críticas e nos elogios á estrutura é que raramente são apontados aspectos objectivos. Daí falar mais de futebol em si - porque eu tento-me centrar em posicionamentos, movimentos… coisas específicas que consigo avaliar.

Em termos de críticas e elogios objectivos, vejamos por exemplo o caso do Porto, que ganhou pela estrutura. É um chavão que se diz há séculos, acontença o que acontecer. Ainda assim, que matéria prima foi dada ao Vítor Pereira na posição de defesa-lateral direito para atacar o título? E na de avançado-centro? E os recados entre jogadores e treinador via Twitter? E os problemas entre ele e o CR que apareceram na imprensa? Quantos titulares da equipa-base só chegaram em Janeiro?

Em relação ao Jardim, a estrutura foi tão positivamente impactante no seu trabalho que o obrigou a jogar com o Quim, o Baiano, o Douglão, o Ewerton e o Elderson. Quantos destes jogadores têm qualidade? Quantos vinham do ano anterior? Qual foi o substituto do Baiano quando ele se lesionou? E quem é o substituto do Elderson? Quais foram os resultados de Domingos Paciência no Campeonato no ano anterior? Ter feito menos de 50 pontos com muito melhores jogadores foi mérito ou culpa da estrutura?

Para mim, a matéria-prima dada, a nível de jogadores, é o aspecto mais importante no trabalho da estrutura de futebol. Depois, há aspectos específicos que devem também ser tidos em conta. Agora, por favor, tendo em conta que vimos problemas a serem dados a conhecer na imprensa 2 minutos depois de acontecerem, que vimos plantéis com pouca qualidade e sem valor de mercado algum, que vimos presidentes de férias no Brasil… foi pela estrutura que esta época está a correr mal? Em que aspectos específicos?

Foi o discurso dos dirigentes e a falta de ambição (aparentemente, pela demissão feita, era superior á do treinador…) que fez com que estejamos neste momento a 11 pontos dos dirigentes ambiciosos e conquistadores da Liga Portuguesa, do SCB? E dos do Marítimo? E qual discurso, o discurso interno ou o discurso para fora?

E vendo um exemplo contrastante, vês o Rui Vitória, que está a 6 pontos do SCP, queixar-se por neste momento não ter direcção, queixar-se por ter entrado no decorrer da temporada, queixar-se por não ter escolhido os jogadores, queixar-se por ter adeptos a invadir o treino…? Isto é que são condições para trabalhar, dadas pela estrutura, que permitem ao treinador cumprir os objectivos do Clube?

Alvalade, nos últimos 15 anos, não tem sido muito mais fogueira de treinadores e jogadores que outros locais. É uma questão de fazer as contas. O problema é que, por norma, tem sido uma fogueira de maus treinadores e de maus jogadores (salvo os da formação, que ás vezes até são levados pela corrente).

Quanto ao ser um dejá vu, não sei de quando. Eu, de forma racional, não tinha expectativas algumas que tivéssemos sucesso desportivo e financeiro no ano transacto, no futebol profissional. Porque o plantel não tinha qualidade. Porque o plantel não tinha valor de mercado (média de idades…). Porque qualquer problema saía cá para fora e andava-se a falar em clics de sorte para dar a volta á situação. E porque, mesmo atendendo ás atenuantes, o PSérgio não era o treinador indicado.

Para mim, são duas temporadas muito diferentes, sim, no trabalho da estrutura. Na matéria-prima que deram á equipa técnica e na forma como fizeram os sportinguistas acreditar na equipa (não é deja vu, o ano passado não se viu nada próximo neste aspecto). Se quisermos acreditar que é por acaso, é uma opção. Se percebermos que o PB e o CC há anos teriam como jogador de qualidade máxima do plantel um André Martins (que é muito bom, mas que não tem sido aposta), e que andavam a ver o presidente de férias no Brasil e os assuntos do balneários relatados na imprensa no dia seguinte…

O que eu quero é que o Ricardo Sá Pinto implemente as ideias que incutiu na equipa de juniores. Mesmo que, nos primeiros tempos, a equipa revele dificuldades em adaptar-se a um nova realidade. Será arriscado? Talvez (pode levar com os assobiadores outra vez…). Mas é mais arriscado apostar em tudo o que, com Domingos, não resultou. Porque se não resultou, não foi por acaso.

E por aqui me fico, porque este é o tópico do Ricardo Sá Pinto, e estou para aqui a discutir coisas passadas e presentes que, no meu entender, não estão directamente relacionadas com o que de mais importante tentei focar: o fundamental que é voltar a tentar incutir na equipa os princípios que vinha tentando incutir mal chegou, e que infelizmente abandonou (por culpa da estrutura, que os pôs em causa, por certo).

@ Gonçalojbcorreia

UUUUFFF! :sick:

Consegui ler todo o teu “post” e estou perplexo… pela qualidade, pela abrangência, pelo detalhe, pela fundamentação.

Que maravilha! Quais LFL, Tadeias, Campos…

Magnífica análise.

:clap: :clap: :clap:

[hr]

@ Zé Carlos

Idem, idem, aspas, aspas (mas de ti já se espera). :mrgreen:

por acaso não concordo nada contigo. acho que as tais mudanças que tu vês têm mais a ver com as diferenças dos próprios jogadores que constituem o “11” inicial do que com alterações causadas por assobios. a entrada de Capel altera imediatamente a forma como a equipa ataca pela esquerda. a colocação de Izmailov à direita traz, igualmente, coisas novas. como por exemplo, o facto deste não fazer diagonais com bola, mas estar constantemente a fazê-las sem bola.
as diferenças da construção estão também directamente relacionadas com os adversários e com a sua postura perante essa forma de construir do SCP.

neste tema concordo absolutamente contigo. aliás, já estive várias vezes para o escrever aqui, mas acabo sempre a dizer para mim mesmo: “ó pá, isto é tão óbvio que só não vê quem não quer!”

essa treta de que os treinadores/jogadores não têm vingado por culpa da estrutura é grande tanga! não têm vingado porque têm sido fraquinhos. mesmo o minguinhos falha por culpa própria. pode ter feito um trabalho notável no braguinha, mas no Grande Sporting Clube de Portugal somou erros atrás de erros.

as culpas da estrutura neste caso em específico são de escolha. como foi a estrutura que os contratou, essa é a sua responsabilidade. o resto é conversa da treta. eles depois falham… porque não têm qualidade para vingar. simples!

Acho que, neste momento, pouco se pode apontar ao Sá Pinto.

Um treinador pegar numa equipa a meio da época é sempre algo ingrato. Neste caso não foi diferente.

Em termos físicos a equipa parecia (e ainda está) em cacos. Em termos táticos não estava, nem está, muito melhor.

Estas entradas a meio da época, com a maioria dos objetivos já hipotecados, com jogadores desmoralizados e mal preparados, o resultado raramente é bom. O objetivo é remediar: aproveitar o pouco trabalho que o outro treinador já fez e TENTAR dar uns retoques aqui e ali e, particularmente, começar a pensar na próxima época e na supressão de lacunas.

O Sá Pinto não teria sido a minha escolha para o lugar do Domingos até porque, confesso, a minha escolha não passaria, nunca, por despedir Domingos em Fevereiro. Agora que Sá Pinto está no lugar resta-me apoiar, ver o trabalho que desenvolve e esperar que na próxima época consiga colocar em vigor as suas ideias. Consiga fazer uma pré-época decente aproveitar a qualidade que há no plantel (sim, o plantel tem bastante qualidade).

Ou seja, um treinador que fez uma grande época na Académica, entrou para a história do Braga e fez coisas que nem em sonhos os adeptos pensavam que ele fosse capaz, é fraco?

A estrutura não importa? O Domingos andou 1 mês (!!!) a dizer merda em conferências de imprensa e a disparar para todos os lados. Via-se claramente que ele estava perdido. A estrutura o que fez? Nada.
Já que falas nos rivais, o pintinho foi logo mostrar presença depois dos 3-0 com a Académica. Resultado? As exibições melhoraram bastante.

A estrutura não defendeu o clube (por causa da arbitragem), não defendeu o treinador (quando toda a gente o criticava) e não fez nada para inverter as más exibições. Tudo bem que não são eles que treinam, mas declarações de apoio ao treinador e umas “conversas” com os jogadores são necessárias, como se vê nos rivais. E isto não aconteceu.

Tal como na era PB, foi o treinador a ter que dar o peito às balas e a ter que absorver tudo que envolvia a equipa: más exibições, criticas à arbitragem, assobios dos adeptos, instabilidade na equipa técnica, etc.

Das duas uma: ou a estrutura vê que o problema é mesmo o treinador (parto do princípio que eles vão aos treinos ver o que é que a equipa anda a fazer) e o despede a tempo e horas, ou então metem-se do lado dele, defendem-no, e ajudam-no a por a equipa a jogar melhor futebol. Tal como acontece no porto e benfica, os rivais.

Mas não: a estrutura deixou andar o treinador perdido durante muito tempo e não fez nada para tentar dar volta às más exibições. Quando a pressão era insuportável, despediram o treinador. E agora estão a fazer o mesmo: os rivais andam a fazer críticas descaradas à arbitragem (muito piores que nós no início da época) e não se vê greve nenhuma dos árbitros. A estrutura devia pegar nisto para defender o clube. Mas deve dar muito trabalho.

E agora que vai acontecer? O Sá Pinto vai ser despedido mais tarde ou mais cedo e a dança vai continuar. Entretanto, os nossos ex-treinadores vão voltar a ter sucesso, mas em clubes rivais. E nós vamos andar à espera que apareça um Mourinho para salvar o clube… ::slight_smile:

@ carlos c,

Os jogadores ajudam a modificar certos aspectos, e são escolhidos consoante a estratégia para o jogo… Mas sozinhos não mudam nada. Lembro-me de ver o Matías na direita, colado á linha, a fazer movimentos de passar pelo lateral e não vir para dentro…

Sim, é um jogador de zonas interiores. Mas se lhe pedem para fazer desmarcações de ruptura na ala, e combinações com os laterais, lá se vai a ideia pelo cano abaixo…

Sobre o Izmailov, é um facto, mas nos primeiros jogos vi-o ainda mais (com e sem bola) por dentro que nos últimos dois… Não é só uma questão de características, mas movimentos treinados pelos alas, que acho que foram diferentes.

Por exemplo, o Legia em casa tentou fazer o mesmo que fez fora, mas o SCP lá jogou mais apoiado, progredindo a pouco e pouco desde trás, jogando curto… atendendo ao terreno, então…

Em relação á estrutura, há dois polos para mim fundamentais: modelo de gestão, e escolha de peças para cumprir os objectivos delineados. No caso de DP, pus-me a pensar, e não creio que sequer o perfil tenha sido bem escolhido…

O Sá Pinto é o diferente. O perfil, a atender a alguns aspectos (ideias de jogo dos juniores, identificação com a cultura e a formação do Clube), é o correcto. Pode é ter sido cedo demais (e a escolha do Jorge Castelo…).

@ casdio,

O trabalho do Domingos no SCP não estava a ser assim tão diferente do que fez no seu segundo ano do Braga: bem lançado na Europa, fraquinho no Campeonato.

Não significa que seja um mau treinador: apenas não era o treinador indicado para o Sporting, para a nossa cultura e matriz futebolística (mais parecida com a da formação…).

O AVB não teve sucesso em Londres e isso não significa nem que a culpa foi da estrutura que não lhe deu condições (deu poucos, mas suficientes para ter feito mais) nem que é mau treinador. Não era o indicado para aquela cultura de jogo.

A questão da arbitragem é falsa. E tão falsa é que vimos árbitros, hipocritamente, a recusarem-se arbitrar os nossos jogos. Não foi pelo que o Domingos disse.

Quando ás críticas… quem não for capaz de conviver com elas (as construtivas, as outras não vale a pena ligar) pode sair do Sporting CP. E isto serve para todos.

Quanto ás declarações de apoio ao treinador, foram feitas até ao máximo possível. Ao ponto de terem sido feitas depois de esperas de adeptos no aeroporto. Depois a corda partiu…

Uma pergunta, que fiquei curioso… quantos dos “treinadores queimados pela estrutura” tiveram resultados futuros significativos (títulos em bons clubes europeus)?

Só mesmo vindo o considerado Deus do futebol para calar todos de uma vez! A sério?! Bem, podemos sempre acreditar no pai Natal!

SL

GonçaloJbCorreia @

Só te tenho a dizer isto!

:clap: :clap: :clap: :clap: :clap:

e desde quando um treinador ser bom em académicas e bragas lhe dá automaticamente uma aura de “excelente treinador para um SCP”?

aliás, ficou bem à vista de todos…

quantos exemplos de bons/excelentes treinadores/jogadores em equipas pequenas/médias que depois não vingam em equipas a sério queres?

quanto à estrutura, esta tem que fazer o seu papel, mas não é isso que vai definir se o trabalho do treinador é bom ou mau. a estrutura faz o trabalho “sujo”, o treinador tem que pôr a equipa a jogar à bola.

quando aponto erros ao minguinhos é apenas no seu “departamento”. foi aí que falhou. o resto eu critico no local apropriado.

há a estrutura (da equipa, atenção. nada a ver com a outra estrutura que aqui se discute) e há a dinâmica que faz ou não resultar a estrutura. (se bem que a estrutura tenha igualmente a capacidade de alterar a dinâmica… e de que maneira).

Sá Pinto tem usado a mesma estrutura de domingos (o tal 4-3-3 ou 4-1-2-2-1). o que mudou (muito) é a dinâmica imprimida a essa estrutura.

essa dinâmica, quer queiramos quer não, é muito influenciada pelos jogadores que compõem a estrutura. as suas características individuais vão fazer com que as dinâmicas sejam diferentes. por muito que peças ao Capel para jogar mais interior, as suas características não lho permitem. é escusado. por muito que queiras fazer do Izmailov um ala, ele vai sempre procurar zonas mais interiores (sem bola). e eu até acho que estamos a desperdiçar um óptimo médio-centro ali. podia perfeitamente ser o nosso “iniesta”, pela boa capacidade técnica, leitura táctica e capacidade de se chegar a zonas de finalização.

e depois há adversários… que vão igualmente influenciar essa tua dinâmica.

eu, sinceramente, não acho que haja dois Sportings de Sá Pinto. há sim, diversos factores que acabaram por condicionar a forma da equipa jogar em todos os jogos.

não acredito que Sá Pinto abdique dos seus princípios. muito menos por causa dos assobios.

agora leva tempo. muito tempo mesmo. para que esses princípios sejam assimilados e transportados para dentro do terreno de jogo.
jogar apoiado. envolvendo o meio-campo. obrigando os centrais a construir. puxar o “6” atrás para libertar os laterais. enfim, criar uma dinâmica que potencie ao máximo a estrutura escolhida… uuui…

demora. e quando as coisas começam a correr mal, como neste último jogo, a tendência será sempre a busca de opções/soluções já interiorizadas pelos próprios jogadores.

eu não acredito que aquele jogo directo (chutão) da primeira parte em setúbal tenha acontecido por instruções do Sá. não acredito.

@ Gonçalojbcorreia,

Sem qualquer sombra de dúvidas, dos melhores se não o melhor post que li nos últimos tempos. Acho que tu, com essa idade e essas capacidades de análise e escrita, não poderás ter menos que um futuro brilhante pela frente.
Parabéns!

bukowski:

neste tema concordo absolutamente contigo. aliás, já estive várias vezes para o escrever aqui, mas acabo sempre a dizer para mim mesmo: “ó pá, isto é tão óbvio que só não vê quem não quer!”

essa treta de que os treinadores/jogadores não têm vingado por culpa da estrutura é grande tanga! não têm vingado porque têm sido fraquinhos. mesmo o minguinhos falha por culpa própria. pode ter feito um trabalho notável no braguinha, mas no Grande Sporting Clube de Portugal somou erros atrás de erros.

as culpas da estrutura neste caso em específico são de escolha. como foi a estrutura que os contratou, essa é a sua responsabilidade. o resto é conversa da treta. eles depois falham… porque não têm qualidade para vingar. simples!

Nem falo do caso especifico de Domingos. Vamos tentar ser mais genéricos. Vês clubes estruturados na nossa liga, com uma cultura muito própria, lideranças fortes e em que os treinadores passam, uns com algum currículo outros sem nenhum, uns que tiveram sucesso após a sua saída desses clubes, outros nenhum, mas o sucesso mantém-se. Como explicas isto? É pelos treinadores? É que eu quero ver mais que o óbvio, mas não consigo. Porque é que o Domingos fez um grande trabalho no braguinha, no leirinha, na academinha e chega ao Sporting e falha rotundamente? Como é que se explicam os 71 pontos do Braga em 2009/2010, a final da Uefa no ano seguinte e os 49 pontos actuais, em apenas 21 jornadas? Foi pela excelência de Domingos-que deixou-de-o-ser quando chegou ao Sporting ou porque Jardim é outro suprassumo? É e foi pelos seus jogadores? Isso de não ser treinador para o Sporting é outra coisa que me custa a perceber. É que pelos vistos só nomes de top do futebol mundial serão suficientes para o nosso clube… é que nos outros, tal coisa não é necessária. E ganham.

Outra coisa que não entendo são os erros gravíssimos que se apontaram a Domingos. Consistem em quê, exactamente? É que eu aponto os resultados de Janeiro e o futebol praticado como razão para a sua saída. Aponto alguma impreparação mental para um clube com particularidades muito próprias. Mas Domingos sai e vejo que se repetem algumas das opções anteriores e várias muito criticadas anteriormente. Em que ficamos? Eram erros antes e agora não o são?

Goncalojbcorreia: Lion73, por pontos:

O posicionamento:

Há dois problemas em ter extremos a jogar por fora: o primeiro é o de que o lateral é obrigado a atacar espaços interiores, ao invés de poder explorar os espaços na linha de fundo (que não estão assim vazios); o segundo é que acaba por ser uma tentativa de criar superioridade numérica em zonas pouco perigosas (zonas laterais), com a presença do extremo e lateral ali. O que por norma acontece é o médio ter de ir buscar a bola a esse espaço. O que não faz sentido algum (devia trabalhar para receber em zonas centrais, e não estar obrigado a ir buscar a bola no pé junto á linha lateral).

Continuo a não ver o problema, por si. Um extremo a jogar por fora também pode dar largura a uma equipa e uma assimetria que não tem que obrigatoriamente ser nociva, se os mecanismos colectivos forem competentes. Dependendo do lateral, a movimentação, o entendimento e a troca posicional entre os dois jogadores do corredor, um por fora, outro por dentro, podem funcionar perfeitamente.

É que Domingos utilizava o Capel. Sá, também, mal o teve disponível. O @bukowski já o respondeu… provavelmente não estamos na presença, neste pormenor, numa ideia de jogo diferente, mas sim da disponibilidade dos jogadores do plantel.

Se Domingos tivesse tido o Jeffren e o Izmailov disponíveis, Capel teria sido titular? Teríamos tido um futebol tão largo? Duvido. Portanto a ideia de jogo tem a importância, mas é relativa. Penso que a opção deverá ser sempre tirar dos melhores jogadores, o melhor rendimento possível, harmonizando as suas características em prol da equipa, solidificando um conceito de jogo, com o plantel que se tem à disposição.

A contenção:

Há dois momentos nos jogos com Sá Pinto: o primeiro engloba os jogos com o Legia, fora, e o Paços de Ferreira, em casa, e depois a partida com o Légia em casa, e este jogo com o Setúbal. Sabes o que é que os separou? Os assobios da bancada… Nos primeiros, o Sá Pinto, a nível de posicionamentos, tentou colocar a equipa a atacar de forma apoiada e curta desde trás, progredindo colectivamente. Mais recentemente, subiu os médios, abriu os extremos (para não chocarem com os médios, agora mais subidos) e voltamos a ter os problemas de construção que tínhamos com DP.

Seria a primeira estratégia mais arriscada que esta mais recente, com os médios mais subidos? Curiosamente, talvez fosse. A equipa poderia ter perdas de bola em zonas recuadas, sendo que agora dificilmente as têm. Ou seja, baixar os jogadores mais ofensivos não foi estratégia de contenção (caso contrário, as grandes equipas nacionais e internacionais seriam de contenção, porque jogam com os jogadores juntos/próximos e jogam apoiado desde trás).

O problema é que houve um conjunto de atrasados mentais, que por certo sportinguistas não devem ser, que, na primeira semana de trabalho do treinador, e três dias depois de um jogo tremendamente desgastante (física e emocionalmente) na Polónia, além da equipa ter os jogadores nas zonas certas, além de exigirem que a equipa já não se sentisse desconfortável tendo a bola e que tivesse as suas peças nas zonas certas, exigiam também que houvesse fluidez, velocidade e dinâmicas bem oleadas! Numa combinação fantástica que nunca tínhamos visto este ano, mas que se exigia ao Sá Pinto na primeira semana…

Ora… então temos que responsabilizar… o tribunal? A conversa da “estrutura” é tanga, mas a do tribunal justifica aquilo que a equipa não faz ou deixa de fazer em campo? Este tribunal do Sporting tem costas largas, mas não deixa de ser este a validar a incompetência crónica de quem gere o clube, ano após ano. Tomara outros dirigentes, de outros clubes, terem este tribunal amorfo e passivo, que manda alguns assobios para o ar. Que o diga o Vitinho.

A posse de bola tem sido totalmente incipiente e é feita no nosso meio campo. Sem progressão. Ponto. Se Sá tenta trabalhar os jogadores neste sentido, que continue e acho muito bem, mas com outras peças, porque as que tem utilizado não permitem progressão nem verticalização. A falta das mesmas não foi surpresa e passou dos limites do razoável.

O Ricardo Sá Pinto foi contratado para pôr em prática, na equipa sénior, as fantásticas ideias e dinâmicas de jogo que incutiu nos miúdos de 17 e 18 anos dos Juniores. O Domingos Paciência foi despedido por ter posto em prática ideias perfeitamente opostas, a nível de posicionamento dos jogadores (sobretudo) e de movimentos ofensivos. Posto isto, o que é que é mais arriscado: apostar nas ideias que o levaram onde está, ou nas ideias que levaram o DP ao desemprego? E quem é que já pôs em causa as boas ideias que ele estava a tentar implementar? Foi a estrutura nos gabinetes ou os assobiadores no estádio?

Domingos, foi despedido pelos resultados. Só. Nada contra. E acredito que a escolha de Sá, teve muito mais a ver com a protecção da imagem da direcção, com os bons resultados dos juniores, que têm um valor acima da média de outras gerações recentes, do que propriamente pelas ideias que tem. Podem ser muito boas, mas não estou a ver qualquer laivo de capacidade de planeamento estratégico e de análise técnico táctica na estrutura de futebol. Acredito que se navegue à vista.

Quanto ao gosto pelo risco, conheço e sei o que queres dizer com isso. Ainda assim, foi pela forma como pôs a equipa de júniores a jogar - uma equipa que gostava de gerir a bola com critério, que gostava de combinações curtas, cujos principais movimentos não eram as iniciativas individuais dos seus jogadores e que controlava os jogos do início ao fim -, que foi contratado para o lugar. E foram essas ideias que levaram, por exemplo, o AVB a dizimar adversários no FCP. Faz sentido apostar no contrário?

Já te respondi acima. Admiro a tua crença.

Em relação ás oportunidades de golo, é uma coisa interessante que vem sendo muito discutida. Aparentemente, o SCP não criar oportunidades é péssimo. Eu acho que depende. O que vi no jogo fora contra o Légia, e no jogo em casa contra o Paços, deu-me confiança para o futuro. A equipa revelava-se pouco dinâmica, o que era natural, mas as alterações (que foram tremendas) garantiam-me boas ideias para um futuro com sucesso (e, sim, com oportunidades de golo). Como começámos a jogar depois dos assobios, é que não temos nem Presente nem Futuro.

Ora, Gonçalo… não criar oportunidades é… bom. Óptimo. Fantástico. A forma como a equipa jogou nos jogos anteriores, mesmo que algumas coisas me tenham agradado e fiz questão de o referir, não foram mais que o prenúncio do que se passaria no fim de semana. Surpreendeu-te a derrota e a primeira parte que fizemos? A mim, não. Nada.

A estrutura:

Primeiro, gostava de perceber o que é que o Domingos teve de fazer, no Clube, que o distraiu das suas principais competências, face aos rivais, claro. Como acho que não foi ele que fez os comunicados, como acho que não andou em discussões com os patrocinadores, como acho que não andou a planear a Gamebox e como acho que não andou pelas reuniões com candidatos da Liga e da Federação, a única coisa que lhe vi fazer, fora das suas competências de treinador, foi ter de criticar o árbitro e defender-se de críticas a si dirigidas.

Bom, se é pelo último aspecto, um profissional que seja incapaz de conviver com as críticas (qual o treinador, director ou jogador que nunca se viu atacado - e no caso de Domingos até era com alguma razão…-), não me interessa nem para lavar o chão. E se os problemas foram as arbitragens… é ver o que têm sido as acções dos treinadores adversários, nas últimas semanas, quanto a este aspecto.

Para mim, o problema nas críticas e nos elogios á estrutura é que raramente são apontados aspectos objectivos. Daí falar mais de futebol em si - porque eu tento-me centrar em posicionamentos, movimentos… coisas específicas que consigo avaliar.

Em termos de críticas e elogios objectivos, vejamos por exemplo o caso do Porto, que ganhou pela estrutura. É um chavão que se diz há séculos, acontença o que acontecer. Ainda assim, que matéria prima foi dada ao Vítor Pereira na posição de defesa-lateral direito para atacar o título? E na de avançado-centro? E os recados entre jogadores e treinador via Twitter? E os problemas entre ele e o CR que apareceram na imprensa? Quantos titulares da equipa-base só chegaram em Janeiro?

Em relação ao Jardim, a estrutura foi tão positivamente impactante no seu trabalho que o obrigou a jogar com o Quim, o Baiano, o Douglão, o Ewerton e o Elderson. Quantos destes jogadores têm qualidade? Quantos vinham do ano anterior? Qual foi o substituto do Baiano quando ele se lesionou? E quem é o substituto do Elderson? Quais foram os resultados de Domingos Paciência no Campeonato no ano anterior? Ter feito menos de 50 pontos com muito melhores jogadores foi mérito ou culpa da estrutura?

Para mim, a matéria-prima dada, a nível de jogadores, é o aspecto mais importante no trabalho da estrutura de futebol. Depois, há aspectos específicos que devem também ser tidos em conta. Agora, por favor, tendo em conta que vimos problemas a serem dados a conhecer na imprensa 2 minutos depois de acontecerem, que vimos plantéis com pouca qualidade e sem valor de mercado algum, que vimos presidentes de férias no Brasil… foi pela estrutura que esta época está a correr mal? Em que aspectos específicos?

Foi o discurso dos dirigentes e a falta de ambição (aparentemente, pela demissão feita, era superior á do treinador…) que fez com que estejamos neste momento a 11 pontos dos dirigentes ambiciosos e conquistadores da Liga Portuguesa, do SCB? E dos do Marítimo? E qual discurso, o discurso interno ou o discurso para fora?

E vendo um exemplo contrastante, vês o Rui Vitória, que está a 6 pontos do SCP, queixar-se por neste momento não ter direcção, queixar-se por ter entrado no decorrer da temporada, queixar-se por não ter escolhido os jogadores, queixar-se por ter adeptos a invadir o treino…? Isto é que são condições para trabalhar, dadas pela estrutura, que permitem ao treinador cumprir os objectivos do Clube?

Alvalade, nos últimos 15 anos, não tem sido muito mais fogueira de treinadores e jogadores que outros locais. É uma questão de fazer as contas. O problema é que, por norma, tem sido uma fogueira de maus treinadores e de maus jogadores (salvo os da formação, que ás vezes até são levados pela corrente).

Quanto ao ser um dejá vu, não sei de quando. Eu, de forma racional, não tinha expectativas algumas que tivéssemos sucesso desportivo e financeiro no ano transacto, no futebol profissional. Porque o plantel não tinha qualidade. Porque o plantel não tinha valor de mercado (média de idades…). Porque qualquer problema saía cá para fora e andava-se a falar em clics de sorte para dar a volta á situação. E porque, mesmo atendendo ás atenuantes, o PSérgio não era o treinador indicado.

Para mim, são duas temporadas muito diferentes, sim, no trabalho da estrutura. Na matéria-prima que deram á equipa técnica e na forma como fizeram os sportinguistas acreditar na equipa (não é deja vu, o ano passado não se viu nada próximo neste aspecto). Se quisermos acreditar que é por acaso, é uma opção. Se percebermos que o PB e o CC há anos teriam como jogador de qualidade máxima do plantel um André Martins (que é muito bom, mas que não tem sido aposta), e que andavam a ver o presidente de férias no Brasil e os assuntos do balneários relatados na imprensa no dia seguinte…

O que eu quero é que o Ricardo Sá Pinto implemente as ideias que incutiu na equipa de juniores. Mesmo que, nos primeiros tempos, a equipa revele dificuldades em adaptar-se a um nova realidade. Será arriscado? Talvez (pode levar com os assobiadores outra vez…). Mas é mais arriscado apostar em tudo o que, com Domingos, não resultou. Porque se não resultou, não foi por acaso.

E por aqui me fico, porque este é o tópico do Ricardo Sá Pinto, e estou para aqui a discutir coisas passadas e presentes que, no meu entender, não estão directamente relacionadas com o que de mais importante tentei focar: o fundamental que é voltar a tentar incutir na equipa os princípios que vinha tentando incutir mal chegou, e que infelizmente

Portanto, a responsabilidade é do… Domingos. Porque tu vês gente capaz nesta direcção do Sporting, vês pessoas com ideias firmes, vês um projecto, vês sentido nas várias opções tomadas, vês capacidade de liderança, vês carisma. Quando as coisas correm mal, vês alguém capaz de chegar ao balneário e de dar um murro na mesa, colocando o grupo em sentido e focado nos objectivos do clube.

Eu não vejo nada disso… o varrimento do plantel anterior, com mais nenhum critério do que o simples usar da vassoura, a chegada de quase uma vintena de jogadores a conta gotas ( sim, é factual e objectivo ), a contratações de lesionados crónicos ou de jogadores incapazes de dar um contributo à altura das exigências, a curto prazo, em posições fulcrais, acabou por levar uma equipa até ao limite, com que o treinador anterior não soube lidar. Grosso modo, o que se passou no mês de Janeiro serviu para uma espiral de histeria que não teve fim e provou a falta de convicções nas apostas que se fazem. E sim, o que se fez no defeso em termos de contratações, entendo-o como positivo e criaram-se condições para o sucesso, mas as bases não deixaram de ser frágeis e algumas alternativas, inexistentes.

Acrescento que esperar de pessoas sem carácter, com incompetência provada e comprovada, ao longo de anos, a capacidade de suporte à sua equipa de futebol, passa para lá dos limites da tolerância e benefício da dúvida. Espera-se exactamente o quê de pessoas fracas e incompetentes? Que raio, quase todos os dias vemos pequenos pormenores que revelam a fibra destes senhores e admiram-se pela época que se está a fazer? Um líder é um quê? Uma figura de corpo presente? No nosso clube, sem dúvida que é.

Mas claro, malandro do Domingos. E do Paulo Bento e do Fernando Santos e do próprio Carvalhal… e não há de faltar muito para Sá ser incluído no lote.

O Sporting tem construído uma pequena história de insucesso e de decisões erradas, promovendo uma cultura de derrota que é incutida em qualquer profissional que aqui chegue. Assobie-se para o lado. Não quero saber.

É pá, mas vocês estão a escrever uma enciclopédia, ou querem pedir ao pessoal que se atire de cabeça contra esses muros de texto? :mrgreen: :great:

A conjuntura desta equipa radica principalmente em quem a definiu (para o bem e para o mal, consciente ou inconscientemente).

a) [glow=greenyellow,2,300]perfil do treinador[/glow] escolhido para [glow=greenyellow,2,300]“encabeçar” o “projecto”[/glow] (falhou o perfil escolhido, e a tentativa de ser o “rosto” do “projecto”, demasiada responsabilidade para tão pouca substância e consistência)

Posteriormente:

b) glow=greenyellow,2,300construção do plantel[/glow], com erros de várias ordens de responsabilidade, desde a cúpula directiva ao treinador, e que resultou num investimento pouco equilibrado, numa política de contratações desenfreada e numa política de colocação de activos demasiado forçada e prejudicial para a rentabilidade e proveito do Clube. O plantel tinha lacunas muito graves para quem se propõe a lutar pelo 1.º lugar e atacar todas as frentes. [glow=greenyellow,2,300]Plantel com limitações e aquém daquilo que foi propalado e prometido[/glow]

c) [glow=greenyellow,2,300]deficientes metodologias, modelos tácticos e sistema de jogo[/glow], claramente inadequados e insuficientes para as exigências competitivas e as capacidades, potencialidades e necessidades do plantel que foi definido.

Curiosamente, por esta ordem, se define também a ordem de responsabilidades internas no momento e na conjuntura da equipa.

a) Direcção

b) Direcção + Equipa Técnica

c) Equipa Técnica

A estas alíneas podemos acrescentar a d), da ordem dos jogadores, que foram sendo desmoralizados, desmotivados e se sentiram mal orientados a partir do momento que toda a estrutura do futebol acima deles os passou a encarar como bodes expiatórios e foco das desculpabilizações da incompetência e falta de carácter de quem tinha a responsabilidade de levar o “projecto” e o futebol do Sporting ao sucesso. Veremos se não vão ser estes mesmos jogadores a oferecer esses momentos de sucesso ao Clube e àqueles que os utilizaram como almofada, o que tem sido recorrente e habitual no Sporting Clube de Portugal, o mesmo acontecendo ao nível dos treinadores, que porém, tal como alguns jogadores, não têm o perfil indicado para serem contratados pelo Clube e o representarem.

Falta (cons)ciência. Do Alfa ao Ómega, mas as coisas começam pelo princípio, e o princípio passa pela direcção.

Tens noção do que estás a dizer? Pegar no Braga e lutar pelo título contra um dos melhores benficas da história é pouco? Levar o Braga à Champions pela 1ª vez na história, eliminando Celtic e Sevilha pelo caminho, é pouco? Lutar pela passagem aos oitavos na Champions até à 6ª jornada é pouco? Pegar no Braga e levá-los até à final da Uefa, eliminando Liverpool e benfica pelo caminho, é pouco?

Nem nos melhores sonhos dos adeptos eles pensavam que isto era possível. Mas Domingos fê-lo! E ainda o fez a perder jogadores muito importantes a meio da época!

Se um treinador que fez isto não chega para o Sporting, então não faço ideia de quem chegue. Talvez Mourinho, Guardiola, Capello, Ancelloti sejam capazes de treinar o Sporting… ??? ::slight_smile: ::slight_smile:

Declarações de apoio mal se viram. E porque é que a corda partiu tão tarde? Porque é que eles não despediram o Domingos mais cedo? Se era ele o problema…

Quanto aos treinadores:
Paulo Bento: sai do Sporting e vai para a seleção. Consegue recuperar um início desastroso e qualifica Portugal para o Euro.

Carvalhal: sai do Sporting e vai para o Besiktas pegar numa equipa cheia de problemas (quer a nível financeiro - Hugo Almeida acho que chegou a dizer que não recebiam salários - quer a nível de tribunais) e está a lutar pelo 3º lugar. Na Europa, vai para os oitavos-de-final.

Couceiro: sai do Sporting e vai para o Lokomotiv. Ficou em 4º e agora está nos playoff a lutar pela Europa.

Sim, nenhum saiu daqui para ir ganhar títulos para outras equipas. Mas também nenhum foi para equipas onde fossem pedidos títulos.

No entanto, o meu ponto é: estes treinadores, no Sporting, pareciam gajos que percebiam menos de bola que nós. No entanto, noutras equipas, estão a mostrar qualidades que essas equipas procuravam. Se eu os queria de volta no Sporting? Não. Se esses treinadores, com uma estrutura forte, tinham feito melhores exibições? Sem dúvida.

E agora veremos para onde vai o Domingos :great:

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Amigo casdio só uma pequena correcção não é benfica que se escreve é BOIfica!

Cumps

@ Casdio,

Terminando a discussão: o Paulo Bento ainda teve cá bons anos (numa altura em que considero que a estrutura era praticamente inexistente, embora fizesse dele uma bandeira), o Carvalhal e o Couceiro cumpriram os objectivos que lhe foram pedidos - entraram em condições muito complicadas, tiveram imensos problemas a nível de estrutura directiva (especialmente o primeiro) e saíram com á sensação de missão cumprida.

O José Peseiro, por exemplo, - que até é um treinador que aprecio - não mais veio treinar equipas europeias, nem conquistou títulos significativos por onde mais tarde passou, mas cá discutiu o título e foi a uma final europeia… O Inácio e o Boloni foram campeões…

Dá para os dois lados, e houve inúmeras situações distintas no Passado. No tempo de Bento, mas mais especialmente de Carvalhal, Couceiro e mesmo o Palserge, não me coíbo de dizer que não foram dadas á equipa técnica condições para ter (mesmo que relativo) sucesso.

Não me parece é que isso tenha acontecido este ano :great:

O Domingos disse que pediu jogadores para jogar num determinado sistema, mas chegaram jogadores com outras características. :great:

Isso vê-se na defesa (tal como o zecarlos referiu): temos centrais lentos e tentamos jogar com a defesa subida. Resultado? Montes de golos sofridos em contra-ataque…

Aposta no 4-4-2 losango Sá, por favor :pray:

Mas quais “montes de golos sofridos”? :eh: Somos a segunda melhor defesa do campeonato, apenas superada pela do porto.

O nosso problema é o ataque… Contratámos um treinador que no Braga jogava na expectativa à espera do erro adversário, enquanto que no Sporting a equipa é obrigada a adoptar um estilo de posse de bola e ataque constante perante marcações cerradíssimas.

Enquanto o Sporting não contratar jogadores e treinador preparados para esta realidade não vai chegar lá, isto não é como o Braga onde os adversários dão 30 metros para o Alan correr à vontade ou deixam o Lima soltinho da vida para este ir fazendo o que lhe apetece.