Escrevo estas linhas para de alguma forma responder a mais uma tentativa do Tavares de insultar o Sporting, ao afirmar que já faz bastante tempo que o Sporting não é um grande. Não sei que argumentos utiliza para basear a sua opinião. Nem sei se os usou, pois não tenho paciência para ler literatura de cordel. Mas discordo profundamente de uma afirmação que carrega em si mesma uma alta dose de frustração e inveja.
Sim, o Tavares inveja o Sporting naquilo que o seu clube do coração jamais conseguira ter: grandeza. O Tavares devia saber que as medidas de grandeza de um clube vão muito mais além do que as vitórias do futebol profissional. Por muitos títulos que o clube do Tavares ganhe, jamais terá a dimensão nacional que o Sporting tem. Frustrante, não é? O que é ainda mais deprimente para o Tavares é que, mesmo sem ganhar com frequência no futebol profissional, o Sportinguismo continua vivo, omnipresente no dia a dia e capaz de vender mais pasquins do que se o clube do coração do Tavares ganhasse a Champions League todos os dias.
Mas mais: as atribulações do nosso clube na ultima década e meia devem-se sobretudo a um projecto de auto destruição da instituição. Não porque haja menos Sportinguismo ou Sportinguistas. No caso do clube do coração do Tavares, a instituição há muito que desapareceu, tendo-se transformado no quintal corrupto de um bando de mafiosos. O Tavares devia-se preocupar mais em analisar o porque de o seu clube e respectivo presidente se terem transformado numa espécie de entidade híbrida, praticamente indivisíveis e aparentemente dependentes um do outro. E que ate os mafiosos são mortais…
Mas há algo de mais profundo que corrói o Tavares: a grandeza, a dimensão do Sporting baseia-se em valores históricos de cariz profundamente digno, de elevado estatuto moral, de honradez inatacável: “Esforço, Dedicação, Devoção e Glória”. Temos um historial que, na sua grande parte, reflecte esses mesmos valores. Já a efémera grandeza do clube do Tavares baseia-se em maços de notas de quinhentos contos que o Reinaldo Teles entregava aos árbitros na tasca do irmão (Joaquim Teles), nos anos oitenta. Oh Tavares, perdoe-me, mas o brilho das vitorias jamais poderá obscurecer o opaco da lama que o pântano da corrupção gera.
Por isso Tavares, fique la com a sua grandeza regional, assente em pilares de prácticas vergonhosas e criminosas. Eu prefiro de longe a grandeza histórica e moral a nível nacional, que o meu clube ostenta. Sim, estamos numa fase complicada, perturbante pelo facto de o Sportinguismo não ter ainda encontrado um rumo certo que lhe garanta um futuro equivalente aos desejos dos seus fundadores. Mas oh Tavares, estamos apenas adormecidos… e isso, atormenta-o! Não tenha a mínima duvida de que voltaremos 'a senda dos êxitos e nessa altura um pais inteiro vai voltar a explodir de alegria. Ate la, vamos ter de aturar a sua azia, o seu fel semanal, a sua incompreensão pelo facto de, apesar de tudo, o Sporting ser muito maior do que a sua mente tacanha será capaz de entender. Paciência…
@Rasputine 2012