As medidas de recapitalização da Sporting SAD (leia-se reestruturação financeira ou Project-Finance) estão aí, oficializadas através de comunicado à CMVM:
Em cumprimento da obrigação de informação que decorre do disposto no artigo 248º, nº1 al. a) do Código dos Valores mobiliários, a SPORTING - Sociedade Desportiva de Futebol, SAD (Sporting SAD), esclarece e informa o seguinte:
No seguimento do comunicado divulgado a 26 de Março de 2010, a Sociedade informa que foram concluídas as negociações entre o Sporting e os Bancos financiadores, Banco Espírito Santo SA e Banco Comercial Português SA referentes ao plano de reestruturação financeira, tendo-se igualmente chegado a acordo quanto às medidas e operações a implementar no quadro da referida reestruturação financeira necessárias para a recapitalização da Sociedade.
Assim, no âmbito da plano de reestruturação financeira e recapitalização da Sociedade será convocada uma assembleia geral para deliberar sobre as operações necessárias, concretamente:
b[/b] redução do capital social de Euros 42.000.000,00 para Euros 21.000.000,00, destinada à cobertura de prejuízos, a efectuar mediante a redução do valor nominal da totalidade das acções representativas do capital social de Euros 2,00 para Euros 1,00;
b[/b] aumento do capital social no montante de Euros 18.000.000,00, passando de Euros 21.000.000,00 para Euros 39.000.000,00, a realizar por novas entradas em dinheiro através de emissão de 18.000.000 (dezoito milhões) de novas acções ordinárias, escriturais e nominativas, com o valor nominal de 1 Euro cada, através de subscrição pública com respeito pelo direito de preferência dos accionistas, pelo preço de subscrição de 1 Euro;
b[/b] emissão de Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis em acções da sociedade (“VMOC”), escriturais e nominativos, no montante máximo de Euro 55.000.000,00 (cinquenta e cinco milhões de euros), de valor nominal de 1 Euro cada, com prazo máximo de 5 anos, com preço de subscrição de 1 Euro, com taxa de juro nominal anual bruta de 3%, obrigatoriamente convertíveis em acções ordinárias da Sporting SAD a um preço de conversão de 1 Euro. A emissão será efectuada através de
subscrição pública, com respeito pelo direito de preferência dos accionistas.
A implementação das medidas acima previstas permitirá à Sociedade, por um lado, elevar os seus capitais próprios, deixando de estar abrangida pela previsão do art. 35º do Código das Sociedades Comerciais, e, por outro lado, dotar a Sociedade dos meios
necessários à gestão da sua actividade.
Lisboa, 18 de Agosto de 2010
O Conselho de Administração
Este é um tipo de assunto que pouco domino.
Mas só uma pergunta, então mas não tinha sido vendida esta dívida ao BCP ao BESInvestimentos segundo relatos foristas!?
Não era apenas aos mauzões do BES a quem deviamos e tal… depois aparece isso, e uma pessoas acredita em quem?
Quanto às VMOC`S vou recolher alguma informação, admito que estou a zeros, se for um bom investimento e tiver algum dinheiro disponível para investir e sendo esta uma das formas de reforçar o SPORTING, vou ponderar fazê-lo…´
VMOC’s são obrigações convertíveis em acções. Já agora e porque foi colocada a questão, a taxa a de juro anual é de 3%, o que não é um mau investimento face às taxas de juro dos depósitos a prazo.
Evita-se a falência reduzindo o capital social da SAD e refinancia-se através da emissão de novas acções e VMOCs, uma espécie de obrigações (dão 3%juro/ano) que no fim do prazo se transformam obrigatoriamente em acções com o valor nominal de 1€ cada.
O que a SAD está a fazer é o que tem feito desde que iniciou a actividade. Devido à gestão ruinosa vai acumulando prejuízos que a colocam passados uns tempos sob o artigo 35 das sociedades comerciais. O que é o artigo 35? É isto:
"considera-se estar perdida metade do capital social quando o capital próprio da sociedade for igual ou inferior a metade do capital social.", ou seja:
CP <= CS/2 ou, (A – P) <= CS/2
sendo, CP= Capital Próprio, CS= Capital Social, A = Activo e P = Passivo.
Desde 2002 a SAD já fez o que está a fazer “n” vezes para escapar ao artigo 35 (que é o que a lei diz - que tem de apresentar medidas para se escapar ao tal artigo)… subscrição pública de acções, redução do valor nominal das acções, empréstimos, antecipação de receitas, etc e tal. A novidade desta vez é uma emissão de acções chamada VMOCs contendo cláusulas especiais. De assinalar também que, apesar da SAD já ter recorrido a medidas deste género inúmeras vezes anteriormente acaba sempre por cair no artigo 35 mais tarde ou mais cedo, uma vez que não consegue gerir correctamente o seu negócio que é o futebol (ver tópico Uma década de futebol, 100 milhões de prejuízo).
o José Roquete iniciou Project-Finance segundo ele era um grande passo em frente para o scp deixar de ter problemas de dinheiro e ter uma grande equipa de futebol, desde então já não posso ouvir falar do maldito Project-Finance.
não temos dinheiro e não temos equipa… :wall:
Estas reestruturações financeiras com o objectivo de nos retirar do artigo 35 obviamente que têm um preço. O preço é a diminuição da posição do Clube na SAD e/ou endividamento e/ou mais encargos financeiros e/ou perda de património do Sporting para servir de garantia na SAD e por aí fora.
Ah, e desengane-se quem acha que isto vai servir para ter mais dinheiro para o futebol… isto serve apenas para resolver a equação que coloquei acima, nem mais nem menos.
Há uma coisa (pelo menos :inde:) que não percebo, no ponto II do comunicado lê-se: aumento do capital social no montante de Euros 18.000.000,00, passando de Euros[b] 21.000.000,00 para Euros 9.000.000,00[/b]. Como é que se aumenta o capital social e este diminui (de 21 para 9 M€)?
Não será bem zero Não será é a solução desejável, mas…
E como dizer, como noutro tópico que não existe massa cinzenta entre os sportinguistas, também é muito redutor. Existir, existe. Se não se faz presente, isso é outra coisa. Já aqui advoguei, que as assembleias não têm passado de meras reuniões que servem somente para sancionar o que é proposto pelas direcções, até porque os sócios comparecem numa larguissima minoria. Deste modo, como se poderá aferir o pulso do universo sportinguista? Acho que, e desde há muito, que os sócios, adeptos e simpatizantes do nosso clube deveriam reunir-se à margem das direcções, para então sim, poder livremente manifestarem as suas aspirações, frustrações, e criarem um conjunto de propostas/soluções para o clube. Nós somos parte da solução e não do problema. Mais, se esse universo de sportinguistas é composto por três milhões de pessoas, não me digam que não existem pessoas muito válidas, ditas com massa cinzenta e crítica, que possam criar uma base programática para mudar o rumo em que nos encontramos. E atenção, tudo isto num registo de não confrontação com a actual Direcção, pois o que é desejável é que exista um clima de cooperação. Mobilização é o que se precisa acima de tudo. Podem chamar-me utópico, ou até mesmo um lírico. Mas creio que estava na hora de reunir forças, e não desperdiçá-las em blogues inócuos - não falo do fórum por ser o único instrumento até à data com validade inquestionável. Portanto, fico à espera que mais foristas partilhem da minha ideia, para podermos, em conjunto, promover um grande encontro de todos os sportiguistas de alma e coração, que pretendam alavancar o nosso clube para outros patamares de excelência.