Provincianismo da nisto

Gostaria de pedir uma opinião aqui ao pessoal, sobre uma situação ocorreu ao pai de um primo meu.

Vou explicar com calma, ver se entendem… o meus avós são de uma terreola no distrito da guarda. Tiveram 3 filhos: o meu pai e dois irmãos. Entretanto meus avós morreram, e fizeram partilhas verbais meu pai e meus tios. Nós ficamos na aldeia com umas leiras, mais tarde vendemos. Legalizamos artigo por usucapião e mais tarde é que vendemos. um irmão do meu pai, calhou lhe uma quinta num barroco, com 2 palheiras e um pinhal. Ele nunca ligou aquilo, nunca foi as finanças ver nada, julgou também ainda estava nas finanças em nome do pai e deixou estar. Entretanto um senhor de uma imobiliária veio ter com ele, se não estaria interessado em colocar a venda aquilo, visto eles terem conseguido vender o terreno vizinho dele. Ele achou boa ideia e combinou com agência por aquilo a venda, e os vizinhos compravam aquilo por cerca de 20 mil euros. Vizinhos pagaram lhe e quando agência foi pra tratar da papelada… Aquilo tava registado na conservatória em nome de um estranho!! Pelos vistos o pai desse estranho, na altura das avaliações na década de 80, meteu mão naquilo, pois vivia lá na terra do meus avós e eles como eram “parolos” nunca foram ver nada e morreram e nunca se mexeu em nada.

O filho desse estranho, quando pai morreu herdou e legalizou tudo, desconhecendo essa história, visto viver em Leiria e nem sabia onde era terrenos. O problema é que aquela quinta o meu avô já herdara do pai… O estranho agora quer que meu tio lhe devolva o € recebeu e ele passa aquilo pra nome dos tais vizinhos, pois aquilo legalmente tá em nome dele. Mas meu tio recusa, pois a quinta era do pai dele, e já vinha do meu bisavô… imobiliária agora está a baldar se, mas desses 20 mil, parte foi a comissão deles. Os vizinhos sentem se enganados e ameaçam por todos em tribunal…

Pois o mal foi meu tio nunca ter ido ver de nada e recebeu dinheiro sem primeiro tratar das coisas, outros acreditaram na palavra dele e ele julgava aquilo era dele…

Qual a melhor solução? Processar dono ilegal??

Isso da propriedade por boca é mato no interior.
Vou dar um exemplo na primeira pessoa.
O meu avô paterno numa aldeola perdida no concelho do Fundão tinha umas poucas de propriedades espalhadas um pouco por todo o lado.
Umas poucas de leiras como lhes chamas (e bem).
Quando ele morreu já depois da minha avó também ter partido o meu pai e + 4 irmãos trataram das partilhas.
Tudo tranquilo sem qualquer chatice, o que era do meu avô passou de boca para cada um dos herdeiros por acordo total entre as partes interessadas
Entretanto o meu velhote também faleceu, isto já depois de dois dos seus irmãos também terem falecido.
Na altura do funeral do meu pai, um dos meus dois tios que restavam, por sinal o único que tem casa na aldeia perguntou como queria fazer com os terrenos do meu pai que entretanto até tinham aumentado, um dos dois irmãos que já tinham falecido não tinha herdeiros logo o que era dele passava para os irmãos.
Eu que de rico nada tenho simplesmente abdiquei de tudo.
Nada estava registado no nome de ninguém e ia ser uma trabalheira desgraçada para colocar aquilo no meu nome.
Eu gosto muito pouco de chatices.

Aquilo estar na conservatória registado em nome desse estranho… é que é estranho.
Supostamente ele (e o filho) têm aquilo legalizado.

Acho que era por aí que deviam começar a investigar.

Também ia por aí.
Apesar de muitas vezes em termos de conservatória, haver maroscas dessas. Também acontece haver os famosos marcos, cartas, etc bem anteriores a registos.
Eu posso ter um terreno que não está devidamente legalizado, pode haver coimas e tal mas não é por isso que deixa de ser meu perante a lei (a não ser que seja arrestado pelo tribuna)

Marosca é pouco, o meu avô comprou um terreno aqui na terra e o fdp da conservatória (porque era parvo) meteu o terreno ao lado, como sendo o dele, esse terreno têm dono… O que nos vale é que estamos a tratar do assunto e o terreno em questão nunca deixou de ser utilizado.

Oh “amigo” aqui nos barrocos casos desses é aos montes… sabes pk? A ganância das pessoas, que julgam que levam algo atrás pra cova…

Eu vou te explicar e até te vou dar exemplo de uma situação se passou com meus tios…

Antigamente (+ 50-60 anos atrás) as pessoas eram humildes e tudo cultivava. As pessoas eram gente honesta e a palavra valia mais que papel. Negociavas diretamente com a pessoa, cara a cara, preço, aperto de mão e venha o $$. E nas finanças nunca era nada atualizado. E foi passando de geração em geração, até hoje maioria dos casos. Mas nem todos eram assim. Havia aqueles espertos que aproveitando se das condições de pobreza das pessoas, pela calada roubavam lhes terrenos. Iam as finanças, diziam tinham herdado/ lhes doado aquilo e tal e pronto. E havia aqueles que utilizavam os inventários de menores. E já na década de 70-80, a quando das atualizações das matrizes, como os funcionários das finanças não conheciam terrenos e era trabalho moroso, as autoridades locais arranjavam em cada terra um habitante para fazer esse levantamento. E se essa pessoa não fosse seria, a quando dos registos, se lhe agradasse de determinado terreno e fosse pessoa com fraca cultura, ou pobreza, sorrateiramente colocava o em seu nome ou de um familiar seu, sem filhos, para mais tarde herdar. E calavam se. Donos julgavam continuava seu, tratavam dele e tal, e quando morriam, se não fossem ver, o dono-ladrao registava o logo na conservatória e continuava tudo calado, como se nada se passasse…

Aos meus tios um vizinho roubou uma beirada de pinhal, á custa de um inventário de menores. Meu avô morreu em 1977. Artigo do terreno era X. E o do vizinho Y. Vizinho já tinha dele em nome dele. Mas como havia menores a morte do pai, foi ao tribunal fazer processo de menores. E no inventário em vez colocar o número artigo Y, não. Meteu o X ( do meu avô). Entretanto minha avó morreu em 1990, e ele com medo eles descobrissem, foi a conservatória registar. Meus tios vivem em Lisboa não se quiseram chatear com aquilo. quando cá vinham iam lá cortar lenha, venderam o pinhal, meu pai ia lá também cortar lenha com ordem deles. E o vizinho fazia conta tava tudo bem, respeitava as estremas, como se nada se passasse… entretanto ele morreu. Em 2013, a quando da reorganização das freguesias e novos números da matriz, meu pai pediu me pra ir às Finanças buscar novos números dos terrenos do meu avô…lá fui e trouxe o que me deram… o meu pai á noite, ao conferir papéis, ver se estavam todos, deu por falta de um número, pois sabia de cabeça quantos eram no total. Ao ver qual era, suspeitou logo algo se passava, pois o vizinho tinha fama de larápio, mas como ainda era familiar nosso (mãe dele era irmã da avó do meu pai) julgou ele não teria sido capaz disso… enganou se… Fomos essa semana outra vez a repartição e o pior confirmou se… ainda fui em cima ao tribunal pedir cópia do processo, a pedido da funcionária das finanças, e ela ao ver só nos disse nada havia a fazer… só falando com os herdeiros dele… minhas tias vivem bem, não quiseram saber. Nós avisamos o filho a quem calhou aquilo, ele ficou surpreendido não sabia. Disse ia falar com eles, se queriam ele lhes revertesse aquilo, não quiseram só ia dar trabalho e despesa…

@Brunito esse tal pai do estranho deve ter feito Marosca típica da época. Filho só herdou o que era do pai… queres um conselho? O teu tio se quiser livrar se de mais chatisses, lhe devolva o € e ele passe aquilo prós vizinhos. Se quer lutar e o terreno valer por isso, então siga pra tribunal, mas tem de arranjar testemunhas, papéis, etc… melhor informar se num advogado. Agora se o vizinho meter tudo em tribunal, vai ser salganhada…

É tudo estranho e estranho também é a mediadora fazer a venda sem antes olhar para a documentação. Um enredo dos bons.

Cheira me que a imobiliária sabia da tramóia e fizeram a panelinha… hum…