Acho que não é uma profissão igual às outras. Por exemplo, eu quando vou à dentista, é ela que me põe a broca na boca, ou quando vou aos correios ninguém espera que eu ponha uma camisa, ou mesmo quando quando vou ao supermercado e a menina da caixa me diz o preço, eu nunca pergunto se engloba tudo.
boa pergunta… eu que até costumo ter ideias teimosas acerca de muitos assuntos fico com dúvidas nesta…
a favor: saúde pública, o facto de que de qualquer maneira vai continuar a existir, por isso mais vale que seja uma actividade regulamentada e taxada.
contra: se é uma actividade legal é porque o estado (que somos todos nós) vê essa actividade como algo socialmente não condenável… ora se não é socialmente condenável pode ser moralmente condenável?.. é que se nao for moralmente condenável qualquer pessoa pode ser prostituta (sem restrições ao nível da moralidade individual… )
é óbvio que existe uma cultura que condena moralmente a prostituiçao mas que tem sido apoiada em valores morais cada vez mais em decadencia que por sua vez está reflectida na legislação…
a abertura da legislaçao não poderá levar á queda (mais geração menos geração…) dos valores morais que condenam a prostituição?.. porque sao esses valores morais que impedem que a venda de sexo nao seja a actvidade mais banal do mundo apenas condicionada ás leis da oferta e da procura o que na minha opiniao é um comportamento que põe em risco as necessidades sociais e relacionais do ser humano…
Eu penso que devia. É considerada uma economia paralela, logo, é ilegal. Assim como os vendedores de bolas de berlim na praia, da bolacha americana ou até dos cachorros quentes e hambúrgueres na rua na sua maioria, por não terem a contabilidade organizada pagam um IRS fixo (penso que é sobre este imposto que incide essa ‘contribuição’ fixa), assim, passaria a ser considerada uma economia informal. Sempre contribuía para as receitas do Estado, como fazem muitas pessoas de algumas profissões que mencionei atrás.
A saúde pública também é um factor a ter muito em conta. Talvez o principal. Medidas não faltariam para que o perigo de infecção via DST’s fossem reduzidas.
A verdade é que existem, ganham dinheiro e não declaram. Estou a falar na legalização como negócio. Moralmente ache o que se achar… continuam a existir e existindo e fazendo dinheiro da prostituição…
Isto é como a questão do aborto, não é enterrando a cabeça na areia que as coisas vão desaparecer… sempre existiu, sempre vai existir e como tal a legalização apenas vai trazer vantagens, especialmente no que toca a saúde pública.
é uma “profissão” que carrega uma carga moral negativa enorme, essencialmente porque o sexo sempre foi uma coisa tabú…
se formos a pensar um bocadinho não existem grandes diferenças entre disponibilizar a vossa força fisica, intelectual ou sexual…
todos nós diponibilizamos uma parte do nosso corpo nos nossos trabalhos, certo?
chegar a casa com as costas e os braços todos doridos por andar a carregar baldes de massa é de homem, chegar a casa com a fruta toda assada já não é… :rotfl: :rotfl: :rotfl:
mais a sério, acho que é essencialmente uma questão moral!! devidamente regulada não me choca que seja legalizada!
ou “Mãe, arranjei trabalho. Vou ser prostituto no Algarve. Vinte horas por semana, 5.000 limpos por mês!”
Acho que sim, legalizem! Não que recorra a esse “serviço público” mas há quem o faça e já agora que seja dedutível no IRS. Criem-se condições de trabalho e higiene para essas “profissionais”. Já viram o dinheiro que o Estado arrecadava em contribuições?!
Eu acredito que sim. Lembro-me de ter visto um documentário sobre as prostitutas holandesas na Sic Notícias, e elas até tinham contabilistas para fazer uma dedução correcta do IRS. Para além disso, faziam análises várias vezes por ano por uma questão de saúde pública.
As questões morais e éticas são algo que também se altera com o evoluir da sociedade, não é algo estanque. Acho que neste momento existem profissões bem mais vergonhosas do que ser prostituta/o, além disso nalguns casos até fazem um serviço público porque há pessoas que se não fossem as meninas se calhar não fariam sexo com ninguém.
Para além disso, há outra questão bastante hipócrita. Se o problema é vender o corpo, então o que fazem as modelos ou a Monica Sofia que recebeu 50.000 euros para posar para a Playboy? Se por outro lado o problema é o sexo, então porque é que a pornografia é legal e a prostituição não? Para mim a pornografia ainda é pior, porque o corpo é vendido não a um, mas a milhões de pessoas…
A verdade é que existem, ganham dinheiro e não declaram. Estou a falar na legalização como negócio. Moralmente ache o que se achar... continuam a existir e existindo e fazendo dinheiro da prostituição...
Que falácia! Lá porque existe prostituição ela deve ser legalizada? As coisas não funcionam assim!
Concordo com o Paulo Duarte. Mais do que um negócio ou forma de melhorar a saúde pública, a prostituição é imoral!
É tão condenável moralmente como um aborto, por exemplo (atenção que não estou a misturar!). E pode-se utilizar exactamente o mesmo argumento “a mulher faz do corpo dela o que quiser”.
Mas neste caso sou a favor da legalização. A prostituição não deixará de existir, e havendo controlo sobre as DST, não tem nenhum mal.
Mais depressa sou a favor disto do que da legalização do aborto ou drogas leves, por exemplo.
Sou a favor porque irá criar mais condições a uma actividade que sempre existiu e sempre existirá. Afinal de contas… não é a profissão mais antiga de sempre?
Mas olhas que se não fossem as drogas leves provavelmente terias levado com um extintor na cabeça em Munique porque não seria eu de certeza que iria impedir o rapaz-caril de fazer estragos. :rotfl:
já nao digo nada… tenho visto com cada coisa (aliás, basta visitar alguns hi5’s para constatar o que para aí anda)…
obviamente que existe uma grande diferença…
podem-me achar conservador demais ou que quiserem… garanto-vos que nao sou… quem já leu outros posts meus noutros topicos (nomeadamente o da crise financeira) sabe o que penso do mundo e das linhas que orientam a minha ideologia…
obviamente, que o sexo não pode ser visto como o é o trabalho físico ou o trabalho intelectual… porquê?.. porque o sexo é a base das relaçoes sociais nao só do ser humano como de todos os seres vivos… a razao tem a ver com a reproduçao e continuidade da vida…
questao: mas o sexo não é só reproduçao para o ser humano… neste momento é mais prazer… e nesse ponto de vista a prostituiçao é vista como uma actividade que apenas vende prazer e portanto em princípio nao haveria problema…
mas se sexo apenas enquanto prazer não é problema como é que reagirias se a tua namorada chegasse ao pé de ti e dissesse:
olha amor, fiz sexo com o Godofredo… mas não te preocupes, nao foi para reproduçao, foi apenas por prazer e satisfação de uma necessidade física… faz de conta que é como eu lhe ter preparado uma sandes…
de certeza que mal… porquê?.. porque realmente o sexo é algo diferente… não é uma simples actividade física ou intelectual…
ou o que é que impede uma mulher (independentemente de ser casada ou ter namorad ou nao) no seu local de emprego fazer uma pausazita e ganhar uns trocos extra á conta dos colegas?.. apenas a sua consciencia moral e até, talvez mais, as condicionantes sociais…
a minha questão é. num cenário em que a noção de familia está cada vez mais esbatida, em que a banalização sexual é cada vez mais uma realidade, faz sentido transmitir a ideia de que a prostituiçao é uma coisa normal?..
e depois é como diz um amigo meu: bordeis para quê se existe uma determinada universidade?.. é que aí pelo menos é de borla…
Não concordo nada com a frase a bold. Enquanto no caso da prostituição a mulher e só a mulher responde pela decisão de prestar favores sexuais, porque é de facto o seu corpo e todas as consequências físicas ou morais desse uso só recaem sobre ela, no caso do aborto também envolve o embrião e - se calhar mais importante ainda - o pai da futura criança. Acho uma aberração que a mulher possa tomar a decisão de interromper a gravidez à revelia do pai, apenas pela razão biológica de que é a mulher que ostenta o receptáculo onde vai germinar um futuro ser humano; o pai, que contribuiu com metade do material genético que constituirá o novo ser e que até poderá ter reservas morais à interrupção duma gravidez que também é sua, que se lixe.
Portanto, acho que não é a mesma coisa. Mas concordo com a legalização do putedo que por aí anda.