Bom post, Poeira. Em tese, concordo. Não conhecendo a maior parte dos alvos sugeridos, é necessário cautela quando se pensa em substituir titulares absolutos (tipo Cédric) por jovens jogadores de campeonatos periféricos. É que por muito que achemos que um ou outro jogador da equipa actual sejam curtos para a nossa realidade, ou pelo menos para atingir aquele próximo patamar de campeão, já são jogadores com outra quilometragem, habituados a conduzir no mesmo bom carro há alguns anos. O caso do Slavchev é paradigmático. Foi mencionado pelos tópicos de prospeção mais vezes que o de Deus quando um gajo tá a pinar, e chegou cá e viu-se que nem sempre é preto no branco. Prudência para não desfalcar a equipa no curto-prazo. Nem sempre podem vir Nanis. Ou melhor, nunca vêm. Daí, e na próxima temporada ainda é mais essencial, não cair no erro de apostar as poucas fichas que temos no “futuro”. Futuro temos cá nós.
PS: Tenho dúvidas nesse novo atribuir de posição ao Adrien. Retransformá-lo novamente, nesta fase da carreira, quando, mais ou menos completo, é um médio-centro completamente estabelecido, não me parece viável. Nem acredito que aconteça, sinceramente. Vejo Adrien e João Mário como duas opções para o lugar de segundo médio, e vejo 1 ou 2 vagas para o lugar de médio mais defensivo. 1 ou 2 porque não sei o que estará delineado para o Rosell e Slavchev. Dos dois, parece-me que só ficará um. Tendo que apostar, talvez Rosell (visto que o Slavchev só parece contar como 8’). E Rosell, face ao que tem produzido, será sempre uma aposta de risco. Mesmo que continuasse como alternativa. O Martins comigo não fica. Nem o Chaby regressa. O Gauld vai estar de certeza. E sendo o 10 de hoje em dia mais um segundo avançado, o Montero encaixa aí bem. Gauld e Montero é um pequeno luxo. Montero, para mim, é o joker da equipa.
PS: Da equipa B, o Gauld, Wallyson e Esgaio são obrigatórios no plantel de 15/16. Podem dar as voltas que quiserem. Inclino-me para Podence também.
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Eu jogaria no 4-4-2 (com aptidão para sofrer circunstanciais mutações estratégicas/tácticas. Ideologicamente, optava por este esquema. Embora tenha presente a utopia). Mas sem dúvida. De caretas.
GR:
Rui/Marcelo
Defesas:
Cédric/Esgaio
Oliveira/Tobias/Ewerton/Rabia
Jefferson/Jonathan
Médios:
William/Rosell/Slavchev/Rabia
Adrien/João Mário/Wallyson
Alas:
Carrillo/Nani/Capel/Podence
Avançados:
Slimani/Montero/Tanaka/Mané/Gauld
* [A rasurado os que a permanência está em dúvida]
Alguns pensamentos:
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As compras prioritárias seriam sempre um médio-defensivo (William), dois alas (Nani, já explico o resto), e um 9 (Slimani).
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Algumas dúvidas na direita na defesa. Renovando, apostaria de novo em Cédric. Não é um lateral muito vistoso. E ofensivamente, algo que valorizo muito num lateral de grande, não é nada de deslumbrante. Mas vejo sinceramente espaço para evoluir. Seria a sua terceira época como aposta (presumivelmente) titular, o que faz dele um jogador com um nível competitivo bastante bom. Pese embora algumas insuficiências a chegar à frente, é um gajo com carácter e corajoso. Valorizo esse lado. Esgaio tem que estar. É um no-brainer, fodase.
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Também alguma nuvem no centro. A este ponto, Tobias parece que já mais não saí da primeira equipa. Oliveira é indiscutível. Resta saber os outros dois. Honestamente, parece-me fazer pouco sentido investir em mais jogadores para essa posição. Pelos moldes do negócio do Ewerton, o investimento deve ser canalizado no accionar da sua opção de compra. Rabia deverá partir como quarto central (gostei muito dos jogos que vi a Mdf). Não me oponho a este combinado de atletas.
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Não vamos arranjar um gajo como o William. Não existe. E se existe é caro. Não pode haver falhas aqui. Tem que ser tiro certeiro. Um Jonathan se sair Jefferson, é uma coisa. Um João Mário se sair Adrien, é uma coisa. Um Rosell ou Slavchev se sair William, é definitivamente outra coisa. É curto. Insuficiente. Seria transportar o erro desta época, ao nível do centro da defesa, só que avançando mais uns metrinhos para a frente. Não pode. Inadmissível seria. Numa última nota, gostei de Rabia a jogar como médio-defensivo. Grande compostura, e surpreendentemente astuto e regular a chegar à frente.
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Pouco a dizer quanto à posição de segundo médio. Qualidade.
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Posso estar a exagerar. Talvez. Mas, no cenário mais rocambolesco, poderia ter que investir em 2 (no mínimo) alas. No mínimo porque Nani não fica. Capel (Meu Deus, já chega) não fica. E quer se queira quer não, conta como mais um elemento. E porque, neste sistema, se Mané em condições normais já faz pouco sentido contar como extremo/ala/avançado de linha o que caraças lhe quiserem chamar, tem ainda menos lógica (falo desta questão quando tocar nos avançados). Fica apenas Carrillo … e mesmo esse não é certo. Mas para o bem da argumentação, seja ele o único que permanece no plantel. Portanto, para mim, há Carrillo e um miúdo da B. Podence seria o que Mané foi há uma época atrás. O miúdo que vai jogando. Vai somando experiência. Vai crescendo. Na sombra, entrando pela porta do fundo. É um gajo muito mais inteligente e hábil com bola, e estaria sempre mais resguardado, visto não ter a pressão de se impor de imediato. Ficariam a faltar outros dois jogadores. O ideal seria sempre um jogador que esticasse mais o jogo (Carrillo/Salvio), e outro que se relacionasse mais com o jogo interior, combinar com os médios, tabelar no meio (Gaitán). O Nani, não sei porquê, deixou de fazer isto. Não amuo perante a possibilidade de se trazer alguém, apenas um, num modelo de negócio de empréstimo + opção de compra (tipo Tello).
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Na frente. Eu encaixei o Gauld aqui porque já não faz muito sentido falar em número 10. Nós temos muitas fases do jogo, e em momento defensivo aquando da saída de bola do adversário é mato, que o João Mário está praticamente em linha com o avançado. Em momento ofensivo idem, o que atrai o João para trás é a sua natureza de médio, porque ele deve andar a jogar à frente, tão à frente, como nunca tinha jogado em toda a carreira. Daí que, para mim, faria pouco sentido incluir o Gauld nos médios. É um jogador perfeitamente capaz de interpretar esses dois momentos. E vê-se que tem golo, último passe, aparece bem detrás. Faz pouco sentido, principalmente com a gama de soluções que temos atrás, poder pensá-lo nesse lugar. Ele e o Montero, têm que jogar sempre naqueles 20 metros à frente da baliza, e à frente da meia lua do meio-campo. Sempre. São jogadores que pensam mais à frente. Que executam mais à frente. São doutorados na arte do passe de ruptura, de segurar a bola e aparecer no espaço vazio. Estar a desperdiçar jogadores assim, é estar a dar vantagem ao adversário. Ainda para mais no nosso campeonato. Depois há Tanaka e Mané. Polivalentes. Que, em último caso, até podem dar uma perninha num dos corredores. E depois Slimani. Isto é assim. Não há cá nada de Hassans, nem de Klebers, nem o caraças. Um avançado minimamente em condições. Quando digo isto, visualizo alguém que seja intratável dentro de área. Intratável não no sentido de ser bom naqueles intangíveis, como sacrifício, coragem, nada disso. Intratável no remate. Intratável a tabelar fora, a servir de pivot, e ir buscar à frente. Correr para finalizar. Ser pró-activo. Sempre. Intratável no ataque à bola. No ataque à baliza. Balançar defesas com inteligentes desmarcações e procura do espaço vazio. Pah. Um ponta-de-lança. Eu sei que um Jackson é difícil (o Falcao não era tanto). Ou até mesmo um Jonas. Mas o porto não seria metade da equipa que é sem o Jackson. E mesmo o benfica, sendo o Jonas um jogador algo diferente/especial (caracteriza-se mais pelo posicionamento e superior qualidade técnica), é muito mais perigoso com ele em canto. O Jonas é melhor que os avanços deles todos juntos. É isto que eu espero. Um avançado destes, então no nosso campeonato, é fundamental para ganhar jogos. Não peço um Slimani. Até porque o Slimani, naquilo que talvez o valorizem mais -golos-, ele até está algo sobrevalorizado. Mas lá está. Dentro de área, por muito que o nível de eficácia na finalização não seja o desejável, impõe respeito. Movimenta-se. É sagaz no ataque à bola. É poderoso e intimida no jogo aéreo. Prende os dois centrais, muitas vezes. Não temos outro que faça isso. Por muito que muita boa gente ainda acredite no Montero versão Setembro 2013/Janeiro 2014.